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22/08/2021

Crítica do filme: 'Unidas pela Esperança'


Um sofrimento compartilhado e cantado. Disponível no Streaming Telecine Play, Unidas pela Esperança conta a história, baseado em fatos reais, de mulheres de militares que se juntam para montar um coral, transformando a aflição dos dias sozinhas em momentos de descontração e união através da música. Pelas subtrama, algumas com grande profundidade, encontramos os caminhos para entender as razões dessas mulheres em encontrar algo e comum para assim também compartilhar de uma forma positiva a variável tempo, tão complexa de lidar, principalmente com os maridos ficando meses longe de casa e expostos a todo tipo de perigo em guerras pelo mundo. A direção é de Peter Cattaneo e na pele das protagonistas Kristin Scott Thomas e Sharon Horgan.


Na trama, conhecemos Kate (Kristin Scott Thomas) a esposa de um general de uma base militar na Inglaterra que não possui muito contato com as outras espoas de militares, principalmente após o falecimento do seu único filho. Certo dia, resolve se juntar a Lisa (Sharon Horgan), uma mulher que possui muito problemas de relacionamento com a filha e comanda uma espécie de mercearia na base militar. Elas resolvem criar um coral com as mulheres dos militares. A iniciativa é um sucesso e assim elas conseguirão encontrar forças umas nas outras principalmente quando notícias ruins chegam.


O roteiro tem um mérito muito grande que é abordar a melancolia de uma forma que o ritmo não fique estático. Talvez a maturidade da personagem de Scott Thomas misturada com a impulsividade da personagem de Horgan torne a fórmula perfeita para os contrapontos que o longa-metragem navega. Unidas pela Esperança passa pelo drama em muitas camadas, mesmo tendo muitas subtramas e algumas ficando apenas no superficial todo o sentimento e razões são passados ao público sempre com muito carisma das personagens em cena. Por incrível que pareça a música em si fica em segundo plano se tornando apenas um instrumento para entendermos os cenários dramáticos que vão se moldando.


O filme cumpre o objetivo de passar uma mensagem de esperança e companheirismo de mulheres que enfrentam as aflições de terem maridos em uma profissão de alto risco. Muito bonito também os créditos do filme mostrando a mesma iniciativa em muitos lugares do mundo. Vale a pena conferir.

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21/08/2021

Crítica do filme: 'Quo Vadis, Aida?'


As dores que nunca se apagam. Um dos cinco finalistas ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, é um dos mais chocantes longas-metragens dos últimos tempos. Mostra os horrores de uma guerra sem fim na Bósnia, onde a sede por matança em meados da década de 90 levou a separação dolorosa de inúmeras famílias de várias regiões desse país que convivia com o medo frequente. Ao longo das mais de duas horas de projeção somos testemunhas de muita dor e sofrimento tendo como referência uma tradutora da ONU que luta a todo instante para proteger sua família. Um filme arrebatador. Belíssima direção da cineasta Jasmila Žbanić.


Na trama, ambientada em meados da década de 90, conhecemos Aida (Jasna Đuričić) uma ex-professora e agora tradutora/intérprete da ONU que precisa lidar com um caótico momento de seu país tomado por um exército de vingativos soldados que praticamente varreram a cidade de Srebrenica. O único porto seguro é a base da ONU na região, comandada por patentes altas holandesas, para onde fogem todos os sobreviventes, inclusive os dois filhos e o marido de Aida. Buscando soluções/escolhas a todo instante, negociando bastante com todos que conhece, Aida viverá dias que nunca sairão de sua memória.


Nossos olhos estacionam em Aida, uma forte mulher que luta para executar seu trabalhar em meio a pressões de todos os lados em busca de soluções que ela sozinha não consegue encontrar. Pela ótica dela acompanhamos o desespero dos militares holandeses na base da ONU, abandonados pelo alto escalão, sem saber direito como lidar com a situação tensa que lhes é apresentada. Também acompanhamos memórias da mesma, quando os dias eram felizes em um país destroçado por uma guerra que nunca acaba.


Exibido no Festival Internacional de Cinema de Veneza, Quo Vadis, Aida? tem um ritmo dinâmico, intenso, mostrando uma dura realidade distante de muitos mas que passam milhares de pessoas que fogem de um lugar que é seu mas comandado (ou tomado) por pessoas ruins. Atemporal, inclusive quando esse texto é escrito o mundo lê sobre os horrores que acontecem num outro país, o Afeganistão, tomado pelo Talibã nos últimos dias fazendo com que milhares de pessoas fujam de suas casas e consigam abrigo em qualquer outro lugar do mundo.


O filme consegue com toda a dureza que lhe é pertencente apresentar pontos reflexivos aos montes. Há críticas sociais por todos os lados, críticas sobre a questão da ONU sem comando também. O filme forte e necessário. Imperdível.

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19/08/2021

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Crítica do filme: 'L.O.C.A'


Sonolento roteiro que busca respostas sobre relacionamentos. Disponível no catálogo do Streaming do Telecine, o longa-metragem brasileiro L.O.C.A. aborda a questão do amar demais, dos relacionamentos e suas complicações por meio de uma avenida cômica ligado à força feminina. Há questões no roteiro, achar os pontos de interseção até não é difícil mas os arcos são muito mal definidos mesmo que com uma grande lupa compreensiva enxergamos lapsos na gangorra da queda/ascensão nas três linhas de personagens que acompanhamos. O humor como forma de reflexão sempre é louvável mas doses exageradas acabam limitando bastante o público-alvo que poderia ser bem mais amplo. O projeto é dirigido pela cineasta Claudia Jouvin e tem no elenco nomes como: Mariana Ximenes, Débora Lamm, Fábio Assunção, Cris Vianna, Roberta Rodrigues, Luis Miranda e Érico Brás.


Na trama, conhecemos a jornalista Manuela (Mariana Ximenes), uma jovem que encontra certa dificuldade para emplacar pautas em seu trabalho em uma revista não muito badalada. No campo amoroso, ela está em uma situação de dúvida, pois tem um relacionamento com seu professor (Fábio Assunção) mas ele parece não querer assumir a relação para todos. Certo dia, ela acaba sendo guiada para uma pauta conhecendo Elena (Débora Lamm) e a mesma sugere que ela vá até a reunião da LOCA, a Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor. Assim, Manuela inclusive consegue emplacar uma pauta para falar sobre essas reuniões e situações que passam as mulheres que procuram o LOCA e nos encontros conhece também Rebeca (Roberta Rodrigues). As três buscarão forças para saírem de seus respectivos problemas, talvez, por amarem demais pessoas que não merecem todo esse sentimento.


Em menos de 85 minutos de projeção, acompanhamos essas três estradas de vida, três mulheres de forte personalidade que de formas diferentes enfrentam relacionamentos que de alguma forma já não estão mais fazendo bem a elas. E nesse caso, o que fazer né? As situações que assistimos, muitas delas inconsequentes, exageradas e puxadas para as licenças poéticas de alguma forma geram suas reflexões. Quando sai da comédia e entra no drama, o filme encontra problemas pois a essência de comédia escrachada está em todo lugar, deixando reflexões mais críticas com lacunas sem preenchimento.


No final, já nos créditos, com o elenco cantando Loka, música das ótimas artistas de nosso mercado musical, Simone & Simaria, encontramos um bom paralelo entre a canção e o que enxergamos de reflexão no filme. No mais, L.O.C.A. é um filme que não deve perdurar em nossas memórias cinéfilas por muito tempo mas não deixem de tirar suas próprias conclusões indo assistir ao filme.

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18/08/2021

Crítica do filme: 'Assalto ao Banco da Espanha'


O que fazer com o desejo de aventura, no se arriscar ao não necessário? Até onde pode ir a paixão por um objetivo? Disponível no ótimo catálogo do Telecine Play, Assalto ao Banco da Espanha fala sobre engenharia, espionagem, planos mirabolantes e um líder com um sonho que molda sua vida de riquezas como o curioso objetivo de ir atrás de um tesouro perdido. O roteiro encosta na comparação quase óbvia com La Casa de Papel mas suas reflexões chegam por pontos diferentes. Dirigido por Jaume Balagueró, cineasta espanhol responsável pelos excelentes [Rec] e Enquanto Você Dorme, o projeto reúne excelentes atores em cena, como: Astrid Bergès-Frisbey, Jose Coronado, Luis Tosar, Sam Riley, Freddie Highmore e Liam Cunningham.


Na trama, conhecemos o caçador de tesouros, o milionário Walter (Liam Cunningham), um homem que reúne equipes pelo mundo em busca de tesouros e mais especificamente um em especial que lhe fora tomado pelas autoridades espanholas em alto mar deixando esse objeto preso no Banco da Espanha, um dos lugares mais seguros de toda a Europa. Walter descobre uma maneira de entrar no local mas precisará de um brilhante engenheiro para conseguir decifrar alguns enigmas sobre como é feita a segurança no local, assim chega ao nome de Thom (Freddie Highmore) um brilhante estudante de Cambridge que fica de cara fascinado em ser peça fundamental no plano e na equipe de Walter.


O filme tem uma pegada de Missão Impossível, A Lenda do Tesouro Perdido, La Casa del Papel, mas navega na possibilidade de buscar sua própria personalidade/originalidade muito por conta dos objetivos que são bem variados e compõe as trajetórias dos personagens. A questão da lealdade, do espírito de equipe é colocada à prova a toda instante, principalmente quando percebemos a adição de questões políticas, até mesmo de serviços secretos e espionagens deixando interpretações das mais variadas nos pontos reflexivos, principalmente, quando o roteiro chega na profundidade.


Em alguns momentos o clichê toma conta mas não deixa de divertir, de entreter, seu dinamismo é um dos pontos altos mesmo que partes dramáticas sejam vistas apenas como pontos superficiais de personalidades variadas. Algumas subtramas se destacam outras nem tanto. Há muito talento em cena e a direção é competente. Para quem curte filmes de ação, Assalto ao Banco da Espanha pode agradar bastante.

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02/01/2021

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Crítica do filme: 'Deixe-o Partir (Let Him Go)'


Quando a vida é a linha de coisas que perdemos. Baseado na obra de Larry Watson, roteirizado e dirigido pelo cineasta Thomas Bezucha (em seu quarto trabalho em longas-metragens), Let Him Go é sobre sacrifícios que fazemos pelo caminho de nossas vidas e como nossas escolhas podem mudar trajetórias de muitos a nosso redor. Abordando também como é muito difícil lidar com a perda, muitas vezes dentro de impactantes momentos de alta tensão, o filme vai nos guiando rumo a conclusões explosivas em torno de um casal, há décadas apaixonado, que tem uma grande última missão em suas vidas: resgatar seu neto. Um surpreendente trabalho que pode pintar em muitas premiações. Destaques para as presenças de Diane Lane e Lesley Manville, ambas maravilhosas em seus respectivos papéis, não seria nenhum absurdo pensarmos nelas como uma das cinco indicadas ao próximo Oscar, de atriz e atriz coadjuvante.


Na trama, ambientada no início da década de 50, conhecemos um casal ainda apaixonado, Margaret (Diane Lane) e George (Kevin Costner) Blackledge, depois de anos de toda uma vida, vivem sua rotina na simplicidade e pequenos gestos de amor e carinho em uma casa/rancho em Montana onde vivem seus dias. Eles passam os dias com o filho, a nora Lorna (Kayli Carter) e o recém-nascido neto. Certo dia, de maneira inesperada, o filho deles morre em um acidente com um cavalo. O tempo passa e a Lorna resolve se casar com Donnie Weboy (Will Brittain), um homem sem delicadezas e que maltrata a agora ex-nora do casal e o neto deles. Quando Donnie e Lorna se mudam sem avisar Margaret e George, o casal embarca em uma road trip em busca de resgatar o neto deles, só que enfrentarão muitos absurdos pelo caminho, principalmente os provocados pela líder do clã Weboy, a maquiavélica Blanche (Lesley Manville).


Não comece o que você não pode terminar. A busca de um senso de justiça engajado nas ações dos protagonistas é uma representação profunda de cidades sem lei e ‘clãs maquiavélicos’ de décadas atrás, principalmente no interior dos Estados Unidos. Esse ‘new Western’ camuflado de drama possui força em suas ações, deixando clímaxs intensos nos altos picos de tensão provocados pelo embate do casal com os Weboy. Além dos iminentes conflitos, vemos cenas lindas de Margaret e George, reflexões sobre a vida que vivem juntos, os sacríficos que fizeram e poderão fazer, as tristezas das perdas, o último respingo de alegria com a chegada do neto.


Poucos filmes no último ano tiveram vilões tão bem exemplificados e terríveis/cruéis como os integrantes do clã comandado por Blanche, os diálogos entre eles e os protagonistas, além de uma falsa guerra fria instaurada deixam a carga explosiva no gatilho para cenas de tirar o fôlego provocadas com muito sentimento de ódio e justiça com as próprias mãos. Baita filme de Bezucha.

 

 

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16/11/2018

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Crítica do filme: 'Podres de Ricos'


Surpresas da vida modeladas aos exageros de um cinemão. Fenômeno surpreendente de bilheteria nos Estados Unidos nesse ano, Podres de Ricos desembarcou no circuito brasileiro de exibição semanas atrás tentando preencher a lacuna das boas comédias que assistimos de vez em quando no cinema. Baseado no livro de sucesso Crazy Rich Asians de Kevin Kwan, e dirigido pelo cineasta californiano Jon M. Chu (Truque de Mestre: o 2º Ato) o filme é uma grande sessão da tarde ao melhor estilo cinderela.O roteiro busca suas forças nos clichês, algo como aquela fórmula que já deu certo outras vezes, deixando pouca margem para suspiros mais profundos, mesmo assim funciona.


Na trama, conhecemos a feliz e inteligente professora de economia Rachel Chu (Constance Wu) que namora com o misterioso Nick (Henry Golding), de quem nunca conheceu a família. Certo dia e próximo de ser pedida em casamento sem saber, Rachel resolve aceitar o convite de Nick para viajar com ele para Singapura, onde irão juntos ao casamento do melhor amigo dele. Chegando lá, ela percebe que Nick é filho da família mais rica do país, herdeiro de uma fortuna inestimável e um dos solteiros mais cobiçados do lugar. Além de enfrentar toda a surpresa da revelação, precisará enfrentar as regras e desconfiança de Eleonor (Michelle Yeoh), mãe de Nick.

Com filmagens realizadas em Singapura e na Malásia (belíssimas imagens de lindos lugares), Crazy Rich Asians , no original, é a reunião de todo o glamour de riqueza dos personagens ricos das novelas, com pitadas do programa no estilo ‘fofocalizando’ e recheio de reality shows parecido com o das Kardashians. O roteiro é bem simples, superficial e abre margem para continuações, mesmo com personagens simpáticos não consegue fugir do rótulo de água com açúcar.

Melhor personagem e com certo ar de misteriosa, Eleonor, a mãe toda poderosa de Nick, sempre que em cena contribui para que o interesse chegue com mais força para a história que estamos sendo apresentados. Se continuações acontecerem e conseguirem profundidade nesse arco da trajetória dos pombinhos milionários, o eterno duelo entre nora e sogra, o segundo filme tem tudo para ser melhor que esse primeiro.  

Atualizado 02.08.2021.

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