Você é livre para fazer suas escolhas, mas, às vezes,
prisioneiro das consequências. Abordando um grande conflito familiar envolvendo
uma jovem maior de idade que possui um pensamento diferente de seu pai e mãe
sobre com quem deve se casar, A Garota
Ocidental apresenta argumentos a esse conflito imposto e um pouco da visão
de todos que estão ao redor dessa família paquistanesa. A protagonista,
interpretada pela ótima atriz francesa Lina El Arabi, é uma mulher de espírito
livre que luta pelo que entende ser o certo em um pedaço de ocidente repleto de
imigrantes com pensamentos de seus países de origem.
Na trama, conhecemos a jovem Zahira (Lina El Arabi) uma
imigrante paquistanesa que mora na França e está totalmente adaptada ao seu
estilo de vida nessa cidade. Quando chega aos 18 anos e seu pai e mãe impõem um
casamento arranjado, onde ela deve escolher entre três pretendentes, a jovem
com bastante coragem se diz contrária a decisão e acaba provocando um grande
abalo na família. O subtítulo do filme no Brasil, entre o coração e a tradição
é exatamente o conflito que a protagonista percorre durante intensos 98 minutos
de projeção.
O conflito das aparências e costumes contra o lado da razão
e emoção. Toda a trama se envolve em escolhas. A trajetória da protagonista é
cheia de obstáculos provocados pelas imposições de sua família que deseja que
ela se case com algum dos três pretendentes paquistaneses que pré definiram,
além de passar por uma gravidez, fruto de um relacionamento com um alguém que
ela achava que a amava. O irmão de Zahira, Amir (Sébastien Houbani), é peça
chave nesse tabuleiro sentimental, se vê em grande conflito em como ajudar a
resolver a situação. Os preenchimentos das lacunas emocionais e suas
consequências são feitos de maneira cirúrgica pelas lentes do cineasta belga Stephan
Streker (em seu terceiro longa metragem na carreira) que dirige e escreve o
roteiro desse profundo drama exibido no Festival Internacional de Toronto, Rotterdam
e Istambul deste ano.
Com estreia prevista para o dia 22 de junho, A Garota Ocidental é um recorte sobre o
mundo das tradições. Um filme que chega também como uma crítica social, seus
limites emocionais a flor da pele e as saídas muitas vezes não encontradas
pelos envolvidos. Com grandes atuações e um desfecho arrebatador, esse é um
daqueles filmes que você não pode perder.