05/06/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #435 - Natasha Maya


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Natasha Maya é carioca de Copacabana, mas virou tijucana faz 16 anos. Se apaixonou pelo cinema vendo filmes com seus pais, aos 5, 6 anos. Fez um semestre de medicina em Teresópolis, mas viu que não era o que queria, então foi fazer comunicação social na FACHA. Se casou, foi mãe full time, sem nunca perder sua paixão pelo cinema. Depois se separou, e começou a escrever um blog no Facebook. Agora está escrevendo mais no Instagram. No meio disso, vários cursos.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Todas as do grupo Estação. Tenho especial carinho pelo Estação Net Botafogo, já que foi ali que descobri filmes de arte e participei das madrugadas cinéfilas nos anos 80.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Quando eu assisti Help com meu pai no extinto Cinema 1, na Prado Júnior em Copacabana, numa reprise. De quebra virei beatlemaníaca.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Nossa, são tantos...tantos diretores como filmes. Hitchcock, Spielberg, Copolla, Tarantino, José Padilha, Walter Salles. De filmes vou citar Um corpo que cai, A lista de Schindler, O Poderoso Chefão 1 e 2, Central do Brasil, Tropa de elite 1 e 2.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil. Fernanda Montenegro devia ter levado o Oscar, mas, para além do prêmio é um filme que mostra os vários "brasis" dentro do Brasil com muita sensibilidade.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim é quase uma religião. É oxigênio, viver mil vidas em uma só.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Claro que não! Os blockbusters (que até podem ser bons) chegarem a ocupar mais de 90 % das salas é a prova disso. Falta muito espaço para outros tipos de filmes, principalmente os nacionais.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero sinceramente que não...

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O filme coreano Mother - A busca pela verdade.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Agora já temos vacinas, e, os cinemas reabriram antes disso. Eu só fui três vezes desde o começo da pandemia, com todos os cuidados. Espero que com a vacinação em massa tudo volte a ser como antes.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho muito boa. Temos cineastas do cacife de Fernando Meirelles, Andrucha Waddington, Walter Salles, Karim Ainouz. Além de comédias ótimas também.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não vou dizer que não perdi nenhum, mas sempre procuro assistir os filmes com Leandra Leal, Wagner Moura e as Fernandas (mãe e filha).

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é vida, remédio, sonho. Tudo junto.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Ai tem tantas, algumas terríveis.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Se ele for dirigir um filme visando o lucro, não precisa. Não estou dizendo que filmes comerciais são ruins, mas se o cineasta só visa o lucro vai ser. Enfim, liberdade de escolha...

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Calígula e O Poço são imbatíveis, kk.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Gosto muito de Tiros em Columbine do Michael Moore.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, várias vezes.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos e Motoqueiro Fantasma. Bem diferentes né?

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro Cinema e Almanaque Virtual . Também gosto de canais no YouTube.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

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Crítica em vídeo do filme: 'Como Hackear seu Chefe'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme 'Como Hackear seu Chefe'.


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04/06/2021

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Crítica do filme: 'Holiday'


O paradoxo entre luxo e a violência sem limites. Após dois curtas-metragens e ter assinado o roteiro do polêmico filme Border, a cineasta sueca de 43 anos Isabella Eklöf chega ao seu primeiro longa-metragem na direção dando um grande bico na porta contando a trajetória de uma ingênua jovem e seu relacionamento abusivo com um gângster durante a passagem deles na cidade portuária de Bodrum, na Riviera turca. História impactante, cenas pesadíssimas, que embrulha o estômago mas faz refletir sobre a questão da redenção dentro de um camuflado deslumbre, se existe ou não. Holiday está disponível no ótimo catálogo do streaming Reserva Imovision.


Na trama, conhecemos Sascha (Victoria Carmen Sonne), uma jovem que desembarca em um aeroporto na Turquia para passar um tempo na casa de praia do namorado bandido Michael (Lai Yde) e acaba encarando uma normalidade de violência e abusos dentro do universo do namorado. Quando parece que começa a perceber que há algo errado, ou pelo menos que deseja sair daquele universo mesmo que de maneira não convicta, ela conhece um velejador holandês mas Michael não deixará as coisas irem para o rumo que estavam caminhando.


Selecionado para o Festival de Sundance no ano de 2018, Holiday, aborda paralelos que nos fazem entender melhor a protagonista, consumida por uma ingenuidade tamanha. Por exemplo, o medo vira um paralelo para o ar dessa ingenuidade que envolve a personagem, escolhas aparecem na sua frente a todo instante mas o deslumbre para com um vida de luxo e a acomodação de uma falsa liberdade parece que a deixam confusa a todo instante, mesmo seus instintos a levando para uma busca por uma outra realidade pois aquilo que vive não pode ser nem de longe um padrão para uma vida calma e tranquila. Nada ao seu redor a ajuda nesse caminho complicado, a chegada do velejador holandês parece que desperta nela uma reação de esperança, quase uma desconstrução sobre a sua visão daqueles dias naquele lugar.


Violência física, psicológica, o filme é recheado de fortes cenas que deixarão o espectador impactado. Esse poder de atingir chocando é o caminho tomado por Eklöf para mostrar os caminhos quase sem volta da vida, por escolhas que estão na nossa frente mas com todos os obstáculos que as vezes não nos fazem enxergar.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #434 - Rogerio Ribeiro


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Rogério Ribeiro tem 50 anos, paulista de Vila Prudente. Graduado em História, pós graduado no período medieval, atualmente lecionando na rede particular. Nadador amador, iogue amador e cozinheiro amador. Apaixonado pelo cinema de Pasolini, Coppola e Hirszman.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Belas Artes. É o cinema de rua com programação mais voltada para cinematografias europeias e a brasileira e menos cinema norte-americano. O que é uma bênção.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Quando tinha seis anos assisti O Ladrão de Bagdá no cinema da igreja do meu bairro. Nunca mais fui o mesmo.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pier Paolo Pasolini e seu Saló, 120 dias de Sodoma é minha bíblia.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Pedreira de São Diogo, de Leon Hirszman, porque é uma homenagem e uma reverência ao cinema de Sergei Eisenstein.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é conhecer cinema por dentro, técnica e artisticamente. Coisa que eu não sou. Quem sabe um dia.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Absolutamente não.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não, acredito que não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Killer's Kiss, Stanley Kubrick.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Seguindo os protocolos de segurança, não vejo por que não. Mas já temos vacina. Só não temos governantes humanos que disponibilizam vacina para os cidadãos que os colocaram esses genocidas no poder.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Apesar de agonizante, o cinema brasileiro resiste. Vide a grandeza de A Vida Invisível, para citar apenas um.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Karin Ainouz.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A vida é sonho.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não é uma história, mas uma curiosidade. Numa dessas viradas culturais quando esse país era uma democracia, eu assisti O Mágico de Oz, de madrugada, no Cine Dom José, um notório cinema gay do centro de São Paulo.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

O que é isso?

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que, como todo profissional de respeito, o cineasta deve conhecer os meandros do seu ofício.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Coração Valente mas acho que não conta, porque saí da sala no começo. Paixão também é bem ruim.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Simpathy for the devil, Jean-Luc Godard.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Vários. Moulin Rouge, por exemplo.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Peggy Sue, Francis Ford Coppola. Arizona Nunca Mais também é bom. Coração Selvagem. Tem Bringing out the dead de Martin Scorsese também. Ah, bem dirigido o cara é bom.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Sight & Sound.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Quando acontece de assistir filme em casa, o que é raro, Netflix.

 

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03/06/2021

Crítica em vídeo do filme: 'Cruella'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme Oxigênio.


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Crítica do filme: 'O Convidado'


No universo dos negócios e do amor, nem sempre o equilíbrio acontece. Dirigido por Michael Winterbottom (do polêmico 9 Canções), O Convidado, disponível na Amazon Prime Video, mais é que um road movie camuflado de suspense. O roteiro é bem simples, busca suas forças em uma introspecção dos personagens, possui um abre alas, um arco inicial, muito confuso deixando lacunas abertas para serem preenchidas ao longo dos quase 100 minutos de projeção. É difícil ser fisgado com uma história travada em mistérios sobre um passado recente que pouco são explorados. Tendo paisagens de muitos lugares como a Índia e o Paquistão como plano de fundo, nos sentimos naqueles programas sobre viagens que encontramos em canais de televisão em algum dia do fim de semana pela manhã.


Na trama, conhecemos um jovem britânico, habilidoso com armas, chamado Jay (Dev Patel) que está em uma missão secreta e vai até a palestina sequestrar a farmacêutica Samira (Radhika Apte). Aos poucos vamos entendendo que esse sequestro acaba sendo uma espécie de missão de resgate, uma fuga da jovem organizada por um amigo de faculdade com o objetivo de fugir daquele lugar e viverem de umas pedras preciosas que conseguiram. A questão é que as peças não são bem explicadas e nada parece no lugar, deixando o desfecho dessa história, talvez, longe de um final feliz.


Um sequestro? Um salvamento? Demora para entendermos sobre o que é aquilo tudo e no fim nem podemos dizer que temos a certeza de que tudo fora explicado. O desejo de uma mulher em fugir de um casamento arranjado e automaticamente das tradições culturais de sua família pode ser definida como o ponto de interseção de uma história que envolve dois homens, um cúmplice e outro contratado. O projeto cresce quando busca o drama dentro de personagens calados, sofridos, mas com vontade de se libertarem sejam do que for, mas a distância do que realmente é aquilo tudo, dentro de um caótico suspense mal explicado, acaba nos afastando de mensagens nas entrelinhas deixando apenas fragmentos de reflexões sobre destino e objetivos.


Um dos principais problemas, é fato, não conseguimos nos conectar com os personagens e isso atrapalha demais nosso olhar sobre todo o contexto. Dizem que um filme bom te conquista nos primeiros 15 minutos. Esse teve mais de uma hora e meia e convence em raros momentos.

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02/06/2021

Crítica do filme: 'Como Hackear Seu Chefe'


Dentro de um universo de interação que pode ser limitado ou não mas com certeza pode se tornar uma tendência, os filmes feitos a partir de telas interativas do computador, os que alguns chamam de Desktop Movies precisam de muita criatividade para não se tornarem maçantes, como por exemplo no caso do ótimo filme Buscando... Tentando surfar nessa onda, chega as plataformas de streamings pagas no dia 04 de junho a comédia brasileira Como Hackear Seu Chefe, dirigida por Fabricio Bittar que mesmo tendo um roteiro bem superficial e com alguns exageros busca uma aproximação com a realidade quando faz bons paralelos com os inúmeras situações cômicas que podem acontecer num home office.


Na trama, acompanhamos a saga de Vitor, um jovem trabalhador de uma pequena empresa que está em home office assim como todos de sua equipe. Após ser selecionado por seu chefe para criar uma nova apresentação para a empresa, na hora de enviar o trabalho pronto comete um grave erro e envia o arquivo errado que contém uma série de memes do seu chefe. Assim, buscando alguma solução para essa inusitada situação, resolve pedir a ajuda de alguns amigos de trabalho.


A busca por criatividade dentro das limitações já comentadas é a grande corrida que faz esse lançamento nacional com rostos de uma nova geração do humor aliados a uma participação do veterano ator Nuno Leal Maia. A comédia é o grande foco com uma lupa gigante para essas novas interações que todos no mundo que não conheciam estão aprendendo a ter em seu cotidiano: o home office. Os paralelos com as navegações pelas redes sociais, as propagandas, os anúncios, os teasers, tudo isso ganha pequenos destaques entre um vai e vem com um contexto central mirabolante e de soluções encontradas fora de uma lógica verossímil.


Como entretenimento o filme pode agradar grande parte do público, talvez aqueles e aquelas que consigam se identificar com alguma situação que se passa com os personagens tendo que trabalhar de casa, juntando obrigações profissionais com a vida pessoal, se desdobrando na pausa da ansiedade com toda a rede de comunicação na tela de um mesmo lugar. Vale a reflexão.

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Crítica do filme: 'Milagre Azul'


Quando a mensagem é linda mas o filme é chato. Abordando uma história real, emocionante, sobre um homem e sua boa vontade em dar uma família para quem não tem ninguém no mundo, Milagre Azul presta uma homenagem a essa história. Mas como analisamos cinema, a narrativa deixa muito a desejar, se enterra em clichês a todo instante, você pode se emocionar com a mensagem mas a direção (assina pelo cineasta Julio Quintana), atuações, roteiro estão abaixo dessa emoção. A leitura da sinopse emociona mais que o filme em si pois lá já tem o caminho de tudo que vamos ver. Talvez valha mais a pena o exercício de pesquisar sobre essa linda lição de vida em algum site ou jornal de anos passados.


Na trama, acompanhamos Omar (Jimmy Gonzales) o criador da Casa Hogar, um orfanato localizado no Cabo San Lucas no México, onde abriga crianças órfãos encontradas pela cidade. Esse trabalho é muito bonito mas com suas dificuldades só é possível vencer os obstáculos com o apoio de sua companheira Becca (Fernanda Urrejola). Após uma forte tempestade na cidade e a constante cobrança das dívidas pelo banco local, Omar precisa de um milagre para conseguir manter o lugar aberto. Sua chance acaba cruzando com o destino do capitão de navio Wade (Dennis Quaid). Assim, Omar e Wade são inscritos juntos para ganhar um prestigiado torneio de pesca na cidade.


Falta carisma e mais profundidade nas resoluções dos conflitos para fazer a rica história real virar um bom filme nas nossas telas. O roteiro é apenas na superfície dentro das partes dramáticas, nos conflitos, deixando em segundo plano toda uma explicação que poderia render uma trama mais forte com personagens se reconstruindo de maneira profunda, como por exemplo a situação mal resolvida do acidente que sofrera Omar com seu pai quando criança. Essa questão do trauma, inclusive, permeia a narrativa seja na ótica das crianças e seus respectivos passados repletos de sofrimentos, seja na ótica do Capitão Wade e sua distância da família. Mas nenhum dos conflitos, como já dito, conseguem ir à fundo em uma explicação que não seja uma mera menção em algum momento.



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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #433 - Laura Cristina


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Santa Maria da Vitória (Bahia). Laura Cristina tem 19 anos. Futura estudante de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Seu gênero de filme favorito é ficção científica, mas também ama suspense e drama.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Infelizmente em minha cidade não há salas de cinema e fica longe de cidades que tenham, em toda minha vida só assisti a 5 filmes no cinema.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acredito que tenha sido A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005). Assisti quando criança e me encantei com a magia do cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Meu diretor favorito é o Christopher Nolan, e seu filme Interestelar (2014) ocupa o 1º lugar na minha lista de melhores filmes.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Bacurau (2019), ele consegue quebrar estereótipos e preconceitos que existem até hoje, fazendo uma relação daquela realidade fictícia com o mundo real. Traz críticas sociais importantes de uma forma bem instigante. E gostei muito do fato de a cidade ser a protagonista, ao invés de algum dos personagens do povoado, o que fez total sentido.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo pra mim é amar o cinema ao ponto de não conseguir imaginar sua vida sem filmes.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Nunca parei pra pensar nisso, mas acredito que nem sempre.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não, pois é uma experiência extraordinária poder se teletransportar para outros mundos ao entrar numa sala de cinema. Porém pode ser que um dia elas se tornem raridade.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Capitão Fantástico (2016).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, a saúde pública deve ser prezada. E acredito que a experiência de ir ao cinema, neste momento, não seria a mesma por conta das normas de segurança contra o covid.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O Brasil vem lançando filmes de altíssima qualidade ultimamente. Nosso cinema não dá mais para ser reconhecido apenas pelas comédias meia boca e pornochanchada. Ele vem melhorando muito nos últimos tempos e há muitos filmes dignos de reconhecimento.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não me considero fã de artistas, sou fã de obras, então acho que não há ninguém que eu já tenha visto todos os filmes.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é a arte mais completa e poderosa, nele o impossível se torna quase palpável.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

A primeira vez de minha mãe assistindo a um filme 3D foi engraçada, ela quase deixou a sala com medo de um filme infantil. Ela diz ter sido uma experiência aterrorizante ver as coisas vindo em direção a ela e teve momentos que fechava o olho como se fosse um filme de terror. O filme era Tarzan: A Evolução da Lenda (2013).

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Prefiro não comentar sobre esse filme.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Depende, acho que não necessariamente, mas isso dá um diferencial.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

365 dni (2020) se não foi o pior, foi um dos piores.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Ilha das Flores (1989), apesar de ter controvérsias sobre sua veracidade, eu gosto bastante de como ele foi montado.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sempre que assisto a um filme extraordinário bato palmas pra ele, mesmo sendo em casa.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não costumo assistir a muitos filmes com o Nicolas Cage e não lembro de algum marcante.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Geralmente acompanho canais do YouTube e páginas do Instagram que falam de cinema, mas não costumo ler sites, prefiro assistir a vídeos.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix e Prime Video.

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01/06/2021

Crítica em vídeo da minissérie 'Mare of Easttown'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente a minissérie  'Mare of Easttown'. 


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Crítica em vídeo do filme: 'Oxigênio'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme Oxigênio.


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Crítica do filme: 'Cruella'


Mais traiçoeira do que uma cascavel. A reconstrução de uma das vilãs mais famosas do universo da Disney aliada a uma adição de cultura pop contemporânea, com dinamismo, reflexões sobre o poder da mídia, beirando as linhas tênues dentro de uma personalidade e uma afiada trilha sonora, são algumas boas definições do surpreendente live action Cruella. Dirigido pelo cineasta australiano Craig Gillespie (Eu, Tonya), o projeto que teve lançamento simultâneo nos cinemas e no streaming da Disney em forma especial (paga), possui um ritmo equilibrado em sua narrativa, ação e drama andam lado a lado com espaço para momentos cômicos. Um belíssimo trabalho que deve agradar a todos os públicos.


Na trama, conhecemos Estella (Emma Stone), uma jovem cheia de atitude que se mete em diversas confusões sendo inclusive expulsa de todos os colégios da região onde mora. Assim, ela parte com sua mãe para Londres, mas antes de chegar até o centro da cidade, a mãe faz uma parada num lugar chique e misterioso onde Estella sofre um grande trauma com a perda da mãe. Sem rumo na vida, acaba fugindo para o centro da cidade e lá conhece dois amigos que a ajudam. Ela cresce e sobrevive nessa vida precária por meio de falcatruas, roubos impossíveis, pequenos furtos. Até um dia ter a chance de trabalhar e conhecer a socialite e estilista de sucesso Baronesa (Emma Thompson), a quem descobre ter sido a responsável pelo assassinato da mãe. Isso a faz consumir em uma vingança sem regras, assumindo assim a alcunha de Cruella.


Tínhamos certeza que Cruella veio de um lugar que é bem cruel. Será? Baseado no personagem do livro 101 Dálmatas, escrito por Dodie Smith na década de 50, a personagem nesse ano de 2021 ganha contornos inovadores. Na ponta da inconsequência, quase sempre ser ter nada a perder, ela se transforma, se descontrói ao longo das mais de duas horas de projeção. O roteiro busca na psicologia as explicações para as atitudes e ações que fazem parte da trajetória da personagem, sua rebeldia acopla dentro de um cenário de caos que é instaurado após o desejo de vingança tomar conta das atitudes dela. Todo o lado vilanesco teve um início e essa construção da história é muito bem explicada.


Por conta de um descontrole próprio de uma psicologia arranhada, sua causa de vingança vira algo descontrolável, e assim se torna também algo mais geral, bagunçar o mundo com sua arte, utilizando sua aptidão como estilista mas sem deixar de lado o psicótico que muitas vezes a leva longe de seu lado mais doce sendo dominado assim por uma crueldade sem volta. Seu cabelo metade branco, metade preto é a personificação desses dois lados, representados assim desde a criação da personagem no original.


Com um leque de personagens carismáticos, uma trama empolgante, inúmeros pontos de reflexões sobre a psiquê de uma curiosa protagonista, uma direção de arte impecável e outros pontos positivos, Cruella se torna um dos grandes filmes de 2021.

 

 



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Pausa para uma série - 'Mare of Easttown'


A força dentro das surpresas e desilusões. O que você faria se fosse atormentado por uma tragédia em sua família? Se seu trabalho é questionado por todos ao seu redor? Se sua vida amorosa é um quebra cabeça complicado de se entender? Essas e outras questões estão dentro do contexto de pulsantes emoções da protagonista de Mare of Easttown, minissérie de sete capítulos da HBO que possui um roteiro afiado, repleto de mistérios e dramas profundos gerando inúmeras reflexões pelo caminho. No papel principal, uma das grandes atrizes do planeta cinema, Kate Winslet, em mais uma atuação nota 10. Impecável trabalho que merece ser visto por todos que gostam de boas histórias.


Na trama, criada por Brad Ingelsby, conhecemos Mare (Kate Winslet), uma detetive divorciada, e já avó, que é atormentada pelo suicídio do filho anos atrás e no campo profissional é taxada de incompetente por não conseguir solucionar o caso de uma desaparecimento de uma jovem moradora da região. Mora com sua filha Siobhan (Angourie Rice), a mãe Helen (Jean Smart, em atuação fantástica) e seu neto em uma casa que é na frente da do ex-marido Frank (David Denman). Quando uma outra jovem é assassinada, um leque de portas se abrem na linha de investigação e não é descartada de ter alguma relação com o desaparecimento da outra jovem. Entre a dedicação a essa importante investigação e o caos que se transforma sua vida pessoal, muitas surpresas a aguardam em um desenrolar de fatos impactantes.


A congruência entre suspense e drama é feita de maneira sublime. E esse poder de surpreender chega aliado a um raio-x completo da personalidade de uma corajosa e amargurada protagonista, uma mulher que luta contra seus medos a todo episódio, que precisa tomar atitudes duras que influenciam a sua e outras famílias. Nas partes dramáticas as subtramas ganham rumos importantes e bastante conclusivos, seja no arco que mostra as dúvidas e escolhas de Siobhan, as dúvidas sobe o professor Frank e o envolvimento dele ou não em parte dos mistérios da trama, o caótico estado amoroso de Mare mas que nutre uma certa esperança na chegada do escritor Richard (Guy Pearce), a relação de amizade com Lori (Julianne Nicholson, em atuação destacada), os conflitos com a mãe de seu neto Carrie (Sosie Bacon) e com a ex-amiga de jogos de basquete no colegial Dawn (Enid Graham).


O mais importante nisso tudo é que todas as portas abertas são fechadas. Todos são suspeitos por um momento, Mare nos conecta nossos olhos e sua forma de pensar, vemos as construções e desconstruções da complexa personagem, vamos descobrindo cada vírgula, cada ponto fora da curva. Fica difícil até saber se gostamos mais da parte dramática ou do suspense imposto, tudo é muito bem feito. A cada conclusão de episódio bate aquele desespero de querermos assistir ao próximo.


Blindado por um perfeccionismo nas atuações, dentro de um roteiro primoroso, Mare of Easttown é forte concorrente a todos os prêmios da televisão norte-americana. Baita minissérie.

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