Qual o próximo passo quando você não sabe qual é o jogo? Duas
conflitantes potências do mundo, envolvidas em uma guerra de ameaças numa época
de exércitos com grande potência de fogo. Nesse cenário, Ponte dos Espiões, novo trabalho da dupla Tom Hanks e Steven
Spielberg (antes já fizeram O Resgate do
Soldado Ryan, Prenda-me Se For Capaz
e O Terminal), conta a incrível
história de um norte-americano, pouco conhecido, que fora até mesmo chamado
pelo ex-presidente norte-americano Kennedy para intermediar negociações
políticas anos mais tardes dos acontecimentos deste longa. Com uma atuação
brilhante do eterno Forrest Gump e uma direção fantástica do mago Spielberg,
este trabalho deve listar nos caderninhos cinéfilos como um dos grandes filmes
do ano.
Na trama, acompanhamos detalhadamente a saga heroica do
advogado, especialista em seguros, James Donovan (Tom Hanks), um norte-americano
cheio de princípios que recebe a difícil missão de defender nos tribunais um
espião russo capturado pelo FBI. Se isso
já não bastasse para tirar o sono do advogado, ele é colocado na linha de
frente de uma negociação, em plena Berlim na época de sua histórica divisão,
que envolve um soldado norte-americano detido atrás das linhas inimigas, um
estudante de economia norte-americano acusado de espionagem, e seu mais difícil
cliente, o espião russo que defendeu no tribunal.
Ponte dos Espiões
tem um grande mérito de ser um grande aulão sobre história mundial, e pode (e
deve), servir para professores exibirem aos seus alunos, gerando debates sobre
todo o contexto desta época marcante da história mundial. Como todo, ou melhor
dizendo, quase todo, blockbuster, existe aquelas pausas dramática para os
clichês mas, nesse caso, nada que atrapalhe o andamento da trama. Durante os
pouco mais de 130 minutos de fita, que nem vemos passar, assistimos a uma
história muito bem elaborada, cheio de minuciosas explicações sobre a situação
política mundial da época, além de personagens intrigantes que volta e meia
circulam a trajetória do protagonista.
O estudo, a força cênica e habilidades incontáveis de Hanks enchem a tela do cinema
de talento, do primeiro ao último minuto. É mais um grande trabalho desse baita
ator, ganhador de dois Oscars de melhor ator. Seu personagem tinha tudo para
ser caricato, chato, metódico, mas Hanks consegue dar muito brilho e
transbordar carisma em James Donovan. Além de Hanks, vale o destaque ao ator que
interpreta o espião russo, Mark Rylance. Ótima atuação, se mantém misterioso durante todo o
tempo, deixando o público ligado em qualquer dica sobre quais são os seus
segredos.
O longa-metragem, já apontado por pesquisas como forte
pretendente a uma vaga nos melhores filmes indicados ao próximo Oscar, chega ao
Brasil ainda neste mês e promete agradar aos cinéfilos de plantão.