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18/07/2022

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Crítica do filme: 'O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas'


O que você faria se o seu dia se repetisse toda vez que você acordasse? Essa pergunta você com certeza já se fez pensando em outras produções mas aqui em O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas o refletir consegue ser mais profundo, somos guiados em uma análise muito densa, emocionalmente e intelectualmente, onde somos testemunhas de uma forte desconstruções de dois personagens com lacunas na imaturidade e as respectivas visões que possuem de tudo que acontece ao seu redor. Baseado na obra homônima do romancista e crítico literário norte-americano Lev Grossman.


Na trama, conhecemos Mark (Kyle Allen), um jovem com problemas de comunicação com o pai, que vê a mãe muito pouco, afastado da irmã que possui apenas uma certeza: seguir em frente na tentativa de entrar em uma faculdade para cursar artes. A questão aqui é que ele está em Loop, em uma repetição infinita de um mesmo dia onde através dos mesmos passos busca entender a situação inusitada e seus porquês. Até que um dia, conhece Margaret (Kathryn Newton), um jovem que ama astronomia e que está na mesma situação que ele. Assim, essa dupla de descobridores sobre a essência da vida irá precisar reunir forças para combater todos os dramas e fortes emoções que virão pela frente, numa jornada de autodescoberta.


O Feitiço do Tempo, o recente Palm Springs, são alguns dos outros filmes que a princípio podem parecer semelhantes a esse projeto lançado em 2021 e disponível lá na Prime Video. A questão aqui é o forte foco no amadurecimento em dois personagens que vestem suas verdades na imaturidade onde acompanhamos um desabrochar para os dramas da vida, fato que chega até mesmo de forma precoce por conta da bolha inusitada que estão. Em O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas não é importante saber o porquê da questão física/existencial de como eles foram parar nesse espaço tempo nada contínuo, aqui o que importa são as diversas formas de aprender a romper as barreiras de limites emocionais da fase presente de suas vidas. O ingrediente do amor, um destino que se torna óbvio, aqui vira uma variável propulsora para o rompimento das amarras que deixavam esses corações mais tristes.


O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas busca a originalidade, escapa dos polêmicos caminhos da física para falar sobre crises existenciais na visão de duas almas que tem a oportunidade de aprender bastante sobre a vida.



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05/05/2022

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Crítica do filme: 'O Peso do Talento'


A crise de um egocêntrico. Enfim, está chegando aos cinemas de todo o mundo, um dos filmes mais curiosos de 2022, O Peso do Talento. O criativo longa-metragem, dirigido por Tom Gormican, explora os caminhos da comédia debruçada em uma espécie de metalinguagem nos trazendo Nicolas Cage interpretando Nicolas Cage. Vamos acompanhando as loucuras do processo criativo, as excentricidades, diálogos impagáveis do Cage do presente com o Cage do passado, hilárias visões do mesmo sobre alguns de seus memes famosos, e, nesse museu de memórias, o público se delicia com referências à grandes clássicos da carreira do ator, como: A Outra Face, Despedida em las Vegas, A Rocha, Croods, O Capitão Corelli, Mandy, O Guarda-Costas e a Primeira Dama, Con Air, entre outros. Nicolas Cage nunca fez o público rir tanto numa cadeira de cinema.


Na trama, conhecemos o ator Nicolas Cage (Nicolas Cage) em fase conturbada na carreira e cheio de conflitos com sua ex-esposa Olivia (Sharon Horgan), (uma maquiadora que conheceu no set de filmagens de O Capitão Corelli), e sua filha já adolescente. Sem conseguir um trabalho decente junto ao seu agente Fink (Neil Patrick Harris), acaba aceitando a inusitada proposta de passar uns dias na casa de um fã milionário, Javi (Pedro Pascal). Assim, acaba se metendo em uma enorme confusão quando uma investigação precisará da ajuda do protagonista. Hilário do início ao fim, esse projeto é uma divertida aventura, cheia de caras e bocas, de um personagem único do cinema.


Podemos enxergar esse filme como se fosse um eterno diálogo entre o vencedor do Oscar por Despedida em Las Vegas e seus ‘vários eus’, uma maneira criativa de passar por toda sua carreira e analisar como ele pensava quando era mais jovem e como pensa na fase atual da vida. Cage está de peito aberto para nos divertir durante os quase 110 minutos de projeção. Os conflitos são constantes, vemos nos debates com a psicóloga, a falta de tempo na dedicação à família, as frustrações de uma carreira competitiva. Na parte aventureira da história mais risos com a ótima participação de Pedro Pascal que forma uma dupla dinâmica com Cage.


Mais de 40 anos de carreira e 100 trabalhos creditados no universo do cinema. Nicolas Cage  ao longo do tempo soube como contar histórias e até mesmo criar mitos. O Peso do Talento, pode-se dizer que acaba traçando um certeiro paralelo com a realidade de um artista que muitas vezes parece estar em decadência, em crise contra si mesmo e suas escolhas profissionais mas que por ser brilhante também apresenta atuações históricas. O gancho do roteiro de optar por navegar dentre as excentricidades do seu protagonista para refletir sobre a vida acaba gerando uma visão macro de uma carreira de altos e baixos de um dos mais carismáticos artistas da história do cinema.



 

 

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02/05/2022

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Crítica do filme: 'Louca Obsessão' *Revisão*


O confronto entre a razão imóvel e a loucura pulsante. Um dos grandes filmes da década de 90, Louca Obsessão foi se tornando ao longo do tempo um clássico do cinema. Não é pra menos, uma história intrigante que diz muito sobre personalidades e o estado da psique humana que acaba sendo em seu constante clímax um grande duelo entre a razão e a loucura. Baseado na obra Misery do escritor Stephen King e dirigido por Rob Reiner, o projeto é um suspense chocante. Por seu papel no filme, Kathy Bates venceu seu primeiro e único Oscar.


Na trama, acompanhamos um pacato escritor de sucesso chamado Paul Sheldon (James Caan) que está prestes a entregar a primeira e única cópia de seu mais novo livro. No seu processo de escrever, ele sempre vai para uma cabana numa região gelada do estado do Colorado. Saindo desse lugar rumo ao encontro com sua editora, ele acaba sofrendo um grave acidente. Ele acorda em uma casa onde mora Annie (Kathy Bates) uma enfermeira super fã do escritor que viu o acidente e o ajudou. Nos primeiros dias de recuperação Paul acha que tirou a sorte grande mas aos poucos vai entendendo que se meteu em uma grande enrascada e precisa encontrar soluções para fugir daquele lugar.


Em cárcere privado, a luta do escritor é contra seus medos e as imprevisibilidades da psicopata da porta ao lado. Assim, vemos ao passar do tempo todas suas tentativas de fugir daquela situação conforme vai melhorando os movimentos de seu corpo, fragilizados pelo grave acidente. O ponto de encontro de seu lado racional chega através de sua própria obra, fator de interseção com a enfermeira psicótica, assim na promessa de resgatar à vida uma personagem importante que morreria em seu próximo livro, Paul consegue ganhar um tempo para entender a situação que se encontra.


Annie é uma personagem enigmática do início ao fim. Imprevisível, alucinada, solitária, psicologicamente abalada, psicopata, vários adjetivos nessa linha são possíveis para definir essa personalidade extremamente complexa. Ela encontra em Paul o afloramento de sua obsessão, fato recriado em outros momentos do seu passado nebuloso que vamos conhecendo com leves pitadas de descobertas ao longo dos quase 110 minutos de projeção.


Louca Obsessão é imprevisível, um projeto que marca a luta entre a razão e a loucura que conta com uma atuação inesquecível da grande Kathy Bates.

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01/05/2022

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Crítica do filme: 'Um Jantar entre Espiões'


Como reagimos sobre as escolhas da vida. Chegou recentemente ao catálogo da Amazon Prime Video uma tentativa de filme de espionagem mas que na verdade acaba sendo um raso drama amoroso que fala basicamente sobre escolhas e como podemos reagir dentro de um relacionamento que de alguma forma também envolve nossa profissão. A direção é do cineasta dinamarquês Janus Metz com roteiro baseado no livro All the Old Knives de Olen Steinhauer.


Na trama, conhecemos Henry (Chris Pine), um agente do alto escalão da CIA que esteve envolvido anos atrás em uma operação em Viena que acabou de forma trágica e onde informações vazaram de dentro da agência para os terroristas. Ele agora, ano mais tarde, tem a missão de reconectar os fatos e montar um novo quebra-cabeça para descobrir as verdades sobre aquele dia que marcou a história de todos os envolvidos. Assim, marca um jantar com sua ex-namorada Celia (Thandiwe Newton) e que também estava trabalhando no caso naquele dia para tentar confrontá-la e saber se ela estava envolvida no vazamento das informações. Durante a tarde, que logo vira a noite, vamos entendendo as verdades sobre o passado.


Não sei se o roteiro pensou uma coisa e acertou em outra. Parece. Muito mal camuflado de filme sobre espionagem, Um Jantar entre Espiões é um filme sobre relacionamento. O roteiro usa do flashback para nos mostrar fatos na visão dos envolvidos sobre um dia fatídico na vida de todos deles. Assim, somos apresentados mais profundamente a dois personagens que se veem de alguma forma em conflito por manterem um relacionamento amoroso e mesmo assim trabalhando para a CIA em uma cidade europeia. Esse conflito é visto sob os olhares de todos e acaba sendo esse que define as consequências de tudo que acontece.


Há uma tentativa de suspense, no tom de um jogo de gato e rato, como se alguma lacuna precisasse ser preenchida na vida dos dois ex-amantes. Mesmo na linha do confronto em um encontro nem tão amistoso assim, vamos entendendo os motivos dos conflitos que eles passam, cada qual na sua verdade. O desfecho é apenas satisfatório dentro de uma obviedade. Se você espera um filme de espiões, intrigas e etc, esse não é o filme pra você. Mas se busca um drama sobre escolhas e relacionamentos, pode dar o play!

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21/04/2022

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Crítica do filme: 'As Trambiqueiras'


A linha tênue entre a satisfação e a fraude não violenta. Mesclando a questão dos sonhos com pitadas bem generosas de humor, o longa-metragem As Trambiqueiras nos mostra uma fraude, um crime não violento, motivado pela obsessão por cupons de desconto. Parece inusitado (e realmente é!) mas a partir dessa premissa, navegamos por uma densa camada existencial, onde conflitos se chocam com a oportunidade mesmo que isso seja fora da lei. Uma ótima surpresa no catálogo da Amazon Prime Video. Escrito e dirigido pela dupla Aron Gaudet e Gita Pullapilly.


Na trama, conhecemos a ex-atleta olímpica da marcha atlética Connie (Kristen Bell), uma mulher perto dos 40 anos, que após anos se dedicando a um esporte que poucos ligam, virou uma dona de casa. Ela é muito infeliz no casamento com o marido Rick (Joel McHale), um homem grosseiro que viaja pelos Estados Unidos pelo seu trabalho na receita federal. Connie só tem uma grande amiga, Jojo (Kirby Howell-Baptiste). Ambas são viciadas em conseguir cupons de desconto e essa satisfação que sentem acaba virando uma ideia de empresa quando elas descobrem brechas em vendas desses cupons de forma online, porém totalmente ilegal. Ganhando milhões, elas começam a criar suspeitas no analista de cupons Ken (Paul Walter Hauser) que se junta ao agente federal dos correios Simon (Vince Vaughn) para tentar parar a dupla de amigas.


Em quase duas horas de duração, vamos acompanhando a saga dessas amigas que motivadas pelo vício nos cupons acabam se deixando levar para o mundo do crime. A maneira como é contada a história é muito interessante, o humor chega nos conflitos que elas ultrapassam quando não entendem absolutamente nada da fraude que estão executando. A personagem Connie é muito bem desenvolvida, vemos as camadas profundas de seu relacionamento depressivo com o marido e quando há uma chance de mudar esse cotidiano ela ultrapassa qualquer linha que precisa. Já Jojo tem o foco instaurado em sua obsessão de ser famosa, com seus vídeos e interações pela internet. Ken é outra variável importante para a trama, recluso, em uma função peculiar na empresa que trabalha encontra oportunidade de crescer como pessoa na busca pelos motivos da fraude, na caça às criminosas.  


Repleto de cenas engraçadas dentro de um melancólico retrato existencial em uma terra de oportunidades, As Trambiqueiras cumpre seu papel de divertir e refletir.

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28/02/2022

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Crítica do filme: 'Licorace Pizza'


O amor na sua simples escala de emoções. Buscando o resgate aos primórdios dos primeiros encontros, das paixões avassaladoras que a vida coloca em nossos caminhos, o genial Paul Thomas Anderson volta aos cinemas para declarar sua visão, seus recortes, sobre o amar na sua simples escala de emoções. Indicado a três Oscars em 2022, o longa-metragem nos coloca em retorno ao início da década de 70, numa terra de oportunidades, onde os sonhos e os desejos se misturam mas não deixam de seguir em paralelos para duas almas que riem, choram e amam.

Na trama, conhecemos o jovem Gary (Cooper Hoffman) um aspirante ator que com pouco tempo de carreira já conseguiu trabalhos em algumas apresentações. Muito maduro para sua idade, um dia se encanta por Alana (Alana Haim em atuação fantástica) uma jovem (porém mais velha que Gary) que está desiludida na vida que não se entende com sua família, completamente sem rumo vendo os outros indo atrás dos sonhos e ela parada em um estado de solidão constante. Essas duas almas vão se unir de diversas formas, nos pensares do amor, no carinho da amizade, nas batalhas dos empreendimentos, tudo isso de mãos dadas mesmo que com desencontros.


Navegando nas batalhas do primeiro amor, vemos uma parábola, uma mensagem indireta, uma analogia, dos princípios do real sentimento. A escala em questão chega nas reflexões a partir da relação em si e tudo que isso pode representar navegando pelas águas tumultuadas dos desencontros, da dissensão, das inúmeras altercações. Em meio ao desenrolar das ações e consequências dos protagonistas, o projeto também fala sobre a fama, a corrida de muitos pelo mundo artístico, do status e sempre com uma referência na excentricidade, aqui na figura Jack Holden (Sean Penn) e Jon Peters (Bradley Cooper). Esse último personagem, uma figuraça, fora baseado em um produtor de Hollywood que foi casado com Pamela Anderson por menos de duas semanas e tinha um salão de cabelereiro onde iam estrelas do cinema como Jack Nicholson.


Em outros filmes de sua carreira, talvez até mesmo na maioria deles, PTA (como carinhosamente chamamos o diretor) busca na complexidade, fatos, ações, movimentos para contar ao mundo o que pensa sobre recortes diversos. Aqui, tudo é muito simples, fácil de sentir, fácil de entender. E que trilha sonora fantástica! Licorace Pizza atinge não só nossos corações mas também mostra as trajetórias envolvidas dentro de um sonho de muitos.


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25/02/2022

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Crítica do filme: 'TQM'


As linhas complicadas de uma história familiar. Buscando apresentar o caos dos experimentos de uma médica dentro de sua família, mexendo com a loucura e as características de pessoas presas a uma situação muito específica, TQM, escrito e dirigido pelo cineasta Oren Stambouli, em seu primeiro longa-metragem do currículo é um filme que busca a tensão a todo instante. Os caminhos que o mesmo navega para buscar um ar de originalidade dentro de uma mistura de gêneros cinematográficos acabam naufragando em um roteiro crendeiro.


Na trama, conhecemos três irmãos extremamente mimados a vida toda que estão reunidos em uma casa em Miami para discutir com advogados sobre o testamento de sua mãe (que ainda está viva). Chegando nesse lugar, se junta a eles um jovem com transtorno de personalidade e todos acabam logo percebendo que estão presos em uma armadilha feita pela própria mãe, uma das psiquiatras mais prestigiadas do México em uma equação que tem tudo para não terminar nada bem.


Buscando surpreender em um roteiro superficial dentro de linhas simplórias o filme não consegue encostar no drama que chega ao público por meio de memórias do passado de três irmãos completamente desconectados uns dos outros e lutando bravamente, talvez a única luta deles na vida, em não perder a bolada que a mãe pode vir a deixar de herança. Sobre isso, uma análise mais ampla seria necessária mas o foco aqui nesse projeto acaba sendo o suspense até mesmo um plot twist raso que não surpreende muito.


Se formos pensar na questão médica, do experimento contra a própria família, vemos aí um caso também grave ligado à inconsequência para se chegar a respostas dentro de análises rasas e com fortes iminências à tragédia. TQM está disponível na Amazon Prime Video.



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18/02/2022

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Crítica do filme: 'No Ritmo do Coração'


É possível remakes serem tão bons quanto os originais! Indicado a três Oscars em 2022, chegou à plataforma da Amazon Prime Video nesse primeiro semestre um emocionante filme que adapta toda a ternura e harmonia do seu original francês.  No Ritmo do Coração aborda temas importantes sobre família, inclusão social, desafios no trabalho, as escolhas da vida no choque entre sonhos e realidade. Dirigido pela cineasta Sian Heder, em seu segundo longa-metragem na carreira, o projeto promete emocionar com suas linhas mensagens nas entrelinhas. A britânica Emilia Jones brilha como a protagonista, assim como Troy Kotsur que interpreta seu pai.


Na trama, conhecemos a família Rossi. No centro das atenções e grande protagonista da trama está Ruby (Emilia Jones) uma jovem esforçada que alterna entre o trabalho em um barco pesqueiro com o pai e o irmão pelas manhãs e em seguida corre para ter aulas no colégio. Ela é a única não muda de sua família, condições que a faz ser super importante para a rotina de todos da casa, praticamente uma intérprete dos seus parentes com os que os cercam. Seu pai (Troy Kotsur) é um esforçado trabalhador que busca melhores condições no concorrido trabalho das pescas, seu irmão Leo (Daniel Durant) está naquela fase onde se dedica integralmente ao lado profissional mas sem deixar brechas para o amor, sua mãe Jackie (Marlee Matlin) é o ponto de apoio a todos ajudando no dia a dia e em questões do trabalho que sustenta a família. Quando Ruby percebe que tem chances numa carreira musical, a partir das aulas com o professor Bernardo (Eugenio Derbez), tudo o que a família tinha de alicerce acaba tendo que se adaptar para que o destino de Ruby não se perca.


A narrativa pode ser interpretada como simples, se as mensagens por completo não te alcançam, ou até mesmo complexa quando o olhar cinéfilo congela e reflete sobre as entrelinhas. O conflitos da protagonista são inúmeros, vão desde a adaptação da dependência que sua família tem na questão do comunicar que ela possui, até mesmo rasos conflitos sobre o primeiro amor, chegando na questão importante do estudo e do sonho. Engraçado em alguns momentos, como as ótimas tiradas do personagem Bernardo (interpretado pelo excelente ator mexicano Eugenio Derbez), o filme consegue ser profundo sem perder a leveza.


Concorrendo nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Filme e Melhor Ator Coadjuvante (Troy Kotsur, o primeiro ator mudo a ser indicado ao Oscar), Coda, no original, consegue algo muito raro em adaptações que é somar mais mensagens sem perder o brilho e força de uma história que é muito bem construída desde o original.

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14/01/2022

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Crítica do filme: 'Pânico 4'


Um novo fôlego para uma franquia de sucesso. Na quarta dobradinha entre Wes Craven e Kevin Williamson, a expectativa era alta no ano de 2011 para saber como a dupla conseguiria buscar novas formas de contar situações e conflitos dentro de uma estrutura de narrativa já conhecida. Mais sangrento que os outros filmes, Pânico 4, disponível na Amazon Prime Video, entre outras ótimas questões, usa uma espécie de atualização de vilão que usa a ghostface, esse que agora também entra em paralelo com as atualização da própria indústria cinematográfica e os novos usos da tecnologia. Os diálogos ainda são as chaves do sucesso dessa franquia de estrondoso sucesso em todo o mundo.

Na trama, voltamos à woodsboro, onde os acontecimentos da franquia nasceram. Lá, agora encontramos uma Sidney (Neve Campbell) fazendo carreira na literatura, que colocou em palavras toda sua história de sobrevivência ao longo de todos esses anos. Ela logo reencontra o agora casal oficializado Dewey (David Arquette) e Gale (Courteney Cox) e os três precisarão enfrentar um novo assassino que aparece para infernizar toda a cidade.


O roteiro é mais bem estruturado do que nos filmes 2 e 3. Consegue um ritmo interessante sem perder as características da franquia, entre os pontos principais, as enormes referências a outros filmes de terror. Cenas que relembram outros filmes acabam virando um paralelo logo identificado pelos fãs da saga criada por Kevin Williamson. O filme tem espaço para os dilemas da relação entre Dewey e Gale que não anda nada bem, parece que caiu na mesmice do cotidiano. A chegada dos eventos trágicos de alguma forma reacende esse casal que se conheceu no perigo. É muito produtivo quando há um desenvolvimento de personagens tão emblemáticos para a trama. Já Sidney continua sendo um enorme perigo para toda sua família e os que ficam perto dela, a personagem símbolo mais uma vez usa e abusa de seus truques atrapalhados para sobreviver a mais uma caótica perseguição.


Pânico 4 se mostra um ótimo filme para os fãs e tem a coragem de buscar atualizações e melhorias dentro de sua narrativa sem perder as características, essências, que transformaram essa saga em uma das mais conhecidas da história do cinema.


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10/01/2022

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Crítica do filme: 'The Tender Bar'

 


As memórias e os ensinamentos que temos pelo nosso viver. Baseado no livro homônimo do escritor norte-americano, vencedor do Pulitzer, J. R. Moehringer, The Tender Bar aborda a questão da família em cima do subtópico ‘pai é quem cuida’. Ao longo dos reflexivos 106 minutos de projeção acompanhamos a saga de um jovem que busca na referência de seu tio razões para encontrar felicidade em um mundo repleto de conflitos e onde quase sempre as coisas não saem como planejado. A direção é assinada pelo ganhador do Oscar George Clooney e com destaques para as atuações de Ben Affleck e Tye Sheridan.


Na trama, conhecemos Jr (Tye Sheridan) um jovem repleto de sonhos que cresceu nas dificuldades que sua mãe (Lily Rabe) enfrentou em sua jornada de mãe solteira, tendo que recomeçar a vida e voltando para a casa do seu avô (Christopher Lloyd), onde mora também seu tio Charlie (Ben Affleck) que acaba virando sua grande referência na vida. Charlie tem um bar, com enormes referências à literatura, e onde Jr passa muitos de seus dias aprendendo nas leituras de clássicos mas também com as histórias de vida dos frequentadores.


Há uma linha muito delicada, traçada, para mostrar a questão da referência. Há um conflito enorme no personagem principal que é muito bem explicado com o paradigma dos sonhos de sua mãe para ele e a liberdade das escolhas que chegam por meio de seu tio. No arco final tudo faz muito sentido e vale o destaque para um diálogo profundo entre o protagonista e sua mãe sobre o que ele realmente quer da vida. E falando nesse tio, é quase um outro protagonista. Personagem difícil de decifrar, um autodidata limitado à sua bolha, culto e sem ambições, com seus conflitos no presente e no passado, que precisa ser uma espécie de pai para seu sobrinho. Ben Affleck rouba a cena em muitos momentos, em uma interpretação profunda, delicada e corajosa.


O filme, lançado no início de 2022 diretamente na Amazon Prime Video, por meio das memórias de J. R. Moehringer , nos prende a atenção do primeiro ao último minuto e de várias formas nos faz refletir sobre nossas próprias vidas e todas as referências que encontramos em nosso longo caminho entre sonhos, obstáculos e a necessidade quase impositiva de ser feliz.

 

 

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22/12/2021

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Crítica do filme: 'Eurotrip - Passaporte para a Confusão'


Feito para se divertir sem nenhuma pretensão de caminhar em questões existenciais profundas, em 2004, chegou às telonas um filme que ficaria na memória de gerações e gerações: Eurotrip - Passaporte para a Confusão. Dirigido pelo cineasta Jeff Schaffer, seu primeiro e único trabalho assinando como diretor de um longa-metragem, o projeto é um curioso acoplado de cenas muito engraçadas, longe de um politicamente correto, que diverte do início ao fim. Para ser a cereja do bolo, uma música chiclete composta para um dos personagens se tornou um ponto de encontro para risos e gargalhadas para toda uma geração de cinéfilos.


Na trama, conhecemos Scott (Scott Mechlowicz), um jovem que acabou de concluir o ensino médio norte-americano e ao mesmo tempo acaba terminando de maneira abrupta seu relacionamento com a namorada Fiona (Kristin Kreuk) com quem achou que ficaria pra sempre. Ingênuo é sempre zoado pelos amigos e por seu irmão menor. Ele pratica alemão com uma pessoa que mora em Berlim e que ele acredita ser um homem, só que ele está enganado e a pessoa com quem ele fala todo dia pelo computador na verdade é uma linda garota chamada Mieke (Jessica Boehrs). Desesperado em fazer acontecer esse relacionamento, ele se junta a Jenny (Michelle Trachtenberg), Jamie (Travis Wester) e seu grande amigo Cooper (Jacob Pitts) para uma volta pela Europa à procura de Mieke.


Surfando na década da onda onde filmes com adolescentes se tornam protagonistas com suas situações engraçadas e situações que todos de alguma forma já enfrentaram ou ficaram sabendo, como o precursor American Pie, Eurotrip - Passaporte para a Confusão buscou seu caminho através do imaginário inusitado do universo das viagens em grupo. Os exageros chegam em forma de contexto social para à época: como o valor do dólar em parte da Europa, as famas da liberdade nas cidades holandesas, o controle rígido do Vaticano em torno da figura do Papa, à procura sempre intensa aos museus e passeios culturais, o recorte sobre o hooliganismo que nada mais é que um comportamento destrutivo e desregrado ligados à algumas torcidas britânicas de futebol, até mesmo os primórdios da internet.


A trilha sonora acaba ganhando um papel importante nesse trabalho. Uma banda formada em Boston em meados da década de 90 chamada Lustra, sem grandes sucessos até então, ganhou na loteria em 2004 ao compor a canção Scotty Doesn't Know que virou a grande referência desse projeto que diverte do início ao fim. Quem não viu, tem a chance de assistir na Amazon Prime Video....e mais uma coisa... não conte pro Scott!

 

 

 

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14/12/2021

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Crítica do filme: 'Encontros'


As linhas interpretativas entre o certo e o errado. Chegou na Amazon Prime Video, o drama com pitadas de thriller Encontros. Dirigido pelo cineasta Michael Pearce, sem seu segundo longa-metragem como diretor, o projeto é uma inteligente jornada rumo aos paralelos que a vida nos traz depois que passamos por traumas profundos e sofrimentos não estancados. Testemunhamos um homem desesperado com informações que o deixam longe de alguma normalidade, seja o que isso for. O roteiro é detalhista mostra com muita força os conflitos de um protagonista que vê sua inconsequência pela vertente de um abalado psicológico, ao mesmo tempo é uma reconstrução de relação entre um pai e seus filhos, ligados por um espírito de aventura. Mais uma baita atuação do ator Riz Ahmed.


Na trama, conhecemos o militar Malik (Riz Ahmed), que foi criado em um orfanato, virou fuzileiro naval indo em mais de dez missões mas acabou sendo levado à corte marcial por agredir seu capitão. Um homem alucinado e obsessivo por uma praga alienígena que pode estar contaminando pessoas em todo o mundo. Ele vai em uma missão de resgate dos dois filhos para levá-los a um lugar seguro. Desesperado atrás de alguma solução ou de pelo menos entender a situação que está, ele e os filhos, embarcam nessa jornada de auto descoberta. Um colapso nervoso? Alienígenas em forma de invertebrados com exoesqueleto quitinoso? Ele está vendo coisas que não existem? É uma história que vamos entendendo aos poucos. Há um clima de tensão bem presente em grande parte do filme. A trilha sonora é eletrizante, vai de Phil Collins à Iron Maiden.


Não sabemos ao certo se tudo que o protagonista fala é verdade, desesperado atrás de alguma solução refletimos sobre outra questões e outros pontos de vista. Quando testemunhamos a força da mentira aos olhos de uma criança diálogos fortes se sucedem. Um pai de família, que não interage com os filhos faz anos. Aos olhos da experiente agente de condicional vemos o conflito sobre o benefício da dúvida por acreditar num condenado mas ter muitas dúvidas sobre isso tempos depois. Navegando na psicologia mais profunda, o foco e as linhas de entendimento chegam no que podemos chamar de resposta mental, que envolve emoções, pensamentos e comportamentos mais específicos, também conhecido como gatilhos emocionais.  


Encontros é um dos melhores lançamentos da Amazon Prime Video desse ano de 2021. Não perca!

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13/11/2021

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Crítica do filme: 'Jogo Perigoso'


Uma série que virou filme: a questão sempre complicada dos formatos. Chegou à Amazon Prime Video, em formato de filme, o projeto Most Dangerous Game, ou por aqui Jogo Perigoso, estrelada por Liam Hemsworth, Sarah Gadon e o vencedor duas vezes do Oscar Christoph Waltz. Abordando uma caçada humana bem próximo da linha do absurdo buscando reflexões sobre capitalismo e sociedade de maneira rasa e muitas vezes batida, o projeto, picotado da série original é um complicado trabalho de edição que nos leva à muitas lacunas principalmente sobre a questão da encruzilhada que vive o protagonista.


Na trama, acompanhamos Dodge (Liam Hemsworth) um esforçado marido e futuro pai de família que passa por um terrível momento financeiro já que investiu tudo que tinha em um enorme edifício inacabado no coração de uma grande cidade. Ele mora com a esposa Val (Sarah Gadon) que está grávida do primeiro filho do casal. Um dia, ele conhece Miles (Christoph Waltz), um enigmático articulador, e recebe uma inusitada proposta de ser o protagonista de um jogo ao estilo Caçada Humana onde ele tem 24 horas para fugir de impiedosos jogadores que tem um objetivo apenas: o matar. Se ele participar a cada hora uma gorda recompensa em dinheiro é depositada em sua conta. Sem saber o que fazer e analisando todo o contexto de sua vida ele precisará enfrentar grandes desafios pela sobrevivência.


Um dos grandes problemas desse projeto é o ritmo, corrido demais e sem muitos pontos de ligação. O foco é total nas cenas de ação, o que de fato faz muito sentido, já que a trama mais elaborada talvez encontremos no seriado que a história pertence. A narrativa encosta na premissa de Round 6 e outros projetos bem badalados atuais só que sem a profundidade necessária para buscarmos reflexões mais amplas. Faltam muitos porquês. O roteiro busca seus objetivos nas armadilhas que são colocadas de qualquer maneira dentro de uma história que deveria ser simples mas as portas abertas são demasiadas e nenhuma com resolução aceitável para qualquer bom entendimento.

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30/10/2021

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Crítica do filme: 'Madres, Mães de Ninguém'


As verdades e as críticas sociais. Disponível no catálogo da Amazon Prime Video e dirigido pelo cineasta Ryan Zaragoza, Madres, Mães de Ninguém prepara o terreno para conclusões profundas ligadas a um passado de uma região no interior da Califórnia que de alguma forma convivem com uma maldição conhecida por todos os habitantes. O principal erro do projeto, não é necessariamente algo técnico, ou de roteiro, ou de direção, é de marketing! Vendido como um filme de terror caminha mesmo na trilha do terror psicológico deixando apenas portas abertas para alucinações, maldições, ou qualquer coisa parecida com isso. Poderia ser classificado como um suspense investigativo ou até mesmo um drama sobre relacionamentos.


Na trama, ambientada na década de 70, conhecemos o casal apaixonado Beto (Tenoch Huerta) e Diana (Ariana Guerra) que estão à espera de seu primeiro filho. Quando o primeiro consegue um emprego de gerente de uma fazenda no interior da Califórnia, ambos embarcam para o lugar e são recebidos por toda uma comunidade descendentes de países da língua espanhola. Não conseguindo se enturmar com as mulheres locais, talvez pela distância da língua nativa que Diana não domina, ela passa a conviver com algumas situações esquisitas que podem estar ligadas ao passado do lugar.


A personagem principal até é bem construída, o entorno dela é bem detalhado. Ainda nos primeiros arcos, o projeto procura situar o espectador sobre a questão dos imigrantes nos EUA na década de 70 e as dificuldades que ela enfrenta em não falar espanhol em uma comunidade de imigrantes que gostam de falar sua língua nativa. Nessa ótica há contornos sobre a solidão, ou pelo menos se sentir sozinho, as razões e emoções das incertezas de um novo lugar.


Há uma batalha no background sobre a fé contra o que é empírico, não é profundo mas é perceptível. O roteiro se aproveita dessa deixa para tentar criar um clima de tensão aliado a uma fotografia competente que busca por imagens e uma boa direção mostrar aquilo que objetiva ao espectador mesmo que em alguns momentos complica mais que explica. Tudo faz mais sentido quando entendemos sobre o que realmente de fato é sobre essa história.


Baseado em fatos reais e longe de ser um filme de terror, Madres, Mães de Ninguém pode agradar quem conseguir atualizar rapidamente suas expectativas quando for dar o play.



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18/10/2021

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Crítica do filme: 'O Segredo dos seus Olhos'


Um olhar vale mais que mil palavras e as facetas do ser humano são indecifráveis. No ano de 2009, chegou as telas de cinema de todo o planeta um filme argentino que fiaria marcado para sempre no coração de todos aqueles que gostam de uma boa história, repleta de suspense e com final surpreendente. O Segredos dos Seus Olhos na verdade é a junção de histórias com o mesmo personagem que são intercessivas, andam juntas, com seus paralelos alinhado as facetas misteriosas da emoção humana. Ganhador do Oscar de Melhor filme Estrangeiro e dirigido pelo genial cineasta Juan José Campanella, esse filme tem como protagonistas os excepcionais Soledad Villamil e Ricardo Darín.


Na trama, acompanhamos o solitário oficial de justiça Benjamin (Ricardo Darín) que acabara de se aposentar e preso a uma história de seu passado, um caso mal solucionado de assassinato, resolve escrever um livro e assim acompanhamos sua vida no tempo do ocorrido, anos atrás, onde inclusive ele conhece o grande amor de sua vida, Irene (Soledad Villamil). Com o passar dos fatos vamos acompanhando as investigações e absurdos dos fatos, que inclusive fere demais o ex-marido da vítima, uma homem que parou no tempo por conta da tragédia e a quem Benjamin promete ajudar.  


Impressionante como o cinema argentino tem sempre uma criatividade envolvente pra contar uma história cheia de atalhos, cheia de obstáculos, paralelos, sem perder um segundo sequer de nossos olhos apontados para a tela. Baseado na obra La Pregunta De Sus Ojos do escritor Eduardo Sacheri, esse projeto preenche com delicadeza as armadilhas do amor, seus atos medrosos, sua paralisia, seus medos, e por outro lado mostra facetas profundas da capacidade do ser humano em lidar com a perda. Esse paralelo é a cereja do bolo que acaba contornando toda a trama culminando em um impactante, surpreendente desfecho que nunca mais sairá das memórias de todos nós amantes da sétima arte. Baita filme! Bravo!



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06/10/2021

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Crítica do filme: '007 - Sem Tempo para Morrer'


Com mais um orçamento milionário em mãos, cerca de 250 milhões de dólares, o novo filme do famoso agente secreto do MI6, James Bond, é o desfecho do arco de Daniel Craig como o intérprete desse personagem fantástico criado por Ian Fleming. Dessa vez dirigido pelo cineasta californiano Cary Fukunaga, o longa-metragem tem de tudo um pouco que sempre assistimos ao longo dos anos nos filmes de Bond: relacionamentos intensos, explosões, fugas mirabolantes, espionagem, sempre tentando salvar o mundo. Mas dessa vez há um componente família que acaba sendo o grande ponto desse projeto que é um dos maiores lançamentos nos cinemas nesse mundo quase pós pandêmico.


Na trama, novamente nos encontramos com James Bond (Daniel Craig), um homem que mesmo querendo descansar, ou até mesmo se aposentar, não consegue, pois sempre tem algum fanático, louco, terrorista querendo destruir o mundo e assim o agente secreto é chamado de volta para a ação. Em 007 - Sem Tempo para Morrer Bond precisa lidar com mais uma revelação surpreendente, fruto de seu relacionamento com a psicóloga Madeleine (Léa Seydoux). Em meio a todas as emoções que encontra pelo caminho, um rival complexo de lidar, Lyutsifer Safin (Rami Malek) quer destruir o mundo com um novo vírus seletivo e mortal.


Em todo desfecho de arcos de personagens emblemáticos nas telonas, devemos levar em consideração o campo da emoção como porta de entrada para as ações e consequências dos atos tomados pelo personagem que dá vida ao filme. Nesse caso, o roteiro fica perto da corda bamba, e mesmo não precisando assistir a todos os outros filmes de Daniel à frente de Bond, ainda sim, ao longo de quase três horas de projeção, o projeto beira ao confuso mesmo dominado por cenas de tirar o fôlego e um protagonista movido muito mais forte pelas emoções do que em outros filmes. Vale o destaque para a ótima atuação de Craig que mesmo ainda muito crítico por alguns, fecha com chave de ouro sua participação nesse papel que já teve até o inesquecível Sean Connery como intérprete.

 

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20/09/2021

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Crítica do filme: 'Cry Macho'


As decisões de um final de vida. Chegou aos cinemas nesse meio de setembro esse que pode ser um dos últimos trabalhos das telonas Clint Eastwood que completou 91 anos no último mês de maio. Buscando a emoção em contraponto à ação, segue firme e objetivo em investigar ‘o nada a perder’ ou mesmo os últimos atos de um personagem no terço final de sua vida, fato que se torna um bonito paralelo quando pensamos nesse ator e diretor que nos brindou ao longo dos anos com personagens e filmes marcantes que nunca saíram de nossa memória. Nem tão profundo e crítico como outros mas com uma carga de emoção e romantismo na medida certa Cry Macho pode ser uma das últimas vezes que veremos o Sr. Eastwood numa tela enorme.


Na trama, conhecemos Mike Milo (Clint Eastwood) um ex-vencedor de rodeios nos Estados Unidos, criador de cavalos, que passa seus últimos dias sem muitas pretensões e de quebra ainda lutando contra uma já sentida solidão, sem nenhum preenchimento em sua volta. Certo dia, acaba se tornando a única solução de um pai que quer seu filho de volta e para isso Milo precisará atravessar a fronteira do México e ir em busca do jovem que está em uma situação complicada que envolve sua mãe.


O roteiro é guiado por um ritmo de bolero, leve, e nas entrelinhas que chega ao seu ápice em uma cena emblemática já no clímax do filme. Há uma deferência em todos os cantos, seja na maneira de resolver os problemas que aparecem na frente do personagem, seja nas próprias atitudes do protagonista que basicamente ou em meio a suas expressões nostálgicas (referências inclusive à outros personagens de Clint), seja nos diálogos profundos sobre ser um homem bom, partindo do ponto da imperfeição, em meio ao caos. Mesmo se perdendo aos poucos buscando encontrar sua profundidade o projeto emociona a todos que tem uma pequena noção de quem é o Sr. Clint Eastwood e todo seu amor pelo seu trabalho de anos nas telonas de todo o mundo.



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16/09/2021

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Crítica do filme: 'Escape Room'


Um xadrez mortal? Um experimento? Pegando carona em filmes como o percursor do gênero Jogos Mortais, ou até mesmo a saga Premonição, Escape Room, dirigido por Adam Robitel nos mostra indivíduos em situações extremas precisando urgentemente encontrar saídas em charadas encontradas pelo caminho. O clima de tensão, ponto alto do projeto, é muito bem definido deixando a curiosidade tomar conta de nossas mentes enquanto vamos aos poucos tentando também decifrar alguns quebra cabeças através do passado dos integrantes do jogo. Filme pipoca que encontra seu público já construído por outros filmes. Está disponível no catálogo da Amazon Prime.


Na trama, conhecemos um grupo de pessoas que recebem um cubo e uma mensagem, decifrando-o ganham a chance de lutar por 10.000 dólares e acabam se reunindo em um prédio meio afastado da cidade de Chicago. Lá começam a perceber que o jogo em si na verdade é uma grande batalha entre a vida e a morte, assim precisarão contar uns com os outros para irem decifrando enigmas complicados que os fazem passar ‘fase’, ou melhor que salas mortais.


Pensando na ação e deixando qualquer tipo de complemento mais profundo sobre o passado dos personagens em segundo plano, Escape Room é o típico filme feito para divertir os amantes de filmes de suspense que misturam o terror e o lado complicado psicológico deixando margens bem extensas para surpresas pelo caminho. A fórmula é batida, tem muitos clichês mas consegue de alguma forma ter algum sentido principalmente dentro das inconsequências ligadas à situação vivida pelos personagens.


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14/09/2021

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Crítica do filme: 'O Vôo do Dragão'


Garra de tigre, cauda de dragão, gancho, golpe forte. Ambientado em Roma no início da década de 70, O Vôo do Dragão, penúltimo longa-metragem da carreira do astro de ação Bruce Lee que nesse projeto atua, roteiriza e dirige, é um filme de comédia disfarçado de ação que marca a estreia de Chuck Norris nos cinemas (a primeira e única vez em que o imbatível ator de filmes de ação interpretou um vilão nos cinemas). Só em bilheteria, o filme faturou cerca de 130 milhões de dólares no mundo todo, estrondosa soma numérica para a época.


Na trama, conhecemos Tang Lung (Bruce Lee) um jovem de família humilde de Hong Kong que é chamado por sua prima Chen Ching Hua (Nora Miao) para ajudar seu tio Wang (Chung-Hsin Huang) em algumas questões sobre o restaurante da família, perto da falência, onde inclusive os funcionários, nos fundos do estabelecimento, treinam caratê. O lugar é sempre invadido por gangues locais o que impossibilita o lucro por parte da família. Assim, Tang Lung será a principal força contra esses rebeldes.


O filme toca em temas variados através de seu simples roteiro. Aborda questões dos imigrantes orientais na Europa, não podemos dizer que é atemporal nesse sentido pois muita coisa mudou desde a década de 70 pra cá, também há o choque cultural bem na superfície, logo no início principalmente com a questão da ida ao restaurante (outro, sem ser o da família) onde o protagonista vai logo em sua chegada, depois também encosta nas questões sobre tradições mas tudo no fundo acaba sendo algum tipo de background para gerar as famosas cenas de lutas lembradas até hoje por todos que amam artes marciais.


A garra e a vontade, a verdade na expressão. Água com açúcar em muitos momentos, conforme já mencionado, o filme não deixa de ser também uma comédia. Por mais que seja marcado como um dos grandes filmes de ação (lembrado principalmente pelas coreografias das lutas) da história do cinema, há um ar leve e bastante descontraído aproximando todo tipo de público de sua história.

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17/07/2021

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Crítica do filme: 'As primeiras férias não se esquece jamais!'


Como saber que alguém é seu par perfeito? Navegando pelas manias, pelo jeito livre de ser em duas formas de amadurecer dentro de um relacionamento, a despretensiosa comédia francesa As primeiras férias não se esquece jamais! nos mostra uma série de situações que acontecem quando dois estranhos resolvem partirem juntos em uma viagem para um lugar inusitado do planeta. Os opostos se atraem? Brincado com essa questão pelas entrelinhas, o longa-metragem dirigido por Patrick Cassir transcreve de uma nova forma as fábulas do amor e as teorias do senso comum, da normalidade. Uma fita alegre, divertida que brinca com as emoções mas falando sério.


Na trama, conhecemos Ben (Jonathan Cohen) um empresário, hipocondríaco muito ligado à família que possui inúmeras manias. Também conhecemos a desbravadora de novas aventuras Marion (Camille Chamoux), uma desenhista de história em quadrinho que mora com dois amigos em um apartamento em Paris. Esses dois até então estranhos acabam se conhecendo no aplicativo Tinder e logo marcam de se encontrar. Após uma noite muito divertida e especial, logo a primeira deles, combinam de viajarem para um lugar inusitado: a Bulgária! Assim, partem rumo a esse país que pouco conhecem e muitas situações tragicômicas irão passar juntos.


Falando sobre relacionamentos, liberdade, espírito aventureiro, o projeto também ganha contornos cômicos. De drama, vira comédia, de comédia vira aventura e depois volta para o drama. Descobrindo uma nova cultura, Ben e Marion vão se descobrindo ao mesmo tempo que percebem os óbvios defeitos e qualidades um do outro. O fora do comum, as loucuras que aparecem pelo caminho ou fortalece ou distancia de vez essa precoce relação. E que dupla em cena! Cohen e Chamoux possuem uma harmonia fantástica, caminham dentro de um tempo de comédia maravilhoso, profundo e ao mesmo tempo leve em seu discurso. O roteiro aborda a solidão por meio das manias, dos julgamentos, dos aprendizados até ali. Não há uma desconstrução dos personagens mas uma abertura ao amor que é muito bonita de acompanhar. As primeiras férias não se esquece jamais! é um filme leve, pra cima, uma ótima diversão para quem curte rir e refletir.

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