Baseado na obra homônima de Jonas Karlsson e marcando a
estreia na direção de uma longa metragem
da cineasta sueca Karin Fahlén, essa pérola sueca chamada Stockholm Stories é uma história suave sobre pessoas, suas emoções
e suas escolhas em uma Estocolmo repleta de amargura mas com a necessidade do
sonhar. Abordando, assuntos que vão desde a adoção até as inúmeras formas de
amar, o filme navega em sua poesia ao mesmo tempo que o espectador é fisgado a
todo instante com as ótimas viradas que a trama ruma.
Na trama, conhecemos cinco pessoas, totalmente diferentes
que enfrentam encruzilhadas decisivas para suas vidas e cujos caminhos se
cruzam durante alguns dias chuvosos em novembro. Johan (Martin Wallström), talvez
o personagem mais fora da curva da história, é um jovem escritor que vive
pedindo para uma famosa empresa editora publicar seu livro mas sofre por uma
obsessiva história e ainda é taxado como o filho sem talento de um grande
escritor. Douglas (Filip Berg) está apaixonado por uma amiga que reencontrou
casualmente chamada Anna que acabou de ser largada pela amante, uma política
famosa, e agora está sem rumo na vida. Jessica (Cecilia Frode), uma publicitária,
sofre com seus dramas e resolve escrever uma carta para destinatário
desconhecido e persegue um famoso da Tv por conta de uma premiação mal
explicada. Thomas (Jonas Karlsson) é um workaholic solitário que curioso quando
vê seu nome em uma carta misteriosa. Assim, esses personagens vão aos poucos
encontrando seus rumos e se encontrando.
Uma reunião de fatos encontrados no cotidiano de nossa
realidade transformam esse pequeno retrato urbano em algo profundo com dilemas
e escolhas que muitos de nós vamos nos familiar. A condução dos arcos é
detalhista, o roteiro ajuda muito, tinha tudo para ser confuso, mas as doses
certas de informações sobre cada histórias caem como uma luva nas mãos da
diretora Karin Fahlén. Os assuntos abordados são inúmeros, os seus desfechos satisfatórios
com ar metafórico. Esse projeto mostra toda a força do cinema contemporâneo
sueco e uma grande habilidade em retratar o ser humano e seus conflitos.