Fogo contra fogo, vamos falar do seu futuro. Tentando
repetir o bom roteiro do primeiro filme da franquia, Sicario: Dia do Soldado apresenta uma história forte, que às vezes
imita a realidade, na eterna guerra que o governo norte americano enfrenta
contra os cartéis de drogas. O roteiro é do competente Taylor Sheridan (Terra
Selvagem, Sicário: Terra de Ninguém, A Qualquer Custo) e a direção é
assinada pelo cineasta italiano Stefano
Sollima.
Dessa vez, o agente Matt Graver (Josh Brolin) convoca uma operação arriscada em território não norte
americano que envolve o seqüestro da filha de um dos principais chefões de
droga de todo o mundo. Quando a operação começa a ter problemas, Graver e
Alejandro Gillick (Benicio Del Toro),
que vimos no primeiro filme como um homem sem nada a perder e buscando a
vingança pela morte de sua família, começam a entrar em conflito moral e ético
e as escolhas de cada um deles define as conseqüências que vemos nesse forte e
sangrento projeto.
Um dos pontos positivos do projeto é saber como lidar com o
ritmo das subtramas. Repleto de ação e cenas fortes, buscando na linguagem nua
e crua mostrar o terror que é essa guerra contra o mundo das drogas. Nossos
olhos são Alejandro e todo seu passado trágico que o transformou em um homem
sem regras. Dentro da ótima trama acaba tendo uma desconstrução do personagem
ao lidar com as escolhas que a situação provocada pelo seqüestro planejado.
Indo além da superfície no quesito moral e ético, o roteiro, adentra pouco sobre
o papel do governo norte americano dentro das ações que se seguem, deixando
margem para preenchimento com cenas muito bem elaboradas de ações e um certo
suspense sobre como vão terminar os personagens.
Nesse segundo filme, além de dar ótima brecha para um futuro
terceiro projeto, mantém a consistência do primeiro filme, com ótimo
desenvolvimento dos personagens, uma direção segura e um roteiro muito bem
amarrado.