30/12/2019

Crítica do filme: 'Arizona'


A ideia inicial era, abordar as problemáticas imobiliárias norte americanas como um background para uma trama com certas questões ligadas a família. Só que nesse trabalho do diretor Jonathan Watson, em seu primeiro longa-metragem na cadeira principal, vários arranjos não funcionam e declinam em uma protagonista confusa e um assassino/vilão desprovido de coerência para com tudo aquilo que presenciamos. Um filme esquecível, sonolento e que nos da margem para pensar quantos filmes deixaram de se fazer para investirem tempo e dinheiro nesse trabalho que não deixará saudades aos olhos cinéfilos.

Na trama, conhecemos Cassie (Rosemarie DeWitt), uma mulher de meia idade, mãe, divorciada, que mantém uma boa relação com o ex-marido. Ela está falida e prestes a perder sua casa. Seu dia a dia é uma batalha, já que trabalha no mercado imobiliário exatamente na época de uma das maiores crises norte americanas no setor. Certo dia, após chegar para trabalhar, acaba presenciando o assassinato de seu chefe pelo desregulado Sonny (Danny McBride) que estava insatisfeito com a maneira como fora lhe passado as informações de sua atual casa e os prejuízos da mesma. Assim, Cassie e Sonny travam uma batalha sangrenta, a primeira buscando sobreviver nas mãos desse maluco e o segundo, bem o segundo não conseguimos entender as maluquices e objetivos desse péssimo personagem.

Não sei vocês mas eu sempre acredito que devemos ir até o fim de todo filme, mesmo sendo do Nicolas Cage, ou mesmo caminhando rumo ladeira abaixo (como é o caso). Mas confesso que a vontade de largar tudo e ir fazer outra coisa foi me consumindo mas como bom cinéfilo consegui resisti. Tudo funciona muito mal nessa comédia/thriller/filme horroroso. Ambientado em 2009 durante a crise imobiliária nos Estados Unidos, fato muito mal aproveitado no decorrer da trama, uma história de assassinato, sequestro e tentativa de sobrevivência tendo como cenário várias casas vazias e uma pitada de depressão. Se a história conseguisse ir além da superfície no arco familiar da protagonista Cassie (personagem da pouco inspirada Rosemarie DeWitt) poderia trilhar um caminho mais esperançoso.