24/04/2012

Top 5 - Kate Winslet


Kate Elizabeth Winslet nasceu na Inglaterra em meados da década de 70. A excepcional artista tornou-se conhecida do grande público ao interpretar a personagem Rose na mega produção de James Cameron, “Titanic”, mas antes disso (e depois também, claro) já brilhava nos palcos ingleses e em outros ótimos filmes de grandes diretores. 

O mundo das artes sempre esteve envolto à Kate, seus avós eram administradores de um teatro na Inglaterra e seus pais eram atores, assim como não poderia ser diferente, desde pequena já subia ao palco para se apresentar. Antes dos 15 anos, Kate já estava estudando teatro em uma das escolas mais caras da região onde vivia, um saudoso presente da sua querida avó.
Como muitos atores de sua geração, começou na televisão fazendo pontas em alguns comerciais mas logo depois voltou aos palcos onde fez inúmeras peças e que com certeza a ajudaram a ter uma técnica bastante apurada em cena.

Sua estréia nos cinemas foi no sensacional “Almas Gêmeas” do diretor da saga “Senhor dos Anéis”, Peter Jackson. Venceu pouco mais de 170 atrizes e conseguiu o papel. Todo o esforço valeu muito a pena, sua atuação é maravilhosa sendo elogiada por público e crítica. Com o sucesso nas mãos, quase põe tudo a perder no terrível filme “Um Garoto na Corte do Rei Arthur”. Mas foi apenas uma má escolha. Algum tempo depois, Kate é chamada por Emma Thompson para interpretar a complicada Marianne em “Razão e Sensibilidade”, filme que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar.

Com o sucesso meteórico, a artista inglesa idolatrada pelos cinéfilos de todo o planeta não sabia mas estava prestes a subir mais uma vez de patamar ao conseguir o papel de Rose no filme “Titanic”.  Com o imenso sucesso que o filme fez, Kate se tornou uma das mais queridas e requisitadas atrizes de Hollywood, fato que dura até hoje.

Os 5 melhores de Kate Winslet

O Leitor - Pecados Íntimos - Razão e Sensibilidade - Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças - Almas Gêmeas


5+ O Leitor (“The Reader”, 2008) de Stephen Daldry
Nesse emocionante filme de pouco mais de duas horas, Kate Winslet, domina sua personagem do início ao fim passando ao público todo o drama e emoção daquela figura massacrada pela sociedade. Um dos grandes trabalhos (talvez a melhor atuação de Kate Winslet na carreira) do diretor Stephen Daldry. O longa mereceu todos os prêmios ganhos.

4+ Pecados Íntimos (“Little Children”, 2006) de Todd Field
Falando sobre traição e a conseqüências desse ato, o trabalho do diretor Todd Field, “Pecados Íntimos” é um retrato tenso e comovente sobre a sociedade e as possibilidades de escolha de qualquer pessoa. Nesse filme descobrimos o talento do bom ator, às vezes subestimado, Patrick Wilson que tem sequências excelentes ao lado de Kate Winslet.  

3+ Razão e Sensibilidade (“Sense and Sensibility”, 1995) de Ang Lee
Dirigida pelo cineasta chinês Ang Lee, Kate Winslet, mostrou que sabe fazer filmes de época muito bem, no longa “Razão e Sensibilidade”. Ao lado de grandes nomes do cinema britânico, como: Emma Thompson, Hugh Grant, Alan Rickman, Immelda Staunton e Hugh Laurie ( Sim, o “House”) a ganhadora do Oscar usa e abusa de seu carisma em cena, transformando o filme em um dos melhores trabalhos de sua gloriosa carreira.

2+ Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (“Eternal Sunshine of the Spotless Mind”, 2004) de Michel Gondry
Um dos maiores sucessos da carreira da talentosa atriz é sem dúvidas esse filme de meados de 2004, “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”. O filme, que mostra o talento de Jim Carrey em longas de drama, fala sobre amor, memórias, perdas e consegue se conectar com muitos cinéfilos com uma história muito emocionante brilhantemente interpretada pela dupla de protagonistas. Um filme necessário em qualquer cabeceira.

1+ Almas Gêmeas (“Heavenly Creatures”, 1994) de Peter Jackson
Um dos primeiros grandes trabalhos de Kate nas telonas, “Almas Gêmeas”, conta a história de duas garotas extremamente ligadas que após uma abrupta separação resolvem se vingar. Um filme extremamente intenso, que de drama vira thriller deixando o espectador pasmo com as maravilhosas atuações em cena.



Os 5 piores de Kate Winslet

Enigma - Fogo Sagrado - O Expresso de Marrakesh - Jude – Paixão Proibida - Um Garoto na Corte do Rei Arthur


5- Enigma (“Enigma”, 2001) de Michael Apted
Um thriller que tinha tudo para dar certo, dependeria de um roteiro ao menos que se encaixasse e de boas atuações. Parte disso acontece, parte disso não acontece. É uma das atuações mais fracas da Srta. Winslet no mundo cinematográfico.

4 - Fogo Sagrado (“Holy Smoke”, 1999) de Jane Campion
“Fogo Sagrado” é uma mistura de drama e comédia onde Kate Winslet atua ao lado do experiente ator Harvey Keitel. O roteiro deixa um pouco a desejar e a dupla protagonista não parece ter a harmonia (juntos) necessária para seus personagens brilharem em cena.

3- O Expresso de Marrakesh (“Hideous Kinky”, 1998) de Gillies Mackinnon
Em “O Expresso de Marrakesh”, Kate Winslet interpreta uma mãe que parte ao lado de suas duas filhas para o Marrocos e tem sua trajetória contada pela ótica de uma delas. É um filme que você ama ou odeia, não tem jeito. Algumas pessoas vão se identificar com a história de Julia (personagem principal) outras não. O interessante sobre esse filme é que foi baseado em um romance de uma das netas de Freud, Esther Freud

2- Jude – Paixão Proibida (“Jude”, 1996) de Michael Winterbottom
O longa inglês “Jude – Paixão Proibida” não é um filme ruim mas tem algumas partes muito sonolentas que distanciam o espectador da história, além de ter algumas específicas atuações bem fracas. Vamos apenas dizer que não é um dos melhores trabalhos da nossa homenageada desse Top 5.

1- Um Garoto na Corte do Rei Arthur (“A Kid in King Arthur’s Court”, 1995) de Michael Gottlieb
No começo da carreira a gente sofre não é mesmo? Excelentes atores pegam papéis que estão longe de serem o melhor filme do mundo. Essa é a relação de Kate Winslet com esse filme dirigido por Michael Gottlieb.


Menção Honrosa ou Horrorosa: Kate Winslet, após o sucesso em “Titanic”, voltou a trabalhar com Leonardo DiCaprio no excelente “Foi Apenas um Sonho”, um filme que foi muito pouco falado (não entendemos bem o motivo) na época e que possui atuações maravilhosas dos ótimos artistas. Algum tempo antes, Kate, atuou com Johnny Depp no simpático “Em Busca da Terra do Nunca”.


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23/04/2012

Crítica do filme: 'Slovenian Girl'


A história não é original, garota de programa que esconde de tudo e todos como gera dinheiro no seu dia-a-dia. O grande trunfo do longa do cineasta esloveno Damjan Kozole está na personagem que é muito profunda (entra até em depressão) por fazer uso dessa profissão e conta com uma inspirada atuação da atriz que faz a protagonista.

Na trama conhecemos Alexandra, uma aluna de uma pequena cidade no interior da Eslovênia. Estudante dedicada ocupa parte do seu tempo com estudos de Inglês, em Liubliana, na capital da Eslovênia. Idealista, busca sua liberdade tanto financeira como pessoal, e no tempo livre, acaba trabalhando como prostituta para altos figurões da cena política da região. Assim, sua vida está indo para onde ela quer (ou não), para onde o vento sopra ela está indo. Até que um dia, uma morte acidental acontece com um dos seus clientes, após o mesmo ingerir dois comprimidos seguidos daquele famoso remedinho azul. Como foi a última pessoa a vê-lo com vida, Alexandra tem sua vida revirada e a imprensa começa a expor seu ‘codinome’ levando à conflitos internos e externos.

O filme retrata as facetas de uma jovem que precisa esconder a polêmica profissão que pratica, seu pai toma papel importante na história quando percebe que algo de errado está acontecendo. Nesses aspectos, o longa analisa a personalidade forte da protagonista em diferentes situações e o seu relacionamento com muitos personagens, há uma entrega muito grande da atriz Nina Ivanisin que tenta flutuar nessas individualidades que cercam a alma da jovem, há uma luta com sentimentos recém-descobertos como: medo, solidão e a depressão.

Brigando contra cafetões, indefinições amorosas com um amigo apaixonado, dificuldades nos estudos, sonho de ter uma moradia própria, a fita flexiona bons momentos quando tende ao lado do drama. Logo que, o longa esloveno tenta fugir desse gênero, vira uma espécie de thriller, em um momento específico, onde não há continuidade nessa proposta deixando um pouco confuso o espectador.  É como se um trem saísse do trilho por alguns minutos e conseguisse voltar.

Para quem curte aqueles filmes cabeça, com uma temática bem profunda, é um prato cheio. O filme é do ano de 2009 e estreia em nossas salas no próximo dia 27 de abril. Vale a pena dar uma conferida na saga dessa jovem em busca de liberdade.

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Crítica do filme: 'Diário de um Jornalista Bêbado'


Dezenove anos depois de sua última direção no mundo do cinema (“Jennifer 8 - A Próxima Vítima”) o cineasta inglês Bruce Robinson tenta dar um tom de comédia à história de um jornalista que adora uma bebedeira, baseado na trama de Hunter S. Thompson, em “Diário de um Jornalista Bêbado”. Com um bom material humano nas mãos, o longa tinha tudo para ser um sucesso de crítica e público mas acaba virando uma maçante novela mexicana regada à muitos tipos de bebidas, alucinações de línguas gigantes e diálogos esquisitos. Johnny Depp tenta de todas as maneiras salvar o filme, porém, naufraga junto com o péssimo roteiro que não cria nenhuma harmonia para as sequências.

Na trama, um jornalista americano chamado Paul Kemp (Depp) vai para Porto Rico trabalhar para um jornal que está caindo aos pedaços, durante os anos 1950, que é comandado pelo impulsivo Lotterman (interpretado pelo irreconhecível Richard Jenkins). Aos poucos começa a entender e conhecer todo tipo de gente que mora naquela região se metendo em muitas confusões por conta de uma paixão ardente e interesses de influentes locais.

O longa é basicamente um carro desgovernado sem direção. Muitos fragmentos de história tentam se juntar de maneira extremamente confusa afastando o público a todo momento do que é visto na telona. É uma luta constante que o espectador tem contra aquele soninho que sempre aparece quando o filme é ruim. É aquele tipo de filme que não vale a pena segurar aquela vontade de ir ao banheiro que possa surgir.

Tentando manter o filme nos trilhos, Johnny Depp usa e abusa de sua técnica cênica. Nota-se o esforço do conhecido ator para dar entendimento e um sentido ao seu personagem que acaba sendo sugado pela loucura do roteiro.  O mais difícil é saber quem está mais perdido, o personagem do Aaron Eckhart, o personagem de Giovanni Ribisi ou o público. O primeiro, ótimo ator, tem uma de suas piores atuações muito talvez (como nós) por não entender o sentido de Sanderson (seu papel).  O segundo não se entende em nenhum momento com seu louco Moberg, deixando rastros de loucura a cada vez que aparece em cena.  A beleza da texana Amber Heard é mostrada de todas as maneiras (só faltou um zoom em 3D) pena que o personagem é fraco e pouco acrescenta a confusa história.

Uma grande decepção, provavelmente será um dos piores do ano.


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22/04/2012

Crítica do filme: 'Gromozeka'


Em meio às dificuldades, o que fazemos com as nossas vidas? O novo trabalho do diretor Vladimir Kott, “Gromozeka”, chama a atenção por conta da marginalidade das emoções oriundas de três almas tristes que possuem trabalhos totalmente diferentes do que realmente gostariam. Os coadjuvantes dessa história vão se encontrando, trazendo surpresas para a trama, méritos para o ótimo roteiro assinado pelo próprio diretor. É um hino do desabafo da tristeza, um drama classificado como melancólico, porém, longe de ser chato.

Na trama entendemos melhor a vida de três pessoas, amigos de longa data, que possuem problemas complicados de origens diferentes. Cada um tenta a resolução do seu problema de uma maneira, levando o filme a encontros e desencontros em busca de uma saída, rumo à tentativa de ser feliz. Às vezes sente-se falta de uma trilha interagindo com a trama, o único som que fica na cabeça é o da cena de abertura que tem um bis já no desfecho do filme. As histórias são muito interessantes e envolvem o público com uma carga elevada de sentimento à flor da pele e são coroadas por ótimas interpretações dos protagonistas.

O primeiro amigo é um taxista bigodudo de bom coração que roda pela cidade mas sempre tem o azar de pegar passageiros longe de serem ‘animadores’, além de entrar em desespero ao saber a profissão da filha, abandona o trabalho e passa a seguir os passos dela, chegando à loucura quando negocia uma punição à jovem. O segundo amigo é um cirurgião prestigiado de olhar distante que tem um dia ruim na mesa de operação, problemas com a esposa, gosta de fumar e faz flexões. Mantém uma amante mas não consegue contar a esposa sobre a infidelidade, descobre um problema de saúde e por conta disso sofre com as conseqüências de seus pecados. O terceiro amigo é um policial que sempre foi mal aproveitado nesse serviço, tem sérios problemas com o filho que não quer saber de nada, pratica Tai Chi Chuan para relaxar e acha que a esposa o está traindo, é surpreendido por fatos que o levam surpreendentemente a um final interessante.

Amargurados, machucados pelo mundo, são jogados em situações constrangedoras. Sem encontrar uma luz no fim do mundo, vão ao limite em todos os sentidos possíveis. O final do longa é uma junção de possibilidades de tragédias que os levam à uma pequena redenção, esclarecendo um pouco o que é o sentido da vida para cada um deles.

É um trabalho reflexivo que deve agradar aos cinéfilos que gostam de discussões profundas sobre o viver. Vale a pena conferir o desfecho dessa saga deprimente mas nem por isso desinteressante.


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20/04/2012

Crítica do filme - 'Os Vingadores'

Baseado na história em quadrinhos criada por Stan Lee e Jack Kirby, “Os Vingadores” era um dos filmes mais aguardados do ano (talvez ao lado do novo Batman de Christopher Nolan). Bem, a espera acabou! Para delírio dos fãs, Joss Whedon, famoso diretor de seriados americanos, faz um trabalho fabuloso no comando desses grandes astros conseguindo deixar o crítico de cinema mais chato desse planeta com um sorriso de orelha a orelha quando termina a fita. É absolutamente genial.

Nessa fita tão aguardada, o inimigo da vez é Loki (interpretado pelo ator inglês Tom Hiddleston), irmão desobediente de Thor, que veio de Asgard para recuperar um artefato poderoso.  Assim, quando ele surge de outro planeta ameaçando a segurança global, Nick Fury (Samuel L. Jackson), diretor de uma agência internacional secreta conhecida como “SHIELD”, resolve adotar um plano mirabolante e recruta uma equipe de notáveis guerreiros para livrar o mundo de um possível apocalipse provocado pelas forças do mal. Para a missão de salvamento da terra são chamados: o bilionário, playboy e excêntrico Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), o dorminhoco Capitão América (Chris Evans), o irmão do vilão desse primeiro filme dos Vingadores, Thor (Chris Hemsworth), o calmíssimo Hulk (Mark Ruffalo), o Legolas da nossa geração, Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e a linda e competente Viúva Negra (Scarlett Johansson).

Nessa produção que é um prato cheio para os fãs dos quadrinhos somos, um a um, reapresentados aos nossos queridos e carismáticos heróis.

O Capitão América é mais uma vez interpretado pelo ex-tocha humana Chris Evans (que esteve rapidamente no Brasil, recentemente, divulgando o filme), após acordar de um longo sono o famoso capitão é chamado para a linha de frente pintando e bordando com seu escudo mega protetor que também serve como impulso para pulos sensacionais. Hulk, interpretado muito sabiamente por Mark Ruffalo, em seu momento relaxado divide varias cenas no laboratório com Tony Stark, já em seu momento de fúria destrói prédios, balança (com uma facilidade) vilões de um lado para outro e se torna um dos grandes destaques do longa, com cenas impagáveis. Thor e seu visual Patrick Swayze em “Caçadores de Emoção” (uma das melhores piadas do longa, obrigado à mente brilhante cômica de Tony Stark/ Robert Downey Jr.) tem cenas hilárias com Hulk e Homem de Ferro. Hawkeye, conhecido por nós brasileiros por “O Gavião Arqueiro”, passa parte do filme longe dos amigos de batalha, na verdade em uma corrente totalmente contrária, volta ao normal no fim, ajudando com sua mira certeira. Scarlet Johansson como agente secreta e falando russo irá deixar os marmanjos loucos, vestida de Viúva Negra, impressionante como a personagem caiu bem nela. Mas, não tem como não comentar dele: Robert Tony Downey Stark Jr., roubando a cena, como sempre, na pele do Homem de Ferro, está excepcional em todas as cenas em que participa, faz o público quase aplaudir de pé suas aparições cheias de charme, comédia e competência, vale o ingresso!

O grupo demora a se entender, cada um luta por uma causa até perceberem que podem trabalhar pela mesma. Essa humanização dos papéis é característica bastante evidente no roteiro assinado pelo próprio diretor, assim deixando muitas coisas inimagináveis na linha do possível aproximando o público a cada instante dos queridos personagens. 

Já perto do final, na principal batalha, cada um ajudando o companheiro geram sequências espetaculares, nostalgia nerd cinéfila na telona! Lutando contra lagartos voadores, poderosos do mal com um chapéu de chifres, monstrengos bufando raiva, em meio a muita ação e cenas de lutas muito bem construídas, ninguém tenta aparecer mais que ninguém. Juntos todos os atores em cena estão fantásticos e se doam para transformar esse filme em uma das melhores adaptações de um quadrinho para as telonas.

Você não pode perder esse filme. É para ver e rever! E atenção! Não corram das cadeiras quando subirem os créditos, uma surpresinha os aguarda, fica a dica! O melhor filme, em todos os sentidos possíveis, do ano até agora, calma Bruce Wayne! Maravilhoso, excepcional, se melhorar estraga!  
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19/04/2012

Crítica do filme - 'Luz nas Trevas’

Dirigido por Helena Ignez e Icaro C. Martins, "Luz nas Trevas", é um filme que soa como uma paródia inteligente, uma homenagem ao cinema do passado com pitadas de críticas sociais. Falando sobre o Bandido da Luz Vermelha e em paralelo de um suposto filho do criminoso, o filme marca a estreia de Ney Matogrosso como protagonista em um longa.
Na trama conhecemos a trajetória do criminoso que tem o nome de batismo Jorge Bronze mas é conhecido mesmo pelo seu apelido, Tudo-ou-Nada (interpretado pelo ator André Guerreiro) que é filho do famoso Bandido de Luz Vermelha (Ney Matogrosso), que há décadas atrás assaltava casas de ricaços e ganhou manchetes do Brasil sendo transformado em ícone por algumas editorias. Entre um letreiro e outro, somos ouvintes das reflexões do famoso prisioneiro, que praticamente narra o que vemos na telona indiretamente.
Diálogos trágicos cômicos também fazem parte do universo criado. A trama foi adaptada do roteiro escrito por Rogerio Sganzerla, antes do mesmo falecer. Do início ao fim há um certo embaralhamento dos dois filmes sobre o famoso bandido. Tem um desentendimento de Lynch e relembra uma fita, daqueles tempos em que Nicolas Cage fazia bons filmes, “Coração Selvagem” para ser mais específico. Os que se afastarem da trama por algum motivo, acharão o protagonista, Tudo-ou-Nada, parecido com o Rodrigo Sant'anna e seu personagem Admílson.
Cheio de frases de efeito, politicamente incorreto, munido de seu lenço vermelho, além de sua lanterna da mesma cor, vemos as aventuras do criminoso associada a uma trilha sonora bem eclética. Declamando frases profundas, Ney Matogrosso desempenha muito bem seu importante papel na história. A talentosa Djin Sganzerla e sua beleza também dão o ar de sua graça, tem uma cena difícil e que muitos acharão desnecessária, uma nudez frontal que realmente não tinha contexto naquela sequência. Nomes conhecidos do nosso cinema fazem pequenas participações, como Maria Luisa Mendonça, Simone Spoladore (que estava ótima em “Elvis e Madona”), Paulo Goulart, Thunderbird e seu terno chamativo também marcam presença, entre outros.
O seu desfecho à la vídeo clipe musical coroa uma fórmula peculiar que jogada no liquidificador cinematográfico criado agrada as mais cépticas mentes cinéfilas.

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Crítica do filme - 'Flor de Neve e o Leque Secreto'

Entre castigos, compromissos, leques mensageiros e gratidão, o diretor chinês radicado nos Estados Unidos Wayne Wang (“O Clube da Felicidade e da Sorte”) conta a história de Sophia e Nina, duas jovens que possuem uma amizade muito forte que acaba sendo o tema central da trama. ‘Flor de Neve e o Leque Secreto’ tem o roteiro picotado em várias épocas mostrando ao espectador simbolismos em prol da benevolência. A trilha é muito interessante e se encaixa bem nas sequências.

Na trama, que é ambientada no século 19 na China (em muitos momentos) é centrada na amizade ao longo do tempo entre duas meninas que desenvolvem, a partir da apresentação do mesmo por uma conhecida de ambas, o seu próprio código secreto (laotong) como uma forma de lidar com os obstáculos vividos por elas e em alguns momentos pelas rígidas regras  culturais impostas às mulheres.

A história começa com um acidente logo no início e voltamos ao passado logo nas cenas seguintes para entender o que ocorrera até ali. Sophia veio da Coréia e sempre teve a vida conturbada por morar longe de sua terra, fala chinês com dificuldade e tem poucas ambições na vida, já Nina é uma jovem esforçada que vem de família humilde (seus pais se esforçam para pagar seus estudos nos melhores colégios) e tem um futuro brilhante pela frente. Um dia resolvem ser irmãs juradas (laotong) votos eternos de amizade entre duas jovens e passam a enfrentar todos os obstáculos da difícil vida na China juntas.

Costumes, crenças locais, o filme toca em pontos culturais da região mostrada sempre com uma dose de ficção. Entre um drama e outro, o espectador toma um susto com o aparecimento do ator Hugh Jackman cantando em inglês e em chinês, na pele de um empresário australiano do ramo de casas noturnas mundo à fora. O eterno Wolverine interpreta Arthur, que é apaixonado por Sophia desde o primeiro dia que a viu.

Alguns podem se distanciar da trama por se tratar de costumes pouco conhecidos aqui no Brasil. Uma parte boa do público que irá ao cinema pode não gostar do filme por não conseguir se conectar com a história. O que acontece ao redor da fita é o que chama mais a atenção, a trilha sonora, por exemplo, é muito interessante e se encaixa bem nas sequencias. A beleza das imagens, no figurino e nos lugares usados como locações para o longa, são muito bem construídos para com a história.

É um trabalho belíssimo do diretor Wayne Wang. Vale a pena conferir nos cinemas, a partir do dia 20 de abril.
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17/04/2012

Crítica do filme - 'Eu Receberia as Piores Notícias Dos Seus Lindos Lábios'

Um amor carnal e um amor por consideração, tudo isso em forma de poesia filmada. No novo trabalho dos diretores Beto Brant e Renato Ciasca, “Eu Receberia As Piores Notícias Dos Seus Lindos”, somos apresentados a Lavínia, uma mulher complicada que passou por muitas fases em sua conturbada vida. Vive num triângulo amoroso com um pastor e um fotógrafo, que os leva à um esgotamento até a alma, terminando em um desfecho para lá de simbólico. Com um ritmo lento em alguns momentos, principalmente em seu início, o espectador pode ter uma grande dificuldade de se conectar com a história, porém, já segue o conselho desse amante da sétima arte: Não importa a lentidão, veja-o até o fim é um magnífico trabalho, em muitos sentidos.

O triângulo amoroso que é moldado leva os personagens a um extremo em suas ações e na sua maneira de pensar. É uma fita viril quando tem que ser, carnal como toda relação em alguns momentos.  Se tivesse uma versão estrangeira desse filme, um remake propriamente dito, o diretor mais indicado para comandar esse barco poético seria Steve Mcqueen. Um casamento interessante, não acham?

A trama tenta seguir em sua linha poética, às vezes entre guaches e beijos, muitas vezes via fotografias e expressões artísticas que são muito bem trabalhadas pela lente objetiva dos diretores. Vemos parte da história ser contada por fotografias belíssimas em meio à obsessão do personagem principal por sua musa Lavínia. O veterano ator de teatro Gustavo Machado (que está muito bem no papel) dá vida à Caubi, um fotógrafo que se apaixona por uma mulher casada e vive um intensa paixão que gera consequências à todos, acaba sendo colocado de encontro à frase: “Na terra de cego, quem tem olho é rei”. O Pastor Ernani, outro vértice dessa forma geométrica, é interpretado por ZéCarlos Machado (também excelente no papel). Possui paralelos com a história da mulher que acolhe, vê muito do seu passado naquela jovem alma, parece sofrer junto dela. Lavínia é uma mulher complicada que conhece o marido em circunstâncias terríveis e pouco tempo após esse encontro acabou tendo sua alma salva por esse pastor de fala objetiva. Camila Pitanga passa uma aflição com seu olhar penetrante. Sua Lavínia é um grande enigma, a princípio não sabemos como foi o caminho dessa personagem e impressiona como essa linda atriz consegue interpretar tantas em uma só. Fantástica atuação dessa musa do nosso cinema.

Há cenas muito difíceis para os artistas executarem, há uma entrega grande de todos os envolvidos, é nítido nas sequências. O personagem Victor e suas cutucadas poéticas são um contraponto, ótimo, excelente interpretação de Gero Camilo. O final tem pitacos de crítica social muito bem amarrados no sólido roteiro de Beto Brant, Renato Ciasca, Marçal Aquino.

Falsos finais prolongam a fita até o angustiante desfecho, trágico para alguns e simbólicos para muitos. Em meio a muitos cortes, Beto Brant e Renato Ciasca realizam uma direção muito competente com a câmera esperta e olhares únicos sobre aquela história que saiu dos livros e ganhou uma bela vida na telona.

Recomendado! Dê uma chance ao nosso cinema!

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16/04/2012

Crítica do filme - 'As Neves de Kilimanjaro' (2012)

Dirigido pelo cineasta francês Robert Guédiguian, “As Neves de Kilimanjaro”, é um drama comovente que fala sobre sindicato, família, amizades e traição. O filme chega a emocionar a partir do momento que você se conecta com a história, fato que pode ocorrer em vários momentos. Os obstáculos que surgem nas vidas dos protagonistas acabam sendo grandes testes para ver como é forte essa relação entre esposa e marido.

Na trama, conhecemos Michel (Jean-Pierre Darroussin, que dá um show em cena) logo quando ele perde o emprego, por meio a um sorteio indigesto. Mesmo com essa nova pulga atrás da orelha continua levando uma vida feliz com Marie-Claire (Ariane Ascaride, maravilhosa atriz) sua simpática e trabalhadora esposa. Ambos adoram reunir a família (filhos, genros, netos, amigos) para qualquer tipo de festividade, contagiando muitos ao seu redor. Como em todo filme de drama, ocorre uma situação constrangedora envolvendo Michel e Marie-Claire, fruto de inveja e má intenção de um rosto conhecido do casal, levando os mesmos a uma luta para decidir o que é certo fazer.

Um filme interessante no quesito família. Vemos a todo momento uma união bem forte entre o casal. Ambos enfrentam dificuldades desde sempre (a esposa chegou a desistir do sonho de ser enfermeira) e a situação só piora com o desemprego surpresa da parte masculina dessa história. Mesmo assim, eles não desistem e o espectador acaba se identificando com essa dupla torcendo para que eles consigam superar mais um obstáculo que chega em forma de traição, da confiança de um terceiro elemento que os conhece.

É o tipo de fita que gera algumas reflexões já em seu desfecho. Será que tomaríamos as mesmas decisões que o casal? Até onde temos que ir para superar um fato lamentável de nossas vidas? Bem, a única certeza disso tudo é que você precisa ir correndo ao cinema conferir esse ótimo trabalho!

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15/04/2012

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Crítica do filme - 'American Pie – O Reencontro'

Com um ar de nostalgia, as boas e velhas piadas do grupo comandado por Jim Levenstein está de volta. Dirigido pela dupla Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg, “American Pie – O Reencontro” é talvez, o grande reencontro de um elenco em uma sequencia que deu certo. Amores do passado, confusões envolvendo sexo, sentimentos antigos (assim como canções antigas) ressurgem nesse retorno da turma original. Muitas outras produções tentaram imitar os personagens de Jason Biggs e companhia, porém, raramente surgirá algo melhor que o original. É um bom presente ao fãs da ‘série’, que estavam totalmente decepcionados com os últimos quatro filmes inexpressivos (após “American Pie: O Casamento”) lançados direto em DVD e sem os astros principais.

Na trama, o famoso grupo de amigos se reúne para uma festa de comemoração, um reencontro entre os formandos do “High School” de anos atrás. Um está com problemas sexuais no casamento (Jim), o outro virou celebridade de um programa esportivo (Oz), o arranjador de confusões Stifler virou um temporário em uma empresa, um viajou pelo mundo (Finch) e o outro é praticamente um ‘dono de casa’ (Kevin). Entre uma confusão e outra, muitas menções ao Facebook (provando que eles estão em um novo século), reflexões sobre a vida e reencontros que marcarão para sempre esses jovens que estavam sumidos da telona.

O pai de Jim, sempre interpretado pelo hilário Eugene Levy, ganha bastante evidência nesse reencontro e tem cenas ótimas com o restante do elenco. O bom roteiro, com diálogos competentes para o gênero, é um dos pontos altos da produção. A piada com Ricky Martin, além de genial, leva o espectador às gargalhadas de maneira contagiante. O impagável Stifler é o grande personagem destaque, novamente. Seann William Scott nasceu para interpretar esse cômico papel.

A cena da panela transparente onde aparece o dito cujo de um dos atores é totalmente desnecessária e realmente não acrescenta nada à sequencia, os exageros nesse tipo de comédia são compreensíveis mas nessa cena específica houve um exagero tremendo.

O contraponto do longa fica por conta da dúvida sobre o que fizeram com suas vidas adultas até aquele momento. Relacionamentos, profissões e muitas outras questões são levantadas e até certo ponto dão um ar de drama em meio à comédia propriamente dita.

Não pense duas vezes, dia 20 de Abril corra para o cinema mais próximo e divirta-se com esses jovens que envelheceram mas continuam os mesmos de anos atrás. Compre a pipoca, chame os amigos e boa diversão!
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14/04/2012

Crítica do filme - 'Quem se Importa'

Sabe a lógica do frescobol? Que eu ganho, você ganha? Com uma abertura a La Tim Burton, “Quem se Importa”, é um documentário que fala sobre o empreendedor social. A cineasta Mara Mourão fala sobre o conceito onde todos podemos mudar o mundo, tornando essa afirmação verdadeira via depoimentos de homens e mulheres que revolucionaram vidas. Em um planeta em que o hábito pelo consumo está levando o local aonde vivemos ao caos, vamos conhecer projetos, alguns bem diferentes um do outro, que vão do microcrédito ao treinamento de ratos para encontrar tuberculose e mina terrestres na África.

Nesse trabalho muito interessante vamos descobrir pessoas que estão fazendo muito pelo planeta, a partir de ideias simples. O ganhador do Nobel que criou o microcrédito em uma região que sofria com agiotas, o médico que largou tudo e foi ajudar os necessitados na região norte do nosso país e criou o ‘Saúde e Alegria’ ensinando a população a se prevenir de doenças, um monge belga que cria ratos para identificar minas terrestres e tuberculose na África, a ideia de jovens que uniram a internet com o Microcrédito acreditando na simples crença da dignidade humana, a fundação do primeiro banco comunitário que surgiu em uma favela no nordeste do Brasil, a arte ganhando força com o projeto “Doutores da Alegria” que levam amor, arte e carinho à pessoas em situação difíceis nos hospitais, o americano que ajuda deficientes a se conectarem com outras pessoas através de gostos em comum, uma jovem que luta pelos direitos dos presos além de um homem que apoia os empreendedores sociais pelo mundo.

O ponto negativo desse “Doc.”, acaba sendo mesmo a maneira como é feita a edição do documentário. Entre os muitos depoimentos, uns são extensos outros curtos. Isso afasta um pouco o espectador que, por exemplo, gostou daquela história que fica pouco tempo em tela. A trilha é interessante mas chega a ser um pouco maçante em alguns momentos, tenta entrar naquela história mas às vezes não consegue.

O instigante em todos os relatos é que cada um chegou ao seu projeto de uma maneira. Entre um dos ensinamentos que dá para ser tirado é a privatização de ideias, que não pode existir, temos que ajudar uns aos outros a sempre fazer o melhor, não importando se outra pessoa tem a mesma ideia que eu. A eminente auto destruição do planeta pelos próprios homens, levam muitos desses empreendedores sociais a praticar mudanças que mudam a vida de todos ao seu redor.

Merece ser passado em todas as escolas, universidades, Ongs. Um documentário que pode ensinar muito à população no quesito cidadania. O impacto que esses exemplos podem ter na vida de pessoas que não conhecem esses feitos pode ser bastante positivo e quem sabe a partir daí não comece a plantar uma sementinha de pensamento de mudança em escala global.

Abra sua mente, descubra a sua maneira de mudar o mundo. Dia 20 de abril em alguns cinemas. 
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