O casamento é o fim do romance e o começo da história. Dirigido
pelo excelente cineasta Jeff Nichols (dos ótimos Midnight Special, Amor
Bandido e O Abrigo) Loving fala, além de qualquer outra
coisa, de maneira impactante, sobre o mais forte dos sentimentos humanos: o
amor. O tom do filme é algo lindo, gera metáforas fabulosas mas sempre com uma
verdade impressionante. A atuação dos protagonistas Ruth Negga e Joel Edgerton
é algo inesquecível, marcante. Exibido no último Festival de Cannes, o longa
possui alma e muita verdade também ao falar dos obstáculos que ambos precisam
enfrentar por conta de seu casamento, numa época de muito preconceito em boa
parte dos Estados Unidos.
Na trama, baseada em fatos reais e ambientado no final da
década de 50 no Estado da Virgínia nos Estados Unidos, conhecemos o casal Mildred
(Ruth Negga) e Richard (Joel Edgerton), dois
seres humanos apaixonados que resolvem oficializar seu amor se casando quase
que secretamente em uma cerimônia bem simples. Mas as autoridades do local onde
vivem começam a persegui-los, pois, por serem um homem branco e uma mulher
negra, naquela época o casamento entre eles, naquela cidade, era proibido.
Assim, enfrentando todo um preconceito de uma região, eles irão enfrentar a
todos sempre fortalecidos pelo maior de todos os sentimentos do mundo, o amor.
Produzido por dois grandes do cinema da atualidade, o ator Colin
Firth e o cineasta Martin Scorsese, Loving
possui personalidade própria principalmente por conta de sua narrativa
deveras lenta mas muito rica em detalhes e expressões. Jeff Nichols é um mestre
em captar sentimentos e detalhes de contextos dramáticos e/ou situações complexas.
Mas nesse filme seu principal papel foi dar o toque de genialidade em suas
lentes para as impressionantes atuações dos protagonistas. O Richard de Joel
Edgerton é comovente, com seu jeitão duro e ao mesmo tempo seu amoroso coração
deixam o público impressionado com tanta empatia. A Mildred de Ruth Negga é
forte, repleta de esperanças que busca todo seu refúgio nos braços do seu
adorável marido. Loving entrega ao espectador uma das duas melhores atuações do
ano e que deve ser lembrada na próximas lista do Oscar.