As originalidades confusas de uma tentativa de ficção
científica inovadora. Perdido no catálogo da Netflix, sem muito marketing, Sombra Lunar se propõe a ser um filme de
bom ritmo que mistura conceitos de passagens de tempo dentro de uma ideia de
correção de ações, algo parecido com Minority
Report. O problema é que os hiatos acabam sendo muito grandes e há pouco
tempo de além da superfície principalmente nas narrativas do seu protagonista,
um homem obsessivo por uma noite que mudou sua vida. Não é chato, não é ruim
mas é confuso e perde o fôlego nos arcos finais.
Na trama, acompanhamos a complicada história de Locke (Boyd Holbrook), um jovem policial que
tem o sonho de ser detetive em breve. Dedicado a família, sua esposa está grávida
da primeira filha do casal, passa seus dias entre a delegacia e seu lar. Mas
tudo muda em uma noite, quando uma série de assassinatos interligados o levam a
perseguir pistas em poucas horas e ao mesmo tempo sua esposa entra em trabalho
de parto, tudo na mesma noite. A partir dos acontecimentos desse dia, durante
quase décadas uma única obsessão é colocada na cabeça do personagem principal:
entender o porquê dos assassinatos que voltam a acontecer de 9 em 9 anos.
Dirigido por Jim
Mickle com roteiro assinado por Gregory
Weidman e Geoffrey Tock, o filme
tem um arco inicial bastante promissor, com detalhes importantes sendo jogados
na tela para reunirmos como informações nas prováveis viradas na trama. Mas
tudo vai água baixo quando muito mistério é feito sem o entendimento dos
porquês, esse prolongamento em algumas respostas começam a gerar aquele
soninho. Há a obsessão do protagonista e também a do roteiro em não aproveitar
os com potenciais coadjuvantes. Michael
C Hall, o intérprete do ótimo personagem Dexter em seriado homônimo, e seu personagem parente de Locke, por
exemplo, está completamente perdido na trama, mesmo tendo importância para todo
o contexto que é imposto.
Para quem curte filmes de ficção científica pode até gostar
de um ou outro ponto mas as surpresas com os desfechos não surpreendem da
maneira explicativa que deveria ser.