01/06/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #432 - Rodrigo Brant


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Brasília. Rodrigo Brant tem 34 anos. Formado em 2012 em Publicidade e Propaganda pela Universidade Católica de Brasília (UCB), trabalha com audiovisual desde 2009. Já atuou/atua como editor, videografista, diretor, roteirista, editor, videografista em diversos projetos de programas de tv, documentários, vlogs, curta-metragens, videoclipes, transmissões ao vivo, etc e atualmente trabalha em seus projetos na N4 Filmes e Portal Reação, além de ser professor na OZI Audiovisual.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto muito do Espaço Itaú de Cinema porque além dos blockbusters trazem filmes alternativos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Não lembro.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

As irmãs Lana Wachowski e Lilly Wachowski, meu filme favorito delas é Cloud Atlas.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Atualmente O Contador de Histórias, direção de Luiz Villaça, porque mostra o poder transformador do amor.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ter um amor pelas histórias contadas através dos filmes, buscando integrar as experiências vividas na tela em sua vida de maneira prática em busca de se tornar um ser humano mais amoroso, crítico e agente de mudança na sociedade.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Sim, claro que entendem, até mesmo porque cinema é um termo bem amplo, assim ele pode ter uma abordagem mais mercadológica, conceitual, artística, social, etc, assim seria injusto negar que eles não entendem de cinema. Em alguns casos pode ser que não atendam as necessidades de determinado público, por isso é importante a diversidade de tipos de salas e obras exibidas.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Duvido muito, pois a experiência do cinema é feita para te deixar com foco no momento presente, algo que temos cada vez mais buscado em meio a tanta competição por atenção que o smartphone nos trouxe.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Contador de Histórias, direção de Luiz Villaça. 

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

De maneira alguma, pois é um ambiente fechado de permanência média de 90 minutos sem ventilação adequada para prevenção de covid19.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Confesso que não vi os últimos lançamentos de maior destaque, mas dos que vi gostei bastante e penso que estamos com um nível de produções muito bons tanto em roteiro, técnica e diversidade de histórias.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernando Meirelles.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema nos traz a oportunidade de olhar para a vida de uma maneira mágica, imaginativa e divertida.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma vez derramei um copo de um litro de refrigerante no chão e ele molhou meio cinema. Hoje não bebo mais refri, não que uma coisa tenha a ver com a outra haha.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não vi, mas acredito que é um filme que tem seu público e merece ser respeitado, pois ainda assim traz uma visão de brasil.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que não precisa, se souber contar uma boa história com um filme já é válido.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não lembro.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Atualmente o AmarElo É Tudo pra Ontem

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já, a última vez para AmarElo É Tudo pra Ontem.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Rocha.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #432 - Rodrigo Brant

31/05/2021

Crítica do filme: 'O Divino Baggio'


O mais importante na vida é que tudo depende de você. Lançado recentemente na mais famosa plataforma de streamings do mundo, a Netflix, o filme italiano O Divino Baggio, baseado em fatos reais, é um profundo drama que acerta em focar no lado pessoal (e apenas com pitada sobre os feitos futebolísticos) de um dos esportistas mais famosos europeus, Roberto Baggio. Dirigido pela cineasta Letizia Lamartire vamos conhecendo melhor o ídolo, o relacionamento conturbado com seu distante pai, seus dramas na profissão e seu curioso encontro com a fé budista.


Na trama, voltamos à década de 80 para conhecer a promessa, o fenômeno jogador de futebol iniciante Roberto Baggio (Andrea Arcangeli). Introspectivo, desde jovem era um jogador diferente e disputado por clubes famosos de seu país. Tendo que lidar com uma contusão gravíssima no início de sua carreira, na qual inclusive levou o assustador número de 220 pontos na articulação de um dos joelhos, seus dramas pessoais e traumas na profissão que viriam pelo caminho, vamos tendo a oportunidade de conhecer melhor esse gênio do futebol e sua importância para seu povo.


O projeto gira em torno da relação do protagonista com seu pai. Irmão de sete, queria mais atenção dele desde sempre, fato que raramente consegue. Isso foi moldando suas ações e escolhas pela vida, aliado à traumas com contusões e momentos de solidão profunda no início de sua jornada pelos campos europeus. Encontrando forças para continuar em um trabalhar que requer uma dedicação corporal gigantesca, mesmo com um perfil depressivo, quieto, e até certo ponto com uma rebeldia que encosta em um egoísmo no seu ambiente de trabalho, acaba descobrindo o budismo de maneira inusitada, através do dono de uma loja de discos que vira seu amigo.


Essa questão da fé encontrando o rebelde prodígio da camisa 10 italiana é uma das passagens mais interessantes desse projeto que é muito mais do que um simples filmes sobre uma figura icônica do mundo futebolístico, é um entendimento do carma, sobre o seu sentido próprio, de um homem que levou durante anos um peso emocional gigante em suas costas por ter perdido um pênalti num jogo decisivo.



Continue lendo... Crítica do filme: 'O Divino Baggio'

8 e 1/2 em 20 - Edu Felistoque - Episódio #12


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual. 


Nesse episódio, recebemos o cineasta Edu Felistoque. 


Não esqueçam de deixar um like nesse vídeo. :) 


Não esqueçam de se inscreverem nesse canal. :) 


Visitem também o nosso​ Instagram: @guiadocinefilo 


Viva o cinema!

Continue lendo... 8 e 1/2 em 20 - Edu Felistoque - Episódio #12

Crítica em vídeo: 'Saída à Francesa'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme Saída à Francesa. 


Não esqueçam de curtir os nossos vídeos :) Não esqueçam de se inscrever em nosso canal :) 


A crítica completa do filme, em forma de texto, está em nosso blog.


Não deixem de seguir também o nosso Instagram @guiadocinefilo 


Viva o cinema! 


Continue lendo... Crítica em vídeo: 'Saída à Francesa'

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #431 - Juliana Rocha


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Juliana Rocha tem 29 anos. É jornalista, estudante de roteiro e sonoplasta. Trabalha em uma agência de comunicação em SP, mas nos últimos anos tem se especializado mais no audiovisual. Também é especialista em projetos culturais e leis de incentivo fiscal.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu gosto muito da variedade na seleção de filmes do Itaú Cinemas. Tem muitos filmes independentes, exibição de curtas e nas mostras e festivais sempre tem muitos filmes que valem a pena! A sala que eu mais vou é a da Augusta.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que eu vi no cinema foi Scooby Doo hahaha, mas o primeiro filme que eu vi no cinema que me deixou realmente encantada e emocionada foi Harry Potter e Câmara Secreta. Mais do que o filme, toda a aura do espaço, da tela grande, daquelas escadas até sua poltrona, tudo isso me encanta até hoje.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

É muito difícil escolher um só, mas devo dizer que é o Christopher Nolan. Esse jeito metódico e até meio “frio” dele, sempre me fascinou. Pra mim, Batman o Cavaleiro das Trevas é a obra-prima dele e meu favorito.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Deus e o Diabo na Terra do Sol. É incrível o que o Glauber Rocha fez só com 25 anos. É o meu preferido porque, pra mim, esse filme é a cara do Brasil: tem cordel, cangaço, sertão e a relação política-religião, tudo muito visceral, natural e construído por personagens maravilhosos. É um filme realmente revolucionário que mudou para sempre a forma de narrativa do cinema brasileiro.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Acho que ser cinéfilo vai além de você ficar se gabando por ter visto x filmes iranianos. Cinéfilo é quem enxerga a atividade de ver uma obra audiovisual em toda sua totalidade, são pessoas curiosas que vão além das 2 horas de duração do filme. Gostam de pesquisar, conversar, indicar e entender a importância de cada obra na sociedade. Gente que gosta muito de cinema e procura tornar esse amor como parte da sua vida pessoal ou profissional.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Nessas salas menores a programação é mais direcionada sim, mas nas grandes redes, os blockbusters e os filmes de grandes estúdios são os que dominam mesmo e acabam, inclusive, tirando o espaço para produções pequenas.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Do fundo do meu coração eu espero que não, porque a experiência de entrar em uma sala de cinema salva até um filme ruim. Mas eu acredito que com a venda de grandes estúdios para gigantes do streaming como a Amazon, Disney e Netflix, as salas vão ser reduzidas, sim. Acabar acho que não, mas acho difícil essas redes de cinema manterem tantas salas no futuro. Espero estar bem errada rs.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Projeto Flórida (2017). Eu amo esse filme porque ele parece ser até um documentário pela forma que o diretor filmou. A protagonista é uma criança e a gente logo se conecta com ela por todo ar intimista e bem natural do filme.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Eu cheguei a ir ano passado, mas me arrependi. Mais do que todos as normas e protocolos sanitários, acho que a reabertura dos cinemas seria uma normalização da pandemia e de todas as mortes.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A gente tá evoluído muito e vamos evoluir ainda mais quando não focarmos exclusivamente no gênero do humor. Tem muita gente com histórias boas e inovadoras, o mercado das séries é um bom termômetro pra gente perceber isso.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Eu gosto de como Fellini define: “Cinema é um modo divino de contar a vida”. Acho que isso que torna tudo mágico.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu fui assistir A Cabana e comecei a dar risada porque em um momento do filme, absolutamente, TODA as pessoas estavam chorando emocionadas hahaha. Achei engraçado!

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

À frente do seu tempo.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Cinema é técnica e muita gente esquece isso. Acho que não precisa ser um cinéfilo, mas é bom você ter referências, até pra você criar uma identidade como diretor e entender que história você quer contar pro público.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida? 

Já vi muitos filmes ruins, mas vi recentemente o Milagre na Cela 7 e esse me irritou demais. Odeio filme que apela demais pra emocionar o expectador.

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Fahrenheit 9/11.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Ainda não.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

Con-Air, com certeza. Não sei quantas vezes já vi esse filme na vida!

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine Go.

 

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #431 - Juliana Rocha

30/05/2021

Crítica do filme: 'Oxigênio'


O estático poder da tensão. Com um projeto muito difícil em suas mãos, dentro de um engenhoso e surpreendente roteiro de Christie LeBlanc, o cineasta francês Alexandre Aja usa dos momentos de apreensão nas bifurcações para conseguir fortalecer um filme que em uma sala de cinema teria ainda mais impacto. Uma experiência? Um sequestro? Algo ligado à ficção científica? O paradoxo entre as memórias e o real, junto com a consciência da sobrevivência, quando conseguimos entender sobre o que se trata aquela situação vivida pela personagem de Melanie Laurent a direção brilha e nos leva a uma trama original dentro de reflexões impactantes sobre o artificial sentido das coisas que eram para serem naturais. Bom filme disponível na Netflix.


Na trama, acompanhamos uma mulher (Mélanie Laurent) que acorda dentro de uma cápsula cheia de aparatos tecnológicos e computadorizada. Após os primeiros minutos de desespero, tendo que controlar o fôlego e as emoções, consegue entrar em contato com uma voz, uma inteligência artificial ligada ao local aonde está. Buscando encontrar algumas respostas, antes do oxigênio que alimenta a cápsula que ela está acabar, para arranjar soluções para sair dessa situação ela aos poucos vai entendendo quem é e assim escolhas precisarão serem feitas a partir desse momento.


Oxigênio é muito bem definido dentro de seus arcos, mesmo com a apenas dois artistas em cena (a mulher e a voz), impressiona o alcance de possibilidades criado dentro da situação vivida pela protagonista. Podemos definir por fases, a inicial é o nascimento, a angústia, as alucinações. Depois vemos a fase de crescimento como se fosse uma invocação do espírito de sobrevivência que temos em todos nós temos dentro de nós, na terceira parte vem os duelos das escolhas dentro de um embaralhado jogo psicológico que há dentro da hipótese, oriundo de conversas sem sentido para ela com que consegue falar ao telefone. Mas a graça toda do filme chega quando entendemos o que é a aquela situação, faz muito sentido todas as explicações.


Sem ter o impacto das imagens que poderia ser ajudar a interação com o espectador, o filme se fortalece nas reflexões, no paradoxo entre as memórias e o real, ofuscando uma ficção científica por um imerso drama sobre sobrevivência. Um ótimo trabalho de Aja e de sua principal atriz em cena, Melanie Laurent, uma das atrizes francesas que mais realizam trabalho nos Estados Unidos, um rosto conhecido dos cinéfilos.  

Continue lendo... Crítica do filme: 'Oxigênio'

Crítica em vídeo: 'Três Realizadoras Portuguesas'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o projeto e os três filmes de 'Três Realizadoras Portuguesas'.


Não esqueçam de curtir os nossos vídeos :) Não esqueçam de se inscrever em nosso canal :) 


A crítica completa do filme, em forma de texto, está em nosso blog. 


Não deixem de seguir também o nosso Instagram @guiadocinefilo 


Viva o cinema! 



Continue lendo... Crítica em vídeo: 'Três Realizadoras Portuguesas'

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #430 - Felipe E. Lachovicz


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Curitiba (Paraná). Felipe Lachovicz tem 19 anos, escreve roteiros desde os 13 anos de idade. Formado em Eletrônica pela UTFPR e atualmente cursa cinema na Hollywood Film Academy para, quem sabe num futuro próximo, consiga tirar suas ideias do papel e colocá-las na tela. Sempre foi apaixonado pelo mundo do cinema e a sétima arte é o que lhe compõe e o motiva a viver; encontra o sentido da vida nos filmes que assiste e nos roteiros que escreve.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Curto bastante a sala IMAX devido à imersão e a grandiosidade que os filmes proporcionam. Sinto-me como se fosse teleportado para outro universo por 2 horas.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Homem-Aranha 2! Quando tinha 3 anos de idade, comecei a sentir uma sensação MUITO estranha quando vi a cena do trem - acho que era Êxtase e Euforia -, isso só foi acontecer anos depois, com Vingadores: Ultimato.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Admiro muito o trabalho de Alfred Hitchcock. Meu filme favorito dele é Janela Indiscreta.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus. Foi a primeira vez que senti algo diferente assistindo a um filme brasileiro e essa sensação me marca muito até hoje. Acredito que seja devido ao impacto do roteiro, da direção e da montagem.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Perceber que o cinema lhe faz falta e compõe o sentido de sua vida.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programações feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que somente dois cinemas da minha cidade possuem programações voltadas a filmes fora do mainstream: o Cine Passeio e o Espaço Itaú de Cinema.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Isso nunca vai acontecer. O ser humano não vive sem filmes, ele necessita se desprender da realidade e somente as salas de cinema conseguem fazer isso com primor.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Lance Maior (1968), de Sylvio Back.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acredito que não. Cinema é uma experiência coletiva e deve ser compartilhada de sala lotada.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acredito que o cinema brasileiro está em ascensão e com grande desenvolvimento criativo como jamais visto antes; principalmente com a contribuição das plataformas de streaming.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho! Espero poder conhecê-lo um dia.

 

12) Defina cinema com uma frase.

Lugar onde o inimaginável é alcançado.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando fui assistir ao filme Lance Maior na Mostra Curitiba de Cinema, os diretores Sylvio Back, Marcos Jorge e Aly Muritiba apareceram após o fim da sessão e eu não esperava que isso fosse acontecer. Ocorreu um debate muito bacana com os três e eles me incentivaram ainda mais a fazer cinema!

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

Pérola incompreendida e injustiçada da retomada cinematográfica brasileira.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Sim, acredito que para dirigir um filme com primor, o cineasta deva consumir e conhecer muito o cinema local e internacional.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Eu sempre dou uma chance a todos os filmes que assisto com a esperança de que eu seja recompensado no final, porém, uma única vez, eu abandonei a sala de cinema. Isso ocorreu em 2015, com o remake de Quarteto Fantástico - não aguentei o sofrimento e até hoje não sei como acaba, mas tenho certeza de que não é recompensador.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra Marcado para Morrer! O cinema de Eduardo Coutinho é fascinante, mas com esse doc ele alcançou a sua obra prima.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já! Várias vezes. A ocasião mais marcante foi após o fim de Bacurau, onde brasileiros lotaram uma sala de cinema para ver um filme brasileiro e ainda o congratularam.    

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Mandy: Sede de Vingança. Uma viagem psicodélica que mistura David Lynch e Evil Dead.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

CinePop, porém acompanho bastante algumas notícias do Omelete também.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Utilizo bastante o TeleCine devido à variedade em seu catálogo.
Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #430 - Felipe E. Lachovicz

29/05/2021

8 e 1/2 em 20 - Alessandro Giannini - Episódio #11


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual. Nesse episódio, recebemos o crítico de cinema Alessandro Giannini. 


Não esqueçam de deixar um like nesse vídeo. :) Não esqueçam de se inscreverem nesse canal. :) 


Visitem tambémnosso Instagram: @guiadocinefilo 


Viva o cinema!



Continue lendo... 8 e 1/2 em 20 - Alessandro Giannini - Episódio #11

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #429 - Geralda Zanetti


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Espírito Santo. Geralda Zanetti tem 55 anos, nasceu em Colatina, cidade do interior do Espirito Santo, onde permaneceu até os 15 anos, onde cursou o ensino primário e médio. Foi em Colatina mesmo que teve seu primeiro contato com o cinema já na adolescência. Em 1986, muda-se para Cariacica, cidade vizinha à Vitória, capital do Estado, para ingressar na Escolta Técnica Federal no Estado do Espírito Santo, onde cursou Edificações. Sua jornada na Escola, e sua grande afeição pelas artes, deu continuidade à frequência constante pelos grandes e clássicos cinemas existente na cidade e que até hoje fazem parte da memória de sua adolescência e juventude. Cine Paz, Cine São Luiz, Cine Santa Cecília e Cine Glória, estes dois últimos com uma arquitetura belíssima. A ida ao cinema era uma rotina. O lanterninha. O pipoqueiro no término da escada. Tantas lembranças... a ida ao cinema de uniforme...a chegada antecipada para não perder a sessão...aquela tela enorme e aquele som, incomparável. Em 1987, uma vez já ingressada no serviço público, optou por fazer Engenharia Civil na Universidade Federal do Espírito Santo. Formou-se em 1992, mas embora da área de exatas nunca abandonou sua paixão pelo cinema, pelas artes, pela música. Em 1996, casou-se, teve uma filha, e divorciou-se posteriormente. Mudou-se para Vila Velha, onde mora até hoje junto com sua filha. Dedicou 35 anos de sua vida ao Serviço Público prestando serviço na área de engenharia de tráfego, hoje dedica-se aos estudos da fotografia, uma das suas grandes paixões, dentre outras coisas, ligadas à área. O cinema sempre foi sua paixão que a acompanha até hoje.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Jardins, que fica em Vitória, uns 8 km. A programação é sempre excelente com filmes mais clássicos, cult, filmes que não passa em cinemas tradicionais de Shoppings. Sempre temos o Festival Varilux e outros. Adoro o Cinema Espanhol e o Francês e lá passa bastante filme neste estilo.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Ah eu me apaixonei pelo filme Amor Sem Fim, na minha adolescência, em 1981. Chorei até. Um filme inesquecível de namoros escondidos, para assistir acompanhado, com uma trilha sonora belíssima, que realmente só se vê em cinema, Apocalypse Now, um filme realista que parece que você está na guerra, também com uma trilha sonora espetacular, e uma fotografia linda e HAIR, THE WALL. Nenhum áudio ou tela que você coloque dentro de casa alcança a magia do que é transmitido dentro de uma sala de cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Vou ficar com Martin Scorsese - Cabo do Medo.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

A Hora da Estrela - A inocência de Macabea aliada aos teus sonhos era encantador. A sua ausência de beleza aliada à uma sociedade onde à aparência era tudo, e mesmo assim, ao longo de todo filme ela mantém o seu lado sublime e encantador. O sonho de um namorado, de um casamento, sonhos que aparentemente pequenos, era-lhe o que preenchia sua vida. A atuação de Marcélia Cartaxo é inesquecível.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É estar sempre em busca de algo que faz você sair da realidade, mergulhar em um cenário, em uma história, em uma trama, e aquilo ficar tatuado na sua vida, na sua linha do tempo. É você está sempre buscando aquele filme que vai te acrescentar algo, seja um musical, um drama, um documentário, mas que quando termina você se sente alimentado com a fotografia, com a trilha sonora, com os personagens, com tudo. É uma terapia mas não no sentido de sentar no divã e expor a sua história e sim, entender a história do outro que se passa por trás da tela. É conseguir analisar o filme, debater sobre ele, mesmo que não saiba todos os nomes dos participantes do elenco, mas entender o que se passa com o personagem. É mergulhar no filme. Quando assisto um filme bom, ele fica ressoando na minha mente, semanas, meses. É como se o personagem fosse real. Me pergunto várias vezes, como o ator consegue se desprender de tal personagem.

 

Ser cinéfilo é ser seletivo. É sempre tá com a pipoca na mão querendo assistir um filme. Sempre quando tem uma brecha está falando sobre filme. Gosto de todos os gêneros, mas tem que ter uma história que não me faça desgrudar da tela.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. A maioria dos filmes que hoje passam nos cinemas são filmes que geram bilheteria. E os que não são poucos conseguem captar a essência dos personagens, a complexidade da história, são tidos como filmes chatos.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Não acredito que vão acabar. Lembro de Cinema Paradiso. O cinema é encantador. Nada substitui uma tela de cinema, o áudio, o 3D de um cinema. Pode ser reformulada, para melhor, mas não acredito. Assistir filme em casa não é a mesma coisa. Estamos vivendo um período atípico e vai passar. Titanic em casa, Avatar, Apocalipse Now, Imensidão Azul, não é a mesma coisa.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O BAILE, METRÓPOLIS remasterizado com a trilha sonora do Queen, KOYAANISQATSI, IMENSIDÃO AZUL, O CARTEIRO e o POETA.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim. Da mesma forma que você vai a hospitais, médicos, onde os assentos são espaçados dois a dois, e o seu tempo de permanência é até mais de duas horas, com circulação de pessoas, e em ambiente de maior risco, não vejo qual o impedimento dos cinemas funcionarem espaçados e atendendo às regras de higienização.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro tem filmes excelentes, dignos de Oscar. Me lembro do Homem da Capa Preta, uma grande produção para a época. Os grandes filmes de José Dumond, Vera Fisher, Tarcísio Meira, Fernanda Torres, Débora Bloch, Denise Dumond, dentre outros. Tivemos várias fases do cinema.

 

As interpretações brasileiras dos nossos célebres atores são espetaculares. Glória Pires, em NISE e em FLORES RARAS, dá de dez em centenas que ganharam como melhor atriz, melhor filme. Wagner Moura em NARCOS, Rodrigo Santoro em CARANDIRU, sem palavras. Fernanda Montenegro em CENTRAL DO BRASIL, Regina Casé, em QUE HORAS ELA VOLTA. Temos mega produções, histórias fascinantes.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Glória Pires - Adoro a atuação dela em qualquer papel

 

12) Defina cinema com uma frase:

Paixão.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não tão inusitada. Nos cinemas de antigamente namorava-se muito. E às vezes você presenciava cenas mais pesadas nas poltronas de trás. Só tinha três sessões durante o dia, os cinemas lotavam, dependendo do filme, você sentava na última fila. Os cinemas eram imensos, e diversas vezes se presenciava cenas deste tipo. Alguns iam assistir o filme, outros namorar, e outros...

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Sem Comentários. Tô ouvindo sobre ele agora e fui ver o trailer. Trágico.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Ele precisa saber exatamente o que é dirigir um filme, é necessário antes de tudo ter uma formação em uma escola de cinema ou de comunicação, ou ter curso superior na área, em alguma universidade, e gostar e entender do que faz.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

EU - Filme brasileiro com Tarcísio Meira.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Adoro documentários sobre pintores, músicos, artistas em geral. Tem sempre uma história triste e bela ao mesmo tempo. Mas por outro lado adoro filmes e documentários de Serial Killer. Fico então com CONVERSANDO COM UM SERIAL KILLER: TED BUNDY. Assisti o filme e depois fui assistir o documentário.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já. Muitas vezes!!!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O Vidente.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adorocinema, Omelete.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Amazon Prime e Looke. Sou assinante da Netflix, mas os filmes estão muito voltados para temáticas ultimamente.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #429 - Geralda Zanetti

28/05/2021

,

Crítica do filme: 'Saída à Francesa'


A mesmice de uma vida de aparências. Lançado diretamente nas plataformas digitais, Saída à Francesa possui uma narrativa peculiar, um ritmo dosado, lento, como se não conseguisse sair do lugar. A questão do não desenvolvimento da vida está preso as ações dos personagens que beiram a uma ingenuidade quase forçada dentro de uma essência egoísta e inconsequente. Dirigido por Azazel Jacobs, com roteiro de Patrick DeWitt (baseado no livro homônimo do mesmo), o projeto pode ser visto até mesmo como uma grande sessão de terapia, como se os problemas aparecessem em nossa frente personificados pelos complexos personagens que circulam o cotidiano da protagonista interpretada pela sempre ótima Michelle Pfeiffer.


Na trama, conhecemos Frances (Michelle Pfeiffer), uma socialite norte-americana (a indiferença em pessoa) que por anos torrou toda a fortuna que herdou do seu casamento com o ex-marido que faleceu. Ela vive com o único filho, Malcolm (Lucas Hedges), um rapaz tímido e com pouca interação social. Certo dia, avisado por seu contador, Frances percebe que o dinheiro acabou e sua única saída, e mesmo assim ajudada por uma amiga, é se mudar para um pequeno apartamento em Paris para viver os últimos dias de sua vida confortável.


Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz, o filme gira totalmente em torno de sua protagonista. Jacobs busca detalhes e a tal da profundidade em temas emocionais complicados de serem mostrados aliados à comodidade, conversas com o além, uma reunião pra lá de terapêutica, em muitos momentos parece mesmo que estamos na plateia de uma peça de teatro. Pelas ruas de uma França moderna, lembranças despretensiosas, situações que constatam o fim da linha, a chegada do extremo tudo isso acoplado em uma charmosa trilha sonora que merece destaque.


À beira do precipício, quando não enxerga mais a própria moral, a personagem principal entra em uma intensa desconstrução (de alguma forma, o filho limitado filho também) e chegar até esse clímax é uma estrada morosa mas de certo brilho pelo impacto da atuação de Michelle Pfeiffer, ela em cena consegue sugar a atenção de todos, dominando completamente uma personagem interpretativa e cheia de ambiguidade. 

Continue lendo... Crítica do filme: 'Saída à Francesa'

27/05/2021

Crítica do filme: 'Sem Filhos'


A busca pelos sonhos e seus caminhos diferentes para cada indivíduo. Em seu primeiro longa-metragem, o cineasta mexicano Roberto Fiesco nos mostra sua adaptação a uma comédia homônima espanhola de 2015. Mesmo na água com açúcar, esbarrando em muitos clichês, provoca um pequeno mas válido debate sobre o querer ou não ser pai ou mãe dentro de uma sociedade que muitas vezes impõe seu modo de pensar dentro do senso comum. Há conflitos internos e psicológicos dos personagens como se fossem um escudo para enfrentar as questões da vida até ali. Disponível na Netflix.


Na trama, conhecemos Fidel (Alfonso Dosal), um homem na casa dos trinta e poucos anos, divorciado que tem uma chamativa loja de instrumentos musicais no centro de uma cidade mexicana. Ele tem uma filha, Ari (Francesca Mercadante), por quem tem um imenso carinho. Certo dia, reaparece na sua vida uma conhecida de outros tempos, a fotógrafa Marina (Regina Blandón) por quem logo se apaixona. A questão é que Marina não gosta de crianças, assim Fidel precisará inventar uma história mirabolante para não perdê-la.


A narrativa é simples e contorna os caminhos das emoções bem na superfície, parece seguir uma receita de bolo. Os personagens são carismáticos mesmo que o roteiro esbarre em clichês batidos. O grande ponto de reflexão contorna a questão de que nem todos nascem com o sonho de serem pais, uma escolha simples e objetiva de cada indivíduo mesmo com a pressão de um contorno de círculos sociais. Quase vira um confronto de momentos da vida fazendo o amor chega a coeficientes em comum, Marina é autossuficiente em seus ganhos, curtiu sua liberdade durante anos mas algo começa a mudar nela quando se aproxima de Fidel, esse último já quase descrente com a vida reunindo toda sua positividade para sua filha.


Pena que o roteiro não consegue se aprofundar na relação entre pai e filho, na questão de Fidel com seu pai, um homem que largou a família em busca do sonho de ser cantor. Essa parte da história parece ficar em um subplano explorado de maneira corrida nos arcos finais.


De qualquer forma, Sem Filhos pode ter o olhar de um bom divertimento, um filme para ver com a família mesmo não passando de uma boa sessão da tarde.

 

 

Continue lendo... Crítica do filme: 'Sem Filhos'

Crítica em vídeo: 'Alice e o Prefeito'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme francês 'Alice e o Prefeito'. 


Não esqueçam de curtir os nossos vídeos :) 


Não esqueçam de se inscrever em nosso canal :) 


A crítica completa do filme, em forma de texto, está aqui em nosso blog.


Não deixem de seguir também o nosso Instagram @guiadocinefilo 


Viva o cinema! 

Continue lendo... Crítica em vídeo: 'Alice e o Prefeito'

26/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #428 - Gabriel Domingues


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Rio Grande (Rio Grande do Sul). Gabriel Domingues tem 26 anos, é Bacharel em Direito e Advogado, mas sua verdadeira paixão é pelo cinema, tanto que durante a faculdade teve a oportunidade de apresentar e discutir trabalhos que reunissem o pensamento jurídico com a sétima arte em obras como "A Caça" (2012) e "12 Homens e uma Sentença" (1957). Foi justamente dessa paixão que surgiu a ideia junto com um amigo de criar o canal "A Sétima Arte" no Youtube lá em outubro de 2014, depois surgiu também a página no Instagram (@asetimaarte_), dois espaços nos quais eles falam sobre filmes, seja qual for o gênero, país ou época do lançamento.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Atualmente na minha cidade (que tem cerca de 200 mil habitantes, um porte médio) temos dois shoppings com redes grandes de cinema (Cinesystem e Cineflix), minha preferida é a da rede Cineflix pois fica mais próxima a minha casa, mas durante muitos anos aqui em Rio Grande não tivemos essas grandes marcas, então o tradicional cinema de rua Cine Dunas do meu bairro é que salvava os cinéfilos, atualmente com a pandemia ele infelizmente está fechado.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acho que foi logo na minha primeira experiência com o cinema, ao assistir o filme Dinossauro (2000) da Disney, quando tinha 5 anos, lembro de ficar encantado e também aterrorizado com algumas cenas rsrs, coisa de criança, até hoje tenho um carinho por esse filme.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Steven Spielberg, não teria como ser outro, antes mesmo de entender qual a importância de um diretor para o filme eu ouvia falar esse nome desde criança e depois fui me encantando cada vez mais com suas obras. Muito difícil escolher apenas um mas vou com o clássico Jurassic Park (1993), toda cena daquele filme é simplesmente memorável, e representa muito bem a magia e o encanto do cinema do Spielberg.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Homem que Copiava (2003), acho um filme extremamente inteligente e divertido de assistir, que une muito bem diversos gêneros (comédia, romance, drama, suspense).

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

 

Ser cinéfilo para mim é buscar o conhecimento pelo cinema e sua história, é ir assistir um filme sem preconceito, é saber prestigiar uma obra independente do ano em que foi lançada e entender qual seu peso para o cinema.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Nessas redes grandes de cinema que existem em múltiplos estados e cidades não é o caso né, apenas entram em cartaz filmes que tem potencial para gerar lucro, agora num cinema de rua/calçada como o que eu citei antes a história é diferente, normalmente esses são feitos por amantes do cinema que tem um conhecimento mais aprofundado da arte.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Se depender de mim nunca!! Eu adoro a comodidade e a acessibilidade que temos hoje, a facilidade de encontrar títulos nos catálogos dos streamings por exemplo, mas a experiência definitiva de se assistir um filme é numa sala de cinema, sem mais. Inclusive foi uma das coisas que eu mais senti falta nesses tempos de pandemia.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tem um que eu adoro que se chama JCVD (2008), filme belga de drama/criminal estrelado por Jean-Claude Van Damme, gosto desse filme pois sou fã do ator e penso que é um bom exemplo de desmistificação de que atores que construíram sua carreira no cinema de ação não são capazes de atuar em papéis mais sérios ou diferentes, nesse filme Van Damme desconstrói toda aquela figura pop que víamos em O Grande Dragão Branco e entrega uma atuação honesta, emocionante, e com um monólogo maravilhoso, recomendo muito!!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acredito que sim, tendo toda a segurança e cuidados necessários nesse momento, higienização, com metade da lotação e assentos intercalados, saída e entrada das sessões de forma organizada e com fila distanciada, eu vejo como um espaço que poderia ser seguro.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é incrível, o que ele não tem é apoio, nem do governo nem das grandes redes de cinema, e aí entra a discussão, é raríssimo ver filmes nacionais interessantes nessas redes ganhando destaque, tirando alguns que costumam ser apenas sucesso de bilheteria e não de crítica, acabamos tendo que recorrer a festivais e a streamings para ver cinema nacional de qualidade pois ele não ganha o devido espaço.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gosto muito do trabalho do diretor Fernando Meirelles, fico orgulhoso de ver o lugar de destaque que o mesmo atingiu, penso ser motivo de inspiração para muitos cineastas brasileiros que estão começando hoje.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Parafraseando uma das minhas frases preferidas do cinema e da literatura ("A vida encontra um meio", Jurassic Park), eu diria que no cinema a arte encontra um meio, de transmitir uma mensagem, uma visão, de emocionar, de provocar uma infinidade de sensações.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não cheguei a presenciar uma história particularmente inusitada rsrs, mas já teve aquela clássica vez onde erramos de sala e começamos a ver um filme diferente (quem nunca?), também teve outra que o filme começou com a imagem ruim numa sessão 3D, aí após alguns minutos corrigiram o erro e recomeçaram o filme kkk... Esse tipo de coisa.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca assisti kkkk... Conheço pelos memes apenas.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que não, vai muito do tipo de obra que aquele diretor faz, por exemplo, é impossível separar a obra do Tarantino do seu amor pelo cinema, seus filmes são praticamente um tributo a essa arte, mas cada caso é um caso rsrs.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Vou de polêmica agora: A Árvore da Vida (2011), sei que é um filme naquele estilo ame ou odeie, e eu estou no último grupo, acho um filme totalmente pretensioso, foi um verdadeiro sacrifício assistir até o final, uma primeira experiência muito ruim com o Malick, que depois eu vi dele Além da Linha Vermelha (1998) e achei fantástico, sinal que não se deve julgar por um trabalho só kkkk. Mas vou deixar um adendo aqui nessa categoria pois percebo que muitas pessoas às vezes avaliam um filme lá embaixo, dão nota mínima, pois simplesmente se decepcionaram com o filme, e eu vejo como algo bem diferente "decepção" de colocar como "pior filme", como sugestão de um filme realmente ruim onde você não salva roteiro, atuação, efeitos, nem nada eu deixo aqui Jornada a Promethea (2010), esse é ruim de doer.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Tem alguns que realmente me impactaram muito, mas se eu tivesse que escolher só um seria Blackfish (2013), documentário que fala sobre a captura e cativeiro das orcas em parques como o SeaWorld, esse é de levar às lágrimas e revoltar diante de todo o sofrimento que é imposto a esses seres incríveis.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Pior que não rsrs, mas sempre tive essa vontade, mas nenhuma sessão que eu já fui teve essa coisa coletiva e eu fiquei meio assim de fazer sozinho ou de iniciar kkkk.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Sendo um fã dos filmes de ação vou com o excelente A Outra Face (1997), mas tem outros dessa mesma época que eu amo dele também como Con Air (1997) e A Rocha (1996), Nicolas Cage um ator que mesmo sendo cultuado ainda é subestimado kkkk, ficam lembrando das bombas que ele faz hoje mas o cara manda bem em diversos gêneros de filmes.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Gosto muito do IMDb (Internet Movie Database), site onde vejo de tudo sobre o cinema, notícias, curiosidades, críticas de filmes.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

O primeiro seria a Netflix, clássica resposta rsrs, mas também adoro o catálogo do Prime Video.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #428 - Gabriel Domingues

Crítica do filme: 'Army of the Dead: Invasão em Las Vegas'


O mito do rei e da rainha. Surfando na onda sangrenta do confronto entre um grupo precisando de dinheiro e um bando de zumbis turbinados, alguns inclusive que andam de cavalo, Army of the Dead: Invasão em Las Vegas busca sentido nas relações não só dos personagens que se aventuram na ex-cidade dos cassinos que virou um caos mas também no inusitado ritual de um espaço de mortos vivos com um rei e uma rainha. Paralelos diversos podemos traçar mas a pretensão nas partes dramáticas acaba retirando desse entretenimento seu valor mais objetivo: a diversão. Com um orçamento acima dos 70 milhões de dólares, escrito e dirigido por Zack Snyder o filme não passa de uma tentativa de originalidade dentro de um universo muito batido no mundo dos cinemas e seriados. Disponível na Netflix.


Na trama, conhecemos Scott (Dave Bautista) um homem amargurado por marcas pesadas de um passado recente onde perdera tudo após a contaminação Zumbi em Las Vegas. Certo dia, ele agora trabalhando fritando hambúrgueres em uma lanchonete com pouco movimento, recebe o convite de um influente homem para resgatar cerca de 200 milhões de dólares que estão escondidos embaixo de um hotel no meio do caos que se tornou o centro de Las Vegas (que está isolado pelo governo norte-americano e prestes a ser detonado). Sem ter nada a perder, Scott topa a missão e recruta conhecidos para se juntarem a ele nessa jornada de muito sangue, surpresas e milhares de zumbis.


A sofistificação do cenário Zumbi junto a personagens que pouco brilham se tornam os grandes calcanhares de aquiles desse projeto. Snyder, em pouco mais de duas horas de projeção, busca uma análise profunda sobre os mortos vivos visto na maioria dos filmes como seres não pensantes, somente sedentos de sangue. Em Army of The Dead percebemos o inusitado poder, uma seita Zumbi, com líderes e uma organização bizarramente engenhosa que dera início de maneira quase inaceitável dentro dessa lógica complexa que se propõe como é mostrado pela falta de segurança no primeiro dos infectados no abre alas da história. Essa variação do simples e do complicado acaba atingindo o desinteresse por não encontrem equilíbrio dentro de uma frenética ação que é instaurada com oásis sonolentos de pontos dramáticos e subtramas desinteressantes. Os personagens não conseguem brilhar. Imaginem como um vídeo game onde dentre os lutadores disponíveis nenhum te agrada.


Se você conseguir se desligar das partes dramáticas e focar na ação, pode ser que consiga ter um bom entretenimento mesmo que entre o simples e o complicado se tornem obstáculos das tentativas de climaxs espalhados pelo roteiro.   

 


Continue lendo... Crítica do filme: 'Army of the Dead: Invasão em Las Vegas'