Amizade e Rock and Roll! Voltando a um dos temas mais explorados por cineastas de todo o planeta, as descobertas, crises, amores, erros e acertos da adolescência, Metal Lords adiciona muito pouco para esse refletir. Disponível na Netflix desde o início de abril de 2022, o projeto dirigido pelo cineasta nova-iorquino Peter Sollett, com roteiro assinado por D. B. Weiss (co-criador, showrunner e roteirista de Game of Thrones), navega com muita superficialidade nos conflitos que enfrentam os nada carismáticos protagonistas, parece a todo instante que faltam peças para tornar a trama mais interessante.
Na trama, conhecemos o jovem e tímido Kevin (Jaeden Martell), um adolescente que
sofre com o bullying no seu cotidiano e que tem apenas um grande amigo, o
metaleiro Hunter (Adrian Greensmith).
Ambos resolvem criar uma pequena banda de rock pesado, o primeiro tocando
bateria, e o segundo tocando guitarra. Quando descobrem uma batalha de bandas
na escola, eles se inscrevem mas a partir disso alguns conflitos começam a
aparecer na vida dos dois jovens.
As linhas do roteiro são bem definidas, seus atos, sua apresentação
dos personagens, as mudanças/conflitos, e a definição da tão buscada
transformação a partir de atos e consequências. O problema aqui são os
detalhes. Como são dois protagonistas, enxergamos os conflitos mais próximos
nessas duas visões. Kevin, busca com a música combater sua timidez que chega em
paralelo à descobertas sobre o amor. Hunter, tem muitos conflitos não
desenvolvidos, ficam nas entrelinhas, o principal deles com o pai, falta de
compreensão e dores de uma mãe ausente também. O elo de interseção acaba sendo
os altos e baixos dessa amizade quase que improvável mas esse conflito é raso
se apoiando na chegada de Emily (Isis
Hainsworth). Algumas vezes simplesmente não funciona a química em tela, nos
levando para um último ato sonolento que até nos faz esquecer que o clímax não
existe por aqui.