O destino do planeta está nas mãos das novas gerações. Em seus curtos 66 minutos de projeção, Um Pequeno Grande Plano, longa-metragem francês na seleção do Festival Varilux de Cinema Francês 2022, é um pérola que abre leques de reflexões que vão desde as questões humanitárias, como podemos contribuir para o nosso planeta, chegando na geopolítica e colocando um casamento em conflito. Dirigido por Louis Garrel (que também faz parte do elenco), o filme nos leva a pensar sobre questões que estão diariamente aos nossos olhos.
Na trama, conhecemos Abel (Louis Garrel) e Marianne (Laetitia
Casta), um jovem casal que após notarem o sumiço de algumas roupas e
objetos pela casa confrontam o filho Joseph de apenas 13 anos. Após esse papo,
descobrem que o filho e mais centenas de jovens de todo o mundo estão bolando um
projeto secreto para ajudar a África. Tendo isso revelado, o casal embarca em
uma jornada de conflitos sobre como pensam em relação ao mundo e o destino do
próprio casamento.
A missão de salvar o planeta é o background desse
interessantíssimo filme. As visões da nova geração em relação a necessidade de
fazerem alguma coisa pelo lugar onde vivem é de uma poesia que traz esperança. Abordando
em muitos diálogos sobre a visão que eles, os jovens, tem do mundo até aquele
momento e não deixar de se corromper pelos vícios do caos capitalista dos
adultos é de se pensar bastante.
Impressionante como em um curto espaço de projeção, que
caracteriza esse projeto como uma média-metragem, abre-se uma série de assuntos
importantes para todos nós refletirmos. O foco é a questão cotidiana, até certo
ponto o egoísmo, como uma visão simples e criativa pode mudar toda uma maneira
pensar. O casal entra em conflito rapidamente, muito pelas duas formas de
entender os simbolismos contidos na ação do filho. Abel é um agitado
trabalhador urbano, cheio de compromissos que parece deixar a monotonia do
capitalismo embarcar em seu pensar. Marianne logo se sensibiliza com o projeto
secreto feito pelas crianças e isso a faz rapidamente analisar sua posição do
mundo, como mulher e isso reflete quando para pra pensar sobre sua vida e seu
casamento.
Esse é um filme que deveria ser debatido em salas de aula,
universidades. A proposta do refletir encaixa no objetivo de nos fazer pensar
cada vez mais nos rumos do nosso planeta e também de que forma podemos dar
nossa contribuição.