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25/10/2023

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Crítica do filme: 'Velocidade Máxima'


Elevador, ônibus, metrô, o medo em todo lugar. Um dos mais lembrados filmes de ação dos anos 90, Velocidade Máxima retrata o famoso conflito polícia x ladrão, aqui adaptado para um jogo de gato e rato entre um jovem oficial da polícia e um imparável psicopata. Dirigido pelo cineasta holandês Jan de Bont, o projeto busca encontrar o caminho dos conflitos de seus personagens por meio de sensações de aflição, no medo, na angústia, nos dilemas, conseguindo ao longo de quase duas horas de projeção prender a atenção do espectador do início ao fim.


Na trama, conhecemos Jack (Keanu Reeves), um oficial da polícia que juntamente com seu parceiro Harry (Jeff Daniels) é chamado para uma situação complicada envolvendo um elevador que está caindo, em uma suposta ação premeditada. Após esses minutos de alta tensão e o resgate do reféns, Jack se vê novamente em confronto com a mente por trás do incidente com o elevador, um psicopata chamado Howard (Dennis Hopper), ex-membro do esquadrão anti-bombas da polícia que agora ameaça um ônibus que não pode chegar na velocidade de 50 milhas por hora senão uma bomba se arma. Jack contará com a ajuda de Annie (Sandra Bullock), uma simpática passageira.


A personificação do herói, na figura de um protagonista que segue o lema: proteger e sobreviver não era nenhuma novidade, nem mesmo na época em que o filme fora lançado, quase 30 anos atrás. Os dilemas que esse enfrenta, associados à cenas de ação de tirar o fôlego, em conflitos que giram em torno de diversos conflitos, acabam sendo molas propulsoras para ganhar a atenção do espectador. Outra questão que aproxima o grande público são os lugares onde acontecem os confrontos, meios de transporte ou lugares onde passam milhares de pessoas todos os dias em todos os lugares: Elevador, ônibus, metrô...

 

A adrenalina também encontra os antagonistas tendo uma linha tênue que os aproxima, o egocentrismo. É interessante analisar por esse viés, a personalidade de herói e psicopata são colocadas em cena através de diálogos que nos fazem chegar a imprevisibilidade. Em falar em diálogos, o roteiro escrito pelo canadense Graham Yost, um dos criadores de Silo, elogiada série da Apple Tv Plus, teve uma generosa ajudinha de Joss Whedon que teve que reescrever muitos diálogos (essa história fica para uma outra matéria).


Vencedor de dois Oscars e mesmo com uma das maiores cenas de mentiradas da história do cinema, um ônibus em alta velocidade atravessando um enorme buraco na pista, Velocidade Máxima se consolidou ao longo do tempo como um dos grandes filmes de ação dos anos 90. Pra quem quiser conferir, ou mesmo rever, o filme está disponível no catálogo da Star Plus.



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Crítica do filme: '60 Segundos'


Amor de irmão, é amor de irmão. 23 anos atrás chegava aos cinemas, pouco antes da franquia Velozes e Furiosos, um longa-metragem pulsante que envolve carros exóticos, habilidosos criminosos unidos em uma missão quase impossível. 60 Segundos não esquece em nenhum momento que é um filme de ação mas sem deixar longas camadas dramáticas ficarem distantes. O eletrizante roteiro, escrito pela dupla H.B. Halicki e Scott Rosenberg, é contagiante, souberam contar muito bem essa história em uma narrativa dinâmica e envolvente, que nasce a partir de um conflito familiar, algo que frequenta toda a trajetória do protagonista interpretado pelo melhor ator de filmes de ação dos anos 90, Nicolas Cage.


Na trama, ambientada na Califórnia, conhecemos Memphis (Nicolas Cage) um ladrão aposentado, adorador de carros, que é chamado de volta à vida de crimes quando seu irmão Kip (Giovanni Ribisi) se mete em uma enrascada após um roubo mal sucedido. Precisando em poucos dias entregar 50 carros de luxo de uma lista de uma mafioso no porto de Long Beach, Memphis reunirá sua velha equipe, inclusive a ex-namorada Sway (Angelina Jolie), e juntos irão atrás desse arriscado objetivo com a polícia na cola deles. Entre os carros, está o xodó do protagonista, o raríssimo Shelby Mustang GT 500 do ano 1967, que ele carinhosamente chama de Eleonora.


O conflito do protagonista se justifica pela culpa, de não ter sido um bom exemplo para o irmão. Esse sentido de família também é ampliado quando entendemos a formação da equipe, velhos amigos, a antiga namorada, os velhos inimigos. Os embates emocionais levam o protagonista ao limite, antes não querendo mais essa vida cheia de adrenalina e ações inconsequentes acaba embarcando de volta a um destino que parece nunca ter esquecido.


Entre Jaguares, Ferraris, Cadillacs, Porches, o foco gira em torno de ações desenfreadas ligadas a toda potência de motores velozes, com roubos mirabolantes e espaço para as mentiradas que aqui fazemos vista grossa e carinhosamente chamaremos de licença poética (rsrs). A direção de Dominic Sena traduz em imagens toda a força do roteiro, além de acoplar uma trilha sonora marcante que dita o ritmo em muitos momentos.  


O elenco é excelente, além e Cage, Angelina Jolie, Giovanni Ribisi, Will Patton, Delroy Lindo, Robert Duvall, além de curtas aparições de Michael B. Jordan e Michael Peña. Outro artista do elenco, Timothy Olyphant, tem uma curiosidade que poucos sabem. Ele foi a primeira escolha para interpretar anos depois Dominic Toretto, personagem principal de Velozes e Furiosos mas declinou do papel por achar 60 Segundos muito parecido com a franquia que ficou eternizada com Vin Diesel como protagonista. Será que Timothy se arrependeu? Essa é uma boa pergunta!


Pra quem quiser ver, ou rever, 60 Segundos está disponível na Star Plus.



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25/09/2023

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Crítica do filme: 'Sideways - Entre Umas e Outras' *Revisão*


Quando as coisas não saem como planejado é necessariamente algo ruim? Com um brilhante roteiro, baseado num romance escrito por Rex Pickett (que teve seu lançamento somente após o filme estrear), que mostra inteligentes paralelos sobre os caminhos de uma trajetória, as ascensões e declínios com as diversas formas de enxergar a vida, Sideways - Entre Umas e Outras foi um dos mais marcantes filmes lançados no ano de 2005. Dirigido pelo cineasta Alexander Payne, vencedor de um Oscar e mais de 90 indicações à prêmios em diversos festivais, esse projeto possui um dos mais brilhantes roteiros escritos na última década.


Na trama, conhecemos aos amigos, desde os tempos de faculdade, Miles (Paul Giamatti) e Jack (Thomas Haden Church). O primeiro, um professor de inglês, divorciado faz dois anos, parece embolado em uma melancolia não conseguindo ser um sucesso como escritor. O segundo, um inconsequente ator, longe do estrelato, que vai se casar em breve. Pensando em sair por alguns dias antes do dia do casamento de Jack, rumam para uma viagem, um verdadeiro tour pelas vinícolas de uma região norte-americana. O destino deles acaba cruzando com as amigas Maya (Virginia Madsen) e Stephanie (Sandra Oh), a primeira uma garçonete recém divorciada que está terminando seus estudos na faculdade e a segunda uma mãe solteira que trabalha em um bar. Essa viagem e esse encontro vai mudar para sempre a maneira como lidam com suas vidas.


O estalo do recomeçar é um ponto importante a ser analisado e que circula pelas ações dos personagens, principalmente pelo protagonista. Conversando sobre a vida, entre umas e outras, desabafos sobre a vida até ali, os erros e os acertos de uma trajetória que parece longe de encostar em uma plena felicidade dentro de um presente de incertezas se tornam algo marcante. Cada um dos dois amigos tem representações abstratas como a imaturidade, a inconsequência, a melancolia, quem chega nessa análise consegue entender melhor todo o contexto que fica pelas entrelinhas.


Com uma narrativa acoplada a um desenvolvimento brilhante com inteligentes diálogos que contornam a trama, Sideways não é um filme sobre vinhos, é um filme bastante reflexivo sobre segundas chances. Mas falando sobre vinhos... Pinot noir, Chardonays, uma enorme carta de vinhos ganha um desfile e aqui um fato curioso ganha notoriedade. Após o lançamento do filme, as vendas de Pinots aumentaram em mais de 15%, não só nos Estados Unidos mas na Inglaterra, fato que foi relacionado ao projeto.


Caso você se interesse em assistir (digo que vale muito a pena!), o filme está disponível no ótimo catálogo da Star Plus.



 

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Crítica do filme: 'Todo Poderoso' * Revisão*


A diferença entre um truque de mágica e um milagre. De forma leve e descontraída, chegava aos cinemas 20 anos atrás um projeto que mistura uma crise de existência a uma absurda hipótese de um homem que vira Deus por alguns dias. Todo Poderoso, dirigido por Tom Shadyac, baseado na obra Almighty Me, escrita no início dos anos 90 por Robert Bausch, caminha pela comédia sem deixar de atingir o drama e as reflexões sobre a vida. O longa-metragem, que fora proibido de ser exibido no Egito, é protagonizado por Jim Carrey, sendo até hoje o seu filme de maior bilheteria da carreira.


Na trama, ambientada na cidade de nova iorquina de Buffalo, conhecemos Bruce (Jim Carrey) um repórter que está há anos buscando o cargo de âncora mas sem muito sucesso. Ele namora a carinhosa professora Grace (Jennifer Aniston). Após um dia horroroso, onde inclusive tem um surto numa reportagem ao vivo, acaba encontrando Deus (Morgan Freeman) que lhe oferece ter seus poderes por alguns dias. Brincando de ser o todo poderoso, vai aprender lições valiosas sobre algumas de suas repetidas atitudes.


Quem nunca pensou o que faria se pudesse fazer tudo? Partindo desse fantasioso contexto, e tendo a comédia como forte elo, o longa-metragem traz de forma muito divertida diversas situações que embaralham os desejos com o poder. Sem ter autorização a modificar o livre-arbítrio, o protagonista nos guia para profundos dilemas do cotidiano do ser humano e como as nada equilibradas formas de levar a vida acabam influenciando pessoas ao nosso redor. Num momento parece estarmos em um enorme divã filmado, como se fosse uma enorme investigação ao inconsciente que se torna presente. Nesse ponto, o espectador começa a traçar interessantes paralelos com a realidade.


A fé não deixa de ser um elemento presente. O acreditar em Deus, as orações, as diversas formas de enxergar a vida, a narrativa se desenvolve em cima de vários olhares para o que seria de fato a representação de um milagre. O sucesso da produção foi estrondoso, batendo recordes e o interessante de fazer algo parecido chegou até bollywood. Oito anos após o lançamento do filme, um remake indiano chamado God Tussi Great Ho, estrelado por Salman Khan, foi lançado.


Caminhando pela comédia o projeto não deixa de atingir o drama dentro do contexto da crise existencial, uma ideia simples que fixa no imaginário se tornando atemporal. Pra quem se interessar em assistir, o filme está disponível na Star Plus.



 

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22/09/2023

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Crítica do filme: 'Gladiador' * Revisão*


Um pouco mais de duas décadas atrás chegava aos cinemas pelas mãos do sempre competente Ridley Scott um filme que marcaria gerações de amantes da sétima arte nos trazendo o contexto de sangue e dor de um general romano que traça uma jornada cheia de obstáculos motivado por um espírito de vingança em meio ao caos da ambição na figura de um rei assassino e não declarado. Com uma visão bastante próxima de uma Roma Antiga, todo o circo do entretenimento da época associada à uma luta de vida e morte numa enorme arena, as intrigas políticas, alguns personagens que realmente existiram mas com novas interpretações, Gladiador venceu cinco Oscars e até hoje é lembrado como um dos mais grandiosos e elogiados blockbusters.


Na trama, ambientada em 180 D.C, conhecemos o respeitado general Maximus Decimus Meridius (Russell Crowe) um homem que lidera milhares de soldados em linhas de frente de batalhas e só possui um objetivo: voltar para casa e reencontrar a família. Só que após vencer uma importante batalha, já no final de uma grande guerra, o imperador Marco Aurélio (Richard Harris) lhe motiva a ser um dos próximos líderes romanos, fato que deixa o filho do imperador, Cômodo (Joaquin Phoenix), com enorme ciúmes. Num ato premeditado e cruel, Cômodo mata seu pai assumindo assim o poder máximo desse grande império. Em um de seus primeiros atos como grande chefão romano é ordenar a morte de Maximus e toda sua família. Só que o herói dessa história consegue fugir e começa aos poucos a planejar uma enorme vingança tendo pelo caminho que se tornar um gladiador.


Rodado todo em ordem cronológica aos acontecimentos que assistimos, a mega produção coloca sua construção narrativa nos passos de um protagonista que se desconstrói em relação a tudo que acredita sobre lealdade atingindo um caminho sem volta para uma vingança épica. As subtramas nos mostram o caos político e a luta pelo poder em uma Roma enfraquecida com a perda de seu respeitado imperador Marco Aurélio. O olhar para o antagonista se resume as práticas cruéis de um recém imperador mimado, que sonha em alcançar o respeito de seu povo mas que nunca o terá.


Traições, amores proibidos, e um grande senso de justiça são elementos que contornam o vai e vém dos personagens. Mas há um elemento que se torna importante, um espaço criado para uma série de épicas lutas. Todo o circo caótico e desumano do mais famoso entretenimento desse recorte temporal romano, criado através de sangue e luta pela própria vida de pessoas intituladas gladiadores, ganham destaque e acabam nos guiando para todo o epicentro da trama.  


Vencedor de cinco Oscars (incluindo Melhor Filme) esse inesquecível longa-metragem de mais de duas horas de projeção, com cenas grandiosas de batalhas, algumas que demoraram dezenas dias para serem filmadas, e uma trilha sonora assinada pelo craque Hans Zimmer, está disponível na Netflix, Star Plus e Telecine.

 


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03/09/2023

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Crítica do filme: 'Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado'


No ano seguinte após o sucesso estrondoso de Pânico, um outro filme do subgênero do terror, o slasher, chegou aos cinemas uma obra repleta de tensão que aborda as consequências de uma escolha na visão de jovens amigos à beira de fases importantes de suas vidas. Dirigido por Jim Gillespie, com roteiro assinado pelo craque Kevin Williamson, baseado no romance homônimo da escritora Lois Duncan, Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado é um daqueles filmes que envelhecem mal.


Na trama, acompanhamos quatro jovens amigos que voltando de uma noitada na praia no dia da independência norte-americana, pegam o carro e numa distração, em meio as curvas perigosas de uma estrada, acabam atropelando uma pessoa. Tendo que decidir em minutos quais os passos a se seguirem nessa situação, optam pela pior opção que é a de não chamar a polícia e ainda por cima jogam o corpo na água. O tempo passa e logo percebemos como o ocorrido impactou suas vidas e para piorar um deles recebe um bilhete que diz exatamente o título do filme:  Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado. Assim, começam uma busca para saber quem era aquela pessoa que eles atropelaram e quem está causando mortes pela cidade.


Rodado em quase dois meses na Califórnia, o projeto busca sua força na questão da escolha em momentos chaves na vida. Desde a apresentação dos personagens, seus sonhos, seus desejos, são colocados ao público, assim chegamos nas personalidades distantes de quatro personagens que caminham pela trama mas com uma forte ótica de uma protagonista feminina. Conhecemos um playboy mimado que sonha em ser jogador de futebol americano, uma jovem que acabara de ganhar o prêmio de rainha em um festival da cidade, uma estudiosa e exemplar aluna prestes a entrar numa grande faculdade e um jovem de classe social diferente dos demais ainda em busca de sonhos para seu futuro. Assim, quando a hora da decisão de ajudar ou não o atropelado chega, as dúvidas aparecem e principalmente sobre o que seria do destino deles.


Quando as peças são apresentadas e uma caçada mortal começa a se configurar, a narrativa se perde na obviedade, abrindo espaço para os clichês, deixando o superficial tomar conta, restando apenas as incertezas de alguma surpresa. A tensão não é contida, sustos aparecem, mas o desenvolvimento do roteiro acaba ficando arrastado, sem brilho. Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, mesmo sendo considerado um enorme sucesso comercial, não é nem de longe o melhor filme onde um assassino misterioso aparece e uma busca por sua identidade vira o objetivo dos sobreviventes. É um filme que envelhece mal, daqueles que a cada vez que assistimos gostamos menos.



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Crítica do filme: 'Click'


Quem não gostaria de controlar o tempo? Chegou aos cinemas no ano de 2006 um longa-metragem onde a crise existencial corre em paralelo com a comédia tendo o tempo como elemento vital na narrativa. Click, dirigido pelo cineasta nova iorquino Frank Coraci e protagonizado por Adam Sandler, bate na tecla do desperdício da vida aos olhos de um workholic que navega nas desilusões de seus próprios atos. O projeto é muito mais profundo do que aparenta, principalmente se alcançarmos reflexões jogadas nas entrelinhas.


Na trama, conhecemos Michael (Adam Sandler) um arquiteto preocupado em crescer na empresa em que trabalha, por vezes estressado que joga todo o foco de seu presente na dedicação incansável a seu trabalho por vezes tentando agradar o seu chefe Ammer (David Hasselhoff). Sem tempo para a família, perdendo momentos importantes na criação dos dois filhos pequenos, e se distanciando cada vez mais da esposa Donna (Kate Beckinsale), certo dia após mais uma crise de irritação por coisas banais, vai até uma enorme loja e lá, num escritório escondido que fica no estoque, acaba encontrando um homem misterioso chamado Morty (Christopher Walken) que lhe oferece um controle remoto mágico com o poder de avançar ou voltar no tempo. O uso descontrolado do objeto vai levar Michael a diversos conflitos e ele começa a rever algumas escolhas.


Indicado para o Oscar de Melhor Maquiagem, Click tem um ar filosófico que avança nas reflexões sobre o desperdício da vida, questão que muitos enfrentam num cotidiano profissional cada vez mais acirrado, competitivo, deixando muitas vezes confuso o lado pessoal. Aqui o roteiro encontra a atemporalidade. A narrativa consegue chegar em um ótimo ritmo na mistura da melancolia com a diversão, com a crise existencial correndo em paralelo com a comédia. Isso é um grande feito já que para onde o olhar do espectador passa há caminhos para reflexões.


Outro ponto importante é sobre a seguinte questão: Qual o sentido da vida? Revisitando partes dela, para frente ou para trás, já que avança o que não quer, muta o que não quer ouvir, vemos Michael e seus conflitos bem definidos, seja no seu trabalho ou em casa com sua família. Nesse último ponto, mesmo que não aparecendo muito, vemos uma confusa e insatisfeita esposa que começa a se distanciar, algo que fica nítido nas entrelinhas e conforme o tempo avança fica óbvio que as escolhas do presente que se encontra acaba levando o protagonista a um futuro triste, solitário. Será que era assim que ele queria que terminasse sua história?


Click se disfarça nas cenas que fazem rir sempre com um elementos que podemos pensar sobre nossas próprias vidas. De bobo não tem nada essa obra! 



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Crítica do filme: 'Carandiru'


A melhor coisa na cadeira é sair dela. Um dos filmes mais aclamados do cinema brasileiro das últimas duas décadas tendo como foco histórias de um lugar onde não se sabe onde a verdade está e impossível de prever como será o amanhã. Carandiru, dirigido por Héctor Babenco caminha por conflitos violentos, mentes perturbadas, ações impulsivas, dilemas, dentro do mais famoso presídio do país, o grande protagonista, que fechou as portas 21 anos atrás. Baseado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, o projeto traça um raio-x da cadeia dentro da cadeia.


Na trama, conhecemos um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) que embarca em uma jornada repleta de conflitos indo para ações em um presídio com o foco em um trabalho de prevenção à Aids entre a população carcerária. Nesse lugar, escutando histórias e mais histórias, vemos muitas vezes esse personagem, também o narrador, em conflito interno, debruçado no dilema se deve esquecer ou voltar.


Aqui o ambiente, o lugar, é o grande protagonista. O maior presídio da américa latina, até então com 7.000 presos encarcerados em celas pequenas, com uma nítida superlotação, que reúne todo tipo de criminosos. Tem contrabandistas de carros, assaltantes, assassinos, traficantes, pessoas que acabam passando por transformações de um sistema carcerário precário que isolam qualquer tipo de reabilitação social. Na prisão, viram os barra pesadas, os que viram religiosos, os apaziguadores mas sempre com segundas intenções, os inconsequentes, os contrabandistas, adjetivos que se adicionam como complemento de seus caminhos errados fora dali.


A jornada do médico, uma clara referência à Drauzio Varella, percorre como elemento propulsor da narrativa, corre em paralelo a tudo que assistimos. Há crítica por todos os lados, principalmente aos tratamentos dos que necessitam ajuda naquele lugar. Sarna, Aids, Tuberculose, as condições precárias de tratamentos são mostrados aos montes, entre tragédias e relatos surpreendentes.


Com um grande orçamento para produções na época, que girou em torno de 12 milhões de reais, em filmagens que levaram um pouco mais de quatro meses para serem feitas na verdadeira prisão de Carandiru, o projeto conta com grandes nomes do cinema brasileiro: Wagner Moura, Caio Blat, Lázaro Ramos, Aílton Graça, Milton Nascimento, Luiz Carlos Vasconcelos, Rodrigo Santoro, Milhem Cortaz, Gero Camilo, entre outros.


Carandiru é uma daquelas obras do nosso cinema que jamais vão sair de temas de debates, um filme atemporal que mostra verdades de uma sociedade em eternos conflitos.



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Crítica do filme: 'Um Estranho no Ninho'


A personificação do antagonismo. Uma das maiores bilheterias de todos os tempos em alguns lugares do planeta, principalmente quando pensamos no lucro que o filme teve: custou cerca de três milhões e faturou mais de cem, Um Estranho no Ninho nos mostra diversos personagens em conflitos presos em um lugar onde a esperança de dias melhores se perdem nos métodos distantes, frios e com a falta de sensibilidade de quem deveria acreditar num melhor desenvolvimento dos tratamento que executam. Baseado no livro homônimo escrito por Ken Kesey e dirigido pelo cineasta tcheco Milos Forman, o longa-metragem venceu cinco Oscars, inclusive todos das categorias principais.


Na trama, conhecemos R.P. McMurphy (Jack Nicholson), um criminoso de 38 anos de idade chegando em uma clínica psiquiátrica para ser analisado se é um doente mental ou não. Aos poucos, o protagonista começa a quebrar as regras e as rotinas do lugar, se aproxima de outros pacientes colocando forte influência e novas ideias do viver ali, fato que o leva a um confronto com a cruel enfermeira Ratched (Louise Fletcher).


Os personagens são aos poucos apresentados, uns mais, outros menos, vemos alguns dos porquês de estarem por lá. Em certo momento do desenvolvimento há um foco no tipo de tratamento que é o que acreditam os que estão ali. Sessões de terapia de forma onde o confronto vira o foco, remédios e mais remédios, além de choques quando precisam de alguma forte punição. Entre voluntários e pacientes sob custódia, rápidas alegrias e tristezas profundas, a narrativa consegue navegar na essência daquele lugar principalmente sob o ponto de vista de McMurphy.


O foco são os duelos entre McMurphy e Ratched, o criminosos rebelde a opressora. A enfermeira vê sua influência se dissipar com a chegada do novo paciente, esse é o estopim de uma luta de ações e consequências que acabam influenciando a vida de todos dentro do hospital. O filme não deixa de ser uma crítica social a alguns métodos aplicados em pacientes com problemas psiquiátricos.


As atuações são fantásticas. Jack Nicholson venceu o Oscar, o Bafta e o Globo de Ouro de Melhor Ator por sua interpretação no papel que na década de 30 foi de Kirk Douglas, em uma adaptação para o teatro. O filme marcou a carreira de Louise Fletcher, falecida em 2022. Outros rostos conhecidos também fazem parte do elenco, como: Danny DeVito e Christopher Lloyd, e sobre esse último, o projeto marca a primeira aparição dele em um filme.


Uma das maiores bilheterias de todos os tempos em alguns lugares do planeta, principalmente quando pensamos no lucro que o filme teve: custou cerca de três milhões e faturou mais de cem, Um Estranho no Ninho é um daqueles filmes que assistimos e nunca mais esquecemos.



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02/09/2023

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Crítica do filme: 'Os Suspeitos' (1995)


O maior truque que o diabo já usou foi convencer o mundo de que ele não existia. Vencedor de dois Oscars, o filme que abriu as portas de Hollywood para o até então desconhecido cineasta Bryan Singer, é um drama policial que se mistura num intenso e surpreendente suspense com uma narrativa que busca seu potencial na importância dos detalhes. Uma sala de suspeitos, um caminhão roubado, a receita federal junto à Polícia querendo respostas, um grupo de pessoas que são induzidos à uma ação perigosa, esses elementos e alguns outros se reúnem num quase enigma a ser montado, peça por peça através de um interrogatório, flashbacks e um imprevisível narrador. Os Suspeitos é hipnotizante e a última cena se consolidou como uma das maiores reviravoltas da história do cinema.


Na trama, vamos vendo um interrogatório de um sobrevivente, criminoso, aleijado, de uma ação em um navio que deixou quase três dezenas de mortos questionado duramente por uma autoridade federal e também um outro sobrevivente numa cama de hospital, com o corpo tomado de queimaduras fazendo o retrato falado de quem seria o grande responsável pelo ocorrido. Assim, conhecemos a história de um grupo de experientes criminosos que são levados por autoridades policiais até uma sala de suspeitos da polícia de nova Iorque questionados por serem responsáveis por um suposto roubo de um caminhão com uma carga valiosa. Após esse encontro, eles planejam um outro crime, fato que os leva a cruzar o caminho de um alguém muito poderoso e temido, os levando para o protagonismo em um trabalho suicida à mando de um temível psicopata de quem ninguém nunca viu o rosto, conhecido por histórias de violência por todos os lados, uma espécie de bicho papão da criminalidade, Keyser Soze. Durante o interrogatório mencionado, as verdades vão começando a aparecer.


As surpresas de um roteiro que consegue o mérito de esconder suas verdades por um longo tempo. A estrutura narrativa desse projeto à princípio pode ser considerada bem corajosa, nada é muito simples por aqui. Da introdução até a conclusão, um desenvolvimento engenhoso com peças jogadas num tabuleiro proposto que começam a se locomoveram na direção de suas verdadeiras respostas através de sequências em paralelo que apresentam flashbacks através de um narrador (que está sendo interrogado) que se dedica a jogar o foco no detalhe, nas entrelinhas.


O responsável pelo espetacular roteiro é o norte-americano Christopher McQuarrie que depois ficou conhecido como diretor, inclusive ele dirigiu alguns dos últimos filmes da mais famosa franquia protagonizada por Tom Cruise: Missão: Impossível - Nação Secreta, Efeito Fallout e o mais recente Acerto de Contas - Parte Um. McQuarrie venceu o Oscar de Melhor Roteiro por esse longa-metragem. Filmado em um mês com um orçamento girando em torno de seis milhões de dólares, considerado de baixo orçamento para a época, o projeto faturou mais de vinte milhões em bilheteria.


Entre conflitos, violência, investigações policiais, dramas pessoais, quando rumamos para o fim, uma pergunta começa a fazer muito sentido: afinal, quem diabos é Keyser Soze? Para saber dessa resposta você deve assistir até os últimos segundos de projeção, e posso adiantar, vai valer a pena! Pra quem se interessar, o filme tem para aluguel por um precinho camarada no youtube e na google play filmes.



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01/09/2023

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Crítica do filme: 'Efeito Borboleta'


Você mudaria seu passado se pudesse? Buscando refletir sobre essa intrigante pergunta, o excelente Efeito Borboleta, um dos grandes filmes de ficção científica dos anos 2000 nos guia através de um roteiro inteligente, dinâmico, para uma curiosa trajetória de conflitos de um jovem que por uma inusitada circunstância do destino consegue voltar no tempo e reviver situações emblemáticas de sua vida. Escrito e dirigido pela dupla Eric Bress e J. Mackye Gruber, o projeto bate na tecla das incontroláveis variáveis de um olhar para a teoria do caos, percorrendo as alterações de eventos e os desdobramentos imprevisíveis. Um prato cheio pra quem curte narrativas que navegam na ficção científica e principalmente viagens no tempo.


Na trama, conhecemos Evan (Ashton Kutcher), um jovem já perto da fase adulta que ao longo de sua vida manifesta falhas de memórias sempre em momentos de alto estresse. Certo dia, por meio de diários que escrevia, consegue voltar no tempo para momentos em que nunca pensara mais encontrar. Buscando consertar determinadas situações traumáticas no passado, acaba criando novas variáveis tão ou mais complicadoras, muitas dessas que envolvem a vida de seu grande amor Kayleigh (Amy Smart).


Em um universo infinito de variáveis, em qual delas você se sente mais confortável de que é a linha correta a seguir? Essa é uma questão importante, algo que corre em paralelo as alucinantes situações que vive o protagonista. A narrativa liga o turbo na não linearidade, algo que faz com que o espectador precise ter atenção já que praticamente uma sequência influencia a outra. Essa construção é feita de maneira brilhante tendo como norte as incontroláveis variáveis de um olhar composto por linhas temporais, física e toda a problemática que gira em torno. Parece que estamos montando um quebra-cabeça onde peças novas entram e desmontam as já montadas.


O universo também incontrolável do abstrato recorte do sentimento também é uma mola propulsora da narrativa. Há espaço para a importância da amizade, dos sonhos, do amor, esse último talvez o ponto fixo e estopim de mudanças quando o protagonista se distancia do ‘eu quero’ e começa a tomar atitudes sobre ‘o que fica melhor para eles’. Algo que não deixa de ser um lopping reflexiva sobre crise existencial.


Passam-se gerações e Efeito Borboleta continua sendo pauta de conversas, indicações. É um filme que depois de assistido faz o espectador pensar sobre muitas coisas e o que talvez poderia se mudar havendo possibilidade. Pra quem se interessar, o filme está disponível no catálogo da Prime Video e da HBO Max.



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Crítica do filme: 'A Hora do Pesadelo'


O terror na sua mais alta escala de medo. Chegava em meados da década de 80 nos cinemas de todo o mundo um filme que marcaria para sempre o gênero terror e apresentaria ao público um dos personagens mais impactantes desse universo. Escrito e dirigido por Wes Craven, A Hora do Pesadelo navega sua narrativa na fixa ideia da personificação do medo na figura de um psicopata aterrorizante que caminha onde o sobrenatural se sobrepõe à razão.


Na trama, conhecemos um grupo de amigos adolescentes que começam a serem perturbados quando estão dormindo, durante seus sonhos (que virão logo pesadelos), por uma figura monstruosa que usa chapéu, tem o corpo dominado por queimaduras e está sempre com um suéter vermelho e verde, conhecido por Freddy Krueger (Robert Englund). Após algumas mortes, a jovem Nancy (Heather Langenkamp), completamente abalada emocionalmente, se torna a única capaz de encontrar coragem para enfrentar a terrível situação que seu destino encontra.


O roteiro busca apresentar alguns porquês importantes que são encaixados ao longo da trama, fato que deixa poucas lacunas em aberto. O antagonismo aqui chega de forma metafórica, colocando de frente o sonho contra o pesadelo e toda a representação do que seria os dois lados, assim vemos uma estrada que percorre os embates entre vítimas e psicopata. Com a certeza que mortes em pesadelos se tornam reais enxergamos outro elemento que a narrativa aproveita, o sobrenatural se sobrepondo à razão e os conflitos que se seguem a partir disso.


Mas não há como não refletir sobre essa obra sem buscar com uma lupa um olhar minucioso sobre o medo, essa variável incontrolável da emoções humanas. Aterrorizante, com cenas angustiantes, pessoas engulidas por camas, as incertezas do sonhar e a realidade, para simbolizar o medo, o roteiro de Craven investe suas fichas em uma figura grotesca, cruel, com próteses afiadas nos dedos que reúne simbolismo de um verdadeiro pesadelo. Craven teve a ideia para o filme a partir de uma série de artigos de um jornal norte-americano sobre um grupo de refugiados asiáticos que morreram em meio a pesadelos, um fenômeno que ficou conhecido como Síndrome da Morte Asiática.


A Hora do Pesadelo é repleto de curiosidades. Demi Moore e Courteney Cox fizeram testes para serem a protagonista. Já Brad Pitt, Nicolas Cage e John Cusack para o papel de Glen (um dos jovens perseguidos por Freddy). As filmagens aconteceram na Califórnia, duraram um mês, com um orçamento de menos de dois milhões de dólares, o projeto arrecadou mais de 25 milhões somente em bilheteria por todo o planeta. Esse projeto marca a estreia de Johnny Depp nos cinemas.


Para quem quer ver ou rever, o filme está disponível no catálogo da HBO Max.



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29/08/2023

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Crítica do filme: 'Psicose' * Revisão*


A impulsividade como força motora de um encontro cabuloso com o destino. Chegava em junho de 1960 aos cinemas norte-americanos, e pouco tempo depois nas salas de todo o planeta, um filme que se tornaria anos um dos maiores e mais lembrados clássicos do cinema, Psicose. Abordando as fraquezas do ser humano em duas vertentes, uma ligada a um crise existencial que dá um bico na inconsequência e outra ligada a um transtorno dissociativo de identidade, a pulsante narrativa nos leva para uma história aterrorizante cheia de reviravoltas. O filme é baseado no romance homônimo de Robert Bloch, e esse por sua vez inspirado na história verídica de Ed Gein, um famoso serial killer da época. Dirigido pelo genial Alfred Hitchcock.


Ambientado em Phoenix, no Arizona, na trama, num primeiro momento, acompanhamos a história de Marion (Janet Leigh) uma secretária que foge com uma alta quantia de dinheiro que pertence a um cliente da empresa que trabalha e segue sem rumo por uma estrada até resolver parar em um hotel perto da estrada onde encontraria um fatídico destino. Num segundo momento, vamos conhecendo a tenebrosa história de Norman Bates (Anthony Perkins) que a atende nesse hotel e as verdades de uma família.


O brilhantismo da narrativa, a maneira como assistimos em imagens e movimentos as linhas do roteiro, parece se dividir em duas partes, o antes e o depois de um crime. No antes, vemos as dificuldades de uma mulher em lidar com seus conflitos quando percebe uma oportunidade de mudar de vida e de forma impulsiva ruma para talvez o primeiro crime de sua vida sem olhar para trás mas uma forte crise de consciência. Aqui temos o ponto de vista dela para tudo que acontece até esse momento. No depois, o roteiro navega em cima da ideia do trauma como justificativa para ações do mais intrigante dos personagens, um homem recluso, a princípio simpático mas que esconde segredos que são elementos da principal reviravolta da produção e dá margens para inúmeros debates até hoje.


Indicado para quatro Oscars e com uma trilha impecável, criada por um dos maiores compositores de cinema de todos os tempos, o californiano Bernard Herrmann, Psicose é repleto de curiosidades que vão desde um juramento feito por todo elenco para que não contassem absolutamente nada da história até a aquisição de muitas cópias do livro original que deu origem ao filme com o objetivo de que menos pessoas possíveis soubessem sobre o surpreendente final.


Com um orçamento baixíssimo para os padrões da época, o filme que foi o primeiro longa-metragem de terror de Alfred Hitchcock, faturou mais de 40 vezes mais sendo o filme de maior bilheteria da sua carreira. Para quem se interessar em ver pela primeira ou até mesmo rever, o filme está disponível no catálogo da Star Plus e do Telecine.



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28/08/2023

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Crítica do filme: 'O Sexto Sentido' *Revisão*


Você sabe porque sente medo quando está sozinho? Nos guiando para olhares diversos sobre o medo e o luto sob uma peculiar perspectiva, O Sexto Sentido e sua hipnotizante trama tem no seu alicerce o trauma como a estrada que percorrem dois protagonistas que se unem por respostas para seus conflitos. Escrito e dirigido pelo cineasta M. Night Shyamalan, Indicado para seis Oscars, esse projeto é aquele que na segunda vez que assistimos tudo fica mais óbvio. Então as surpresas de uma primeira jornada só se tem uma vez.


Na trama, ambientada no sul da Filadélfia, conhecemos Malcolm (Bruce Willis) um psicólogo infantil que após um trauma com um antigo paciente vê seu casamento entrar em uma crise profunda, sua esposa nem mais o olha sequer. No outono depois, apresentado a um novo paciente, um jovem com diversos conflitos e repleto de medos de algo que não conta a ninguém e por isso tem um cotidiano conflituoso com a mãe. Aos poucos, paciente e psicólogo vão embarcando em uma jornada onde um ajuda o outro quando as surpresas pelo caminho começam a serem reveladas.


“Eu vejo pessoas mortas”, uma frase que se tornou emblemática, um símbolo de uma obra-prima do suspense que é muito mais profundo quando fazemos uma análise ampla sobre os intrigantes conflitos do personagens. Como mencionado, o trauma é a estrada que percorrem os dois protagonistas. Um jovem que associa seus medos a um fato inusitado de enxergar pessoas que já se foram, não conseguindo se encaixar socialmente, vivendo uma rotina solitária buscando soluções para sobreviver dentro do caos emocional que só transborda. Do outro lado, vemos um experiente psicólogo que de tanto se dedicar aos seus pacientes, esqueceu do próprio casamento e dos momentos com a esposa sendo punido pelo destino quando o passado lhe traz um forte trauma, algo difícil de esquecer. Quando essas correntes se encontram, um terceiro ponto, o luto, se torna ferramenta importante da pulsante narrativa.


O filme, que completa 24 anos em 2023 e que colocou M. Night Shyamalan em outra prateleira aos olhos de Hollywood, foi o segundo maior em bilheteria no ano de seu lançamento, 1999, perdendo apenas para Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma. No ano de sua chegada às locadoras, foi o filme mais alugado com a incrível marca de mais de 80 milhões de aluguéis. O projeto marca uma das grandes atuações da carreira de Bruce Willis no cinema.


Pra quem se interessar, o filme está disponível no catálogo da Star Plus.



 

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23/08/2023

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Crítica do filme: 'Os Imperdoáveis' - *Revisão*


Uma lenda, é uma lenda! Dirigido por Clint Eastwood e com roteiro assinado pelo craque David Webb Peoples (que também assinou roteiros adaptados dos aclamados Blade Runner e Os 12 Macacos), Os Imperdoáveis nos leva de volta ao século XIX, na época do velho oeste norte-americano onde a violência rolava solta e o machismo era uma marca. Assim, vamos conhecendo uma história de vingança pelos olhos de um homem em eterno conflito com seus atos no passado. Vencedor do Oscar de Melhor Filme no ano de 1993 (além de vencer em Melhor Edição, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Direção), esse é um dos mais aclamados filmes de faroeste da história do cinema.


Na trama, que é ambientada no estado norte-americano de Wyoming no ano de 1880, conhecemos um grupo de prostitutas de uma pequena cidade comandada pelo xerife Little Bill (Gene Hackman) que se revoltam quando uma delas sofre uma enorme violência tendo o corpo todo marcado por um cliente. Não satisfeitas pela punição dada aos agressores, resolvem juntar a quantia de mil dólares e oferecer a pistoleiros em troca de darem um fim em quem cometeu esse ato violento. A notícia chega até o antigo pistoleiro William Munny (Clint Eastwood), um homem que por mais de uma década largou a bebida e não queria mais saber da antiga profissão mas acaba embarcando nessa história ao lado do inexperiente Schofield Kid (Jaimz Woolvett) e seu eterno braço direito Ned Logan (Morgan Freeman).


Ambientado já no final do período como Velho Oeste Americano e pouco tempo depois da Guerra Civil Americana, o filme mostra os detalhes de terras quase sem leis, dominadas por pistoleiros que se autodenominavam homens da lei. A visão dessas histórias, que iludiam os jovens na época, ganha espaço na ótica de Schofield Kid, que na sua tentativa de ser pistoleiro conhecido muda sua rota quando acompanha de perto a violência que reina no epicentro dos conflitos.


Todo filmado em Calgary, no Canadá, Os Imperdoáveis navega pela ótica de um protagonista em eterno conflito que após viver toda uma vida perto da violência, se casa e muda sua maneira de enxergar o mundo em que vivia, criando uma família e vivendo longe da ação desenfreada e das incertezas. Mas será que essa mudança tinha um prazo de validade? Essa pergunta vai acompanhando toda a narrativa, que busca seu dinamismo nas ações e consequências ligadas à um antagonismo evidente mas longe de entrar em dilemas de heróis e bandidos já que o anti-herói é muito bem definido.


Os Imperdoáveis está disponível no catálogo da HBO Max. Um filme inesquecível para os amantes do faroeste!



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12/08/2023

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Crítica do filme: 'Scarface' *Revisão*


Quando a ganância encontra a inconsequência. Mostrando os avanços do crime organizado, principalmente o tráfico de drogas em um Estados Unidos tomados por avanços criminosos por todos os lados, Scarface, ao longo de suas quase três horas de duração, escancara a violência sem deixar pelo caminho críticas sociais de uma terra de oportunidades. Dirigido pelo genial Brian de Palma e com roteiro assinado por ninguém mais ninguém menos que Oliver Stone, baseado num livro homônimo escrito por Armitage Trail, o filme completa 40 anos em 2023.


Na trama, conhecemos Tony Montana (Al Pacino) um perigoso criminoso cubano que chega aos Estados Unidos no início da década de 80 ao lado de alguns comparsas e logo busca seu espaço na ilegalidade se infiltrando em organizações criminosas pela cidade de Miami. Com um histórico violento ele começa a ascender na organização e prepara o terreno para assumir seus próprios negócios que envolvem em grande parte o contrabando de drogas de países sul-americanos para os Estados Unidos. O tempo vai passando e o império de Montana só aumenta o levando a ser alvo de concorrentes e ações policiais ao mesmo tempo em que se perde de sua própria realidade.


Para um melhor entendimento sobre essa obra, é preciso entender o contexto daquela época. No início da década de 80, o até então manda chuva de Cuba, Fidel Castro, abriu um dos portos de seu país com a oportunidade para cubanos com parentes da terra do tio Sam pudessem enfim sair de Cuba, porém, muitos criminosos embarcaram nessas viagens (que passaram das 3.000 embarcações). Esse é o pontapé inicial dessa história, com um protagonista que se encaixa nesse perfil de criminosos que chegaram em Miami pra tocar o terror.


Filmado quase todo em Los Angeles, mesmo que o filme seja ambientado em uma Miami dos anos 80, a ascensão e queda de Montana, esse terrível traficante e alucinado usuário de drogas, passa por todo um sistema. A narrativa é bastante detalhista nesse sentido. Corrupção policial, de banqueiros, uma região em crise pelo avanço de drogas pesadas, disputas territoriais pelo comando do contrabando, tudo é visto pela ótica do protagonista.


Scarface é um dos trabalhos mais impactantes, e lembrados, da carreira de Pacino no mundo do cinema. Pra quem ainda não viu, ou quer rever esse clássico de Brian De Palma, o filme está disponível no streaming da Star Plus.



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Crítica do filme: 'Os Outros' *Revisão*


A fantástica observação de uma narrativa através da perspectiva. Explorando lugares sombrios, principalmente na mente de uma mulher em conflito, chegou aos cinemas 22 anos atrás um suspense psicológico intrigante que nos leva para dias tensos de uma família em meados da década de 40 em Jersey, pertencente às ilhas do canal. Escrito e dirigido pelo cineasta chileno Alejandro Amenábar, seu primeiro trabalho em língua inglesa, e produzido por Tom Cruise, Os Outros possui um criativo plot twist que dão todo sentido à ótima narrativa.


Na trama, conhecemos Grace (Nicole Kidman), uma mulher que mora com os dois filhos pequenos em uma enorme casa numa região isolada da ilha britânica de Jersey. Apreciadora do silêncio, numa casa sem eletricidade, essa católica fervorosa, cheia de regras muito por conta dos filhos que tem a rara doença da fotosensibilidade, assim, por exemplo, todas as cortinas da casa devem ser fechadas quando eles passam. Seu marido foi para a guerra e nunca mais voltou, ficando ela e as crianças sozinhas. Certo dia, três pessoas batem em sua porta e logo conseguem empregos para ajudá-la na casa. Ao mesmo tempo, mãe e filhos começam a ouvir vozes em aleatórias horas do dia. Será que eles não estão sozinhos? Se sim, quem são os outros?


Vencedor do Goya de melhor filme no ano de seu lançamento, Os Outros busca através de um peculiar olhar sob uma perspectiva refletir sobre o trauma, as lembranças ruins, tudo isso com um instigante clima misterioso onde possibilidades para o sobrenatural mudam a todo instante. Abordando os laços familiares de mãe e filhos desconectados do mundo, aos poucos vamos conhecendo segredos escondidos pela mente, numa região sombria. Pensamentos religiosos colocam frente a frente a fé e o sobrenatural, uma luta que confunde demais a protagonista amargurada por um forte trauma no seu passado que talvez possa ter colocado em análise no seu subconsciente em relação a tudo aquilo que acredita.


O longa-metragem que marcou a carreira de Nicole Kidman custou cerca de 17 milhões e faturou mais de dez vezes mais em bilheteria, se tornando um dos filmes do gênero terror de maior bilheteria das últimas décadas. Surpreendente é uma das palavras que mais bem definem o filme, principalmente quando pensamos naquele final de cair o queixo!


Pra quem nunca viu, ou gostaria de rever, o filme está disponível no catálogo da MGM.



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Crítica do filme: 'Adeus, Lenin!' *Revisão*


Chegou aos cinemas 20 anos atrás um longa-metragem alemão que impactaria os amantes da sétima arte com um recorte profundo, inteligente, divertido e emocionante do final da década de 80 quando após a queda do famoso Muro de Berlim uma família se blinda de mentiras por conta de uma situação peculiar, transformando um quarto numa espécie de museu de recordações de um tempo que nunca mais iria voltar. Adeus, Lenin! dirigido por Wolfgang Becker, transforma sua brilhante narrativa em uma aula de história e também de amor, entre um filho e sua mãe.


Na trama, conhecemos Alex (Daniel Brühl), um jovem morador da Alemanha Oriental, que tinha o sonho de ser astronauta e vive em um modesto apartamento junto de sua irmã e sua mãe. Essa última é uma influente mulher nos tempos de socialismo só que sofrera bastante no campo emocional, principalmente quando o marido a abandonara e nunca mais deu notícias. Durante uma passeata, mesmo que sem participar dela, a mãe sofre um ataque cardíaco e entra em coma. Em paralelo o Muro de Berlim não existe mais e a a crescente ocidentalização chega para o lado ex-oriental. Após 8 meses em coma, a mãe acorda milagrosamente, assim é dito pelo médico que ela não deve passar por grandes emoções. Alex então tem uma ideia mirabolante que é esconder que o socialismo alemão acabou transformando o quarto da mãe em um museu de memórias sobre aquele tempo. Mas será que ele conseguirá mentir pra sempre?


As descobertas culturais de um ocidente logo ali. A narrativa é brilhante em mostrar os impactos da crescente ocidentalização na visão de Alex e sua família. Ele consegue um emprego como instalador de antenas parabólicas e por meio do olhar do próximo vai tentando se encaixar em uma realidade nova, repleta de variáveis que ele nunca imaginara. Essa troca de ideologia política e seus rápidos impactos sociais, culturais e econômicos, chega ao mesmo tempo em que o protagonista encara a chegada do primeiro grande amor, uma enfermeira soviética que cuida de sua mãe, uma jovem que o ajuda a lidar com as transições desse momento.


Com a mentira precisando ser executada, através das suas mirabolantes criações para não deixar a mãe saber que o socialismo acabou, Alex acaba percebendo aos poucos que as descobertas culturais de um ocidente logo ali era uma questão de tempo e acaba criando todo um contexto como se daquela forma fosse a que ele gostaria que o rompimento acontecesse.


Há um olhar sobre a relação entre pais e filhos muito tocante. Um amor de um filho por sua mãe, a construção de uma família em meio a questões políticas importantes, um futuro promissor mas mesmo assim incerto repleto de laços quebrados onde a memória se torna uma peça importante do lembrar.


Adeus, Lenin! é muito mais que uma grande aula de história, é um filme que transborda as infinidades do amor, dos laços familiares em um mundo em constante modificações.



 

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31/07/2023

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Crítica do filme: 'Flashdance' (Revisão)


Ser é acreditar! Contando a trajetória de uma dançarina que trabalha como soldadora, um dos filmes mais empolgantes da década de 80 aborda o sonho sem deixar de mostrar a realidade da sobrevivência, a distância entre esses dois pontos, uma jornada de incertezas, acaba sendo importantes variáveis da narrativa de um dos filmes mais assistidos nos cinemas de todo o mundo no ano de 1983 (só começou a ser exibido nas televisões brasileiras só no final da década de 80). Dirigido pelo cineasta britânico Adrian Lyne, com roteiro assinado pela dupla Thomas Hedley Jr. e Joe Eszterhas, Flashdance é inspirado na vida de uma dançarina e operária canadense chamada Maureen Marder.


Na trama, conhecemos Alex (Jennifer Beals), uma jovem de 18 anos, amante da dança, com o sonho de entrar em um concorrido conservatório de balé. Para sobreviver, ela trabalha de dia como soldadora em obra e de noite se apresenta em impactantes shows noturnos de dança em uma boate. Certo dia, se aproxima do seu chefe, Nick (Michael Nouri), um homem mais velho, mais maduro, que a ajuda no seu caminho rumo aos sonhos.


What a Feeling, Maniac, quem nunca ouviu essas músicas e logo lembrou no filme? Com uma das trilhas sonoras mais bem sucedidas em vendas nas lojas, em apenas duas semanas mais de 700.000 cópias já haviam sido vendidas, as vezes esquecemos sobre alguns temas importantes que o projeto aborda. As oportunidades, o lidar com o medo, a amizade, o trabalho como forma de sobrevivência (aqui ainda com a adição do universo machista que está inserida a forte protagonista), os conflitos de um relacionamento entre chefe e empregado. Ao longo de um pouco mais de 90 minutos de projeção, a narrativa é recheada de cenas de dança empolgantes que giram ao redor do sonhar.


Se abandonarmos nossos sonhos, não somos nada. O sonho é um emblemático ponto que liga todos os pontos dessa história que mora no coração de muitos cinéfilos. Além de acompanhar os passos da protagonista, tem o rapaz que sonha em ser um artista de stand up comedy, uma patinadora de gelo buscando alcançar o sucesso. Junto a isso tem o par romântico de Alex, um homem que veio da pobreza, alcançou seus objetivos com o estudo e trabalho honesto.


O filme tem algumas curiosidades na escolha dos personagens chaves. Kevin Costner fez o teste para o papel de Nick além do mesmo personagem ser oferecido a Gene Simmons (sim, o baixista do KISS!) mas o papel ficou com Michael Nouri. Já para o papel de Alex foi bem concorrido, Jamie Lee Curtis, Bridget Fonda, Melanie Griffith, Helen Hunt, Jennifer Jason Leigh, Michelle Pfeiffer e Sharon Stone fizeram o teste para o papel que acabou ficando com Jennifer Beals.


Flashdance marcou uma geração de fãs e sem dúvidas escreveu seu nome na galeria da cultura pop de uma década importante, com muitas mudanças sociais. Pra quem ainda não viu ou quer rever, o filme está disponível no catálogo da Paramount Plus.

 


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28/07/2023

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Crítica do filme: 'O Lobo Atrás da Porta' *Revisão*


Do que o ser humano é capaz? Com um excelente roteiro, inspirado num caso que chocou o Brasil, conhecido como Fera da Penha, O Lobo Atrás da Porta completa 10 anos em 2023 sendo considerado por muitos um dos grandes filmes brasileiros da última década. Nos mostrando o sumiço de uma criança, um tenso interrogatório com versões de uma mesma história, o filme passa um raio-x na obsessão, impulsividade, na violência. Quem está mentindo? Qual a verdade? Ao longo dos 101 minutos de projeção detalhes de um chocante crime vão sendo revelados dentro de um alto clima de tensão.


Na trama, conhecemos Bernardo (Milhem Cortaz), um fiscal de uma empresa de ônibus, casado com Sylvia (Fabiula Nascimento) com quem tem uma filha. Quando a garota desaparece misteriosamente após ser pega por alguém na creche em que estava, Bernardo e Sylvia vão até a polícia onde um tenso interrogatório acontece. O delegado de plantão (Juliano Cazarré) começa a desconfiar de algumas versões da história e logo se descobre que Bernardo tem uma amante chamada Rosa (Leandra Leal) que também é convocada para prestar depoimento. O tempo passa e as verdades começam a aparecer.


Exibido em muitos festivais de cinema, inclusive no Festival de Toronto (onde estreou) e também no Festival do Rio (onde levou dois prêmios), O Lobo Atrás da Porta tem uma narrativa brilhante, tudo funciona para não deixar o clima de tensão escapar, onde o vai e vém nas histórias dos envolvidos acabam trazendo enormes surpresas. A traição é um ponto central, onde tudo começa, se desenvolve e termina, há um olhar minucioso para conflitos nos relacionamentos, onde o lado psicológico chama a atenção em relação as ações e consequências nas portas que são abertas para esses conflituosos personagens.


Rosa é a mais intrigante personagem, sonsa, obsessiva, dissimulada, se mostra capaz de qualquer coisa para não sair da sua bolha de carência que é repensada com a chegada de um novo amor, mesmo esse sendo casado e a usando como objeto de desejo. As reflexões sobre nossa sociedade e as formas de enxergar a violência, a vingança, se colocam sob as ações dessa chocante personagem. Brilha em cena Leandra Leal, uma das melhores atrizes em atividade no nosso cinema.


Escrito e dirigido pelo ótimo cineasta Fernando Coimbra, em seu primeiro longa-metragem, o filme teve orçamento abaixo dos 2 milhões de reais, muito abaixo de outras produções nacionais. O projeto nas bilheterias brasileiras alcançou nem 30.000 espectadores. O que gera várias perguntas: Por que as pessoas não foram assistir? Será que ainda existia/existe algum pré-conceito ou mesmo preconceito com as produções brasileiras no nosso próprio país? Quantas salas de cinema colocaram o filme? Será que as salas de cinema que não colocaram o filme em cartaz estavam repletas de produções internacionais? Para se pensar!


Para quem se interessou em conferir, o filme está disponível na Star Plus, na Netflix e na HBO Max.



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