01/05/2021

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Crítica do filme: 'Os Quatro Paralamas'


A arte de viver da fé no que acreditam. Amigos de quase toda uma vida, uma das maiores bandas da história da música brasileira. Em Os Quatro Paralamas, documentário disponível no catálogo da Netflix, temos a chance de acompanhar bem de perto, ao longo de um pouco mais de 90 minutos, entrevistas atuais, muitos vídeos de arquivo do diretor Roberto Berliner, fotos aos montes, lembranças de uma história que andou em paralelo com todas as mudanças sociais e políticas de nosso país. Exibido no Festival É Tudo Verdade de 2020, o documentário nos mostra em meio a muito papo, reflexões sobre a vida, desses paralamas, que passaram mais tempo juntos do que com as próprias famílias.


Selvagem, Vital e sua moto, meu erro, alagados, Bora Bora, Trac-Trac...inúmeros sucessos em versões de registro de ao vivos fantásticos que somente quem viveu sabe mensurar fazem parte dessa trajetória fílmica que nos mostra a simplicidade das reuniões dos amigos e colegas de trabalho que sempre viam na música uma saída importante para dizer o que sentem, o que veem, o que pensam. Mas você deve estar pensando, mas a banda não tem somente três integrantes? O quarto elemento é um afigura muito importante, Zé, o primeiro e único empresário da banda, amigo de Hebert desde o início dos tempos de faculdade.


Passando quase que na superfície pela estrutura política de todas as décadas de existência da banda, há a curiosa menção de que eles durante o tempo de Collor e as reformas que afundaram o Brasil os Paralamas do Sucesso faziam mais shows na Argentina do que no próprio país. Sobre a chegada do sucesso, importante ponto é mencionado, o emblemático show do Rock in Rio, quase um divisor de águas na carreira dessa banda amada por todos os brasileiros.


Se o seu mundo for o mundo inteiro, sua vida, seu amor, seu lar, deixe tudo que for verdadeiro e tudo que não for passar. Já caminhando pro arco final, o momento mais triste dessa trajetória dos quatro paralamas, o acidente de avião que levou embora Lucy, a esposa de Hebert, e deixou esse último com muitas sequelas. São emocionantes os relatos que vemos além da força que precisaram ter para continuar, se segurando no que mais amam: a música.