O que fazer quando a vida perde o total sentido? O novo
trabalho do competente diretor James Gray é uma jornada nas profundezas da alma
e no caráter do ser humano. Com mais uma atuação espetacular da francesa Marion
Cotillard, A Imigrante é um filme
que toca bem fundo no nosso coração, trazendo a tona graves problemas de nossa
sociedade e de nossa cruel e primitiva maneira de pensar o mundo.
Na trama, acompanhamos a triste e melancólica história de Ewa
Cybulska (a eterna Piaf, Marion Cotillard) uma imigrante que chega aos Estados
Unidos de navio e por um golpe do destino é separada de sua irmã. Tendo que
viver sozinha, sem dinheiro em um lugar totalmente novo, acaba sendo seduzida
pela falsa bondade de Bruno Weiss (Joaquin Phoenix) e rapidamente vai parar no
tenebroso mundo da prostituição. As coisas mudam um pouco de figura quando entra
em cena o ilusionista Emil (Jeremy Renner).
O Longa-metragem navega em águas emocionais para trazer luz
aos problemas do caráter humano. Os excelentes coadjuvantes, totalmente
instáveis em qualquer bom senso que se preze, elucidam bem a amargura que a
protagonista é enviada. Joaquin Phoenix e Jeremy Renner participam com louvor
de ótimas sequências ao longo deste belo trabalho que teve sua primeira
exibição em terras cariocas no último Festival do Rio de Cinema.
Um paradigma interessante entre o viver e o amar é
superficialmente aceito pela sofrida Ewa. A imigrante é um daqueles trabalhos
que o espectador torce pelo final feliz dos personagens que são identificados
como os “bonzinhos”. A graça nisso tudo é que vilões e mocinhos serão escolhas
diferenciadas do público que merece demais conferir esta grande produção.