Escrito e dirigido pelo desconhecido Brad Isaacs, “Em Busca da
Felicidade”, é um como tantos filmes que não conseguiram espaço para
aparecer aqui no Brasil. É um daqueles tesouros que achamos empoeirados e
escondidos nas prateleiras das locadoras (das que ainda existem) ou vendidos à
9,90 em um DVD duplo (dividindo espaço com outra produção). Um drama que tem um ‘começo, meio e fim’ bem
estruturados, o que deixa o espectador confortável com a bela história contada,
em pouco mais de 80 minutos de fita.
Na trama, que é situada na década de 60, dois jovens (interpretados
pelos excelentes Cayden Boyd e AnnaSophia Robb) vivem uma história
mágica, embarcando em uma aventura, com muitas descobertas, para encontrar
novos pais e escapar da vida triste em que viviam. Um longa que fala sobre
violência, mas não é com aquela abordagem e nem daquela maneira em que estamos
acostumados a ver no mundo do cinema. A violência em questão é emocional. A
nulidade que os pais do jovem protagonista exercem sobre o mesmo é algo de dar
lágrimas nos olhos e um desejo de que isso nunca possa acontecer no mundo real.
Ótimos personagens vão aparecendo ao longo do filme e cada
um deles contribui para o saldo positivo do que vemos nas sequências. Os pais
do protagonista, um adorador de barcos e a outra viciada em artistas de
Hollywood, são os grandes vilões da trama e impactam no jovem filho o desejo de
mudança.
O longa comove com a sutileza que agrega à situações
extremamente dolorosas, que poderiam causar um verdadeiro caos emocional no
coração de uma criança. O personagem principal é dotado de uma maturidade única
e consegue forças para sair daquela relação distante com seus pais, indo buscar
sua própria liberdade com a ajuda de sua nova amiga. O caminho é de descobertas
e isso torna a produção muito simpática e interessante.
Um material rico como esse não pode deixar de ser visto
pelos cinéfilos. Recomendado.