25/06/2012

Crítica do filme 'Sombras da Noite'

Tem vampiros, paixões mela cuecas, lobos, mas passa longe (ainda bem)  daquela saga chatinha que conhecemos. 

Uma das dobradinhas mais famosas do mundo do cinema (Depp/Burton) está de volta apostando na escuridão, no mundo dos vampiros e na comédia, junção que se encaixou muito bem na composição da história e dos personagens. Tem vampiros, paixões mela cuecas, lobos mas passa longe (ainda bem)  daquela saga chatinha que conhecemos. “Sombras da Noite” é um ótimo trabalho do elenco e do diretor, diverte e leva o público a risadas inesperadas, mesmo com alguns absurdos (exageros que já conhecemos de Tim Burton) é uma fita acima da média.

A trama começa no século XVIII e mostra uma família que sai da Inglaterra e vai para os Estados Unidos levando com eles uma terrível maldição. Barnabas Collins é um pequeno jovem, rico e que vive confortavelmente com sua família em uma cidade americana. Já na fase adulta, o jovem playboy derrete os corações das jovens com eu charme. Só que ele não sabia que uma delas era uma poderosa bruxa (Angelique), e após despedaçar o coração da jovem bruxa é amaldiçoado, transformando em um vampiro e enterrando vivo. Alguns séculos mais tarde, Barnabas é libertado de sua ‘prisão’ e assim, surge nos dias modernos, no começo meio perdido, depois firme e forte para buscar vingança.

A grande sacada de Burton e companhia é inserir a comédia num contexto de dramalhão antigo. Aproveitaram a ótima deixa, que consiste em trazer um indivíduo do passado para o presente, e rechearam a fita com personagens intrigantes que no meio do filme viram uma espécie de super-heróis, tornando fácil a empatia do espectador (de qualquer idade) com a história e automaticamente com cada detalhe que é usado para chegar ao clímax da trama. O elenco é excelente e tem ótimos nomes como:  Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Eva Green, Jackie Earle Haley, Jonny Lee Miller, Chloë Moretz e Christopher Lee.

Dizem que Burton e Depp se repetem. Aos que pensam assim, por favor, revejam os filmes da dupla , cada qual com sua história, cada qual com seu sentido. Impossível, revendo, dizer que eles se repetem. Pode ser questão de ponto de vista, mas muitos pegam no pé da dupla. Seus bobões, deixem os créditos para os que tentam fazer algo original num mundo tão superficial em que vivemos.  Assim se faz filmes de vampiros, não precisa ter amanheceres nem crepúsculos para o filme ser bom.
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24/06/2012

Crítica do filme: 'Febre do Rato'


A Febre do Che Guevara Pernambucano





"E quem foi que disse que poesia não embala? Quem foi que disse que poesia não embriaga?" O novo trabalho do diretor pernambucano Cláudio Assis, "Febre do Rato", fala sobre poesia, anarquismo e as transformações que uma mente intensa pode sofrer por amor.  Tudo isso acoplado magistralmente à uma fotografia perfeita oriunda das lentes maravilhosas de Walter Carvalho (diretor documentário “Raul: O Início, o Fim e o Meio”).  Com esses pontos levantados, mais um elenco que veste a camisa da produção, "Febre do Rato" promete ser um dos mais originais e elogiados filmes nacionais do ano.

A história gira em torno de um poeta chamado Zizo, que vive em um mundo particular (cheio de revolta) e publica seus pensamentos em um pequeno tablóide (que dá nome à trama). Por conta de sua ausência contra o que é ‘normal’ e em aceitar a construção das relação às práticas do cotidiano, se vê muitas vezes sozinho em sua luta. A situação muda de cara quando se depara com uma jovem que começa a gerar uma interessante transformação na vida e principalmente no modo de pensar do sonhador.

Cláudio Assis consegue criar sua própria Recife (não que o que vemos em cena não seja o que é verdadeiro), com alguns elementos mostrados nu e cruamente, o que pode chocar alguns mas a maioria entenderá que as verdades de uma história, às vezes, precisam ser contadas de maneira escancarada, se encaixando com o contexto que a trama gira. Fica claro, mesmo para os que não gostam do filme, que uma coisa é certa: é um longa tecnicamente bonito e que beira a perfeição na sua estética e no seu modo de pensar o ‘cinema’.

Com frases marcantes, o poeta Zizo (uma espécie de Che Guevara Pernambucano), é interpretado pelo fantástico Irandhir Santos. Em cenas difíceis, em cenas marcantes, mas uma vez Irandhir consegue pegar um complexo personagem e dar uma bela contribuição para que a história não fuja, nem perca o interesse, aos olhos cinéfilos que acompanham essa história que tem o roteiro de Hilton Lacerda.

Com uma direção inteligente e elenco extremamente competente, Irandhir Santos, Nanda Costa, Matheus Nachtergael e Juliano Cazarré, entre outros, "Febre do Rato", promete ser um dos melhores filmes nacionais do ano. Não deixem de conferir! Em cartaz nos cinemas!
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21/06/2012

Crítica do filme: 'A Fada'


Usando a mesma dinâmica de “Rumba” os diretores Dominique Abel, Fiona Gordon, Bruno Romy tentam se encaixar no mercado cinematográfico de vez com o inusitado “A Fada”. Com carismáticos e performáticos personagens essa fita francesa tem um roteiro cheio de surpresas mas incomoda com a extensão da não-realidade nas sequencias, por mais que seja a base da proposta da produção.  

Na trama, um atrapalhado e azarado funcionário de um pequeno hotel, após inúmeras tentativas de mudar sua rotina (a impressão é essa) acaba encontrando em seu caminho uma fada que promete realizar três desejos sejam eles quais forem. Após completar 2/3 do prometido, desaparece fazendo com que o ex-azarado ronde a região do hotel em busca de sua fada.

Os personagens parecem que conseguem levar o público para dentro da trama. Cada movimento, cada ação peculiar, cada frase possui um certo impacto aos olhos cinéfilos. Por ter esse jeitão diferentão é que a fita se torna extremamente atraente, menos, quando exagera nos sentidos das ações e no seu complemento das lacunas por meio da ‘não-realidade’. É um filme que se você conseguir se conectar nos dez minutos iniciais achará o filme bom, senão, vai querer sair correndo de dentro do cinema. A história, longe de ser superficial, é deveras original elevando o grau de atenção do espectador de maneira leve e descontraída com um toque de alma e essência de cinema francês.

Se você gosta de filmes leves que possuem uma proposta diferente, não deixe de conferir esse filme. Caso contrário, mesmo sendo cinéfilo, pode não curtir. 
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17/06/2012

Crítica do filme: 'Amor Impossível'


Nada como uma boa história de pescador. Se o filme fosse bom brincaríamos com essa frase, mas infelizmente o longa dirigido pelo sueco Lasse Hallström (diretor do excelente “Regras da Vida (1999)”) é abaixo da média. Tinha tudo para ser um grande filme, com um ar agradável, leve e com um elenco muito competente “Amor Impossível” pecou quando tentou se estender nos detalhes .  O filme é um grande sonífero e foca nos assuntos mais chatinhos e desinteressantes que poderiam existir.

Na trama, uma autoridade no assunto ‘pesca’ é convidado por um sheik para ajudá-lo a tornar o exercício de ‘catar’ os peixes um esporte, isso, em pleno deserto. Assim, uma consultora (contratada pelo poderoso asiático) acaba sendo o elo entre esse dois homens e o público embarca em uma viagem inusitada de amor com pitadas de fé.

O personagem principal (interpretado pelo sempre excelente Ewan McGregor) é excêntrico até demais o quê desvia muito, em certos momentos, o foco da trama. Muitas vezes insensível, o desastrado Dr. Jones vive muitos problemas no casamento (difícil até dizer qual o mais grave deles) o que já deixa a lacuna para o seu desfecho totalmente óbvia do meio pra frente.  Emily Blunt vive Harriet, a consultora que acaba tendo forte influencia no destino de cada personagem, na trama.  Por mais que isso doa o coração de qualquer cinéfilo, a Srta. Blunt passa a impressão de não ter entendido seu personagem, fato que praticamente deixa o filme sem solução.  A única que realmente briga para que a fita não se torne um sonífero é a maravilhosa Kristin Scott Thomas. A veterana inglesa está nojentamente magnífica na pele de Patricia Maxwell, assessoria do governo.  Quem consegue se conectar quando Kristin entra em cena consegue não dormir até o fim do filme.

No longa, vemos sendo abordados a política, a pesca, o amor, a fé, o desdém, a tristeza mas isso tudo jogado no liquidificador não resultou em um pingo de emoção e isso é uma constatação que muitos chegarão ao final dessa cansativa jornada.  

Mesmo com simpáticos personagens e belas paisagens a produção não consegue decolar. A analogia que se presta é a de um avião tentando correr na pista de decolagem para poder conseguir voar. No fim, acaba o combustível e não decola. Isso resume bem esse longa.
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13/06/2012

Mini-Crítica do filme: 'Madagascar'


Os simpáticos bichinhos dos outros filmes da franquia estão de volta. “Madagascar 3” chega aos nossos cinemas com força total para embalar nas bilheterias nacionais. Dessa vez mais agitados do que nunca, o quê de fato atrapalha a animação com tanto efeito para simples ações, os animaizinhos que todos amamos voltam a se meter em confusão em um longo caminho para casa, no Zoológico do Central Park em Nova Iorque.

Na trama, os queridos bichinhos que já conhecemos resolvem voltar para o lar doce lar deles. Deixando a África para trás eles fazem um ‘tour’ pela Europa, dando até uma voltinha na esplendorosa Monte Carlo.  Mas nem tudo são flores nessa aventura, quando começam a se meter em confusão são perseguidos por uma agente de controle de animais, madame DuBois, uma mulher autoritária que persegue a ideia louca de caçar seu primeiro leão e colocar como troféu em sua parede. Quando tudo parece perdido os nossos amiguinhos buscam ajuda de outros animais em um circo que percorre o mundo.

Com um elenco de famosos dando vida aos personagens (Ben Stiller, Chris Rock, Jada Pinkett Smith e David Schwimmer) o longa infantil promete animar a garotada sendo um prato cheio para os papais e mamães  que adoram um bom desenho. É um filme para todas as idades, parece que cada parte foi feita para determinada idade. Óbvio que a maioria das partes é feita para os pequenos jovens mas aposto que você adulto também irá se divertir bastante na poltrona do cinema.

Diverte mas tudo é exagerado. É indicado mas não é, nem de longe, a melhor animação da franquia. 
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12/06/2012

Entrevista com Cláudio Assis, diretor do filme "Febre do Rato"


Créditos foto: Daniela Nader

Nascido em dezembro de 1955, na cidade de Caruaru (Pernambuco), Cláudio Assis é um diretor único, realizador de um cinema que fala sobre a vida nua e crua. No começo de carreira, atuou no movimento cineclubista, ajudando a fundar os cineclubes em diversos lugares. Ganhou a atenção dos cinéfilos com o longa "Amarelo Manga" e anos mais tarde com o polêmico "Baixio das Bestas". Nesse ano, Cláudio Assis volta às telonas contando a história de Zizo, um poeta inconformado e de atitude anarquista que parece viver em um mundo particular até encontrar uma jovem e passar por um processo de transformação. Ganhador do Festival de Paulínia no ano passado, "Febre do Rato" estreia dia 22 de junho nos cinemas.

Por conta dessa aguardada estreia, batemos um papo rápido com o diretor. As respostas foram curtas mas com muita força onde demonstra todo o sentimento desse brasileiro que faz o cinema à seu molde.


1)   Poeta, amor, poesia. Como surgiu o projeto “Febre do Rato” em sua vida?
Cláudio Assis: Com a vontade de fazer cinema. Um cinema que fale sobre a vida e poesia!


2)   Conte como foi a escolha de elenco do filme “Febre do Rato”?
Cláudio Assis: Na verdade continuei com pessoas que já trabalham comigo, que formam essa família: o Irandhir (Santos), Matheus (Nachtergaele), Conceição Camarotti. Para os novos fiz um convite, não teve teste.


3)   O poeta Zizo tem falas marcantes durante todo o filme “Febre do Rato”. Você poderia dizer a sua preferida e por quê?
Cláudio Assis: "Ousadia não se compra na esquina" é a minha preferida, agora não tem porque eu explicar, né?! É isso! Do jeito que está!


4)   É difícil fazer cinema do jeito que você faz no Brasil? Há pouco ou muito incentivo? Ainda é muito difícil conseguir dinheiro (incentivo/patrocínio) para rodar um longa metragem no Brasil?
Cláudio Assis: É difícil, mas já melhorou muito para mim desde que fiz o “Amarelo Manga”, e para todos os cineastas.


5)   Qual a mensagem que você quer passar com esse seu novo trabalho?
Cláudio Assis: Que as pessoas façam o que quiserem! Que não sigam as regras! Que não sejam vendidos!


6)   O que é cinema para você?
Cláudio Assis: É uma tela grande, um filho de todas as artes projetado como um soco em uma grande parede branca.









Não deixem de conferir! "Febre do Rato" estreia dia 22 de junho nos cinemas.
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11/06/2012

Crítica do filme: 'Bel Ami'


Não é suficiente só ser amado? Em “Bel Ami somos jogados em uma história de sedução e desejos maduros muito bem executados pelos atores. Em seu recheio, ótimas atuações, uma trilha impecável e uma grata surpresa. O novo trabalho dos diretores Declan Donnellan, Nick Ormerod é cheio de características peculiares, tinha tudo para dar errado mas a dupla acaba acertando em cheio, neste simpático longa.

Na trama, adaptada do conto de Guy de Maupassant, o espectador é apresentado à ascensão de um jovem ao ‘poder’, em Paris. Contando com seu dom de manipulação e o charme que exerce sobre as mulheres mais influentes e ricas da cidade luz, consegue um por um seus objetivos. Mas será que ele tem algum preço a pagar?

Nessa sociedade francesa de séculos atrás, posições anti-governamentais são utilizadas pelo poder da impressa para instigar o povo contra os comandantes. O jogo político dita o ritmo necessário para que o longa (que tem o roteiro assinado por Rachel Bennette) se sustente até o fim, deixando poucas brechas para futilidades que poderiam sair dos relacionamentos dos personagens.

Robert Pattinson mostra um bom entendimento do complicado personagem. Não podemos negar que é um dos melhores (senão o melhor) trabalhos desse criticado ator. Esperamos com mais esperança “Cosmópolis” do Cronemberg, veremos. Mas voltando ao filme, em uma cidade onde as mulheres tem forte influência sobre as decisões de seus maridos, a ascensão em um tabloide dá à Georges Duroy (Pattinson) o status que buscava. Em meio à todas as mulheres que o cercam, começa a ficar perdido em relação as decisões que precisa tomar para alimentar seu lado gigolô-vingativo e ganancioso, que possui uma tremenda vulnerabilidade quando sob ataque. Duroy apronta de tudo e pede desculpas (para uma dama em específico). Parece contraditório, não é? Porém, se encaixa bem na trama.

O trio feminino (as coadjuvantes) é de dar água na boca de qualquer cinéfilo, executam seus respectivos personagens com toda elegância e charme que eles necessitam. Kristin Scott Thomas muito bem no papel da esposa influente do dono do jornal, existe algum papel que essa veterana não consiga executar? Uma Thurman dá um show na pele da ‘jogadora’ que consegue estar em todos os movimentos de clímax do filme, um dos melhores trabalhos da musa de Tarantino. E por último, e com o mesmo destaque, Christina Ricci que interpreta Clotilde de Marelle, que possui uma forte influência sobre as decisões do personagem principal na história.

Com uma trilha indutiva, que leva o público para dentro da história, “Bel Ami” marca a estreia de Robert Pattinson às críticas positivas. Creiam cinéfilos, é verdade! Não deixem de conferir.


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10/06/2012

Crítica do filme: 'Violeta foi para o Céu'


Anos de sofrimentos refletidos em canções. Dirigido por Andrés Wood (diretor do excelente “Machuca”), “Violeta foi para o Céu” é um drama que conta a história de Violeta Parra, uma cantora chilena que teve uma trajetória muito complicada. Ao longo dos 110 minutos de fita, percorremos muitas fases da vida dramática dessa artista. O roteiro é muito bem feito, a direção é competente mas o ponto alto da trama está na atuação de sua protagonista. A atriz Francisca Gavilán passa uma verdade impressionante com o olhar, uma atuação de tirar o chapéu.

Na trama, somos apresentados a um retrato dramático da famosa cantora chilena. A timidez na juventude é apenas um detalhe para o molde da personalidade forte e marcante que viria exercer em seu futuro.  A nossa jornada percorre as memórias, os amores e suas esperanças entre cantorias e mais cantorias (uma mais profunda que a outra) dessa artista que defendia suas canções sem nunca perder o orgulho da sua origem chilena.

O roteiro analisa muito especificamente cada fase da história da cantora. O Pai perdeu tudo no jogo, só deixando como herança um violão velho que vira um amuleto para continuar de cabeça erguida no rumo de sua vida. É nesse instrumento que Violeta encontra um conforto para sua sofrida trajetória. Esse papel (e alguns traumas) da sua família em sua vida, vira um detalhe que é interpretado de maneira diferente pelo público. Até onde os acontecimentos trágicos levaram Violeta a cometer a tragédia já no desfecho da história?

Entre uma sequencia e outra, muitas músicas compões à trama. As letras profundas, geram reações calorosas da plateia. A interpretação de Francisca Gavilán é absurdamente linda. Parece que Violeta veio do céu para iluminar essa tremenda atriz. Impecável atuação.

Mesmo com muitos pontos positivos, a duração é o calcanhar de Aquiles e deve gerar algumas observações dos cinéfilos. Da maneira que é contada essa história, o público demora um pouco para se conectar. Mesmo com o desfecho trágico, não precisava ser tão longo. A extensão da história só prejudica o elo com o espectador.

Agora só falta você conferir essa história, que tem alguns pontos negativos, mas merece sua análise, cinéfilo! Viva o cinema latino! 
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06/06/2012

Crítica do filme: 'Prometheus'


Qual o nosso propósito? Qual a nossa origem? Pensando nessa e em outras respostas, chega aos cinemas no próximo dia 15 de junho, o novo trabalho de Ridley Scott, “Prometheus”. Inserido até o último suspiro no gênero sci-fi, o longa futurístico conta a saga de cientistas em busca de respostas para a humanidade. Recheado de figuras esquisitas marombadas, gosmas melequentas e robôs que usam chinelo de dedo, a fita tem seu grande ponto positivo no roteiro inteligente e bem bolado que deixa qualquer cinéfilo feliz, claro.

Na trama, somos apresentados a uma equipe de exploradores que descobrem uma pista para a seguinte questão: a origem da humanidade na Terra! Isso acaba os levando a uma aventura interplanetária nos lugares mais complexos que habitam o universo. Chegando em seu destino, os tripulantes da "Prometheus" terão que enfrentar uma batalha cruel e dolorosa para tentar salvar o futuro da raça humana.

Já em seu início, “Prometheus” prometia (não riam, eu sei que foi sem graça). Tomando uma batida de maracujá incandescente um ser de outro planeta colocava o espectador para pensar logo na primeira sequencia. Será que aquela cena explicaria alguma coisa mais pra frente? O filme consegue exercer esse poder, o da ‘informação vital’ para o entendimento. Se você se afastar da história em algum momento, pensamentos esquisitos irão navegar em sua mente, como por exemplo, um em que o robô David é o Zordon dos Powers Rangers, entre outras maluquices. Agora, falando um pouco mais sério, alguns pontos interessantes são levantados pela história. O ser ‘mãe’, a curiosidade humana (em relação à evolução) contra a aceitação religiosa, a interação entre seres artificiais e os humanos entre muitas outras questões. No caso desse filme, uma exceção à regra, não escreverei a fundo em relação a esses detalhes, pois, certamente spoilers virão e estragarão a sua surpresa.

Para ajudar a contar essa história, o competente diretor chamou uma equipe de peso. Encabeçando a lista, no papel principal, Noomi Rapace, que após esse bom trabalho consolida de vez seus pés em Hollywood. Charlize Theron (cada vez mais parecida com a atriz Abbie Cornish), adotando um jeito “robótico vilanesca” cumpre com méritos sua função para com a história. Logan Marshall-Green, o sósia do Tom Hardy, deixa o público um pouco perdido com as variações de seu personagem mas não compromete nos principais momentos da trama. Mas, novamente esse ano, o show é do alemão! Michael Fassbender interpreta um ser bem peculiar e executa perfeitamente as características “humanas” que há nele. Seu robô David, que quem vos escreve apelidou o mesmo carinhosamente de “robô havaianas”, interage de forma misteriosa com os humanos às vezes reproduzindo frases de outros filmes ao longo da fita. Quem disse que só os humanos tem memória cinéfila? Resumindo, David é um personagem fundamental para o sucesso da história.  

O desfecho do longa é emblemático, então, não corram dos cinemas antes do filme realmente terminar, senão, você perderá a principal cena e que praticamente consolida uma grande ponte e raciocínios complexos desse e de outra sequencia bastante conhecida pelo público.

Na telona, a jornada começa em 2089. Para você começa dia 15 de junho. Não deixem de anotar na agenda, vale muito a pena.
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