Quem abre o coração à ambição, fecha-o à tranquilidade. Em
seu primeiro longa-metragem, o cineasta Shintaro Shimosawa tem a complexa
missão de dirigir dois monstros sagrados do cinema. Misconduct, estrelado por Anthony Hopkins e Al Pacino, é um filme
um pouco parecido com outros trabalhos do gênero, só que com alguns
diferenciais nas composições dos personagens. O roteiro, assinado pela dupla
Simon Boyes e Adam Mason, é estranhamente mentecapto.
Neste thriller dramático, conhecemos o ambicioso advogado Ben
(Josh Duhamel), um homem que passa por uma crise no casamento por conta de uma
tragédia que aconteceu. Sua mulher Charlotte (Alice Eve) é uma mulher gelada
que praticamente vive no hospital onde trabalha. Certo dia, Ben encontra uma ex-namorada
chamada Emily (Malin Akerman) que esconde informações confidenciais sobre o
namorado, o bilionário Denning (Anthony Hopkins), que interessam o escritório
de advocacia onde Ben trabalha, que é comandado por Abrams (Al Pacino). Assim, Ben
acaba se metendo em uma trama misteriosa onde precisará tomar muito cuidado a
cada nova revelação.
Misconduct, como
um todo, é uma fita apenas regular. Exemplo de pontos positivos: vemos uma
composição mais puxada para a realidade dos personagens, com destaque para o
ambíguo Denning (Hopkins e sua eterna elegância em cena) e a quase robótica
Charlotte, essa última muito bem interpretada pela atriz Alice Eve. Exemplo de
pontos negativos: a falta de criatividade do roteiro para dar bons andamentos
para as subtramas (que acabam sendo excessivas e atrapalham o entendido de
parte da história), Josh Duhamel (infelizmente se perde em alguns momentos).
O longa-metragem, ainda sem data de estreia no circuito
brasileiro, deixa a desejar. Mesmo quem curte filmes de suspense tende a se
decepcionar bastante.