O se encontrar na vida pode começar com um caminhar
artístico sem esperança. O novo trabalho do cineasta Oscar Ruiz Navia, Los Hongos, é um filme que transpira
pluralidades culturais e possui uma trilha sonora muito bem encaixada com a
trama. Mas nem tudo são flores, a boa intenção em reunir muitos elementos
artísticos na história dos personagens acaba deixando o roteiro mais
descontrolado que as últimas interpretações de Nicolas Cage no mundo do cinema.
Na trama, somos jogados para dentro de uma grande cidade da
Colômbia, onde conhecemos dois jovens amigos que possuem em comum o amor pelo
grafite. Um deles, Calvin, cuida de sua carinhosa vovó em uma humilde casa, já
Jovan possui muitos problemas familiares e se encontra desempregado, sem rumo.
Ambos precisarão unir forças e sonhos para encontrar suas vocações e entender
melhor o que os espera no futuro.
Los Hongos é
recheado de boas intenções. Explora de maneira exarcebada gostos e costumes da
cultura local, sempre sob a ótica dos jovens protagonistas. O exagero nesse
preenchimento das características dos personagens, acaba deixando o filme sem
ritmo e direção. Alguns arcos dramáticos são bem conduzidos, como a relação de
Calvin com sua avó (melhor personagem disparada da trama). A trilha sonora é um
show à parte e ajuda muito na condução de algumas cenas. Mesmo assim, muito pouco
para o real potencial do filme.
Essa produção colombiana, infelizmente, não deve chegar ao
circuito brasileiro. Talvez não tenha a força de outros bons filmes deste país,
com pouca tradição no cinema, como La
Playa e Crônicas do Fim do mundo
que são dois filmes infinitamente superiores. Conhecer a cultura local de um
país desconhecido em detalhes por muitos de nós é super legal mas quando
falamos de cinema, esse trabalho deixa a desejar.