Exibido no prestigiado Festival de Sundance desse ano, The Mustang, primeiro trabalho como
diretora de Laure de Clermont-Tonnerre e
com o já experiente ator belga Matthias
Schoenaerts no papel principal, é um filme bastante sensível que aborda
fortes temas familiares através da mudança de perspectiva de seu protagonista
que começa a se envolver em um trabalho diferente, mesmo dentro de uma prisão.
O roteiro consegue boas profundidades para abordar vários temas que envolvem o
protagonista conseguindo criar um elo importante para entendermos as ações e
consequências ao longo dos 96 minutos de projeção.
Na trama, conhecemos Roman Coleman (Matthias Schoenaerts), um homem condenado a muitos anos de prisão
(a causa conhecemos ao longo do filme). Pai e prestes a ser avô, ele é bastante
quieto e fala pouco mas acaba ganhando a oportunidade de ser selecionado a um
programa de reabilitação ligado a treinamento de cavalos que serão apresentados
em leilões. Assim, Coleman acaba conhecendo um cavalo Mustang brabo que aos
poucos acaba lhe ensinando e completando peças para se desenvolver em seu
quebra cabeça de emoções que sempre guiaram sua vida.
The Mustang não é
um filme para qualquer um, você precisa sentir o filme para gostar. Seu ritmo
lento e a costura para o desenvolvimento profundo das emoções acabam sendo
trunfos aos olhos atentos. A relação dele com a filha que não o perdoa é ótima,
emocionante em vários pontos. Coleman é um protagonista de poucas palavras mas que
diz muito nas suas atitudes de rebeldia e emoção que acaba transbordando com a
entrada do animal em sua vida. O fazer sentido para quem está preso deve ser
algo importante a analisar. Poucos filmes conseguem trazer esse sentido tão bem
como explicado como esse interessante trabalho que infelizmente não conseguiu
chegar ao circuito exibidor brasileiro.