Quem não tem piscina, se diverte na esquina. Dirigido à quatro mãos, Bruno Xavier, Roger Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula, o documentário Swingueira exibido na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes mostra mais uma faceta cultural do Brasil. Com uma empolgante introdução, bastante explicativa para quem não tem a mínima ideia do que seria essa arte que mistura a batida da percussão com o movimento do corpo e conhecido na Bahia como Pagodão Baiano, bem na superfície, o filme, ao longo dos seus 80 minutos de projeção, passa pelos dramas de jovens da periferia. Mostra também críticas sociais, uma dessas mesmo que rapidamente, ações abusivas da polícia (com direito a imagens bem claras) nos encontros grandiosos dos renomados artistas desse movimento.
Na trama, conhecemos um grupo de jovens (um deles inclusive
narra boa parte do que assistimos) que moram na periferia de Fortaleza e
disputam anualmente um campeonato de Swingueira, onde grupos são formados para apresentação
que busca mostrar as realidades que vivem através, principalmente, da dança. Os
dramas e conflitos pessoais desses jovens são embaralhados pelo seu amor pela
dança. O filme mostra evidências de muros das desigualdades sociais.
O amor que balança os corpos e chega até o coração. Estourada
na Bahia por conta da música, já no Ceará por conta da dança, a Swingueira ou
Pagodão Baiano é o gênero de artistas consagrados como Harmonia e É o Tchan, no
gueto com o artista Psirico. Às vezes uma saída para o jovem sem muitas
condições fugir das tentações do mal, a swingueira é uma dançante entrada no
universo artístico. De lugares parecidos mas com condições diferenciadas para
sonhar, o filme busca encontrar o sentido dessa expressão musical para a vida e
futuro de cada um deles.