Dinâmico, divertido e inteligente. Quando o carisma em cena só soma a uma simpática produção. Dirigido pelo cineasta britânico Harry Bradbeer (diretor do elogiado seriado Fleabag), Enola Holmes, produzido pela Netflix, é um dinâmico filme cheio de aventura com pitadas superficiais de drama e com uma protagonista forte, valente, à frente do seu tempo, interpretada pela carismática e ótima atriz britânica, nascida na Espanha, Millie Bobby Brown. Não chega a ser uma releitura, quase um novo ciclo, tendo o famoso personagem de Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes, embutido mas dessa vez totalmente coadjuvante. Quem brilha é Enola!
Na trama conhecemos Enola Holmes (Millie Bobby Brown), a irmã do famoso detetive Sherlock Holmes (Henry Cavill), uma jovem adolescente
que após o desaparecimento misterioso de sua mãe Eudora (Helena Bonham Carter) acaba embarcando em uma aventura repleta de
mistérios e surpresas bem longe de casa e muitas vezes fugindo da imposição de
Mycroft (Sam Claflin), seu outro
irmão mais velho.
Escrito por Jack
Thorne (que também assinou o roteiro de Extraordinário), baseado na obra de Nancy Springer chamada The
Case of the Missing Marquess: An Enola Holmes Mystery, o filme gera
conclusões inconclusivas sobre alguns desfechos, deixando portas abertas para
uma possível franquia. O roteiro é muito bom, consegue não abusar dos clichês e
com ótimas sacadas, como a quebra da quarta barreira, o que aproxima muito o
público de todo o contexto da trama.
Repleto de mistérios, suas camadas dramáticas chegam fortes
mas não tão profundas quando paramos para pensar na relação entre a família
Holmes, seus perfis diferentes e todas as ações contidas em seus atos. O
Sherlock de Cavill é elogiável, entendendo sua posição de coadjuvante, brilha
intensamente com uma faceta nova de carisma existente nesse tão glorioso
personagem. Mas o show é totalmente de Millie e sua Enola, consegue passar ao
público toda a força dessa jovem, inspiradora e valente mulher à frente de seu
tempo.