28/12/2012

Crítica do filme: 'O Voo'


O que fazer quando você percebe que a sua vida não é nada correta? De volta ao mundo do drama e dos conflitos pessoais, o diretor americano Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro) assumiu o comando de um projeto que precisava de um grande ator no papel principal para conseguir dominar o filme de uma forma que passasse toda a veracidade daqueles conflitos internos que as situações trariam para o personagem.  Zemeckis conseguiu tudo isso e muito mais na fantástica atuação de Denzel Washington (Dia de Treinamento). Mas não é só o famoso cineasta, nem o astro hollywoodiano que brilham nesse longa excelente, um roteiro envolvente e imprevisível de John Gatins (Hardball - O Jogo da Vida) deixa o público com os olhos fixos na telona do começo ao fim.

Na trama, acompanhamos a trajetória conflituosa de Whip Whitaker (Denzel Washington) um piloto de aviões comerciais, alcoólatra, usuário de drogas, que se torna o grande queridinho da mídia colocado, como um herói norte-americano, quando consegue pousar uma aeronave em inúmeras condições adversas, após uma pane no sistema. Quando passam alguns dias, a ficha cai para outras versões dos fatos: ele estava sobre a influência de drogas e álcool no momento do acidente e agora precisa lutar contra si mesmo por não aceitar seu novo status de grande salvador da pátria.

O grande centro das atenções do filme fica por conta das indagações e dúvidas sobre a vida que o personagem principal leva. Seus conflitos afloram após o acidente aéreo. Whip sabe que a vida que leva é errada e que pode colocar muitos em risco. A grande questão é: será que ele quer mudar? Há a tentativa óbvia de abandonar esse passado cheio de álcool e drogas mas algumas situações o levam ao caos emocional o que gera mais consequências. Denzel  Washington leva o público para dentro dessa jornada melancolia com tremenda maestria, desossa seu personagem de uma maneira que todo mundo consegue ver e sentir aquele sofrimento. Mais uma atuação fantástica desse grande ator que deve levá-lo a uma indicação ao próximo Oscar.

Os coadjuvantes preenchem muitas lacunas importantes para o filme ir além de uma excelente atuação de seu protagonista. A personagem da desconhecida atriz inglesa Kelly Reilly (Sherlock Holmes) é jogada para dentro da trama de maneira interessante e acaba contribuindo muito para a história, bela atuação dessa atriz, olho nela cinéfilos! John Goodman (Argo) e seus personagens nada normais também dá o ar de sua graça. John, como poucos, sabe contribuir muito bem com um filme com carga carregada de emoção, sempre quebrando o clima com suas piadas e trejeitos engraçados. O excelente veterano Don Cheadle (Hotel Ruanda) e seu Hugh Lang aparecem para o protagonista como a salvação e tentativa de entendimento sobre todos os fatos que o levaram nessa jornada de descobrimento de si mesmo. Outro que merece nosso aplauso é o ex-doutor de Grey’s Anatomy James Badge Dale (Shame), que aparece pouco mas em um papel forte que contribui de certa maneira para entendermos melhor situações emocionais extremas.

Herói dos outros, vilão de si mesmo? Ajude Whip Whitaker a encontrar essa resposta a partir do dia 8 de fevereiro, nos cinemas. 
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Crítica do filme: 'Colegas'


Nosso destino é a gente que faz. Escrito e dirigido por Marcelo Galvão (que também faz uma pontinha no filme) Colegas algumas pitadas dramáticas mas não pode ser considerado do gênero drama e sim, comédia. É um filme inocente que tenta satirizar as situações dos carismáticos amigos a todo instante. Pena que o roteiro é bem fraco, confuso, e aos poucos vai se perdendo com personagens coadjuvantes caricatos que não conseguem se encaixar na história. A trilha sonora e a fotografias são os grandes destaques do longa que estreia em março nos cinemas.

O Indiana Jones, Lima Duarte, narra a história de três amigos que possuem Síndrome de Down e que vivem a muitos anos em um Instituto chamado Santa Lucia. Por passarem parte do tempo vendo diversos filmes, um dia resolvem realizar o sonho deles de ter uma grande aventura com três desejos: ver o mar, casar e voar. Assim, partem rumo ao desconhecido, assaltando estabelecimentos utilizando frases de filmes, cruzando a fronteira existente entre o Paraná e Santa Catarina sempre distribuindo muitos abraços.

A abertura com citações de conhecidas produções de cinema era um bom sinal para todos os amantes da sétima arte que estavam sentados assistindo à projeção. Mas tudo cai por terra, pois, o roteiro é bem fraco, confuso. Muitas referências estranhas como ônibus antigos ao lado de carros importados, cenários que não mostram tempo nem espaço definidos e em muitas cenas, gratuitamente, armas são sacadas completamente fora de contexto. O filme entra em loop e muitos assuntos se repetem ao longo da trama. Isso pode ser uma saída do diretor para explicar a história várias vezes, de muitas maneiras, porém, é muito arriscado pois pode se tornar repetitivo aos olhos de muitos.

Às vezes você se sente nos dramas americanos de décadas passadas, muitos elementos levam o público a essa analogia (tem uma menção ao clássico Psicose, no mínimo estranha).  O filme tem alma mesmo que com problemas técnicos e em sua execução, as mensagens positivas são inúmeras e isso deve comover parte do público.

Em dúvida? Assista! Às vezes o longa consegue te prender a atenção pois uma mensagem bonita realmente existe.
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26/12/2012

Crítica do filme: 'A Sombra do Inimigo'


O que fazer quando eu sei de tudo e mesmo assim quase perco a batalha para o vilão (interrogação) Em A Sombra do Inimigo somos levados a um jogo de gato e rato pelas ruas de uma metrópole onde tiros e transações suspeitas são comuns no dia-a-dia. Dirigido por Rob Cohen (Triplo X) e estrelado por Tyler Perry, o mais novo longa-metragem de ação (baseado na obra de James Pattinson) a entrar em nosso circuito, deixa muita a desejar em relação a seu roteiro, confuso toda vida. Talvez o livro seja melhor.

Na trama, conhecemos o detetive (investigador, policial, psicólogo, psiquiatra...) Alex Cross (Perry), um homem querido por todos que vive com sua família feliz da vida. Certo dia é chamado para investigar um quádruplo assassinato em uma luxuosa mansão. A partir daí, sua vida toma novos rumos quando precisa encontrar um assassino profissional muito perigoso.

O ritmo the flash do roteiro se perde totalmente em várias sequências. Em 7 minutos o personagem principal corre, mostra que é um homem de família, descobre que a mulher está grávida... é muita informação para o espectador em tão pouco tempo. Tudo é muito superficial, o que atrapalha o entendimento de algumas partes da trama. Quer fazer um filme com muitos detalhes a apresentar, por favor,  aumente o tempo de projeção, divida em dois ou não faça filme nenhum.

A grande expectativa dessa produção era a atuação do ator americano Matthew Fox (O Jack do seriado Lost) que teve que perder muitos quilos e malhar pesado para dar vida ao seu personagem. No maior estilo Hitman e aplicando um ótimo triângulo na cena estilo MMA, Matthew Fox se esforça para tentar dar veracidade mas acaba passando do limite, seja nos trejeitos ‘aclichezados’, seja nas caras e bocas que não assustam ninguém.

Algumas cenas de ação são bem dirigidas, tentam criar a fantasia de ação das sequências mas é muito pouco quando somamos o roteiro e os personagens. Tudo é muito previsível, o personagem principal sabe tudo, talvez a única coisa que ele não sabia (ou nunca iria confessar) é que os cinéfilos não vão gostar dessa fita. Igual a esse filme existem muitos por aí, mais um caso de mais do mesmo.
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23/12/2012

Crítica do filme: 'As Aventuras de Pi'


A fé pode mover muito mais que montanhas. O aguardado novo trabalho de Ang Lee (O Segredo de Brokeback Moutain) é visualmente magnífico, tecnicamente perto da perfeição e seu enredo é envolvente chegando a emocionar nos momentos chaves, estamos falando do drama, As Aventuras de Pi. Falando sobre fé e recheado de personagens cativantes, o longa-metragem vai agradar a todos os tipos de público. O que, a princípio você possa achar que é um filme para criança, pode ter certeza, caro cinéfilo, que a fita passa longe de ser uma produção voltada ao público infantil.

Na trama, conhecemos o jovem Piscine que carinhosamente é chamado de Pi por todos ao redor. Uma lenda das aulas de matemática, o jovem indiano é pego pela curiosidade e se descobre praticante de três religiões, fato que o ajuda na maior aventura da sua vida: quando seus pais resolvem mudar de país (por conta de problemas político-financeiros da região), o adolescente precisa abandonar seu grande amor e se distanciar de seus poucos amigos rumo à uma terra nova e cheia de oportunidades. Seus pais possuem um zoológico e resolvem levar todos os animais juntos na viagem. Acontece que perto de chegar ao destino, acontece uma tragédia e Pi se vê em meio ao oceano com uma zebra, um macaco, uma hiena e um irritado tigre de bengala. Com poucos recursos, usando toda sua inteligente e colocando em xeque sua fé, Piscine precisa enfrentar o grande desafio de sua vida e lutar pela sobrevivência.

O fator fé é preponderante e muito bem abordado pela adaptação que fora feita. Há um certo conflito no personagem, desde que se descobriu adepto de 3 religiões completamente diferentes. Sua família em alguns momentos chega a brincar com esse fato mas Pi está convicto e se sente muito bem exercendo sua fé, das três maneiras. Tudo isso é colocado em prova em uma situação inusitada e totalmente arriscada. Talvez uma pessoa sem fé nem acreditaria no inacreditável.

Por mais que tenha uma classificação etária baixa, As Aventuras de Pi não é um filme infantil. A maturidade com que fora abordado os temas colocam os personagens em conflito constante o que torna bastante complexo todo o clímax. A direção de Ang Lee é cirúrgica, seja com imagens ricas ou diálogos filmados de maneira envolventes que conseguem levar o espectador para dentro da história.

Provável concorrente ao Oscar, esse filme é um dos grandes trabalhos feitos esse ano no mundo do cinema. Não deixem de conferir! Acredite sempre no inacreditável!

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18/12/2012

Crítica do filme: 'Marcados para Morrer'


Aflição e realidade urbana com muita intensidade. Marcados para Morrer,  o novo filme de ação de David Ayer (Os Reis da Rua) que também escreveu o roteiro, é um longa-metragem que se caracteriza por conter cenas impactantes que transportam rapidamente o espectador para dentro da história. O projeto é corajoso e muito bem definido, fruto do ótimo roteiro que guia o público para o mundo das ruas mais perigosas dos Estados Unidos.

Na trama somos jogados em uma espécie de reality show, fruto de um trabalho de pesquisa do oficial Brian Taylor que resolve filmar o dia-a-dia de uma unidade de combate ao crime, assim a história se desenrola ao extremo depois que dois jovens oficiais estão marcados para morrer quando confiscam uma pequena quantia de dinheiro e armas de fogo poderosas pertencentes à membros de um cartel perigoso que domina a região a anos. Entrando em conflito com federais, criminosos locais, conflitos familiares eles precisarão encontrar forças para sobreviver.

A dupla protagonista possui um entrosamento ideal e conseguem passar toda a dificuldade de seus conflituosos personagens. Jake Gyllenhaal (O Segredo de Brokeback Mountain) e Michael Peña (O Poder e a Lei) merecem muitos dos créditos positivos que o filme possui. A definição de seus papéis vai de encontro à realidade, buscam o conflito, transparecem o esgotamento daquela situação caótica em que se metem. Um trabalho digno de aplausos dos cinéfilos amantes de Fogo contra Fogo, Scarface, Dia de Treinamento entre tantos outros projetos que possuem o mesmo tema.

Qual é o papel do herói (interrogação) Esse conflito é mostrado no filme, parte nos atos de coragem da dupla protagonista e outra parte nas consequências desses mesmos atos. Será que todo herói precisa ser inconsequente (interrogação)  A exposição das ações tomadas pelos oficiais os leva a um esgotamento físico e mental, um cenário perturbador onde fica difícil tomar a decisão correta no momento que precisar.

É uma produção para quem gosta de filmes do gênero. Mas não surpreenderá se agradar a quem não está acostumado com tanta adrenalina em cena. Recomendado.
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13/12/2012

Promoção Infância Clandestina



Quer saber como participar para ganhar um kit do filme "Infância Clandestina"?

Responda a pergunta: "O que você faria para conquistar o amor da sua vida?" para o email: raphaelcamacho@gmail.com , colocando no assunto: 'Promoção Infância Clandestina'

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO

1. A Promoção é aberta aos residentes de todo Brasil.

2. A Promoção é válida entre os dias 13/12/2012 à 16/12/2012.

3. O nome do vencedor será divulgado no blog http://www.guiadocinefilo.tk a partir da data de término da Promoção.

4. O prêmio é individual e intransferível e, em nenhuma hipótese, o vencedor poderá trocá-lo ou recebê-lo
em dinheiro.

5. Caso os participantes tenham dúvidas, os mesmos poderão solicitar esclarecimentos por e-mail para raphaelcamacho@gmail.com

6. Caso vença, após o contato, entrar em contato em até 48 horas.
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12/12/2012

Crítica do filme: 'O Hobbit – Uma Viagem Inesperada'


Pés cabeludos? Sim! Eles estão de volta. Nessa sexta-feira (14) estreia nos nossos cinemas o aguardado novo trabalho de Peter Jackson (Almas Gêmeas), O Hobbit – Uma Viagem Inesperada. Com um roteiro feito a quatro mãos (Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, Guillermo del Toro) a história baseada na obra de J.R.R. Tolkien passa por descobertas, Orc’s nojentos, gigantes de pedras brigando, teimosos anões cantores que são definidos dentro de um ritmo alucinante de aventura passando pelos belos condados, as vilas Hobbits, até uma montanha tomada por uma entidade do mal.

Na trama, ao longo de 180 minutos, acompanhamos o Hobbit Bilbo Bolseiro que viaja até a Montanha Solitária, com um grupo vigoroso de anões para recuperar um tesouro roubado pelo dragão Smaug.

O elenco busca um entrosamento aos trancos e barrancos, se encontrando e desencontrando ao longo do longa-metragem. Martin Freeman (Guia do Mochileiro da Galáxia) é um ator bastante peculiar, consegue grande êxito nas partes cômicas do filme nas dramáticas deixa um pouco a desejar, para que não consegue chegar ao limite de seu importante personagem. Andy Serkis volta à pele de Gollum, o famoso monstrengo com um olhar de Steve Buscemi (Armageddon). O mago conselheiro e bom de papo está de volta. Gandalf é quase o protagonista, rouba a cena em vários momentos, Ian McKellen (X-Men) domina como poucos seus personagens.

O filme tem muitas partes que passam pelo humor, o que de fato pode gerar uma boa interação com o público, já que os diálogos são bem definidos e executados pelos carismáticos personagens. Só que também, talvez involuntariamente, acabam descaracterizando todo o clima de aventura quando esses diálogos pipocam nas cenas de ação. É um filme feito para quase todas as idades. Os adolescentes se divertem e os adultos também mas o público alvo passa muito mais pelos fãs do escritor J.R.R. Tolkien (trilogia -Senhor dos Anéis).

As comparações com a trilogia Senhor dos Anéis serão inúmeras, o que é constatado desde o início pelos paralelos existentes entre os filmes. No final das contas o resultado é o de que um complementa o outro e por isso é sempre melhor ver todos os filmes anteriores e partir para conferir essa nova aventura. O precioso anel reaparece e passamos a conhecer sua real origem. Desde outros filmes percebemos que todo Hobbit tem uma síndrome de Peter Pan, ingênuo, infantil e que sempre se mete em aventura.  O encontro entre o anel e o Hobbit é exatamente assim, curioso e aventureiro.
Alguns vão gostar, outros vão conseguir tirar uma ótima soneca nas confortáveis poltronas das salas de cinema. Qual será sua escolha? Veja o filme e conte para nós!
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08/12/2012

Crítica do filme: 'Os Penetras'


 expectativa do público é esperar as boas e velhas piadas da dupla de humoristas. Mas nesse longa-metragem dirigido por Andrucha Waddington (Lope) vemos os comediantes mais comportados o que já de cara frusta, pois, havia o risco dos atores não conseguirem segurar o filme nos momentos dramáticos, o que de fato acontece. Estrelado por Eduardo Sterblitch e Marcelo Adnet (Muita Calma Nessa Hora), Os Penetras vai levar muita gente para o cinema, muita gente vai rir mas isso de maneira nenhuma vai caracterizar que o filme é um grande destaque dentro do nosso cinema. É apenas mais do menos.
Na trama, conhecemos um jovem apaixonado morador de Resende, no interior do Estado do Rio de Janeiro, que vai para a cidade grande em busca de uma grande paixão. Para ajudálo nessa tarefa complicada conhece Um malandro carioca, que tem um golfinho no braço e rouba shampoo’s e sabonetes líquidos de hotéis Rio à fora, e juntos vão cometer muitas loucuras atrás desse objetivo.
O filme tira algum riso mas não convence como comédia além de tentar mas não conseguir ser um longa-metragem dramático que se propõe em algumas partes. Situações forçadas, clichês aos montes, tudo que um repertório comum tem. Não mostra nenhum diferencial, nem mesmo em relação ao roteiro, o que poderia enfim contribuir positivamente para uma nova virada nas comédias nacionais. As vezes passa a impressão que o formato escolhido (cinema) não era o mais ideal, funcionaria bem melhor como um seriado de televisão ou uma peça de teatro.
Não chega a ser uma decepção mas fica muito a quem de ser um bom filme.
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07/12/2012

Crítica do filme: 'Disparos'


Escrito e dirigido pela cineasta Juliana Reis Disparos é uma grande surpresa dentro do atual cinema nacional, foca em temas polêmicos, muito bem amarrados pelos sábios diálogos que são gerados. Com algumas referências ao cinema nacional, aquela noite bombástica (provavelmente baseado em fatos do cotidiano brasileiro) vai criando paralelos que são utilizados, sabiamente, como flashbacks que auxiliam na compreensão da história. Um filme que você precisa conhecer.

Na trama, somos rapidamente apresentados a um fotógrafo e seu assistente que se envolvem em um acidente que acaba gerando grandes consequências para o primeiro. Com direito a mentiras e muitos pontos de vista diferentes, no desfecho somos surpreendidos exatamente por conta dessa ótica diferenciada de cada personagem sobre aquela noite. O corajoso roteiro é bem estruturado, não parece com outros filmes que vemos no cenário brasileiro. De vez em quando é bom ir na contra mão do que todos fazem. Nesse caso, em relação ao nosso cinema, é fundamental. A originalidade sempre vence, precisamos disso.

No grande teatro reproduzido na telona, os atores comandam o dinamismo e o clima de tensão. Gustavo Machado assume o papel do protagonista e consegue passar todo o clima de suspense nas grandes reviravoltas em que seu estressado fotógrafo se mete. O ator oriundo da cena teatral, interpreta o segundo fotógrafo na sua carreira dentro do cinema, o primeiro foi no filme de Beto Brant Eu Receberia as piores Notícias dos seus Lindos Lábios.

É a volta do bom e velho cinema cabeça. É um filme que você precisa ficar atento e que lhe oferece elementos para atrair a atenção necessária. Uma das poucas vezes, no cinema nacional, em que o roteiro é o grande destaque do filme.
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05/12/2012

Crítica do filme: 'Detona Ralph'


O conto de fadas eletrônico do vilão bonzinho

Colocando na telona uma história que tem seu epicentro na nostalgia dos games, Rich Moore tem uma missão árdua que é agradar a todos os públicos com a nova animação da Disney, Detona Ralph. Falando de amizade e trabalho em equipe, somos guiados por simpáticos personagens a uma grande viagem ao mundo dos jogos eletrônicos. Quem nunca sonhou em dar vida aqueles simpáticos bonequinhos que ocuparam boa parte de nossa infância e adolescência (interrogação) Pois é, sua chance chegou, nessa produção que mais parece um conto de fadas eletrônico do vilão bonzinho.

Na trama, logo conhecemos Ralph, um cabisbaixo personagem, vilão do jogo ‘Conserta Félix’. Insatisfeito com a falta de carinho dos outros personagens de seu jogo, que fazem festas e mais festas para o mocinho Félix, parte em busca de uma medalha heroica, fato que o faz ter que interagir e se infiltrar em outros jogos. 
A história é inteligente (quase se perde por ser feita em parte para crianças, em parte para adultos) com ótimas sacadas e com um humor leve, descontraído.  O grandão que quebra tudo tem um coração enorme e consegue se conectar com o espectador aos poucos. O personagem vai ficando mais carismático ao longo do filme, após um início desmotivante. Vivendo um jogo de cada vez, viajamos em uma ventura super divertida que vai alegrar a toda família.

Como já foi mencionado, é um desenho parte com referências aos mais velhos, parte com referências ao público infantil, assim conseguindo que todo mundo seja levado para dentro da história, exatamente quando o roteiro chega ao ponto comum de qualquer boa animação.

A lógica dos bugs é muito bem utilizada, criando uma abordagem muito carismática aos olhos do público. A história deixa de ser bobinha, erro de muitas animações que vemos por aí, e se torna papel importante para a interação do público. Nesse trabalho você vai poder conferir uma grande história, com excelentes personagens e muito bem contada.

Então é isso, cheios de argumentos positivos para você conferir na sala de cinema mais próxima de sua casa, a partir do dia 04 de janeiro. Não percam, Detona Ralph!
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03/12/2012

Crítica do filme: 'Notas de Rodapé'


Será que há coisas mais valiosas do que a verdade? 

Escrito e dirigido pelo cineasta americano Joseph Cedar (do excelente Beaufort), Notas de Rodapé é um filme simples que mostra de maneira muito verdadeira a relação conturbada entre um pai e um filho. A direção é detalhista, nos joga para a ótica do personagem principal com maestria. Esse último, por sua vez, é interpretado de maneira retilínea, constante e muito correta pelo ótimo ator Shlomo Bar-Aba.

Logo nos primeiros minutos já somos apresentados ao rabugento Eliezer Shkolnik e seu incômodo de estar em uma certa solenidade. Seu filho conseguiu se desenvolver muito melhor e sua profissão, recebendo vários prêmios e honrarias que jamais preencheram as mãos do velho Eliezer. O Organizado pesquisador (sempre próximo de seu protetor de ouvido amarelo), caminha a quarenta anos à pé, sempre fazendo o mesmo trajeto de sua casa à biblioteca nacional. Entre alguns fatos curiosos sobre sua vida, se recusou a cancelar sua matéria na faculdade mesmo tendo apenas um aluno matriculado. A única felicidade que percebemos foi a de ter recebido, anos atrás, uma menção em uma roda de rodapé no livro de um autor famoso. Tem um relacionamento conturbado com seu único filho, sente inveja das conquistas do mesmo. Certo dia, o telefone toca e o velho pesquisador recebe a notícia que tanto queria: irá receber o prêmio máximo de pesquisa em seu país. Porém, por conta de um erro, a história se modifica levando a todos os personagens aos limites de suas paciências.

Falamos muito do personagem principal, o pai, mas precisamos falar também do filho. A sua relação com seu pai acaba afetando também seu relacionamento em casa, com sua mulher e seu filho. Irritações, indecisões o desespero toma conta do personagem de Lior Ashkenazi, Uriel Shkolnik.

Aos poucos os argumentos do passado (porque aquelas situações estão acontecendo) são apresentados ao público de maneira atual, divertida, com bastante expertise. Assim fica fácil do público entender aquele relacionamento com problemas e automaticamente ser fisgado para dentro da história. O longa-metragem tem cenas comoventes acopladas em trilha sonora, assinada por Amit Poznansky, que lembra os filmes americanos do início do último século. Toda a parte de produção, bem detalhista, merece um sonoro elogio.

Pré-indicado ao Oscar do ano, Notas de Rodapé promete emocionar e levar ao público uma história sólida que se sustenta no relacionamento entre pai e filho e as inversões que ocorrem quando somos apresentados a fatos que mudam uma trajetória. Não deixem de conferir!



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02/12/2012

Crítica do filme: 'Quatro Amigas e um Casamento'


Quando 'Agamenon' e 'Cilada' encontram seu primo distante

Despedidas de solteiro, bebidas, drogas e muita confusão. Fórmula de sucesso? Quase nunca! Escrito e dirigido pela estreante em longas-metragens Lesley Headland, Quatro Amigas e um Casamento é um daqueles filmes que você se arrepende por ter gasto seu ingresso. A trama é tão rasa que fica difícil saber por onde começar a sessão de descarrego.

A história, fraca por si só, fala sobre três amigas inseparáveis que descobrem certo dia que uma outra amiga, da qual ridicularizavam na época de colégio vai se casar com um rapaz. A partir daí, inúmeras confusões acontecem e descontroles sem fim transbordam na projeção. A Futilidade rola solta do primeiro ao último minuto da fita se tornando uma verdadeira maratona de terror, parece que nunca vai terminar. Impossível de acreditar que a roteirista (que também dirige o filme) achou que certas piadas fariam o público rir. Fala de assuntos sérios de maneira debochada (como se fosse normal em qualquer sociedade que se preze), de forma amadora.

O quarteto de atrizes está, que nem aquele jogador de futebol que marca dois gols contra numa mesma noite, terrível! Todos as piadas dão erradas, impressiona a incapacidade de fazer o outro rir. Além do mais, é tanta coisa negativa que fica muito difícil saber qual a pior atriz em cena. Uma pena pela Kirsten Dunst que parecia ter se encontrado na carreira após o trabalho sólido e deveras bem feito no longa-metragem de Lars Von Trier, Melancolia. Com certeza, desceu alguns degraus na cotação cinéfila, sem dúvidas!

O espectador que já vira muitos filmes recentemente notará que os clichês são demasiados e que a proximidade com outras historinhas famosas se tornam bem claras assim que a fita começa. No mínimo, é uma tentativa de ser o novo Missão Madrinha de Casamento (filme igualmente terrível, estrelado por Kirsten Wiig) que fracassa.

Sendo uma espécie de primo próximo de Agamenon e Cilada.com, não há mais o que falar.  Nota zero! 
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01/12/2012

Crítica do filme: 'Your Sister’s Sister'


A historinha da camisinha furada que ia bem até os 30 do segundo tempo

O que fazer quando você se apaixona pela sua melhor amiga mas acabou de se relacionar com a irmã da mesma (interrogação) Dirigido pela cineasta Lynn Shelton (Humpday), Your Sister’s Sister é uma história que conta com diálogos bem agradáveis que satisfazem o público até o meio da projeção, depois infelizmente amarga na melancolia, levando todos nós a um desfecho que não satisfaz.

Na trama, conhecemos Iris (Emily Blunt – O Diabo Veste Prada) que convida seu amigo Jack para ficar em uma casa de praia de sua família, que fica em uma ilha bem distante do grande centro, depois da morte de seu irmão com quem já teve um relacionamento no passado. Chegando lá, Jack é surpreendido pois a casa não está vazia, assim encontra a irmã de sua melhor amiga que jamais conhecera pessoalmente. Após umas doses fortes de tequila à luz de uma lâmpada de mesa antiga consequências se seguirão em dias um tanto quanto reveladores para os três personagens.

É o tipo de filme que tem que se sustentar nas atuações. Até consegue muito bem até o meio da fita, excelentes diálogos, muitos momentos hilários, certos elementos que indicavam ser este um dos grandes trabalhos independentes do ano. Porém, após as revelações que modificam o rumo da trama os personagens não conseguem se sustentar. Tudo cai na produção, o que chama a atenção, principalmente para os diálogos que se tornam sonolentos e dramáticos (além do ponto) e as atuações que já não são tão naturais. É como se clones fossem implantados para substituir aquele excelente trio da primeira parte da história.

Bateu na porta de ser um filme bom. Mas não deixa de se interessante, veja e tire suas próprias conclusões.  
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28/11/2012

Crítica do filme: 'O Homem da Máfia'


O novo filme do astro Brad Pitt, O Homem da Máfia, é um filme moderno que fala sobre um mundo de violência extrema e sangue por todos os lados. Dirigido pelo neozelandês Andrew Dominik (O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford) o longa-metragem em seu início tenta se sustentar nos diálogos alucinantes que dizem muitos dos personagens. A direção de Dominik é inteligente, levando o público para dentro da ação a todo instante, agregando uma trilha sonora repleta de muito ‘Folk’ ao contexto. A história, que é rodeada de frios e calculistas assassinos, surpreende por possuir discursos e comentários sobre a política financeira americana que ganham destaque entre uma sequência e outra tendo em seu desfecho (parafraseando Thomas Jeferson) seu clímax.

A Câmera bastante detalhista do diretor mostra a história de dois viciados e endividados que roubam uma casa de pôquer, frequentado por altos figurões da máfia local. Assim, a máfia local chama um matador famoso para se impôr e resolver a situação da melhor maneira possível. O novo filme do marido de Angelina Jolie aborda de maneira consciente os pontos de vista dos personagens, sobre essa situação delicada que foram envolvidos.

Muitas referências ou coincidências?  Tem uma cena, específica de tiro, que lembra os efeitos do filme 2 Coelhos, de Afonso Poyart (aliás, muito bom podermos fazer referências positivas ao nosso cinema). Também não seria um absurdo dizer que o longa-metragem tem seus momentos Tarantino (Bastardos Inglórios), além de sequencias de brigas muito bem filmadas, lembrando os ótimos filmes de Refn (Drive).

Com um penteado dos tempos da brilhantina, Brad Pitt (Clube da Luta) está muito bem novamente na pele do assassino que gosta de matar colocando os sentimentos de lado. Tem ótimas cenas com o personagem de Richard Jenkins (O Visitante), que, por sinal, também merece honrosos elogios. Falando mais do que agindo, James Gandolfini e seu Mickey também dão o ar de sua graça participando de uma espécie de divã entre matadores onde pregam sobre prostitutas à trabalhos sujos antigos. Todos os coadjuvantes também contribuem para a boa dinâmica da história na telona.

O grande mérito de O Homem da Máfia é o de não esquecer seu papel para a comunidade e impõe com louvor uma tremenda crítica social. Dia 30 de novembro nos cinemas.

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19/11/2012

Crítica do filme: 'As Palavras'


Olhares perdidos, sonhos e desejos. Dirigido pela dupla Brian Klugman, Lee Sternthal, As Palavras chega aos nossos cinemas nessa semana com o objetivo de emocionar o público. Com uma abordagem que foge do tradicional conquista o espectador já nas primeiras cenas recheando o restante da trama com muitas surpresas e atuações de tirar o fôlego. O belíssimo trabalho fala sobre amor, literatura e o poder que as palavras possuem. Um filme que muitos cinéfilos vão adorar, com toda a razão.

Na trama, conhecemos Rory Jansen, um escritor que lutava para sua voz ser ouvida através de alguns livros que escrevera. Ama sua mulher, sua cidade e não aceita suas limitações. Um dia encontra algumas folhas rabiscadas dentro de uma maleta antiga e abandonada. Não consegue parar de pensar naquela história que iria mudar para sempre sua vida. Digitando cada palavra daquelas folhas perdidas, tenta mudar para sempre sua trajetória. Assim, o mundo da literatura toma conta da projeção e histórias se cruzam. Homenagens, citações, somos lembrados sobre o que é o filme a cada instante. Uma trilha inquietante empolga, dando um ritmo interessante às sequências.
                                                                                                              
O poder das palavras é a grande lição dessa fita. Todos nós fazemos nossas escolhas e vivemos com elas. Afinal, quem pode se opor ao destino? Muitas histórias se integram na telona levando o público a diversas reações. Diálogos profundos repletos de sentimentos, os atores conseguem passar ao público a razão da existência e a luta de seus personagens em cada gesto, em cada palavra.Todos os artistas estão muito bem e dão suas contribuições organizadas à história, com muita propriedade. Destaque para o astro em ascensão Bradley Cooper e o genial Jeremy Irons, em uma atuação digna de Oscar.

Não é uma história de inovadora, já vimos filmes com muitas semelhanças. Assim, o mérito dessa película chega na maneira inteligente como é narrada, aliada aos cativantes e envolventes personagens. Nas batidas envelhecidas de uma máquina de escrever vai se desenrolando a origem, talvez a interseção, daquelas histórias. O roteiro é dinâmico e vai se revelando aos poucos para os sortudos que poderão assistir a esse belo trabalho a partir do dia 23 de novembro nas salas de cinema brasileiras. Não percam!


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16/11/2012

Crítica do filme: 'Construção (2012)'


A construção de uma expectativa, um desejo. O retrato do encontro de uma família, por meio de cartas ou viagens internacionais é o tema principal do documentário Construção dirigido por Carolina Sá. Às vezes, com imagens em posição fixa, vemos lindas paisagens se encaixando como um belo plano de fundo, sendo acompanhados por uma trilha que oscila entre o bom e o mais ou menos durante toda a exibição. Mas a interação é comprometida. Constrói e se desconstrói muito rapidamente, constantemente. Entramos em uma espécie de ciclos que é a grande bola fora do longa-metragem. O público se sente perdido e já não sabe mais sobre o quê o filme se trata. Há uma inversão ou apenas um sumiço da ideia principal.

Na trama, logo em seu início, somos guiados pelos olhos da linda jovem Branca e suas descobertas. Depois somos jogados para trocas de cartas familiares que envolvem os avós de Branca. No táxi, no aeroporto e em muitos outros lugares vamos sendo transportados para essa história que fala basicamente sobre encontros e desencontros. Memórias de um passado tentam ser mostradas em paralelos com o presente. É uma visão de hoje e ontem de uma família interligada por raízes brasileiras e cubanas.
Imagens do rio antigo, a nascente das águas, o sonho. A narração que acompanha algumas sequências funciona muito bem quando não somos jogados para dentro da história de uma família que não é apresentada durante o filme. Não há como se conectar com a história se você não conhece seus personagens.

Brasil, Cuba, família, encontros e sentimentos. Em uma terra de revoluções, o amor aconteceu e um fruto nasceu. Partindo dessa ideia fica muito interessante analisar o filme. Porém, de um certo momento para frente ligam um liquidificador de histórias e apresentam ao público. Você se sente vendo aqueles vídeos-homenagem que são vistos em festas de 15 anos ou casamentos.

Resumindo, não sabemos se o filme tem alguma finalidade ou é apenas uma grande homenagem de uma filha à seu pai e a sua família. Deixemos para o público decidir.
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15/11/2012

Crítica do filme: 'Amanhecer Parte 2 – O Final'


Vampiros sem sal em uma batalha que Connor MacLeod aplaudiria de pé

Que a batalha comece. Que a saga chegue a seu fim. Um dos grandes lançamentos desse ano chega aos nossos cinemas nesse feriadão para fazer a alegria dos calorosos fãs de lobos e vampiros, estamos falando de “Amanhecer Parte 2 – O Final. A adaptação para as telonas é novamente criada aos moldes adolescente. É uma espécie de tática para agradar ao público mas que é totalmente compreensível, nesse caso. Com direção de Bill Condon a sequencia final conseguiu um grande avanço, mesmo a quem para os mais detalhistas, cabe o mérito por conseguir trabalhar bem todos os elementos que tinha em mãos.

Na trama, levamos em consideração tudo o que já aconteceu nos outros filmes (que preparam o terreno para o confronto final entre o bem e o mal). Bella agora está poderosa, briga com animais selvagens e sente desejo por sangue a cada segundo. O seu tempo como humana terminou mas ela nunca se sentiu tão viva. Tentando entender seus novos poderes, a vampira alpinista entra em um típico vestibular para graduação em vampiro, orientada pelos famosos coadjuvantes que já vimos em outrora. Todas essas habilidades descobertas se tornam necessárias para o confronto final contra o mal. Sedentos por sangue que não dormem chegam de todos os lugares para ajudar a família Cullen, até mesmo um pessoal da Amazônia (realmente o entendimento deles de Brasil é bastante contestável). Entre lobos e vampiros e com um ritmo alucinante, um corta, corta de cabeça é visto já no final o que pode comprovar a influência de Highlander para a criação da história, ou não. Uma sacada muito interessante constrói e desconstrói o clímax levando a um desfecho satisfatório que vai surpreender o público.

Michael Sheen é o melhor quando em cena. O veterano ator domina seu personagem por completo levando o público a calafrios e sustos constantes. Foi uma bela aquisição para toda a saga, talvez a melhor. O casal sem sal mais famoso do momento continua igual: Kristen Stewart ainda encontra sérias dificuldades de encontrar ou demonstrar as emoções de sua personagem, o mesmo vale para o ator inglês Robert Pattinson. A sorte é que para os fãs eles são perfeitos, gritos e interações emocionadas vão ser rotina em quase todas as exibições do filme.

Ao final da sessão, rostos vermelhos e com lágrimas nos olhos dizem adeus aos seus queridos personagens criados por Stephenie Meyer. Se a sua expectativa está baixa, você pode se surpreender. É um desfecho que mesmo não sendo tão satisfatório para alguns, será querido e apreciado por milhares de adolescentes mundo à fora.

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Crítica do filme: 'Era uma vez eu, Verônica'


É possível viver uma vida em conflito? Dirigido pelo elogiado diretor Marcelo Gomes, Era uma vez eu, verônica é um longa que possui pensamentos fortes, impactantes. A cena inicial é profunda, nua e exposta, ligando-se aos instintos e aos êxtases daquele momento. Paciente de si mesmo, a personagem principal vai se tornando complexa, sem dependência ao romance; sexo vira só sexo. O filme a toda hora parece que vai cair em um vazio existencial, mas consegue, seja em um bom diálogo ou em uma frase que faz muito sentido, suprir e apresentar razões para todos os conflitos que vemos e sentimos.


Na trama, acompanhamos a trajetória de uma residente em psiquiatria que possui pensamentos longe de padronização, Doutora Verônica - sotaque gostoso. Vive com seu pai, um idoso com sérios problemas de saúde, e enfrenta muitas situações de conflito por conta de sua insegurança sobre as decisões que tomou em sua vida. De arco e jaleco, Verônica é uma profissional no hospital, faz sucesso com seus pacientes, que consegue encontrar um porto seguro nas firmes palavras da jovem doutora. Em relação a sua vida particular, as relações sexuais são intensas, frases como: "Beijo de língua não é beijo, é sexo" circulam pela projeção, expondo os mais intensos pensamentos de Verônica.  A personagem está em crise,  anda pela cidade, observa e se vê em dúvidas sobre a vida e com medo do futuro, como qualquer um.
Louvável a entrega da protagonista Hermila Guedes (do excelente O Céu de Suely). Suas expressões e a transmissão das emoções para o público são os pontos altos dessa ótima atuação. O filme é todo de sua personagem, seu dia a dia é ouvir os problemas dos outros e tentar uma solução para os seus próprios. Mas quem a escuta? Como fica refém de si mesmo, somos jogados na história por um ritmo que é ditado por pausas existenciais, ressaltando de uma outra forma a essência daqueles bons diálogos. Depois de alguns acontecimentos, há uma transformação da personagem, rumando para uma tentativa de viver um amor e a confiança no novo trabalho.
"Tá tudo padronizado em nosso coração". A trilha sonora é cirurgicamente bem entrosada com a erupção de sentidos que observamos. Não é um filme fácil de digerir. A liberdade dos corpos nos apresenta a importância dos sentidos para a protagonista. Como é algo muito particular, o público pode sentir dificuldade de entender algumas passagens - porém, não pode deixar de conferir esse ótimo filme nacional. Bravo!
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04/11/2012

Crítica do filme: 'A Casa de mi Padre'



A saga do homem que se importa mais com um bezerro do que com uma mulher


Dirigindo seu primeiro longa metragem Matt Piedmont tinha a difícil missão de dirigir um filme americano ambientado no México, estamos falando do mais novo filme estrelado por Will Ferrell,  “A Casa de mi Padre”.  Tinha tudo para dar errado e deu. O longa é muito mal dirigido tem um roteiro deveras desinteressante além de atores em atuações terríveis. O público fica confuso não sabe se está vendo uma sátira, um faroeste ou apenas um filme bem ruim. Tem gente que vai opinar que as três coisas anteriormente citadas acontecem.

Na trama, acompanhamos um homem e sua saga de tentar ser o filho mais querido e salvar a sua família das garras do narcotráfico local. Correndo atrás de seus objetivos ele se apaixona, se mete em muitas confusões e ainda arruma tempo para cantar músicas oriundas de sua região. A  abertura do longa lembra os filmes de Tarantino e as novas vinhetas de introdução dos filmes do 007, mas os paralelos acabam por aí. A produção é muito abaixo da média.

O longa metragem não tem química com o espectador. É uma fita curta, graças a Deus. Personagens passam do ponto no quesito exagero, entre cenas sem nexos, risos descontrolados e uma falta de carisma preponderante. O desinteresse com a história é frequente, acompanha o cinéfilo em cada segundinho de filme. Will Ferrell se torna forte candidato ao próximo framboesa de ouro.

Tem um lugar no filme chamado “Lago das 7 lágrimas”. Deve ser nesse local que nós cinéfilos vamos depositar nossas lágrimas e implorar o nosso dinheiro do ingresso/locação de volta. A grande questão existencial desse trabalho é que infelizmente nada salva a fita exceto admirar a beleza da americana Genesis Rodriguez. Muito pouco para um filme que tinha o objetivo de fazer rir.
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03/11/2012

Crítica do filme: 'Possessão'


O exorcismo de Emily, possuída pelo Smigol, que não é mais rose

Preparados para mais um longa metragem de exorcismo? Seguindo a onda de muitos outros filmes lançados todo o ano nos cinemas mundo à fora, “Possessão” chega às nossas salas para tentar ocupar um lugar no gosto dos cinéfilos que adoram filmes de terror. A história, que é baseada em fatos reais (a legenda avisa logo no início da projeção), é narrada seguindo o feijão com arroz básico: dar sustos, um melodrama familiar e um desfecho que tenta surpreender. Mesmo seguindo muito bem a receita, o longa fica no mediano, com boas atuações mas que apresenta alguns pontos não muito favoráveis em seu roteiro inconstante.

Na trama conhecemos a família de Clyde (Jeffrey Dean Morgan), um treinador de basquete universitário, pai de duas meninas e que acabara de se divorciar. Procurando se estabelecer em sua nova vida, compra uma casa um pouco distante do grande centro para poder passar alguns finais de semana com suas filhas. Certo dia, após pararem para comprar objetos em um brechó na calçada uma de suas filhas (a mais nova) compra uma caixa sinistra que fará um grande mal aquela família. Correndo contra o tempo, Clyde busca achar uma saída para a maldição que trouxe para dentro de casa.

O roteiro é um ponto questionável nesse longa dirigido pelo dinamarquês Ole Bornedal. O clima se perde entre cenas desnecessárias e diálogos que não somam à história. Cortes secos de câmera deixam de proporcionar a ligação da temática com o público, é mais ou menos estar tomando um delicioso sorvete de flocos e de repente arrancarem o sorvete das suas mãos.

O ponto alto da trama não é a direção, não é o clima de tensão e sim as atuações dos atores. Kyra Sedgwick e Jeffrey Dean Morgan conseguem passar ao espectador toda a tensão e medo que vivem seus personagens. A primeira é uma grande atriz que infelizmente é pouco conhecida pelo público brasileiro, já o segundo ficou famoso na pele do pai dos irmãos Sam e Dean Winchester no seriado “Supernatural”, fato que talvez o tenha ajudado nesse papel.  Se a fita consegue a nota mínima para ‘passar de ano’ agradeçam muito a esses dois. As duas meninas do longa, Natasha Calis e Madison Davenport, também cumprem bem o seu papel deixando o púbico intrigado com suas personagens.

É um filme feito para quem curte produções de terror e suspense. A maioria do público sairá da sessão com a sensação de que não é bom nem ruim e sim mais uma produção na longa lista de filmes do gênero que são lançados em Hollywood. De qualquer maneira, veja e tire suas próprias conclusões. 
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02/11/2012

Crítica do filme: 'Frankenweenie'


A ternura e o sombrio no Pet Cemitery

Na vida, tudo tem que ter um toque de amor, até na ciência. O novo trabalho do brilhante cineasta americano Tim Burton, “Frankenweenie” chegou nos cinemas brasileiros na última sexta (02). Cheio de personagens intrigantes e completamente fascinantes o filme consegue comover a todos, sem exceção. A atmosfera sombria não escapa, do início ao fim (marca registrada desse espetacular diretor), agregado a isso uma leveza e ternura são incorporados nos diálogos e expressões deixando o espectador completamente envolvido.

Na trama, conhecemos o jovem estudioso Victor Frankenstien, pequeno rapaz que possui poucos amigos e leva uma vida normal de classe média em uma cidade americana. Seu dia sempre fica mais feliz quando volta da escola e passa inúmeras horas brincando com seu cachorrinho Sparky. Seus pais sempre tentam incorporá-lo a outras atividades tentando levá-lo a ter mais amizades. Certo dia, em uma partida de baseball seu melhor amigo sofre um acidente fatal levando Victor a uma tristeza profunda. O jovem protagonista só consegue renovar sua alegria quando em uma aula de ciência consegue ter uma ideia brilhante para trazer de volta à vida seu melhor amigo.

Quando você perde alguém, esse não vai embora, fica guardado dentro do nosso coração. Victor tem uma amizade muito forte com seu cãozinho Sparky e a partir disso, mensagens lindas recheiam esse trabalho que por sua essência podemos dizer que é uma trama emocionante, gera risos e lágrimas constantes. Na profundidade dos personagens, em suas ações, percebemos os atos movidos por inteligência e criatividade. Acima de tudo, é uma fita com conteúdo oriundas do ótimo roteiro de John August.

O preto e branco cai como uma luva nessa brilhante animação. Algumas pessoas não curtem ver filmes projetados dessa maneira, uma verdadeira bobagem, pois o que importa é a qualidade da história e o quanto essa pode nos emocionar. Burton tem todos os méritos, consegue fazer um longa metragem para toda a família. No fundo é uma grande homenagem de Tim Burton a si mesmo. Ou alguém duvida que o famoso diretor não tem um pouquinho desse personagem? Vejam o filme e tirem suas conclusões.

Liguem os motores! Salvem seus corações! De coração elétrico ou não, veja  “Frankenweenie”!

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25/10/2012

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Crítica do filme: '007- Skyfall'


Peixe Grande e suas Maravilhosas Histórias...com Bond!

Somos o que somos. Com uma abertura magnífica cheia de imagens psicodélicas que parecem respirar metáforas existenciais do famoso personagem título, “007 – Skyfall”, gera altas expectativas antes mesmo do filme começar. É adrenalina do começo ao fim, perseguições automobilísticas, cenas espetaculares, resumindo: um prato cheio para quem gosta de filmes de espionagem! Com a missão de tornar esse novo filme um dos melhores da franquia, Sam Mendes foi escalado para comandar a festa, fato que acontece, com louvor!

Na trama, acompanhamos logo no início uma missão que não dá certo e onde ‘M’ precisa tomar uma decisão que influencia sua lealdade perante à Bond. Mas quando um passado escondido da chefe da agência vem à tona, o agente 007 precisa se entender com  ‘M’ e combater um vilão excêntrico, especialista em computação. Com várias cenas marcantes, tobogãs em escada rolante e uma trilha muito boa assinada pelo craque Thomas Newman, “007 – Skyfall” tem um dos desfechos mais marcantes da história do agente secreto inglês.

Panela velha é quem faz comida boa? A reciclagem na sua profissão dá um olá ao admirável novo mundo. James Bond é um homem que gosta de fazer as coisas pelo modo antigo mas será que seu tempo não passou? O Highlander britânico quando forçado a resgatar suas memórias percebe que precisa se atualizar mas sempre com charme e elegância, seduzindo lindas mulheres, portando as mais específicas armas e com seu velho rádio de transmissão, Bond volta mais forte, pronto para enfrentar um sarcástico vilão que também esconde um passado.

Não há muitas novidades nas bases que sustentam à trama. A maneira eletrizante e marcante que se apresentam os fatos é que faz a diferença. O filme empolga, é uma volta às origens com muita elegância e inteligência. O clima de suspense insiste em não fugir da telona, O Dom Juan do mundo da espionagem usa e abusa dos seus truques , agora ajudado por um novo e  inteligente ‘Q’. Voltar ao passado faz bem, até mesmo para um certo Highlander da terra da rainha.

Em uma Londres chuvosa, com desfiles nostálgicos de modelos de carros clássicos, esse novo filme 007, como sempre (ao longo da franquia que completa 50 anos), conta com um elenco repleto de atores britânicos. Mais uma vez na pele do protagonista criado por Ian Fleming, Daniel Craig cada filme que passa fica mais confortável na pele de James Bond, mais uma boa atuação de bom ator. O peixe grande Albert Finney se encaixa muito bem na história, sendo um elo com o passado escondido de Bond. Ralph Fiennes, não entrando em muitos detalhes que podem gerar spoilers é uma grande aquisição para a franquia. Judi Dench, sempre fantástica, faz a famosa ‘M.’ e tem papel importante nesse novo filme do agente secreto mais famoso do cinema. Mas, quem rouba a cena não é um inglês. Sempre com uma entrada dramática, às vezes sarcástico, às vezes misterioso, Javier Bardem faz mais um vilão de maneira espetacular. Bravo! Um dos grandes atores de sua geração, sem dúvidas!

007 – Skyfall” estreia dia 26 de outubro em muitas salas por todo o Brasil. Você merece conferir esse filmaço! Bem perto da nota 10!

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23/10/2012

Cinema vira missão fotográfica no Rio de Janeiro


A cidade do Rio de Janeiro é conhecida por seu um dos mais belos cartões postais do Brasil, tanto que já virou cenário para muitos filmes estrangeiros, como “007 Contra o Foguete da Morte” (1979) e “O Incrível Huck” (2008). Neste mês, a cidade carioca ganhou mais um projeto cultural para registrar suas belezas naturais, o “@Rio 365 – Um Documentário Fotográfico”.

Esse projeto tem como objetivo produzir uma memória sobre o Rio de Janeiro por meio do Instagram e de missões dadas aos participantes todas as semanas. O tema escolhido logo na segunda missão foi Cinema. Com a hashtag #Rio365_Cinema, os usuários puderam enviar fotos que lhe lembrasse de alguma cena cinematográfica, remetesse ao universo do cinema e ainda registrar o Festival do Rio, encerrado no último dia 15.

O projeto é realizado pela agência Núcleo da Ideia, comandada por Flávio Bidoia e Luciane Araújo, e conta com algumas personalidades como curadores de cada missão. No júri que escolheu as fotos de cinema estavam o humorista Hélio de La Peña, a atriz Christiane Fernandes e o presidente da Rio Filme Sérgio Sá Leitão.

Para saber mais sobre esse projeto acesse a página Rio365.tumblr.com e siga o seu perfil no Facebook, Twitter e Instagram. Confira abaixo as sete fotos selecionadas sobre cinema e se inspire para tirar as suas próprias. 









Por Raphael Camacho e Letícia Alasse
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20/10/2012

Crítica do filme: 'As Vantagens de ser Invisível'


A força da amizade, um mundo sem amigos em um universo muito particular.

Dirigido e roteirizado por Stephen Chbosky, “As Vantagens de ser Invisível” tinha tudo para ser mais uma historinha sobre adolescentes e muita bobagem. Engana-se quem pensou isso. Dessa vez, os cinéfilos foram brindados com uma fita muito verdadeira sobre as experiências de jovens em busca de descobertas e realizações. Tem cenas cativantes e canções que marcaram outras gerações. É uma visão madura e divertida sobre a adolescência, seus mistérios e suas surpresas. A busca pelo infinito vai de baladas românticas até uma homenagem à “The Rocky Horror Picture Show”, esse último uma das grandes passagens do longa.

Na trama conhecemos Charlie (o personagem mais complexo do ano, até agora no mundo do cinema), um rapaz pacato e solitário que sofre por não ter amigos. Com o início do ano letivo ele tem mais uma chance de conseguir aumentar seu número de amizades (que basicamente se restringe a seus irmãos). Após algumas situações constrangedoras e o início de uma amizade com seu professor de literatura, Charlie conhece Patrick (Ezra Miller) e Sam (a ex- Hermione, Emma Watson), um casal de meio irmãos que fazem parteda turma dos descolados. Logo, Charlie se sente muito bem aceito por esses novos amigos e assim uma grande amizade vai nascendo .  Quando achamos que a história é só essa, paralelos em analogias dramáticas mostram passados tristes, cheios de revelações escondidas restando apenas o poder da amizade contra todas essas coisas tristes do mundo.

Existem vários momentos em que você sabe que a história vai te comover. Isso é muito positivo, pois se você perder um desses momentos, logo um outro chega e te leva pra dentro dessa ótima trama. O filme tem um encapamento retrô, recheado de fitas cacetes, bailinhos estudantis e clássicos musicais rolando solto, nas mais descoladas vitrolas de um, não tão distante, tempo. Os flertes, o mundo adolescente, tudo é muito bem captado pelas belas sequencias do diretor.

Em relação à atuações, precisamos falar sobre Patrick. Ezra Miller (que em trabalhos passados fez o público ficar aterrorizado com um de seus personagens) dá um show. Merece ser lembrado pelas premiações futuras, excepcional atuação, tudo que ele faz dá certo. Excelente visão desse ótimo personagem. É o grande ponto da trama, sem dúvidas.

Quando chega a hora certa, as vantagens de ser invisível aparece, levando o público a animados minutos na frente da telona. Caro amigo, não deixe de conferir! Viva o cinema! Viva a juventude!


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19/10/2012

Crítica do filme: 'Juan e a Bailarina'


Eram pouco mais de 19:00 horas, no primeiro domingo do Festival do Rio de Cinema de 2011 (na época o filme em questão ainda era intitulado como “O Levante”). Vestindo uma camisa roxa e com um discurso emocionado, o diretor Raphael Aguinaga comove a plateia antes do filme começar. Suas palavras interagem tão bem que torcíamos para que o longa tivesse ao menos metade daquela qualidade. Após a sessão, a certeza dessa produção Argentina, com pitadas brasileiras, ser a grande surpresa do festival não restava dúvidas.

Na trama, acompanhamos um grupo de idosos (vivendo a tempos isolados em um asilo) que ficam sabendo que a Igreja Católica clonou Jesus, ao mesmo tempo, em que é substituída a enfermeira que cuida deles. Assim a história avança em cinco partes: Uma Notícia Espetacular, Um Acontecimento Desafortunado, A Terceira Casa de Marte, Operação Voo da Águia e O Apocalipse. Cada uma dessas partes se torna um intrigante quebra cabeça, passando pelo amor (ao melhor estilo Hermano) até a possibilidade de redescoberta dentro de uma notícia espetacular.

O filme é muito rico em detalhes e aos poucos vamos sendo apresentados aos simpáticos protagonistas. Dolores, uma das simpáticas personagens é sensacional, dominando as partes cômicas da trama. O dia-a-dia de um lar para terceira idade é mostrada de forma inteligente, original e muito engraçada. Os contornos na vida dos idosos são feitos com muitas conversas, que rendem ótimos diálogos durante a produção. A divisão em subtítulos ao decorrer da trama melhora a percepção do espectador para com a história. Ambientado na argentina, “Juan e a Bailarina” é basicamente Hermano, porém com muitos toques brasileiros. O longa tem cenas emblemáticas, como: a do tango, muito bem conduzida pela câmera inquieta de Aguinaga.

Um sentido à vida é a busca constante, às vezes inconsciente, desses cidadãos abandonados que se sustentam na amizade. A empolgação do público é a prova da incrível simpatia que o longa transpira da telona até poltrona mais próxima. Certamente agradará muitos cinéfilos.  A mensagem que filme de Raphael Aguinaga deixa é a de que sempre brotará uma esperança dentro de nós. Se emocione, divirta-se e surpreende-se! “Juan e a Bailarina” é garantia de qualidade! Fuja dos vampiros, veja filmes com elegância! 
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18/10/2012

Crítica do filme: 'Atividade Paranormal 4'


(Foto: reprodução)
O flato dorminhoco da moça que tem um namorado sem noção

As atividades que nem sempre geram tensão. Depois do imenso sucesso do primeiro filme da franquia “Atividade Paranormal” o público aguardou ansiosamente todas as continuações com a maior das expectativas. Nessa próxima sexta-feira, 18 de outubro, estreia o quarto filme da saga paranormal. Não há nada de muito novo: mudanças de ângulos que deixam o público com novas perspectivas, sustos, levitações e impactos sobre paredes.  O espectador se sente, permanentemente, como um porteiro, olhando as câmeras de segurança dos prédios.

Na trama, conhecemos uma família que vive feliz em uma casa grande, situada em um bairro de classe média alta nos EUA. A filha do casal, que tem um namorado sem noção, é a primeira que começa a perceber que estranhos acontecimentos ocorrem sempre de madrugada na sua casa. Um clima de suspense, às vezes bem evidente, tenta surpreender o espectador. Reflexos especiais na luz, tentam criar a tensão. Porém, tudo desaba pelo roteiro bem fraco o que acabou levando a todos ao desapontamento.

Por já conhecer a ‘estrutura de tensão’, o público fica esperando tomar um susto a cada nova sequência, fato que ocorre em apenas alguns poucos momentos. O grande ponto negativo do filme dirigido pela dupla Henry Joost, Ariel Schulman, é o humor que domina o ambiente. O longa tem momentos engraçados, o que descaracterizam totalmente o clima de suspense/tensão que deveria ter, deixando o público confuso com essa troca de sensações.

A fita parece que vai melhorar mas não consegue fugir de sua rota previsível, lembra um lançamento recente chamado “Chernobyl”. Caminhos de brinquedos, um gato esquisito correndo para todos os lados e flatulências à parte “Atividade Paranormal 4” levará ao cinema um público que adora filmes desse gênero mesmo que esses possam sair do cinema bem desapontados no pouco mais de 90 minutos de fita. 
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13/10/2012

Crítica do filme: 'Os Infratores'



A saga de Highlander Bane contra o vilão sem sobrancelhas

Na época de Al Capone e de muitos outros nomes famosos do crime conhecemos uma história de irmandade e muito sangue de uma família, estamos falando do excelente “Os Infratores”. Dirigido pelo australiano John Hillcoat (que comandou o ótimo “A Estrada”) somos guiados até o início da década de 30, entre uma dose e outra, há muita ação e aventura, baseada na obra de Matt Bondurant. Com atuações excelentes, de um elenco estelar, esse filme tem tudo para ser um dos mais elogiados desse ano.

Na trama, conhecemos a história dos irmãos Bondurant (Jack, Forrest e Howard) que vivem do contrabando de bebidas, nos primórdios da década de 30. Os negócios iam bem até que um novo chefe local coloca um assistente nos pés dessa corajosa família. Na terra dos valentões e à bordo de um carro que bebe muito álcool essa família irá enfrentar um grande desafio para manter os negócios.Em meio a tiros e muito sangue jorrando na tela temos algumas histórias de amor, uma bastante carnal, outra romântica (com ar jovial). A animada trilha sonora preenche com louvor todas as lacunas que precisam ser completadas. A contextualização é fácil e direta, levando o público facilmente para dentro daquele universo, méritos do roteiro (adaptado) de Nick Cave.

Cada um dos ótimos atores efetivamente dá sua contribuição à fita. Guy Pearce consegue ser um ótimo vilão com seu personagem sem sobrancelha, o trejeito estranho e a ironia são muito bem evidenciados pelo ator inglês. Gary Oldman e suas aparições relâmpagos ajudam a dar certa continuidade à trama. Tom Hardy está espetacular na pele do homem que acreditava na própria lenda, acertou em cheio na composição de seu personagem, nome certo no próximo Oscar. No papel do irmão mais novo (aquele que faz muitas besteiras durante toda a fita) poderiam ter sido escolhidos muitos atores, o selecionado foi o Shia LeBeouf, que faz o famoso feijão com arroz e não compromete no papel.

Bebidas em compotas, testículos em sacos rosa, preparem-se para tudo quando forem ver essa grande história nos cinemas. Dá pra rir, se emocionar e torcer muito para os personagens que exalam simpatia. Com todos esses ingredientes é uma grande infração cinéfila você não conferir esse filme na sala de cinema mais próxima!
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