O objetivo mais alto do artista consiste em exprimir na
fisionomia e nos movimentos do corpo as paixões da alma. No ano de 2018, quase
desapercebido, um grande retrato íntimo e muito carinhoso de dois grandes
atores do cinema ganharam as telonas de alguns lugares do mundo. Stan & Ollie - O Gordo e o Magro além
de um roteiro primoroso baseado na obra de 'A.J.' Marriot ('Laurel & Hardy
- The British Tours'), conta com duas inspiradas atuações dos ótimos atores
Steve Coogan, John C. Reilly. Esse último, inclusive, indicado ao Globo de Ouro
desse ano por esse grande papel. Quando a comédia em forma de arte se introduz
em paralelo aos dramas da vida, o projeto consegue criar uma fórmula mágica de
emoção não deixando o espectador tirar os olhos da tela.
Na trama, começamos essa jornada nos anos dourados da dupla ‘O
Gordo e o Magro’ quando após anos de sucesso nos Estados Unidos, embarcam em sua
turnê pelo Reino Unido em 1953, buscando colocar suas carreiras novamente nos
holofotes apesar dos efeitos da Segunda Guerra Mundial. O sonho deles, além de
continuarem brilhando no teatro, é cada vez mais estarem fazendo filmes, grande
prazer da dupla. Mas a jornada acaba sendo uma grande despedida pois Babe, como
Laurel carinhosamente chamava Hardy, começa a ter a saúde bastante debilitada.
Para quem não conhece, Laurel e Hardy foi uma famosa dupla
de comediantes e dois dos rostos da comédia mais populares do cinema dos
Estados Unidos, em atividade desde o cinema mudo até meados da Era de Ouro de
Hollywood. Geniais e empolgantes, lotaram enormes teatros e salas de cinema
durante muito tempo e em muitos lugares do mundo. Stan & Ollie - O Gordo e o Magro busca um recorte da intimidade
atrás das cortinas desses dois ícones do cinema mundial, e consegue com louvor
emocionar, nos fazer rir muito por conta da dedicação e brilhante interpretação
dos dois atores principais em cena.
Você ri, se emociona e ainda recebe bons argumentos para
críticas importantes sobre a indústria do cinema que desde os primórdios privilegiava
mais que produzia do que os próprios donos e executores magistrais das lindas
cenas que guardamos em nossas memórias para sempre.