Eram pouco mais de 19:00 horas, no primeiro domingo do
Festival do Rio de Cinema de 2011 (na época o filme em questão ainda era
intitulado como “O Levante”).
Vestindo uma camisa roxa e com um discurso emocionado, o diretor Raphael Aguinaga comove a plateia antes
do filme começar. Suas palavras interagem tão bem que torcíamos para que o
longa tivesse ao menos metade daquela qualidade. Após a sessão, a certeza dessa
produção Argentina, com pitadas brasileiras, ser a grande surpresa do festival
não restava dúvidas.
Na trama, acompanhamos um grupo de idosos (vivendo a tempos
isolados em um asilo) que ficam sabendo que a Igreja Católica clonou Jesus, ao
mesmo tempo, em que é substituída a enfermeira que cuida deles. Assim a
história avança em cinco partes: Uma Notícia Espetacular, Um Acontecimento
Desafortunado, A Terceira Casa de Marte, Operação Voo da Águia e O Apocalipse.
Cada uma dessas partes se torna um intrigante quebra cabeça, passando pelo amor
(ao melhor estilo Hermano) até a possibilidade de redescoberta dentro de uma
notícia espetacular.
O filme é muito rico em detalhes e aos poucos vamos sendo
apresentados aos simpáticos protagonistas. Dolores, uma das simpáticas personagens
é sensacional, dominando as partes cômicas da trama. O dia-a-dia de um lar para
terceira idade é mostrada de forma inteligente, original e muito engraçada. Os
contornos na vida dos idosos são feitos com muitas conversas, que rendem ótimos
diálogos durante a produção. A divisão em subtítulos ao decorrer da trama melhora
a percepção do espectador para com a história. Ambientado na argentina, “Juan e a Bailarina” é basicamente
Hermano, porém com muitos toques brasileiros. O longa tem cenas emblemáticas,
como: a do tango, muito bem conduzida pela câmera inquieta de Aguinaga.
Um sentido à vida é a busca constante, às vezes inconsciente,
desses cidadãos abandonados que se sustentam na amizade. A empolgação do
público é a prova da incrível simpatia que o longa transpira da telona até
poltrona mais próxima. Certamente agradará muitos cinéfilos. A mensagem que filme de Raphael Aguinaga
deixa é a de que sempre brotará uma esperança dentro de nós. Se emocione,
divirta-se e surpreende-se! “Juan e a
Bailarina” é garantia de qualidade! Fuja dos vampiros, veja filmes com
elegância!