As descobertas e redescobertas em uma homenagem à cultura oriental. Explorando o universo das artes marciais, suas doutrinas, seus sentidos e suas conexões, chegou aos cinemas nas últimas semanas o primeiro filme de mais um herói da nova geração do Universo Cinematográfico da Marvel, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. Dirigido pelo cineasta Destin Daniel Cretton (do espetacular Short Term 12), o filme é um show de coreografias, cenas de ação de tirar o fôlego, com personagens muito carismáticos e atuações poderosas.
Na trama, conhecemos o jovem Shaun (Simu Liu), um manobrista sonhador descendentes de chineses que mora
em São Francisco (EUA). Ele e sua inseparável amiga Katy (Awkwafina) vivem seus dias entre o trabalho, as reuniões familiares
na casa de Kate e muitos karaokês. Até que certo dia, em um acidente durante
uma viagem de ônibus, Shaun precisa revelar que na verdade chama-se Shang-Chi e precisa voltar à China
urgente para avisar sua irmã Xialing (Meng'er
Zhang) que ambos correm perigo porque o pai dos mesmos, Xu Wenwu (Tony Chiu-Wai Leung), está atrás deles.
Assim, todos esses personagens embarcam em uma aventura sobre segredos,
família, escolhas e muitas batalhas.
O que mais chama a atenção é como o filme, que tem pouco
mais de duas horas de projeção, consegue se conectar rapidamente com o público.
Há carisma por todos os lados, mesmo nas reflexões culturais que estão sempre
presente nas linhas do roteiro, o que de fato leva o filme para uma
profundidade dramática, a maneira como se lidam com os mais variados assuntos,
principalmente os que envolvem família, é feita de maneira leve e com mensagens
chegando rápidas ao nosso campo de reflexão. Como todo primeiro filme onde
estão nos apresentando um herói (passamos por isso ao longo de todos esses anos
com a chegada de todos os Vingadores) a busca pelos detalhes é importante e o
preenchimento da tela com atores e atrizes fantásticos, (como Tony Leung Chiu-Wai, vencedor do prêmio
de melhor ator do Festival de Cannes por seu papel no inesquecível filme de Wong Kar-Wai, Amor à Flor da Pele) é
fundamental para esse sucesso.
O protagonista é trazido para a realidade do trabalhador e
sonhador que vive em solo norte-americano criando uma espécie de contraponto
cultural principalmente quando pensamos na riqueza de sua origem, com a
fabulosa história de como seus pais de conheceram e como sua mãe fora figura
chave na formação de sua vida, suas escolhas. Tudo acaba fazendo muito sentido
no final, principalmente quando olhamos da ótica de Shang-Chi , seus conflitos com o pai, a irmã, em busca de sua
identidade que acaba sendo o elo perfeito para chegar até aonde todo mundo queria
saber como chegaria: a equipe dos vingadores. Ótimo filme! Vale a pena
conferir!