Em uma época de esperança onde um homem buscou a reforma
agrária capitalista, entre outras melhorias para o país, um golpe é dado
deixando o nosso país em estado de alerta e limitado durante alguns anos. Dirigido
por Paulo Henrique Fontenelle, o documentário Dossiê Jango é, antes de tudo, uma grande aula de história que tem
como protagonista um ex-presidente deposto. Produzido pelo Canal Brasil e premiado no
Festival do Rio como Melhor Documentário Júri Popular e na Mostra Tiradentes
como Melhor Longa Metragem Júri Popular, o documentário pode ser definido como
um thriller investigativo.
Na trama, conhecemos melhor a história de João Goulart,
vulgo Jango, que governou o país até o congresso e os militares darem o golpe
(de 64), com os norte americanos financiando pelos bastidores esse movimento.
Nesse filme, muitas verdades escondidas são ditas. Impressionam os detalhes e a
quantidade de argumentos, todos muito bem organizados. O ponto de interrogação
convive na cabeça dos que sabiam as verdades por trás da história de João
Goulart.
Dossiê Jango é um
apoio aos que pedem uma investigação mais ampla sobre esse caso que marcou a
caminhada política brasileira. Em um espaço de nove meses, três mortes de
políticos que queriam retornar à democracia são expostas com provas e
declarações polêmicas. A interminável busca por respostas sobre as dúvidas que
permanecem é uma espécie de clímax intocável nesse relato vivo sobre a história
política do Brasil.
Enquanto o Estado Brasileiro não lutar pela verdade, nunca
vamos saber realmente o que aconteceu com um homem que lutou pelo Brasil. Essa indignação
que é transposta em tela, frequentemente, transforma esse belo trabalho de
Fontenelle e companhia em um documentário atemporal cumprindo com louvor ao que
se propõe.
Essa produção mostra mais uma vez que o cinema pode complementar
o que aprendemos em sala de aula. Em dias de revoluções nas ruas do nosso país,
chega aos cinemas esse excelente documentário como uma ótima dica para o
público conhecer um pouco melhor da nossa caminhada rumo à democracia. Mais um documentário
muito bom feito no Brasil neste ano, bravo!