22/05/2021

Entrevista | Hsu Chien - Conheçam a estrela em ascensão no ramo da direção cinematográfica


Respirando cinema como poucos no meio audiovisual brasileiro desde o início da década de 90, o mais taiwanês dos brasileiros ligados à arte, Hsu Chien, é uma estrela em ascensão no ramo da direção cinematográfica. Muito conhecido por todo mundo que faz cinema no Brasil, o ex-estudante da UFF está prestes a lançar o seu quarto longa-metragem, Me Tira da Mira que tem no elenco os ex-participantes da última edição do Big Brother Brasil, Fiuk e Viih Tube.

Diretor do premiado curta-metragem Flerte (2014), inclusive dono do Prêmio de melhor filme no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro no ano de seu lançamento, Hsu é o que podemos dizer: um diretor cinéfilo! Um apaixonado pelo que faz, fato que contagia a todos ao seu redor. Para sabermos um pouco mais dessa personalidade contagiante, fomos conversar com o diretor e saber sobre alguns dos seus novos projetos e seu início de carreira.

 

1) Você é um diretor em grande ascensão no mercado audiovisual brasileiro. Trabalha faz décadas nesse meio do cinema, como foi o início da sua trajetória, os primeiros curtas-metragens, os trabalhos como assistente de direção, professor, jurado de festivais, aguardando enfim ter a chance de brilhar como diretor de um longa-metragem?

Sempre fui cinéfilo desde adolescente. Profissionalmente, meu pai queria que eu fosse médico. Mas eu estava bastante frustrado nessa área. Daí descobri que tinha um curso de cinema na UFF, o único na época, e resolvi largar tudo para fazer cinema. Meu pai ficou brabo comigo, mas como eu digo a todos, só se vive uma vez e eu não quero me arrepender daqui a alguns anos de não ter investido naquilo que sempre quis fazer. Depois eu corri atrás de estágios, bati na porta de mais de cinquenta produtoras, recebi muitos "Nãos", até que a oportunidade veio com a LC BARRETO que estava produzindo "O que é isso, companheiro?", em 96. Foi meu primeiro estágio na assistência de direção. Trabalhei em mais de 70 longas como AD (Assistente de Direção), e também programas de tv, séries e novelas.


Eu queria muito dirigir, daí banquei do próprio bolso uns 6 curtas, das quais recebi mais de 20 prêmios em festivais, entre eles, o Grande prêmio da academia do cinema brasileiro de melhor curta por Flerte, em 2015. O sucesso dos curtas me levaram a dirigir séries na TV GLOBO do Miguel Falabella, Sexo e as negas e Pé na cova, ambas com direção geral da Cininha de Paula. Dirigi séries em canais como Multishow, Cine Tv Brasil. Atualmente estou preparando meu quarto longa-metragem, como diretor contratado. Toda essa história veio pela minha dedicação full time e pela minha paixão cinéfila, que me fizeram ser um profissional bem visto pelo mercado.

 

 

2) Você já filmou durante a pandemia? Se sim, como está sendo esse processo de gravar durante a pandemia? Mudou muita coisa da rotina de uma filmagem?

Sim, filmei 6 curtas na ABC CURSOS DE CINEMA como Coordenador do curso de direção, acompanhando a direção dos meus alunos. E dirigi um longa em dezembro e janeiro de 2021, Me Tira da Mira, uma comédia policial com um super elenco e com cenas de tiroteio, explosão, perseguição de carros, já imaginou filmar essas cenas dentro do protocolo do audiovisual, cheio de senões? Mas deu super certo. Toda a equipe e elenco se protegendo bastante, a produção do filme bastante cautelosa, incluindo o catering e a figuração do filme. De 3 em 3 dias fazíamos testes de PCR no set de filmagem.

 

 

3) Previsto para chegar nos cinemas brasileiros no segundo semestre, um dos seus próximos filmes como diretor, a comédia ‘Me Tira da Mira’ tem Fiuk, Viih Tube, Cléo Pires e Fabio Jr. no elenco. Como você chegou até esse projeto? Por conta de Fiuk e Viih Tibe terem participado no Big Brother Brasil o filme poderá ter uma procura maior pelo público? Eles contaram a vocês que iriam ao reality? Ou você só ficou sabendo quando eles entraram na casa?

Por questões de assessoria do filme, infelizmente não posso dar informações sobre o filme. Mas sobre o reality, não ficamos sabendo não, só depois das filmagens.

 

 

4) Você participou de Veneza, produção muito aguardada dirigida por Miguel Fallabella. O que você pode falar sobre esse trabalho? Como foi trabalhar com Miguel?

A minha parceria com Falabella vem desde as séries da Globo, Sexo e as negas e Pé na cova. É uma honra enorme trabalhar com ele, um eterno aprendizado em todos os lados, ele é um fera em tudo, no teatro, tv, cinema. Veneza é um filme belíssimo, filmado em Montevideo e em Veneza. Um filme luxuoso, glamuroso, repleto de estrelas e uma honra enorme trabalhar com a atriz Almodovariana Carmen Maura.

 

 

5)  Como é o seu processo de escolha de profissionais para seus filmes? Você tem possibilidade de escolher pessoas de confiança ou muitas vezes já estão selecionados pela produção?

Geralmente é meio a meia, parte produção, parte sou eu. É sempre um processo, o que é importante, é entendermos que os profissionais escalados para cada função serão os melhores e atingirão o nível técnico e artístico desejado pro projeto.

 

 

6) Você é um talentoso e procurado professor de assistentes de direção e outras ‘matérias’ ligadas ao audiovisual. Qual a satisfação em contribuir com uma nova geração querendo aprender os caminhos do sucesso e para o mercado de trabalho que você faz parte?

Eu dou aula há mais de 15 anos, já dei na AICTV, na Darcy Ribeiro. Já dei palestras na Estácio, Puc, ESPM, enfim, circulo bastante nas faculdades de audiovisual. Toda hora tem algum Festival ou curso técnico que me chama para dar palestras pra galera de cinema. Atualmente dou aula de Assistência de direção e de direção na ABC CURSOS DE CINEMA. Dou aulas também de assistência de direção por conta própria, e já tive o prazer de ter tido mais de 800 alunos.


Recentemente, abri três turmas totalmente gratuitas para formar alunos negros, principalmente mulheres, que é o meu foco principal, trazer inclusão para o mercado de audiovisual, tão carente de diversidade em funções de chefias. Sim, formar uma nova geração e passando todo o meu conhecimento técnico e profissional, além de plantar sementinhas de cinefilia em cada um deles, fazendo-os estudarem história do cinema, verem filmes clássicos. É uma delícia ver o quanto os olhos da galera brilham quando entendem que amar o cinema é o principal na área.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #423 - Christian Farias


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Christian Farias tem 33 anos, é jornalista e Pós-Graduado em Cinema pela PUCRS, professor, empresário e produtor de conteúdo. Tem um canal no YouTube de cultura pop: BlogBuster, onde se fala sobre filmes, séries, quadrinhos, games e etc...

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Existem filmes bons em praticamente todas os cinemas de Porto Alegre, o que diferencia realmente é a distribuição de horários e salas. Eu sempre gostei muito de ir na Sala Redenção, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que possui amostras de diversos diretores e especiais de determinadas fases que não cheguei a pegar no cinema.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Cinema sempre foi um lugar diferente pra mim, pois eu me deslocava de minha cidade natal para Porto Alegre, para ver filme no cinema. Então era um evento. O primeiro que vi foi O Rei Leão, e fiquei encantado. Desde então eu comecei a vir frequentemente ao cinema, sempre que as condições da minha mãe permitiam.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Chaplin sempre foi meu diretor favorito, e meu filme favorito dele é O Imigrante.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Com certeza, Cidade de Deus. Um filme feito com pessoas da comunidade que não eram atores, utilizando técnicas incríveis de fotografia mesmo sem recursos estratosféricos, e com um roteiro sensacional. Sem dúvida, um dos melhores filmes que já vi, mundialmente falando.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É gostar do rito de assistir filmes. Seja este bom ou ruim, seja em qual plataforma for. Um cinéfilo é aquele que aprecia a experiência de, e não somente faz o balanço do que foi positivo após o ato. Ser cinéfilo é ver filmes, ter repertório, gostar de desfrutar obras sem preconceito algum.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não seria ético julgar o conhecimento de pessoas por conta das escolhas de programação de cinemas, sendo que estes precisam seguir uma tendência de mercado onde – muitas vezes – é inevitável um Transformers ficar com quatro salas, enquanto um filme brasileiro ocupa dois horários diários. Isso acontece cada vez mais e faz parte de uma tendência mundial e comercial, fugir disso é fechar os olhos para o que começou há trinta anos com os cinemas de shopping e etc...

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Assim como o Livro físico, assim como o Vinil ou mídias físicas. Sempre vão existir os saudosistas, os colecionadores e aqueles que buscam ter a lembrança palpável de uma obra de áudio, visual ou audiovisual.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Acredito que muitas pessoas tenham visto, mas outro tanto não, então é sempre válido indicar Cinema Paradiso de Giuseppe Tornatore. Um filme lindo que faz uma homenagem aos tempos de ouro do cinema, fazendo uma conexão da arte da história de uma cidade do interior da Itália. Para mim, o melhor filme que já vi.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, de maneira alguma.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Muito boa. Temos o cinema que chega até o grande público, com comédias e filmes que agradam uma ampla faixa de espectadores, mas também temos obras incríveis como Que Horas Ela Volta?, Aquarius, Bacurau, AmarElo, A Vida Invisível, O Lobo Atrás da Porta...entre tantos. Os filmes independentes também possuem qualidade e basta o pessoal ir atrás de festivais como o FantasPoa (de cinema Fantástico), que muitos filmes nacionais bons aparecem todos os anos; curtas, médias e longas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não tenho um ator que eu não perca um filme, nem brasileiro, nem estrangeiro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema é um recorte de nossos medos, nossas histórias e até mesmo da nossa vida.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Certa vez em Camaquã, minha cidade natal, quando eu era jovem, fui olhar O Senhor dos Anéis. O cinema havia recém-inaugurado, mas os equipamentos eram de décadas atrás. Resumo: após duas horas de filme o projetor esquentou tanto que quase prendeu fogo, chegou a dar queda de luz no cinema. Então a dona apareceu e avisou que teríamos cerca de trinta minutos pra esperar esfriar, para só assim continuar a sessão.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Só não é mais interessante do que Um Pistoleiro Chamado Papaco.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, de forma alguma. Acredito até mesmo que possa existir uma certa vantagem em não se ter um estilo favorito, um diretor favorito ou algo do tipo; por vezes você não ter vícios faz com que seja autoral de forma orgânica.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Filmes ruins me deixam intrigados e realmente não me preocupam. Para mim o pior filme é aquele que deixa você indiferente ou então que possui um gosto duvidoso. Um exemplo para mim é 365 dias da Netflix, um filme sexista, machista, que promove o abuso, com uma qualidade horrível e de péssimas escolhas criativas.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Searching For Sugar Man, um belíssimo documentário sobre a vida de um músico desconhecido, seus fãs e a busca por quem realmente foi Sugar Man. Qualquer coisa além disso é spoiler, e este filme merece ser visto sem informações prévias.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, como sou Nerd, então ver Vingadores Ultimato foi a realização de um sonho em tela e, além de chorar, todos na sala bateram palmas. Lembro-me de uma sessão com aplausos de A Pele que Habito de Almodóvar e também de Interestelar, de Nolan.  

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação, dirigido por Spike Jonze e escrito por Charlie Kaufman.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não costumo ler sites brasileiros, mas acompanho muitos canais de youtube de críticos que gosto, como Meus 2 Centavos, Getro Guimarães, Pablo Villaça e Isabela Boscov.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

São tantos. Depende da fase, mas atualmente o que mais tenho visto filmes é o OldFlix, uma plataforma especializada em obras mais antigas. Sensacional!

 

 

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Crítica em vídeo: 'Um Divã na Tunísia'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme Um Divã na Tunísia.


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21/05/2021

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Crítica do filme: 'Trópico Fantasma'


Quando o acaso abre nossos olhos para o mundo. Escrito e dirigido pelo cineasta belga de 38 anos, Bas Devos, Trópico Fantasma, que estreia dia 20 de maio no ótimo streaming da Supo Mungam Plus, consegue em menos de 90 minutos ser intrigante em nos fazer encontrar sentido quando nada é o que parece. Somos testemunhas de uma metáfora social que complementa o preenchimento de espaço da vida, como tópicos contemplativos absortos de uma personagem que vira protagonista na vida de muitos dos que encontra pelo caminho. Planos longos, um abre alas e um desfecho estonteante, extático. Focado em uma personagem que está em um momento cogitabunda, andando pelas ruas frias da madrugada europeia, somos levados a uma viagem sobre a necessidade de conhecermos melhor o nosso entorno social.


Na trama, conhecemos uma esforçada trabalhadora, já com certa idade, chamada Khadija (Saadia Bentaïeb) que após sair do serviço tarde da noite acaba dormindo na condução de volta para casa e vai parar no ponto final da estação, a dezenas de quilômetros de casa. Sem ter como sacar dinheiro e sem condução por causa do horário, resolve ir a pé pra casa e assim conhece e aprende mais sobre a vida através de outros personagens e situações que cruzam seu caminho. Um homem morando escondido em uma casa que a protagonista já trabalhou, um morador de rua desacordado e um cachorro perto do dono, uma atendente separada com uma filha pequena que trabalha em uma loja de conveniência, são alguns dos que passam pelos olhos da personagem principal.


Dentro de um sensível olhar, colocando destaque para uma belíssima fotografia (tecnicamente o filme chama a atenção), percebemos a delicadeza em todos os cantos. Enxergamos esse universo através de Khadija, essa que vai descobrindo pelo trajeto transformações de uma cidade e também interagindo, com diálogos sempre com pontas sociais nas entrelinhas, com pessoas que nunca viu, serviços que nunca pediu. Uma faxineira, com dois filhos quase adultos que perdera seu marido faz 10 anos, se depara com pessoas e situações que a fazem pensar sobre a cidade que vive e um pouco também sobre a forma como vive seus dias quase sem tempo para si mesma, sem conseguir enxergar um novo mundo que está ali na sua frente.


Pode não ser um filme fácil para alguns, podem achar paradão, mas ao se conectar com ele o espectador recebe um grandioso e interessante presente que chega em forma de reflexão com os nossos paralelos cotidianos. Longe da vertente devaneadora, o que há mais de concreto em tudo que assistimos é a certeza de uma personagem em transformação tal qual o universo restrito (caminho de casa para o trabalho) que conhece ao seu redor.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #422 - Alice Rocha


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Alice Rocha tem 23 anos, é estudante de Jornalismo completamente apaixonada pelo mundo do entretenimento.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Costumo visitar bastante as salas de cinema da UCI, do Park Shopping Campo Grande. Além de ser perto de onde eu moro, eles possuem uma programação bem diversificada. De blockbusters à filmes independentes, eles exibem filmes para todos os gostos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Meu pai me levava ao cinema desde muito pequena, então sempre foi algo muito especial para mim. Mas acredito que o que me fez ver o cinema com outros olhos, foi quando assisti Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2. Sempre fui muito fã da saga e lembro de ter saído da sala de cinema bastante emocionada e fiquei surpresa que outros fãs, assim como eu, também compartilhavam do mesmo sentimento. É incrível como o cinema consegue tocar as pessoas de uma forma única.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Para mim, é muito difícil escolher apenas um diretor. Mas, no momento, as obras do Spike Lee têm me despertado muitas reflexões e acredito que meu longa preferido do diretor seja Faça a Coisa Certa (1989).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Atualmente, Bacurau (2019), pois as discussões que o filme levanta conversam muito com o lugar onde eu vivo. Além disso, o longa possui um elenco fenomenal. Sempre que eu posso, revejo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Acredito que a palavra "cinéfilo" vai muito além de assistir inúmeros filmes. Cinéfilos são pessoas que realmente se interessam por tudo que envolve a sétima arte e demonstram um entusiasmo genuíno pela história e os rumos do cinema.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que a programação da maioria dos cinemas são feitas com base no lucro. Não são todas as salas que dão espaço para filmes "menores" por não serem tão conhecidos e, consequentemente, não gerarem tanto dinheiro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

É difícil afirmar o que será do futuro do cinema. No entanto, apesar do crescimento dos serviços de streaming, a experiência de ir às salas de cinema é algo incomparável. Podemos notar isso pela atual situação da pandemia da Covid-19, muitos sentem falta de assistir filmes nas telonas. O cinema é mais do que tudo, um lugar de lazer, em que as pessoas experimentam e compartilham sensações únicas, seja sozinho, com amigos ou com a família. Algo completamente diferente de assistir um filme em casa, por exemplo.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Recomendo muitíssimo toda a trilogia Before (1995). Não sei se muitos já viram, mas a história e os diálogos são extremamente cativantes.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

No momento em que estamos, com mais de 400mil mortos por causa do novo coronavírus, não acho que a reabertura dos cinemas seria ideal.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro vem melhorando bastante nos últimos tempos, tanto em qualidade técnica, quanto em histórias e roteiros cada vez mais interessantes.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Minha mãe não perdia um filme do Paulo Gustavo, então, consequentemente, eu acabava vendo todos com ela.

 

12) Defina cinema com uma frase:

"É curioso como as cores do mundo real parecem muito mais reais quando vistas no cinema", Laranja Mecânica (1971).

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Lembro que na minha pré-adolescência era muito fã da saga Crepúsculo e fui ao cinema assistir Amanhecer Parte 2 (2012). Me recordo que no momento que o público percebeu que tudo que havíamos presenciado até então, não passava apenas de uma visão de uma das personagens, a sala de cinema veio abaixo. Eram xingamentos e gritos de ódio para todo lado, algo totalmente compreensível.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Incompreendido.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não concordo que para dirigir um filme um cineasta precisa, necessariamente, ser cinéfilo. No entanto, acredito que precisam saber pelo menos o mínimo de cinema. Muitos produzem obras incríveis, sem se interessar muito por cinema ou terem visto um número expressivo de filmes. Creio que nascem com um "dom" para isso.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já vi muitos filmes ruins na vida, mas acho que Special Correspondents (2016) é um dos piores. Lembro de ter assistido ano passado para um trabalho da faculdade e fiquei completamente abismada com o roteiro mal feito e com a falta de carisma dos personagens.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Como também sou apaixonada por música, documentários sobre artistas desse mundo sempre me atraem muito. Me recordo de ter visto Oasis: Supersonic (2016) diversas vezes, então acredito que é um dos meus favoritos.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já bati palma para filmes diversas vezes ao final de uma sessão. Mas os mais recentes, que me recordo, foram Vingadores: Ultimato (2019), Pantera Negra (2018) e Star Wars: Os Últimos Jedi (2017).

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não lembro de ter assistido muitos filmes com Nicolas Cage, mas A Outra Face (1997) é um dos melhores.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Quase todos os dias leio o Adorocinema e Omelete.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Ultimamente tenho assistido bastante filmes na Netflix.

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20/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #421 - Rafael Reis


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Assis (São Paulo). Rafael Reis tem 22 anos, biólogo, cinéfilo e um pouco artista. Seus pais já faziam filmes caseiros antes mesmo que ele tivesse tamanho para vê-los, daí se apaixonar por filmes foi fácil! É mais afeito a locadoras do que sala de cinema e hoje vê praticamente tudo pela internet. Ainda sonha em dirigir seu próprio filme!

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Onde eu nasci e cresci, Osvaldo Cruz (SP), só havia uma sala de cinema hoje desativada há bastante tempo onde eu via basicamente os blockbusters do momento. Hoje vivo em Assis que também só tem um sala dentro de um shopping, só estive lá pra ver Bacurau três vezes.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acredito que O Auto da Compadecida; foram tantas vezes que assisti na tv quando criança que ele acabou se forçando no meu imaginário.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Vou citar uma diretora que ainda estou explorando, a Marguerite Duras. Meu filme favorito dela é India Song (1975).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Sou obrigado a dizer Central do Brasil hahaha. É um filme muito afetivo pra mim, me recorda a relação que tive com a minha avó que era muito parecida com a Dora, ou pelo menos gosto de pensar assim.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Mais do que gostar de ver filmes, gostar de pensar sobre eles.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que não, claro que os títulos comerciais que abundam as salas de cinema por aí têm o seu valor artístico também, mas a minha impressão é de que o tipo de sala mais acessível para as pessoas hoje quer atrair o consumidor e não o espectador.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Todas não, mas infelizmente muitas já acabaram. Como o rádio e o jornal, ainda temos muitas pessoas que querem e trabalham por elas.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Amnésia Vermelha (2014) do Wang Xiaoshuai, um dos melhores cineastas em atividade em minha opinião.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acho que não é seguro, infelizmente. Sabemos como é difícil manter os protocolos de segurança em todo lugar e só de sair de casa pra ir ao cinema já corremos perigo.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Pra mim o nosso cinema entrega tudo e mais um pouco pro público, mas gostaria de não precisar me deslocar tanto pra ver os lançamentos independentes ou que não são tão comerciais. Tenho que ir para uma cidade maior ou buscar online mesmo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Regina Casé! Eu adoro essa mulher, estou muito feliz com esse retorno intenso que ela teve na atuação nos últimos anos.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Esperança.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando fui ver a estreia de Jogos Vorazes: Em Chamas (2013) tinha uma turma na sala que sabia várias falas do filme e ficava falando elas em voz alta! Sem contar a gritaria quando aparecia algum protagonista mais bonitão hahaha.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Um mal necessário.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Acho que não precisa ser, mas talvez devesse hahaha.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida? 

Me arrisco a dizer que foi Evening (2007). Sabe quando nem a presença de um bom elenco ajuda? Nossa esse filme é todo errado hahaha.

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Meu Amigo Claudia (2009) do Dácio Pinheiro. Também deva ser o que eu vi mais vezes.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Nunca pensei em fazer isso, geralmente quando vejo algo muito bom assim fico meio paralisado.    

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

Feitiço da Lua (1987) onde ele faz par com a Cher! Minha comédia romântica favorita.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não costumo ler muito mas quando o faço são as colunas do Mubi e do Criterion Channel. Gosto também dos textos do Turner Classic Films.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

O Mubi com certeza. Acho o melhor também.

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Crítica do filme: 'Três Realizadoras Portuguesas'


Três filmes em um só. Com o quase poder nulo de entrada no mercado exibidor brasileiro, mesmo existindo a lei do curta para filmes nacionais dessa duração, o projeto Três Realizadoras Portuguesas surge como algo que beira ao inovador além de mostrar a muitos que curta-metragem também é filme.


Mas, voltando a esse filme em três ato separados, no primeiro curta, o abre alas do projeto, exibido em Cannes anos atrás chama-se Dia de Festa e mostra um recorte na vida de uma mãe que faz um grande esforço para agradar sua filha que completa aniversário no dia com uma festinha em seu humilde apartamento. Mas com o desenrolar do dia, uma ligação muda tudo e o foco muda, assim, a mãe precisará encontrar os avós da menina. O filme, aborda temas reflexivos sobre o ser mãe. Uma mulher amargurada que enfrenta um dilema de visitar o pai ou não no seu leito de morte além de marcas do passado que são colocadas à mesa no alto da emoção e numa espécie de duelo final entre mãe e filha. Há uma ansiedade colocada no tom da narrativa e na maneira que é filmado. Um belo trabalho da cineasta Sofia Bost, principalmente nessa condução das emoções em forma de cinema.


O segundo curta-metragem, Ruby, de Mariana Gaivão nos apresenta a personagem título em busca de seu animal de estimação perdido que fugiu, ao mesmo tempo que conversa com amigos próximos e vai refletindo sobre as mudanças do local onde está e conhece bem, além de todas as idas e vindas de amigos de longa data. A protagonista possui uma rebeldia quase indecifrável que aliada a uma narrativa sem muito sentido precisa de um grande esforço do espectador para juntar peças com poucas informações.  


Já no terceiro curta-metragem, Cães que Ladram aos Pássaros, talvez o mais interessante pela questão atemporal que possui, selecionado para Veneza e dirigido por Leonor Teles explora-se a gentrificação (processo que muitas cidades passam, uma transformação urbana camuflada de modernização de uma área antiga). Assunto interessantíssimo muito bem abordado na ótica de um jovem português que precisa se mudar com a mãe e os irmãos do único lugar que conheceu como lar em sua vida na cidade do Porto. Assim, gerando dúvidas sobre a questão, envolvidas no porquê estão se mudando, o personagem busca o entendimento mais amplo sobre a influência das mudanças de sua cidade e o fator que o faz abandonar o local de suas lembranças.


Esse projeto, inclusive, pode servir de inspiração para realizadores brasileiros que possam adaptar essa ótima ideia e quem sabe convencer a maioria das planilhas excel dos programadores brasileiros.

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Crítica do filme: 'Castelo de Terra'


A fuga do sistema capitalista. Com filmagens ao longo de sete anos, Castelo de Terra, nos apresenta a jornada de uma jovem francesa de classe média que vem ao Brasil, descobre o amor e vai descobrindo aos poucos como viver dentro do sonho de uma vida autossuficiente. É a trajetória da própria diretora Oriane Descout, muitas vezes com a câmera na mão, combatendo ao capitalismo que vigora o mundo com suas tentativas de ações alternativas, de uma implementação do comércio local e ações coletivas ligadas à terra, sempre junta à seu companheiro, o brasileiro Marreco. A crise política do Brasil é debatida na superfície mas está embutida, de alguma forma, nas escolhas que são tomadas. Uma boa definição desse documentário que rodou festivais na Bélgica, na Austrália e em Portugal, é: uma luta diária dentro do contexto complexo de uma sociedade que não evolui.


Em Castelo de Terra, conhecemos Oriane Descout e Marreco, um casal que se conheceu quando a primeira chegou ao Brasil e logo se apaixonaram não só amorosamente mas também dentro da mesma linha de raciocínio de viverem uma vida autossustentável com ações sociais simples mas que impactam a todos que buscam fugir da loucura capitalista do mundo de fora. As dificuldades são imensas, ao longo dos anos, vamos vendo todas as tentativas que fazem. Na terra dos outros, sem saber se vão conseguir ficar ali à longa prazo, a mudança de pensamento (ou dúvidas) sobre a questão do coletivo as várias tentativas de implementação desse sonho, o caminho é árduo e cheio de obstáculos.


As encruzilhadas do coletivo são um bom campo de reflexão, antes ‘tudo feito por muitos para todos’ era uma forma básica dentro da utopia imaginada mas com o passar do tempo, e, nisso entram experiências interpessoais sobre as ações, a ajuda e o trabalho, a questão da diretora e seu companheiro viverem como uma família toma conta se importando mas nas ações coletivas quando em mutirões ou decisões de uma possível associação.


Uma luta pela terra? Sonho de uma vida autossuficiente? Qual o apoio nisso? As opiniões da família da diretora são vistas por conferência via conferência pela internet e quando a diretora volta à França para explicar suas escolhas à sua mãe, fora uma visita no arco final. Ela que na França militava pelos imigrantes sem documentação e trabalhava em uma associação busca equilibrar a razão com a emoção dentro de uma admirável sensibilidade para transformar a utopia em exemplo.

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19/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #420 - Djulye Cerri


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Djulye Cerri, tem 22 anos e está se formando na faculdade de Cinema, onde já realizou mais de 15 curtas-metragens acadêmicos e autorais. Trabalha como diretora de arte, roteirista e produtora. Atualmente está se aprimorando no ramo de série e está desenvolvendo o projeto de série documental “De bar em bar”, além de criar conteúdo no canal do youtube Zona de Pipoca (@canalzonadepipoca), onde fala sobre desenhos, filmes, séries, premiações de cinema, reality e livros.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

A minha sala favorita é a UCI do Barra shopping. Pela grande quantidade de salas, eles conseguem colocar mais filmes e mais sessões disponíveis, então por mais que você não consiga um horário, nunca vai ter ido atoa.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Não sei se foi o primeiro filme exatamente, mas Matilda é um filme que faz parte da minha vida, além de ser um dos filmes que mais vi. Com certeza foi um dos maiores influenciadores que me fez pensar que cinema é um lugar diferente, mágico e capaz de nos levar para lugares e histórias envolventes.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

O meu diretor favorito é o Tim Burton e o meu filme favorito dele é A noiva cadáver.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O auto da compadecida. Porque é um filme atemporal, genial, genuíno e com uma história que te leva à altos e baixos que eu nunca tinha visto antes. Nesse filme não tem UM elemento que seja fora da estética proposta, todos os elementos somam um no outro a fim de entregar a obra que temos hoje. Além de ter uma das cenas, que para mim, é uma das melhores do cinema nacional: a cena do juízo final com Maurício Gonçalves como Jesus, Luis Melo como o demônio e Fernanda Montenegro como Virgem Maria.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é embarcar no que os filmes tem de melhor: suas histórias. É deixar ser levado pela proposta do filme, ficar imerso, se entregar e aproveitar todos os elementos que o cinema tem a oferecer em tela. Ser cinéfilo é ter uma paixão tão grande pelo cinema, que transborda, que te faz dedicar horas falando sobre isso, escrevendo sobre isso e até mesmo estudando sobre isso.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que entendem sim de cinema, mas não se preocupam com a repetitividade do conteúdo na programação. Assisti a uma palestra de um exibidor na faculdade e eles entendem de cinema, mas o foco deles é no público. Cinema é uma obra rentável, mas que também pode dar prejuízo e eles vão focar no que aumenta o lucro deles. Os cinemas mais “cults” como o Estação Net, aparentam focar mais no conteúdo, mas isso gera uma quantidade menor de disposição de salas e de programação.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Tenho para mim que não vão, pois não tem nada igual a experiência de ir ao cinema. Ir ao cinema é uma experiência única. O ato de chegar, comprar ingresso, comprar pipoca, esperar ansiosamente o filme começar, observar as pessoas reagindo ao seu redor e sair realizado é algo que o streaming não vai conseguir replicar. Ter os filmes acessíveis em casa facilita e incentiva, mas para ter uma experiência cinematográfica completa, precisa de uma sala de cinema, até porque, em casa a imersão pode não acontecer por ficar fácil de se distrair e poder pausar. Gosto de ver o filme inteiro, no escuro, com o som alto, sentada na poltrona e vendo a grande tela, então espero que nunca deixem essa experiência acabar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vou indicar um documentário que tem no Youtube e que as pessoas precisam ver, chamado Meninas, de 2006, dirigido por Sandra Werneck que acompanha a história de 4 meninas que se tornam mães na adolescência. É simplesmente genial.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Apesar de estarem abertas, não sou a favor, pois o cinema é um ambiente fechado e tem um risco muito alto. A vacina está cada vez mais perto, vale a pena esperar e poder curtir o cinema sem correr risco algum.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Sou uma grande admiradora do cinema brasileiro e os cineastas brasileiros são ótimos contadores de histórias, não somos rasos, temos conteúdo e sabemos como contá-los. Acho que generalizam muito os filmes brasileiros pelas comédias comerciais, mas que também tem o seu valor e o seu público, senão não estariam sendo feitas. Acho que o cinema brasileiro precisa ser mais apreciado e divulgado, pois muitos filmes incríveis não chegam na grande massa por falta de oportunidade no mercado, mas quem se joga nos filmes brasileiros de um modo geral sabe o quão gigante é o nosso cinema, Bacurau é uma recente e ótima prova disso.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Era o Paulo Gustavo que infelizmente nos deixou pra uma doença que já tem vacina. Ele levava a minha família inteira para o cinema e nunca perdíamos um filme dele. Estendendo um pouco também digo Fernanda Montenegro, que é a minha ídola do cinema brasileiro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte que abrange todas as outras artes.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não sei se chega a ser inusitado, mas já assisti uma sessão de Detona Ralph 2 com uma turma inteira de crianças em passeio da escola. Foi bem difícil prestar atenção, mas foi interessante de observar as reações das crianças cena após cena.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Nem a Carla Perez topou promovê-lo...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Para mim, sim. Estou finalizando a faculdade de cinema e para ser diretor, é preciso entender um pouco de cada área além de tudo. A busca infinita por informações, estudos e referências, não é possível se não amar a sétima arte profundamente e não gostar de ver filmes.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Um simples favor, eu saí do cinema querendo “desver”.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Nossa são tantos, documentário é uma das minhas maiores paixões. Foi difícil decidir, mas Edifício Master, do Eduardo Coutinho é um documentário que eu recomendo para todo mundo e vejo sempre que preciso estudar. É uma aula.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, Bacurau.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Só me vem à cabeça Presságio.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Perdi um pouco do hábito de consumir sobre cinema em sites, mas sempre que preciso uso o AdoroCinema e o Omelete.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

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18/05/2021

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Crítica do filme: 'Alelí'


A realidade que não se pode negar. Indicado do Uruguai ao último Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Alelí, que também teve exibições na edição de 2019 do Festival do Rio de Cinema, nos apresenta uma família cheia obstáculos em suas relações que precisam se decidir sobre o destino de uma casa de praia deles depois que o patriarca falece. Como as memórias daquele lugar são sentidas/revistas de diversas formas e maneiras diferentes, o roteiro busca apresentar ao espectador uma abordagem sobre o luto dentro das óticas distintas dos três irmãos em momentos completamente diferentes na vida. Escrito e dirigido por Leticia Jorge Romero e com a participação da ótima atriz Mirella Pascual (do emblemático filme Whisky). Disponível na Netflix.


Na trama, conhecemos três irmãos que precisam se reunir para resolver sobre uma questão envolvendo uma casa, quase nunca usada pela família, que está sendo assediada para virar um condomínio. Ernesto (Néstor Guzzini), o irmão homem, implicante que não consegue fugir do seu jeito quase caricato e ranzinza. Silvana (Romina Peluffo) é a irmã mais nova, depressiva, hipocondríaca que terminou com o namorado recentemente e parece completamente sem rumo na vida, a irmã mais velha, Lílian (Mirella Pascual), parece não se importar muito com as lembranças e só pensa no dinheiro que vai arrecadar. Assim eles precisam se decidir em meio a lembranças e um certo descontrole emocional ativado pelas lembranças daquele local.


O personagem mais bem desenvolvido, Ernesto, acaba sendo o protagonista, já que o epicentro voltado para a mãe Alba (Cristina Morán) é deixando de plano de fundo. O filho não se esquece das memórias do pai, seu grande ídolo e referência, talvez daí seu jeito beirando ao inconsequente após o falecimento dele. Entra em uma vibe bem ruim de falta de otimismo e os abalos que já traz do casamento enfraquecido com a esposa e um distanciamento, provocado por temperamentos de ambos os lados, de suas irmãs, além do conflito de que não saber o que fazer com a mãe já bem idosa (levar a um asilo ou ficar com ela na sua casa).


Há pausas reflexivas bem densas o que faz o roteiro se chocar com o desequilíbrio deixando a narrativa lenta e sem muito sentido em alguns momentos. Quase sempre, o roteiro parece um pouco perdido que nem quase todos os personagens. Há uma precariedade no desenvolvimento desses, talvez, camuflado pelo carisma dos atores em cena. Sim, esse é um filme onde os artistas em cena levam o filme nas costas.

 

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #419 - Gabriella Slovick


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Gabriella Slovick tem 58 anos. Possui a formação em Letras com Especialização em Literatura Portuguesa um curso da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro; UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco onde cursou Bacharel em História. Também é Roteirista Profissional, possui DRT – Profissional da Indústria Cinematográfica, tem diversos livros autopublicados nas áreas de Literatura, Pesquisa Histórica (Mitos e Lendas) e Roteiros Teatrais. Atualmente ministra aulas pela Internet para alunos graduandos em História e Letras no sentido de orientar acerca da escrita acadêmica na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso e possuí um Canal na Internet para aulas de Roteiros de Cinema. Entre 2014 e 2016, estava contratada pela Prefeitura de Itaboraí - RJ para ministrar aulas sobre a História do Teatro Universal e Roteiro para Cinema na Escola Municipal Casa dos Artistas. O mais recente Curso concluído, está relacionado ao desenvolvimento de um Projeto de Pesquisa idealizado e concebido pelo professor/doutor/PHD Érico Braga da PUC - Universidade Católica do Rio de Janeiro, que visa identificar a questão da participação de jovens negros, dentro das comunidades cariocas, na Formação do Leitor e da Produção Textual, com o Curso de Extensão; Sociedade Contemporânea com certificação em Open Universities Australia, OUA, Sociology (Extensão Universitária em Sociologia na Austrália).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Norte Shopping. A escolha se dá por duas razões: o horário para maiores de 16 anos é noturno, ou seja, adolescentes não estão lá e a segunda razão é por ser perto de minha casa.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente. OS EMBALOS DE SÁBADO À NOITE.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Alfred Hitchcock. Filme: JANELA INDISCRETA

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

BEIJO NO ASFALTO. Gosto do Roteiro, título sugestivo e o tema é provocativo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser Cinéfilo é ter o espírito de aventura, ter vocação para as artes e paixão pela Obra Fílmica, não importa o gênero. É uma necessidade assistir a um filme é experimentar tudo que ele oferece.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Imagina...claro que não. A bilheteria é o que interessa. Quem entende de Cinema vai assistir à filmes em outros espaços como em Festivais ou em casa. Infelizmente.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito. As pessoas gostam do cheiro de pipoca e acham que ir ao cinema lhes atribuí inteligência....rsrs

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

THE HOURS. Assisti em Brasília porque no Rio de Janeiro não entrou em cartaz na Zona Norte.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Realmente não acho que devam reabrir.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Ainda não temos bons roteiristas. A única razão para não sermos os melhores do mundo. Ou seja, não construímos a base, mas confiamos demais no talento de nossos atores.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O Cinema desperta vários dons, inclusive o de pensar que a vida é possível.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Aconteceu comigo mesma, quer dizer, após assistir ao filme DOIS COELHOS, de Afonso Poyart, entrei em êxtase. Comecei a gritar " eu sabia, eu sabia...alguém sabe escrever um Roteiro no Brasil." E geral olhou para mim e meu amigo ficou em choque. rsrs

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti. Não quis, só isso.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Mas precisa estudar. Provavelmente ele é do tipo que tem um gênero favorito. Que estude e assista filmes desse gênero. A mim me parece ser.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

 

Difícil porque sempre encontro algo para justificar a produção...rsrs Mas vamos lá:  GUERRA MUNDIAL Z.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Vou ser bem previsível: PROFESSOR POLVO. Nunca vi nada semelhante.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Não. Mas já gritei. rsrs

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não gosto do ator. Mas vamos lá: CIDADE DOS ANJOS.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Seria o UOL. Mas leio vários.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

NETFLIX e AMAZON.

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17/05/2021

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Pausa para uma série: Invencível


O poder da escolha. Criado por uma das mentes mais criativas do universo nerd televisivo, Robert Kirkman (Walking Dead), Invencível, disponível no catálogo da Amazon Prime Video é uma complexa saga de ação e drama com técnicas de animação que fala sobre o heroísmo nas mesmas linhas tortas de The Boys e com uma eficiência impactante e sangrenta, nada é tabu para essa história onde polêmicas viram reflexões. Batendo na tecla sobre as escolhas que fazemos, entramos em um ninho de egocentrismo que vão desde a verdadeira face do vilão até mesmo políticas nacionais de segurança, além de deixar um bom espaço para questões familiares. Baita seriado, interessantíssimo.


Na trama, conhecemos a família Grayson, Mark, Debbie e Nolan. O primeiro é um jovem próximo da ida pra faculdade que aproveita seus últimos momentos de high school ao lado dos amigos além de descobrir o amor. A segunda é a mãezona da família, possui um amor gigantesco por seu marido Nolan e sempre está atenta para o que Mark precisa de ajuda. O terceiro é o maior super-herói da terra, Omni-Man, nascido em outro planeta ajuda a Terra contra várias tentativas de invasão extraterrestre. Tudo ia bem nessa família até uma gigante tragédia com um grupo conhecido de heróis acontecer, o que desencadeia uma série de surpreendentes revelações.


As escolhas que fazemos no nosso caminham nos moldam o ser humano que queremos ser. Partindo desse princípio vamos acompanhando detalhadamente a saga de Mark Grayson, um jovem que cresceu sabendo que seu pai era o maior super-herói do mundo e que algum dia ele também poderia ser, caso seus poderes apareçam já que ele é metade humano e metade alienígena. Seus problemas no colégio, o bullying que sofre de um valentão, o primeiro amor, acabam ficando de lado por conta de uma necessidade de um amadurecimento quase instantâneo muito bem mostrado no filme. Há sempre a questão da escolha em todo lugar para onde o forte personagem olha.


Tudo ao redor do protagonista é bem desenvolvido mas sempre deixando brechas para um futuro desenrolar maior (talvez em outras temporadas). Os super-heróis sem ser os da família Grayson e seus conflitos, com destaque para Atom Eve (uma vértice certa de um provável triângulo amoros) e sua relação com os pais e a descoberta da traição, a função/questão do governo norte-americano no papel das estratégias de proteção da Terra que parecem mais perdidas que qualquer outra coisa entre outras ótimas subtramas. Vilões aos montes aparecem e super-heróis também.


Invencível é um seriado que utiliza técnicas de animação recheado de ótimos personagens, dizendo verdades que outras séries apertam o pedal do freio.

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Crítica do filme: 'Agnes Joy'


O choque do espírito pragmático com o espírito sonhador. Escrito e dirigido pela cineasta islandesa Silja Hauksdóttir, Agnes Joy, indicado pela Islândia ao Oscar no ano de 2019, caminha a curtos passos entre conflitos de mães e filhas de duas gerações, imposições sobre a vida, aquelas dentro da lógica de doutrinas de senso comum andando na linha do ‘normal social’. A rebeldia aliada à inconsequência, como as aparências enganam, como equilibrar a arte do sonhar, são questões que chegam forte nas nossas mais óbvias reflexões sobre o que vemos ao longo de menos de 90 minutos de projeção. Por mais que o nome do filme seja Anges Joy (nome da filha), a trama gira quase sempre em torno da mãe (interpretada pela ótima atriz Katla M. Þorgeirsdóttir). Um interessante trabalho, mais profundo do que aparenta ser.


Na trama, conhecemos Rannveig (Katla M. Þorgeirsdóttir), uma mãe rígida, controladora, comandante da empresa da família, a qual teve que assumir assim que seu pai faleceu interrompendo seus outros sonhos. Infeliz no trabalho, ela se desdobra entre a educação da filha adotada Agnes Joy (Donna Cruz), alguma atenção que busca do marido Einar (Þorsteinn Bachmann) e as aparências para os outros de sua ‘família perfeita’.  Quando a chegada de um novo vizinho, um ator conhecido por alguns, acaba mexendo um pouco nessa história vamos descobrindo os sentimentos escondidos dos personagens. Embaralhados pontos de vistas sobre o casamento mãe e pai completamente distantes ganham argumentos diversos.


Encontramos mais sentido sobre a vida, sentados vendo o mar, do que no meio do caos e estresse que pode virar nossa rotina. Nessa batalha entre o nublado e o céu de brigadeiro quando pensamos sobre nosso futuro, o foco para os paralelos acabam sendo dentro da questão familiar. Mãe, filha e pai, cada um à sua forma, buscam ser uma família perfeita aos olhos dos outros mas o cotidiano só comprova que não existe família perfeita. A primeira a se rebelar contra a mesmice infeliz é Agnes o que acaba preparando o terreno para Rannveig buscar se reinventar, dando sorrisos aos desejos, buscando não controlar tanto tudo e a todos mas as linhas do roteiro não desenvolvem Einar o que acaba deixando lacunas a serem preenchidas para um entendimento mais completo das transformações que acontecem.  


O filme possui poucas questões sobre o trabalho de Rannveig mas o pouco que aborda abre uma ótica para a questão de trabalhadores estrangeiros que arriscam tudo e imigram para países europeus em buscam de boas oportunidades mas muitas empresas colocam salários lá embaixo e poucas oportunidades, diferente do que seriam se fossem por um trabalhador local. Quase uma escravidão moderna. Mesmo na superfície, o filme levanta essa ótima questão global.

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