Após dirigir um curta-metragem chamado Paris Shanghai, 4 anos atrás, o diretor Thomas Cailley embarca numa
história sobre a juventude na França, em seu primeiro longa-metragem que chega
ao Brasil no próximo mês Amor à Primeira
Briga. Os protagonistas da história, possuem um entrosamento perfeito para
nos guiar em uma jornada peculiar em busca de um sentido para a vida. Você, de
alguma forma, se sente conectado a história e torce pelos personagens a todo
instante.
Na trama, conhecemos Arnaud Labrède (Kévin Azaïs), um jovem
carpinteiro que após o falecimento do pai precisa ajudar nos negócios da
família ao lado de sua mãe e seu irmão mais velho. Certo dia, em um Stand
militar na região praieira onde vive, conhece a bela Madeleine Beaulieu (Adèle
Haenel), uma jovem pouco sociável que possui atitudes grosseiras com todos a sua volta. Por força do
destino, Arnaud é contratado para um trabalho na casa de Madeleine e assim
nasce uma amizade onde ambos irão aprender o real sentido de suas vidas.
O filme é modelado a partir da visão do mundo de dois jovens
que estão em dúvidas e em caminhos diferentes sobre o que fazer com a vida
deles na fase adulta, o ponto de interseção entre eles é uma curiosa amizade
colorida que surge a partir de algumas coincidências do destino. Arnaud é
calmo, inteligente e de alguma forma se sente atraído pela beleza rústica de
Madeleine. Já ela, é o inverso do que faz. Tem uma dificuldade em entender as
pessoas ao seu redor, odeia trabalhos em grupo e sempre consegue arrumar algum
tipo de confusão para sair de delicadas situações que não possuem respostas
lógicas.
O roteiro de Amor à
Primeira Briga, assinado pelo próprio diretor e por Claude Le Pape, é construído de maneira delicada,
tentando fugir a todo tempo de qualquer clichê que poderia incomodar o cinéfilo
mais rigoroso. Falar sobre a juventude e conseguir fazer uma certa crítica
social é uma missão muito difícil de ser realizada, por isso, Thomas Cailley e
companhia merecem todo o mérito pois conseguem criar uma história envolvente e
que diz muito sobre o planeta em que vivemos.