Na trama, acompanhamos a história de Petunia (Zorica Nusheva), uma jovem perto de
trinta e poucos anos que do dia pra noite vira notícia na cidadezinha que mora.
Formada em história mas atualmente desempregada, a personagem principal, possui
uma relação bastante conturbada com a mãe mas um apoio incondicional do pai. Todo
ano, em uma cerimônia religiosa liderada pelo padre local, esse mesmo joga uma
cruz num rio para que homens busquem por ela pois ela dará sorte pro ano todo.
Dessa vez, Petúnia entra na água quase imperceptível e consegue ser a primeira
a encontra a cruz. Mas os participantes e o padre local não aceitam sua vitória
e assim se inicia um conflito que mexe com a polícia da cidade, uma jornalista
e tradições machistas.
Na sala de interrogatório, onde parte do clímax do filme se
passa, vemos toda uma exposição de constrangimento perante a jovem do
comandante da polícia que não sabe o que fazer com a situação pois além de
saber que Petúnia não fez nada, não quer ficar mal com a ‘autoridade da igreja’.
Há uma exposição do machismo constante em grandes parte das linhas do roteiro
assinado por Elma Tataragić. Que não
só se mostra no epicentro da trama, mas já na entrevista constrangedora de
emprego que a protagonista vai, sendo praticamente humilhada por um homem sem
caráter nenhum que a denigre com violência verbal e física.
O papel da imprensa é colocado de maneira meio espalhafatosa
na ambígua personagem Slavica (Labina
Mitevska), nunca sabemos se ela quer a polêmica para dar audiência ou se
realmente ela quer ajudar Petúnia com os absurdos que passa. Gospod postoi, imeto i' e Petrunija, no
original, busca também falar muito sobre o desemprego mas a profundidade não é desenvolvida.