17/10/2013

Crítica do filme: `Meu Passado me Condena`


O que fazer quando seu passado te condena? Dirigido pela estreante Julia Rezende e produzido por Mariza Leão, chega aos cinemas na próxima sexta-feira (25) a nova comédia nacional Meu Passado me Condena. Estrelado pelo ator Fabio Porchat (O Concurso) e pela atriz Miá Mello (Cilada.com) o longa-metragem é um filme feito para não se pensar. Os clichês e as historinhas para criar climas de romances e coincidências são exagerados, algumas atuações são terríveis e o público fica refém de um filme para norte-americano ver.

Nessa nova comédia de nosso cinema, conhecemos um hipocondríaco, pão duro,  animador de festas que após um mês de namoro se casa com uma jornalista econômica que gosta de Truffaut. Um encontro entre dois mundos desenvolvido de maneira cômica e sem limites principalmente após a lua de mel ser marcada em um cruzeiro - um lugar onde muitas referências do passado dessa dupla irão aparecer.

Adotando os próprios nomes de seus intérpretes, o roteiro tende às produções Hollywoodianas. As licenças poéticas são adotadas com certo exagero muito visto em terríveis comédias norte-americanas: um encontro entre dois casais que tem um passado em comum, a mistura dos estereótipos, e os falsos vilões em forma de trambiqueiros são alguns desses exemplos.

O filme funciona como cinema até certo momento. O ponto positivo vai para um pequeno detalhe sobre o ciúmes provocado pelas redes sociais – realmente um assunto bastante atual –  que são inseridos no roteiro dando um ar de atualidade e mesclado muito bem com as confusões que vemos na telona.Porém, é muita coisa ruim em meio a uma coisa boa.

A história se perde do meio para frente. O projeto funcionaria bem melhor se fosse um curta-metragem ou média-metragem. Como série de televisão funcionará muito mais do que como cinema.  O comediante Fábio Porchat – conhecido pelos seus Stand Up Comedy – tem bons momentos  mas assim como todo o elenco vai muito mal quando a trama entra no drama dos personagens.

Com uma série já encomendada para essa história - com um famoso canal de entretenimento da televisão a cabo - o espectador se sente assistindo a um piloto, o segundo episódio e ao terceiro de uma nova série de televisão. Esperamos que tais produtores, realizadores, diretores, roteiristas não se acostumem a criar a Brazilwood, somos muito mais criativos e não precisamos imitar nenhuma fórmula da terra do Tio Sam para conseguir público.