29/05/2024

Crítica do filme: 'Back to Black'


Um filme que não faz jus a um fenômeno. A inesquecível cantora Amy Winehouse ganhou uma cinebiografia e fomos lá conferir, vamos falar agora sobre Back to Black. Estacionando em momentos de sua vida desde a ascensão na indústria fonográfica até suas derrotas emocionais que levaram a cantora rumo a um triste fim aos 27 anos, Back to Black tem um roteiro que caminha pelas histórias das canções mas não consegue fugir do convencional, busca contornar a narrativa pelos momentos inspirados de Marisa Abela, espetacular no papel de Amy.

Na trama, conhecemos Amy Jade Winehouse (Marisa Abela) uma jovem e talentosa cantora do norte de Londres que chega ao estrelato de forma meteórica. Ao mesmo tempo que lida com os avanços da carreira, precisa enfrentar um relacionamento conturbado com o namorado Blake (Jack O'Connell) e os vícios que a dominavam.

O amor é um jogo perdido? Dona de um gosto musical maravilhoso, amante do Jazz e um alguém que precisava viver suas canções, Amy encarava o amor com sua impulsividade chegando de diversas formas nas decepções. O contorno disso como narrativa, um foco desse projeto, acaba frustrando por conta do potencial artístico de uma das maiores cantoras das últimas décadas que poderia ser melhor explorado. Saímos da sala de cinema e um pensamento logo vem: Não é certeza que o filme vai empolgar os fãs da cantora.

O fiasco só não chega com força por conta de uma atuação que busca levar o filme nas costas. Marisa Abela é de longe a melhor coisa nessa produção. Atriz não é muito parecida mas se joga de corpo e alma nessa difícil personagem, um ícone de uma geração.

Do processo criativo às decepções amorosas e a chegada de toda problemática do circo midiático, o olhar para a célebre cantora é rasteiro, vazio, superficial. Dirigido por Sam Taylor-Johnson, o projeto se sufoca na melancolia dando poucos sentidos aos vazios existenciais, resumindo uma icônica personagem a um alguém que tropeça nas próprias fragilidades. Amy merecia mais né? De qualquer forma, vá aos cinemas, veja e tire suas próprias conclusões! Ah, e prepare-se para ficar com as canções de Amy na cabeça durante semanas!