A motivação está na maneira de mudar o nosso mundo. A comédia brasileira O Palestrante busca seu trunfo na profundidade sobre questões existenciais sem deixar de ter o domínio de sua essência cômica. O projeto, dirigido por Marcelo Antunez, contorna a tristeza da mesmice explorando o absurdo, nas tentativas de ser feliz de um protagonista que encontra outras estradas para sua vida. O longa-metragem é protagonizado por Fábio Porchat e Dani Calabresa e chega aos cinemas brasileiros na primeira semana de agosto.
Na trama, conhecemos Guilherme (Fábio Porchat), um homem consumido por um trabalho maçante que no
mesmo dia descobre que a esposa está saindo de casa e que será alvo de demissão
do seu chefe. Só que algo inusitado acontece: em meio a uma viagem pela
empresa, acaba vendo a chance de ter uma experiência nova quando (forçadamente)
é confundido com um famoso palestrante que dará uma super palestra em um resort
no Rio de Janeiro. A chefe da empresa contratante, Denise (Dani Calabresa) e o protagonista acabam gostando um do outro o que
dará margens para mais problemas em meio a mentira contada.
O riso é a força de qualquer comédia, aqui não é diferente.
Mesmo em alguns momentos buscando colocar uma lupa no caótico emocional de um
homem e seu labirinto do cotidiano, O
Palestrante envolve o público em situações (mesmo que muitas dessas deveras
previsíveis) cômicas, que vão desde o nascimento de uma atração amorosa, até os
conflitos entre funcionários e chefes. Chega até ser um paradoxo quando
pensamos sobre essa busca do equilíbrio do roteiro em ser profundo ou não. Os
coadjuvantes possuem subtramas que se somam a estrada de Guilherme dando ritmo
ao projeto, mesmo que com algumas conclusões simplistas.
A trajetória do protagonista é repleto de erros e acertos
que nem a de qualquer ser humano aqui do lado de cá da telona. Esse fator
humano, do errar e seguir em frente buscando melhorar em ações futuras acaba
sendo um dos pontos a se refletir sobre essa história que se afasta de
polêmicas para entreter de forma reflexiva. A pretensão aqui é rir. Só por isso
já tá valendo a ida ao cinema.