Quando a interpretação de um filme não consegue sair da cabeça de seu criador. Qual a entrelinha de uma laranja no topo de uma pilha de garrafinhas de água mineral? Escrito e dirigido pela estreante em longas-metragens, a cineasta bósnia Ena Sendijarević de apenas 33 anos, Take me Somewhere Nice, produção Holandesa/bósnia, Busca apresentar seus detalhes e sentidos em um ritmo deveras lento, pouco explicativo, que busca provocar pelas ações e inconsequências dos personagens algum rumo para esse sonolento roteiro. Um fato curioso: há uma busca constante por enquadramentos bastante peculiares.
Na trama, conhecemos uma jovem holandesa chamada Alma (Sara Luna Zoric), que se despede da mãe
e viaja da Holanda para a Bósnia para encontrar seu pai que se encontra em um
hospital. Chegando no novo país, é recebida pelo carrancudo primo Emir (Ernad Prnjavorac) e acaba conhecendo o
melhor amigo dele, Denis (Lazar
Dragojevic). Cheia de reviravoltas e com rumos para lá de loucos, vamos
acompanhando essa verdadeira saga e as descobertas da protagonista em quanto
busca seu sentido na vida.
Imaturidade, descobertas sobre situações da vida, rebeldia
da incerteza, o projeto tem bons tópicos para ser analisado. A protagonista sem
rumo nenhum, se mete em diversas situações que acabam camuflando suas emoções
que só aparecem quando surge o sentido de inconsequência como lugar comum. A
maneira como é transmitida esses temas para o espectador acaba afastando a
atenção dos mesmos. Não que ser peculiar seja algo que não encaixe, o problema
é que nesse filme o que fora pensado para ser mostrado acaba não conseguindo
encontrar sentido a não ser na cabeça de quem o pensou. Uma louca viagem rumo
ao quebra cabeça do sem sentido.