Como amadurecer sem deixar de viver? O cineasta italiano Gabriele
Muccino (À Procura da Felicidade) volta ao seu gênero preferido, drama,
para falar sobre a busca de redenção de um pai que abandonara a família por
conta de imaturidade. Somos levados à conflitos emocionais e aventuras amorosas
(um pouco forçadas, é verdade) que ajudam a contextualizar essa boa comédia
romântica.
Na trama, entramos na vida do ex-jogador de futebol escocês
George (Gerard Butler) que após uma contusão não encontra outro destino sem ser
deixar os gramados. O atleta tem um filho que foi fruto do relacionamento com o
amor de sua vida Stacie (Jessica Biel). Só que George sempre foi muito distante
e agora com mais tempo resolve-se mudar para perto de sua família e tentar
consertar erros do passado, ao mesmo tempo tenta um emprego como comentarista
da Espn.
Logo no início do longa, somos levados aos clichês mais
usados no mundo do cinema. O galã sedutor que se relaciona com todas as
mulheres, as dificuldades rasas de reconquista familiar, personagens
coadjuvantes excêntricos ao extremo. A nossa sorte é que o roteirista Robbie
Fox do esquecido filme Uma Noiva e Tanto (1993) consegue,
pelo drama e desenvolvimento de cada personagem somar boas sequências deixando
a história com a cara de um conflito existencial americano.
Recheado de personagens coadjuvantes, a maioria se encaixa
com a história. Exceto o milionário Carl, interpretado pelo conhecido risonho
Dennis Quaid (O Que Esperar Quando Você Está Esperando). O ator texano
exagera tanto no seu papel que se torna insuportável. Talvez por isso, seu
personagem some do meio para frente. Uma luz que pairou sobre a mente do
roteirista que provavelmente percebeu todos os exagerados trejeitos ciumentos
do personagem.
Um Bom Partido se sustenta na linha tênue que separam os clichês
das comédias românticas e o bom desenvolvimento do conflito emocional existente
em cada personagem, por isso, deve agradar a muitos cinéfilos.