Falando sobre relacionamentos, família e infidelidades à
flor da pele, o diretor croata Rajko Grlic, que dirigiu o ótimo Karaula (2006), apresenta ao público
uma fábula moderna sobre o amor e o desejo, situada em uma europa fria mas com impulsos
ardentes incansáveis. A câmera de Grlic merece destaque pois consegue encontrar
os caminhos para traduzir ao público cada detalhe das ações, muitas impensadas,
pelos personagens.
Para o personagem principal, interpretado brilhantemente
pelo Tony Ramos da Croácia, Miki Manojlovic, só existem duas religiões: O amor
e as outras. Assim, os curtos 88 minutos de projeção, vão se moldando a partir
de situações e descobertas de um quarteto familiar que não encontra o ponto de equilíbrio
na maturidade que regem suas vidas. Cada personagem, cada um mais interessante
do que o outro, vão dando um certo ritmo à fita vencedora de alguns prêmios no
leste europeu no ano de seu lançamento, 2011.
Há a questão cultural, diferente da que vemos por aqui (ou
nem tanto), sobre a maturidade no amor. Uma das coisas mais interessantes neste
longa-metragem é exatamente descobrir ou tentar entender melhor como são os
conflitos amorosos aos olhos dos filhos da região que comportava a ex-união
soviética. Mas o filme é longe de ser somente um retrato de uma comunidade, é
amplo em tentar apresentar argumentos para as teorias dos relacionamentos
modernos e todo o impulso, não só sexual, que envolve muitas relações.
Com certo atraso, Apenas
Entre Nós finalmente chega aos cinemas brasileiros nesta próxima
quinta-feira (07.05). É a grande oportunidade dos cinéfilos conferirem esse
belo trabalho. Esse é um filme que
Nelson Rodrigues abriria um sorriso e faria rapidamente analogias certeiras com
muitas de suas eternas histórias.