Um dos mais interessantes curtas-metragens exibidos no Festa Aruanda 2025, selecionado para a mostra competitiva ‘Sob o Céu Nordestino’, o projeto Colmeia nos leva para um show de imagens e seus paralelos que alcançam um mar de reflexões sobre a relação entre a natureza e os seres humanos. Tudo funciona em perfeita harmonia, deixando o público de portas abertas para suas próprias interpretações.
Nessa obra, impressiona a qualidade criativa para juntar
elementos em cena que conseguem virar um turbo de pensamentos por meio dos contrapontos
que estabelece. O trabalho, o cotidiano, as adaptações de sobrevivência – e até
mesmo respingos da vida e da morte - são apresentados com diversos paralelos,
numa jornada sensorial em que o som desempenha papel importante, conduzindo o
espectador para o pensar a vida e o pulsar da existência.
Além disso, o filme consegue encontrar elementos criativos
dentro da própria linguagem – como um travelling acelerado cujos movimentos se
acoplam - criando sensações de exaustão do cotidiano, como a pressa; ou de
organização, como nas cenas com as abelhas; e até mesmo para comprimir percepções
temporais, culminando em um efeito visual deslumbrante.
Colmeia, dirigido
por Tatiane de Oliveira, é uma grande análise existencialista – da liberdade à
angústia e à condição humana - que abre seus leques para revelar igualdades e
diferenças nas múltiplas relações. Filosófico e sociológico, esse filme faz nossa
mente pensar bastante nos curtos 10 minutinhos de projeção. Maravilhoso!
















