Nada como uma boa história de pescador. Se o filme fosse bom brincaríamos com essa frase, mas infelizmente o longa dirigido pelo sueco Lasse Hallström (diretor do excelente “Regras da Vida (1999)”) é abaixo da
média. Tinha tudo para ser um grande filme, com um ar agradável, leve e com um
elenco muito competente “Amor Impossível”
pecou quando tentou se estender nos detalhes . O filme é um grande sonífero e foca nos
assuntos mais chatinhos e desinteressantes que poderiam existir.
Na trama, uma autoridade no assunto ‘pesca’ é convidado por
um sheik para ajudá-lo a tornar o exercício de ‘catar’ os peixes um esporte,
isso, em pleno deserto. Assim, uma consultora (contratada pelo poderoso
asiático) acaba sendo o elo entre esse dois homens e o público embarca em uma
viagem inusitada de amor com pitadas de fé.
O personagem principal (interpretado pelo sempre excelente Ewan McGregor) é excêntrico até demais
o quê desvia muito, em certos momentos, o foco da trama. Muitas vezes
insensível, o desastrado Dr. Jones vive muitos problemas no casamento (difícil
até dizer qual o mais grave deles) o que já deixa a lacuna para o seu desfecho
totalmente óbvia do meio pra frente. Emily Blunt vive Harriet, a consultora que
acaba tendo forte influencia no destino de cada personagem, na trama. Por mais que isso doa o coração de qualquer
cinéfilo, a Srta. Blunt passa a impressão de não ter entendido seu personagem,
fato que praticamente deixa o filme sem solução. A única que realmente briga para que a fita
não se torne um sonífero é a maravilhosa Kristin
Scott Thomas. A veterana inglesa está nojentamente magnífica na pele de Patricia
Maxwell, assessoria do governo. Quem
consegue se conectar quando Kristin entra
em cena consegue não dormir até o fim do filme.
No longa, vemos sendo abordados a política, a pesca, o amor,
a fé, o desdém, a tristeza mas isso tudo jogado no liquidificador não resultou
em um pingo de emoção e isso é uma constatação que muitos chegarão ao final
dessa cansativa jornada.
Mesmo com simpáticos personagens e belas paisagens a
produção não consegue decolar. A analogia que se presta é a de um avião
tentando correr na pista de decolagem para poder conseguir voar. No fim, acaba
o combustível e não decola. Isso resume bem esse longa.