Um filme que não faz jus a um fenômeno. A inesquecível cantora Amy Winehouse ganhou uma cinebiografia e fomos lá conferir, vamos falar agora sobre Back to Black. Estacionando em momentos de sua vida desde a ascensão na indústria fonográfica até suas derrotas emocionais que levaram a cantora rumo a um triste fim aos 27 anos, Back to Black tem um roteiro que caminha pelas histórias das canções mas não consegue fugir do convencional, busca contornar a narrativa pelos momentos inspirados de Marisa Abela, espetacular no papel de Amy.
Na trama, conhecemos Amy Jade Winehouse (Marisa Abela) uma jovem e talentosa
cantora do norte de Londres que chega ao estrelato de forma meteórica. Ao mesmo
tempo que lida com os avanços da carreira, precisa enfrentar um relacionamento
conturbado com o namorado Blake (Jack
O'Connell) e os vícios que a dominavam.
O amor é um jogo perdido? Dona de um gosto musical
maravilhoso, amante do Jazz e um alguém que precisava viver suas canções, Amy
encarava o amor com sua impulsividade chegando de diversas formas nas decepções.
O contorno disso como narrativa, um foco desse projeto, acaba frustrando por
conta do potencial artístico de uma das maiores cantoras das últimas décadas
que poderia ser melhor explorado. Saímos da sala de cinema e um pensamento logo
vem: Não é certeza que o filme vai empolgar os fãs da cantora.
O fiasco só não chega com força por conta de uma atuação que
busca levar o filme nas costas. Marisa
Abela é de longe a melhor coisa nessa produção. Atriz não é muito parecida
mas se joga de corpo e alma nessa difícil personagem, um ícone de uma geração.
Do processo criativo às decepções amorosas e a chegada de
toda problemática do circo midiático, o olhar para a célebre cantora é rasteiro,
vazio, superficial. Dirigido por Sam
Taylor-Johnson, o projeto se sufoca na melancolia dando poucos sentidos aos
vazios existenciais, resumindo uma icônica personagem a um alguém que tropeça
nas próprias fragilidades. Amy merecia mais né? De qualquer forma, vá aos
cinemas, veja e tire suas próprias conclusões! Ah, e prepare-se para ficar com
as canções de Amy na cabeça durante semanas!