Querer ser como o pai é também uma maneira de tentar se comunicar com ele. Paisagens lindas, Idílio romântico italiano, uma passagem linda com uma sessão de cinema a céu aberto no meio de uma praça linda, poucos personagens, um forte dilema e uma tentativa de acerto de contas entre pai e filho. Podemos detalhar muitas coisas de Made In Italy, Infelizmente, já no primeiro arco percebemos como os clichês tomarão conta do filme. A emoção da arte as vezes não consegue ser totalmente transmitida mas alguns conseguem interpretá-la. Na dupla de protagonistas temos Liam Neeson que estrela ao lado de seu filho na vida real Micheál Richardson. Debutando em longas-metragens, o agora cineasta mas também ator James D’Arcy assina a direção e também o roteiro do projeto.
Na trama, conhecemos Jack (Micheál Richardson), um jovem administrador
de uma galeria de arte que vê sua vida mudar quando o local onde trabalha, que
pertence à família da quase ex-esposa, vai ser vendido. Tentando ser um
provável comprador, embarca em uma jornada de redescobertas com o pai, o pintor
Robert (Liam Neeson) para venderem
uma casa que pertencia a família da mãe de Jack, na Itália. Com tantas
variáveis acontecendo ao mesmo tempo na vida do jovem administrador da galeria,
ele precisa lidar principalmente em tentar se entender com seu pai novamente.
Um relacionamento complicado
entre pai e filho, que ficou mais distante após a morte trágica da mãe. 15 anos
de amargura e solidões distantes, eles viveram suas vidas mais separados do que
deviam. Tendo esse ponto como plano de fundo, está sempre presente, o
desenvolvimento dos personagens é lento e não apresenta muitos argumentos
cativantes/carismáticos. A trilha sonora não convence com a superficialidade do
entendimento da situação e embates entre pai x filho. Essa relação é mal
explicada durante boa parte dos arcos, deixando para o desfecho elementos que
poderiam ser apresentados pelo caminho para um conhecimento do público, criaria
mais empatia. Há alguns diálogos interessantes, como dentro do restaurante
italiano num debate sobre formas de encontrar um novo amor, um duelo estabelecido,
curtinho, entre passado e presente, quando pensamos em argumentações e visões
diferentes.
Dá a impressão, às vezes, que já
vimos esse filme antes. Ou vários filmes parecidos que se juntam e viram um só.
Infelizmente dá essa impressão.