Arte do amar. Biografia de um dos mais influentes artistas
do cenário homossexual de todos os tempos, Tom
of Finland é um retrato delicado, envolvente e tocante de um homem que
lutou contra o preconceito em uma Finlândia que caçava e proibia o
homossexualismo. Encontrou em sua arte uma maneira de ajudar outros que vivem o
mesmo drama e assim inspirou uma geração com uma obra que virou eterna.
Dirigido por Dome Karukoski o filme é uma jornada de emoções, um grande tapa na
cara do preconceito.
Na trama, conhecemos o até então tenente do exército
finlandês Touko Laaksonen que mais tarde se tornara um dos mais icônicos
artistas homossexuais do século XX. O filme conta a trajetória de Tom desde os
tempos em que foi Tenente finlandês na Segunda Guerra Mundial, seu
relacionamento cheio de tensão com sua irmã, seus intensos (alguns escondidos)
relacionamentos sexuais amorosos e o gosto pela arte com parte de sua obra
voltada ao público gay que conquistou uma legião de fãs, principalmente nos
Estados Unidos. Muito bem roteirizado, os arcos são detalhistas e nos apresentam
um grande raio-x desse finlandês que virou sensação nos Estados Unidos.
Durante a guerra, quando Stalin resolveu invadir a
Finlândia, Tom foi Tenente e passou por várias situações dramáticas como quando
teve que matar um soldado soviético que acabara de aterrissar de paraquedas.
Esse acontecimento mudou sua vida, e também as pausas da guerra onde se reunia
em bosques com outros soldados homossexuais. Após o conflito, Tom seguiu
clandestinamente nas ruas de uma grande cidade finlandesa se relacionando com
outros homens e tentando vender sua obra em lugares reservados e escondidos.
Seu caminho sempre foi repleto de preconceito e grandes obstáculos lutando por
suas idéias e sua maneira de amar.
Tom sempre solitário em seus pensamentos, viveu sonhos
eróticos e resolveu desenhá-los. Quando o amor apareceu na sua porta, ganhou
forças para investir em suas idéias e passou a tentar realizar mais publicações
de seus pequenos livretos. Sua obra baseia-se em uniformes colocados em homens
musculosos em situações desinibidas e repleta de sexualidade. Teve a sorte de
uma editora norte americana lançar seus desenhos e logo virou sensação em um
lugar onde o homossexualismo tinha maior liberdade. Chegando nos Estados
Unidos, percebe as diferenças de sua terra natal e a América, ganhando e
inspirando apoio de fãs e assim conseguindo cravar de vez seu nome na histórica
luta contra o preconceito homossexual. Tom
of Finland é um dos bons filmes da edição 2017 do Festival do Rio.