Os horrores da violência e as formas de lidarmos com o luto. Trazendo as dores de um pai que acabara de saber que perdera dois de seus filhos, Tantas Almas nos mostra os horrores de uma guerra civil, em terras sem lei, onde grupos que tem a estrutura e a organização de um exército, sem sê-lo, acabam mandando e desmandando modificando destinos diariamente. Há enormes críticas por todos os lados, um filme que mete o dedo na ferida de um país marcado pela violência. Escrito e dirigido pelo cineasta colombiano Nicolás Rincón Gille.
Na trama, conhecemos José, um homem que sustenta sua família
faz anos através da pesca em uma região litorânea na Colômbia. Certo dia, após
voltar de uma longa pesca de noite, descobre que integrantes de uma força
paramilitar mataram seus dois filhos e os jogaram no rio. Reunindo forças de
onde não tem José resolve ir atrás dos corpos dos dois filhos em um perigoso
trajeto.
A questão do luto é um dos focos dessa dramática história.
Com o objetivo de achar os corpos dos filhos, sem esperança de encontrá-los com
vida, José parte em um busca de um desfecho, de completar um ciclo básico
quando pensamos nas questões da humanidade. Um pai nunca deveria enterrar um
filho, imagina dois. A dor e sofrimento do mesmo se tornam sua força para
concluir seu objetivo.
Com poucos diálogos, o filme navega pelas águas conturbadas
de uma região colombiana descontrolada, comandada por forças que se
caracterizam pela violência. O olhar de Jose nos apresenta a mesma perplexidade
com o paralelo das guerras urbanas que vemos nas grandes cidades não só do
Brasil mas de todo o mundo, onde a lei do mais forte parece reinar sobre as
leis da constituição.