Garra de tigre, cauda de dragão, gancho, golpe forte. Ambientado em Roma no início da década de 70, O Vôo do Dragão, penúltimo longa-metragem da carreira do astro de ação Bruce Lee que nesse projeto atua, roteiriza e dirige, é um filme de comédia disfarçado de ação que marca a estreia de Chuck Norris nos cinemas (a primeira e única vez em que o imbatível ator de filmes de ação interpretou um vilão nos cinemas). Só em bilheteria, o filme faturou cerca de 130 milhões de dólares no mundo todo, estrondosa soma numérica para a época.
Na trama, conhecemos Tang Lung (Bruce Lee) um jovem de família humilde de Hong Kong que é chamado
por sua prima Chen Ching Hua (Nora Miao)
para ajudar seu tio Wang (Chung-Hsin
Huang) em algumas questões sobre o restaurante da família, perto da
falência, onde inclusive os funcionários, nos fundos do estabelecimento, treinam
caratê. O lugar é sempre invadido por gangues locais o que impossibilita o
lucro por parte da família. Assim, Tang Lung será a principal força contra esses
rebeldes.
O filme toca em temas variados através de seu simples
roteiro. Aborda questões dos imigrantes orientais na Europa, não podemos dizer
que é atemporal nesse sentido pois muita coisa mudou desde a década de 70 pra
cá, também há o choque cultural bem na superfície, logo no início principalmente
com a questão da ida ao restaurante (outro, sem ser o da família) onde o
protagonista vai logo em sua chegada, depois também encosta nas questões sobre
tradições mas tudo no fundo acaba sendo algum tipo de background para gerar as
famosas cenas de lutas lembradas até hoje por todos que amam artes marciais.
A garra e a vontade, a verdade na expressão. Água com açúcar
em muitos momentos, conforme já mencionado, o filme não deixa de ser também uma
comédia. Por mais que seja marcado como um dos grandes filmes de ação (lembrado
principalmente pelas coreografias das lutas) da história do cinema, há um ar
leve e bastante descontraído aproximando todo tipo de público de sua história.