A abertura aterrorizante da produtora Blumhouse já indicava
que teríamos momentos de tensão nessa surpreendente história escrita e dirigida
pelo norte-americano James DeMonaco (State Island). Estimado em quase U$$
3 Milhões de dólares, o filme já faturou mais de 30 milhões em poucos dias de
exibição nos Estados Unidos tornando-se líder
de bilheteria e automaticamente a grande sensação da temporada. Protagonizado
por Ethan Hawke (Antes da Meia-Noite), o suspense apresenta em tom argumentativo
o caos democrático que pode se instaurar quando a violência – em uma única
noite a cada ano – pode prevalecer sem punições.
Logo no início do filme, somos avisados que estamos no ano
de 2022, onde um acordo governamental permitiu que as pessoas possam cometer
crimes e vinganças se qualquer tipo de punição. Assim, conhecemos a família Sandin,
que alcançou a riqueza nos últimos anos vendendo sistemas de segurança par aos
vizinhos e sempre optou por se proteger ao invés de descarregar a raiva nesses
dias one a violência reina. O filme basicamente são os fatos acontecidos em uma
dessas noites onde a violência pode se externalizar sem punições e onde a
família Sandin é alvo de jovens transtornados, sádicos e completamente insanos
que travam uma guerra psicológica e física com os habitantes da mansão.
O conflito pessoal de cada um dos personagens é
preponderante para criar o interessante clima de suspense que é instaurado ao
longo dos 82 minutos de fita. O filho mais novo se rebela contra o pensamento
dos pais, a filha mais velha fica traumatizada com uma tragédia que acontece
durante a noite e a mãe das crianças passa por um longo, traumático e curto
período de transformação. James Sandin (Ethan Hawke), o pai das crianças,
resolve ir contra tudo que sempre pensou e proteger sua família. Bolas de
sinuca, metralhadoras ao melhor estilo Duke Nukem, machados e tacos de golfe
são utilizados como armas. O espectador neste momento se sente dentro de um
simulador de violência, onde a guerra travada é extremamente sangrenta e totalmente
inconsequente.
O inteligente roteiro percorre o campo da argumentação mostrando
os dois lados dessa inusitada situação de expurgo: os que são a favor e
acreditam que esses violentos dias vieram para salvar a sociedade corrompida e
os que são contra e que sofrem ou tem medo de sofrer alguma consequência desses
atos radicais sem controle. Respostas claras não são dadas, deixando o público
entrar no debate escolhendo algum dos dois lados.
O longa-metragem abre um leque de possibilidades para o seu
desfecho levando o público a torcer, ou não, pela indefesa família a cada
instante. O suspense gera alguns pequenos sustos até quando parte para seus
momentos de ação, do meio para o fim, cumprindo seu papel. Merece ser conferido
onde melhor conseguimos sentir a ambientação daquelas sequências, numa sala de
cinema. Nada como bons sustos e histórias originais para atrair a atenção dos cinéfilos.