Em seu segundo trabalho como diretor de longas-metragens, o cineasta mexicano Salomón Askenazi, que também assina o roteiro desse projeto, consegue confundir a mente do espetador a todo instante em uma história que mistura um abalo emocional gigantesco com um suspense psicológico completamente fora de qualquer realidade. Incompreensível em muitos momentos, o filme parece um jogo de memórias mal feito, misturando sentimentos em forma de imagens desconectadas como se o roteiro quisesse provar, de qualquer forma, que é possível definir o caos de uma perda.
Na trama, conhecemos Daniela (Melissa Barrera) e Tania (Anahi
Davila), duas primas muito unidas que após saírem de um casamento ao lado
de seus respectivos maridos, Rodrigo (Mariano
Palacios) e Benny (Daniel Adissi),
resolvem disputar um racha onde o marido de uma está no carro da outra. A brincadeira
sem noção não dá certo e um dos casais morre fruto de um acidente sem chances
de salvamento. Assim, as vidas dos que sobrevivem começam a passar por
estranhas situações.
O filme pode tentar ser entendido de várias perspectivas,
dentro do universo do pensar e lidar com o ocorrido dos quatro personagens, o
que geralmente pode ser uma coisa bem legal, só que essa regra não encaixa aqui
pois tudo é muito confuso, podemos supor trocas de realidades, sonhos, um
descontrole emocional de grande escala, utilização de recursos técnicos (como o
som) para confundir ainda mais a interação com o espectador. Vira tudo um
grande aglomerado de ideias desunido por uma falta de harmonia básica.