Impossível entendermos determinadas loucuras. Escrito,
dirigido e protagonizado pela artista britânica Alice Lowe (do ótimo Sightseers), Prevenge, com sessões no
Festival do Rio desse ano, é um filme pra lá de maluco que tenta agir pela
curiosidade em relação a mente conturbada de uma grávida que sofreu um forte
trauma perto da data em que descobriu a gravidez. O foco do roteiro é essa
questão da maternidade, de forma bastante inusitada, adicionando o elemento
psicológico conturbado o filme se projeta a uma grande matança provocado pela
protagonista em atos sobre pessoas diferentes que cercam mesmo distante seu
passado recente de alguma forma.
Na trama, conhecemos a complicada Ruth (Alice Lowe) que está
grávida de quase nove meses. Até aí tudo bem, senão fosse o fato dela iniciar
uma verdadeira carnificina orientada pela filha que ainda está em sua barriga. Exibidos
nos festivais de Veneza e Toronto em 2016, Prevenge
chega a ser intrigante em alguns momentos, e sonolento em outros. Explora
um assunto complicado de maneira quase debochada.
O simples fato de a mãe receber instruções da sua filha que
ainda nem nasceu já gera um grande estranhamento do lado de cá da telona. É uma
drama complexo com pitadas de humor negro que nos leva em uma trajetória de
sangue ao mesmo tempo que tentamos de alguma forma entender o que se passa na
cabeça da personagem principal. A violência das mortes que acontecem em
sequência são oriundos de uma raiva de Ruth em relação a toda uma sociedade que
na maneira dela de pensar e agir puniu o pai de sua filha.
Conforme os arcos vão passando, a trama começa a ter um
certo sentido, principalmente em um dos últimos diálogos onde sabemos mais
detalhes sobre o pai de sua filha e como estava o relacionamento deles perto da
tragédia que aconteceu. Mas as curtas explicações podem ter vindo muito tarde, o
sono pode tomar conta da sala de cinema.