Não somos responsáveis pelas emoções, mas sim do que fazemos
com elas. Em seu primeiro longa-metragem como diretor, o roteirista e produtor
norte americano Dan Fogelman logo de cara tem a difícil missão de dirigir,
talvez, o maior ator de cinema em atividade, Al Pacino. Contando a história,
baseada em alguns trechos numa história real, de um decadente músico que vê sua
vida mudar de rotina quando resolve acertar suas contas com o passado , Não Olhe para Trás mais uma vez mostra
todo o talento e carisma de Pacino embasado em um roteiro bem sincero e que
transpira verdade. Quem ganha somos nós cinéfilos, por termos a honra de sermos
do mesmo tempo de um dos grandes artistas de toda a história da indústria
cinematográfica mundial.
Na trama, conhecemos o famoso cantor Danny Collins (Al
Pacino), um homem que vive de fama, whisky, shows e drogas faz 40 anos. Sem lançar um novo sucesso por bastante tempo
e sem ter muitas esperanças em seu futuro, após receber de presente uma carta
que John Lennon escreveu para ele anos atrás e que ele não sabia, resolve
embarcar em uma jornada comovente buscando resolver positivamente seu
relacionamento com seu único filho Tom Donnelly (Bobby Cannavale). Nessa
jornada, acaba reencontrando sentimentos que estavam perdidos em seu cotidiano,
um deles, quem provoca é a gerente de hotel Mary Sinclair (Annette Bening), por
quem Danny criará sentimentos fortes.
A honestidade com quem é executada essa bela história é um
dos fatores mais preponderantes para o sucesso da trama. Fora o carisma de
outro planeta de Pacino, Benning e Cia, a direção de Fogelman, extremamente
cuidadosa e detalhista, também nos levam para dentro do que acontece nas cenas.
Os diálogos são bastante emotivos durante boa parte do filme, o roteiro visa o
amor como forma de perdão e como forma de auto descobertas. Questões são
expostas e respostas ficam em aberto, trazendo cada vez mais o público para
próximo de uma realidade totalmente possível.
Os arcos são muito bem definidos, vemos uma apresentação
rápida e um exalar de carisma absurdo do protagonista em um primeiro momento,
depois somos apresentados às mudanças que aconteceriam e logo em seguida uma
conclusão cheia de pontos de interrogações que são preenchidas pelo veredito do
público e sua interação com cada personagem. Não Olhe para Trás ficou pouco tempo em circuito nas salas de
cinema brasileiras, merecia mais. Para você quem não assistiu, não perca. Tem
até no Netflix. Vale a pena! J