Baseado no livro de memórias Black Klansman, de Ron
Stallworth, o novo trabalho do sempre genial cineasta norte americano Spike
Lee é uma grande aula sobre as facetas da sociedade norte americana. Ao longo
dos 135 minutos de projeção, com um roteiro completamente atemporal, Lee
consegue criar uma fórmula de diversão (quando pensamos em cinema) com
conscientização. Nomeado à Palma de Ouro em Cannes esse ano, sendo exibido
também em festivais aqui no Brasil, Infiltrado
na Klan é um daqueles filmes imperdíveis que você precisa ver no circuito
esse ano.
Na trama, ambientada em Colorado no final da década de 70,
conhecemos um esforçado policial negro chamado
Ron Stallworth (John David Washington - filho
do ator Denzel Washington), que
enfrenta diariamente preconceito dentro da própria corporação policial, até
receber a chance de trabalhar no departamento dos infiltrados ao lado do
policial judeu Flip (Adam Driver).
Certo dia, precisa fazer uma investigação e por uma janela do destino consegue
de maneira surpreendente se infiltrar na organização racista Ku Klux Klan.
Corajoso, desbravador, pulsante. Spike Lee é conhecido por seus filmes que escancaram aos
espectadores assuntos polêmicos de toda uma sociedade. Em Infiltrado na Klan, consegue se superar, muito pela relevância e
importância que esse projeto, com aquele desfecho para lá de apoteótico, tem
para os olhos e ouvidos que vivem pelo planeta nos dias tão complexos como os
de hoje. Tendo o preconceito como plano de fundo, busca argumentar sobre todos
os lados da história.
Inteligente, instigante e surpreendente. Com ótimos diálogos, um sarcasmo milimetricamente encaixado e personagens bem construídos, Lee orquestra um grande debate que ultrapassa as milhares de telonas que o filme será exibido.