05/02/2015

Crítica do filme: ' '71 '

Em seu primeiro longa-metragem na carreira, o diretor Yann Demange não podia ter começado de maneira mais certeira. Seu trabalho em ’71, filme ganhador de uma menção honrosa no último Festival de Berlim, é elogiado por crítica e público, mostrando a realidade nua e crua por trás de uma guerra.  Estrelado pelo bom ator Jack O'Connell (que estrelou o último e terrível trabalho de Angelina Jolie como diretora, O Invencível), ’71 promete deixar o publico impactado com essa história cheia de dor e sofrimento.

Na trama, durante o início da década de 70, o soldado Gary Hook (Jack O'Connell), do exército britânico, é abandonado pelo pelotão que pertence em meio a uma zona de conflito. Totalmente perdido e sem saber como voltar para casa ou ao menos se proteger, percorre as tensas ruas de uma Belfast em plena guerra civil. Inúmeros personagens cruzam seu caminho, alguns tentando ajudar, outros querendo eliminá-lo.

Uma eterna briga entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte, conflito que é oriundo desde a idade média, é o estopim dessa grande história. O roteiro, assinado pelo desconhecido Gregory Burke, leva ao público um retrato marcante de um conflito que já dura décadas. Consigamos entender melhor todo esse contexto por meio dos ótimos personagens coadjuvantes que circulam pela trama. Belfast é apresentada como uma cidade destruída pela guerra, carros incendiados usados como barricadas, ruas destruídas e famílias vivendo com medo e sob tensão absoluta 24 horas por dia.

Um clima de tensão e suspense percorre os 98 minutos de fita. O cineasta Yann Demange realiza um trabalho primoroso, apresenta ao público as sofridas e dolorosas verdades por trás dessa inacabável guerra.  ’71 é um filme extremamente forte, com cenas impactantes, que se juntam a outros ótimos filmes que já mencionaram situações em Belfast.


Traições, espionagem e um final eletrizante. Pena que esse filmaço tem pouquíssimas chances de chegar nos nossos cinemas. Quem sabe algum dia, com novas distribuidoras no mercado brasileiro, esse cenário mude e consigam trazer mais e melhores filmes de todas as partes do mundo. O público quer ver filme bom, e merece. Se tiverem a oportunidade, nãod eixem de conferir esse espetacular filme.